quinta-feira, 5 de junho de 2025

Itamaraty avalia que governo italiano não deverá atuar para barrar pedido de extradição de Carla zambelli

Aprovação de um projeto de lei pelo Congresso italiano, limitando a cidadania de ítalos-descendentes, pode dificultar o acolhimento da bolsonarista

Carla Zambelli (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

Alvo de mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) conseguiu entrar na Itália utilizando seu passaporte europeu sem qualquer impedimento. Zambelli embarcou para Roma nos últimos dias e passou pela alfândega italiana sem ser abordada pelas autoridades locais. Nesta quinta-feira (5), seu nome foi oficialmente inserido na lista vermelha da Interpol, mecanismo que permite a prisão de foragidos no exterior. Apesar disso, há ceticismo entre diplomatas brasileiros sobre qualquer iniciativa do governo de Giorgia Meloni no sentido de proteger a parlamentar ou impedir sua eventual extradição.

Segundo a coluna do jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo, interlocutores familiarizados com o caso avaliam que a recente aprovação de um projeto de lei pelo Congresso italiano — que limita os direitos de cidadania concedidos a descendentes de italianos ao redor do mundo — pode dificultar ainda mais qualquer tipo de acolhimento político ou jurídico à brasileira. A medida endureceu a concessão de direitos mesmo àqueles que já possuem dupla nacionalidade.

“Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália. Não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, declarou Zambelli à CNN Brasil, referindo-se ao ministro do STF.

A parlamentar fugiu do Brasil pouco depois de sua condenação a 10 anos de prisão pelo STF, devido à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsificados, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Além disso, a bolsonarista está sendo investigada por envolvimento em atos golpistas e outros crimes. Ao se declarar "tranquila" em território europeu, Zambelli tenta blindar-se da Justiça brasileira alegando proteção por sua cidadania italiana — argumento cuja validade será testada caso o pedido de extradição seja formalmente encaminhado ao governo italiano.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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