O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, celebra melhora e destaca potencialidades da economia brasileira
O Brasil vive uma fase excepcional em termos econômicos, com dados recordes de emprego formal, aumento da renda da população e crescimento consistente do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo reportagem da Agência Gov, os números recentes consolidam uma tendência de recuperação e expansão sustentada, com geração de trabalho digno, elevação dos investimentos e redução das desigualdades.
De acordo com o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o país alcançou em maio mais de 48 milhões de postos com carteira assinada, o maior estoque da série histórica. Já a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, registrou taxa de desemprego de 6,6% no trimestre encerrado em abril — a menor da história —, além de uma massa salarial que se aproxima dos R$ 350 bilhões. No mesmo período, o PIB cresceu 1,4%, somando R$ 3 trilhões no trimestre. Em 12 meses, a economia acumula alta de 3,5%, o segundo melhor desempenho do mundo.
Os resultados surpreendem analistas do mercado financeiro, mas não o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. Em entrevista à Agência Gov, o economista, que também é professor da Unicamp, explicou que o atual ciclo de crescimento se sustenta em novas bases, diferentes das políticas de austeridade que marcaram governos anteriores. “Isso não é ‘voo de galinha’, é crescimento sustentável”, afirmou.
Segundo ele, o governo do presidente Lula combinou aumento da atividade econômica com criação de empregos, ampliação do crédito e ajuste fiscal. “No passado, a regra era fazer ajuste fiscal gerando recessão, cortando direitos, gerando desemprego. [...] O governo Lula está combinando crescimento econômico, nível recorde de emprego e renda, aumento do crédito e ajuste fiscal ao mesmo tempo.”
Mello destacou que os indicadores de informalidade estão em queda, o rendimento do trabalho segue em alta e até mesmo o número de jovens fora do estudo e do trabalho — os chamados “nem-nem” — caiu para níveis historicamente baixos. Para ele, o crescimento dos últimos anos reflete um ambiente econômico mais estável, com maior inclusão e melhores oportunidades.
“Em 2023, a gente cresceu 3,2%, o mercado esperava 0,8%. Em 2024, esperavam 1,5%, e crescemos 3,4%. Agora, em 2025, é muito provável que a gente cresça acima de 2,5% ou algo próximo a isso”, relatou. Ele acrescenta que o país “recuperou o tempo perdido” e que, com as reformas em curso, poderá alcançar um crescimento de até 4% ao ano.
Entre os fatores que sustentam essa expectativa está o foco do governo na formação profissional. Mello ressaltou a importância do programa Pé de Meia, que garante renda para estudantes do ensino médio, e os novos critérios para renegociação da dívida dos estados, que obrigam contrapartidas em investimentos na educação técnica. “Estamos investindo para garantir que nossos jovens tenham a formação adequada para o mercado de trabalho do futuro”, disse.
O secretário alertou para a velocidade das mudanças no mercado de trabalho, com destaque para o impacto de tecnologias como a inteligência artificial. “Precisamos garantir que esses jovens tenham acesso a uma formação que os integre ao mercado de trabalho de daqui a alguns anos.”
A entrevista também abordou os desafios políticos e fiscais do país. Mello criticou a influência da elite econômica sobre o Congresso e parte da imprensa, especialmente quando se trata da defesa de cortes em áreas essenciais como saúde e educação. Ele argumentou que o atual governo está promovendo o maior ajuste fiscal das últimas décadas — com superação de déficits estruturais — sem sacrificar os mais pobres. “Nós pegamos um país que vinha de 10 anos de déficit público crônico, e agora vamos entregar um país sem déficit.”
O crescimento da formalização do trabalho, segundo ele, reforça a arrecadação e contribui para a sustentabilidade das contas públicas. A aprovação da reforma tributária sobre o consumo foi um passo importante, mas Mello destacou que a mudança na tributação da renda também é essencial para tornar o sistema mais justo.
“Nós propusemos isentar quem ganha até R$ 5 mil, reduzir o imposto de quem ganha até R$ 7 mil e cobrar imposto mínimo de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês”, explicou. Segundo ele, a proposta é que quem recebe R$ 100 mil mensais — ou R$ 1,2 milhão por ano — pague, no mínimo, 10% de alíquota efetiva de Imposto de Renda. “Sabe quem paga 10% de imposto de renda de alíquota efetiva, até mais do que isso, às vezes? Um policial militar, um bombeiro, uma enfermeira, um professor”, comparou.
Com a imagem de um condomínio, Mello reforçou a injustiça atual: “Hoje, quem mora na cobertura não paga condomínio. E o que acontece? Todo o restante dos moradores dos andares de baixo dividem esse ônus e pagam mais.”
Para o secretário, o debate sobre justiça tributária é um marco na história do país. “Acho que nós colocarmos esse tema para o Congresso Nacional, que representa a sociedade, decidir, é um avanço sem precedentes”, concluiu.
Ao projetar os próximos passos, Guilherme Mello acredita que o Brasil está no rumo certo para sair do mapa da fome da ONU entre 2025 e 2026 e consolidar um modelo de crescimento com equidade e sustentabilidade. A nova estratégia, ancorada em programas como o Nova Indústria Brasil e o plano de transformação ecológica, pretende ampliar investimentos, gerar emprego qualificado e assegurar um futuro mais justo para todos.
Fonte: Brasil 247
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