quarta-feira, 11 de junho de 2025

Haddad denuncia calotes do governo Bolsonaro e acusa deputados da oposição de “molecagem”: “correm do debate”

Em audiência na Câmara, ministro defendeu as contas do governo Lula e disse que resultados do governo Bolsonaro foram maquiados

                                    Fernando Haddad (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, protagonizou um embate acalorado com parlamentares da oposição nesta quarta-feira (11), durante audiência pública na Câmara dos Deputados. Questionado sobre o aumento de impostos e os déficits registrados pelo governo federal, Haddad reagiu com dureza às provocações e criticou duramente os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), que, segundo ele, abandonaram a sessão antes de ouvir suas respostas.

"Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu, só para aparecer. Pessoas falaram, agora tenha maturidade. E corre daqui, não quer ouvir explicação, quer ficar com o argumento dele. Não quer dar chance de o diálogo fazer ele mudar de ideia. Esse tipo de atitude não é boa, venho aqui para debater. Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede e some. É um pouco de molecagem, e isso não é bom para a democracia", afirmou Haddad.

O embate se intensificou quando o ministro respondeu às críticas sobre a política fiscal do atual governo. Os parlamentares oposicionistas compararam o cenário atual com o resultado de 2022, último ano da gestão de Jair Bolsonaro, que registrou superávit de R$ 54 bilhões nas contas públicas. Haddad rebateu, acusando o governo anterior de manipular artificialmente o resultado.

Segundo o ministro, o superávit foi obtido por meio de uma série de medidas que classificou como irresponsáveis:

  • "calote" nos governadores, com a promessa de compensar perdas do ICMS que só foi paga em 2023;
  • "calote" nos precatórios, que gerou um passivo bilionário pago em 2024;
  • a venda da Eletrobras “na bacia das almas”, considerada por ele uma “vergonha”;
  • e o repasse elevado de dividendos da Petrobras, o que chamou de “depenagem”.

"Em 2022, eles estão alegando que houve um superávit primário. A que custo? Bolsonaro deu um calote dos governadores, tomou o ICMS com a promessa de pagar. Quem pagou foi o governo Lula em março de 2023, R$ 30 bilhões. Para indenizar os governadores da barbeiragem do Bolsonaro para baixar artificialmente o preço da gasolina. Superávit primário de 2022 também se deveu ao calote de precatórios, foram pagos R$ 92 bilhões a mais em 2024", declarou Haddad.

"Houve a barbeiragem da venda da Eletrobras, vendeu na bacia das almas, uma vergonha. Depenaram a Petrobras com a distribuição de dividendos que superou R$ 200 bilhões (...) Dando calote, torrando patrimônio público e tomando dinheiro de governador. Assim qualquer um faz superávit", acrescentou o ministro.

Fonte: Brasil 247

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