terça-feira, 27 de maio de 2025

Trama golpista: ex-diretor da PRF confirma ao STF ordem para blitz nas eleições de 2022

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro – Foto: Reuters

Nesta terça-feira (27), a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir as testemunhas de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, acusado de participar da tentativa de golpe orquestrada por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Um dos principais depoentes do dia é Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com um servidor da PRF, ele teria dado a ordem para que fossem realizados bloqueios em rodovias, com o objetivo de reforçar abordagens de ônibus e vans durante o segundo turno das eleições de 2022. Segundo esse relato, a chefia orientou que a PRF deveria “tomar um lado”, seguindo determinação do diretor-geral do órgão.

Em suas declarações na oitiva, Djairlon afirmou que a Secretaria de Operações Integradas solicitou a operação em reunião no Ministério da Justiça.

“Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de SP e da região Centro-Oeste com destino ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF”, afirmou. “Em mais de 60% dos veículos, não demorou mais de 15 minutos”.

Os depoimentos foram marcados para ocorrerem em dois horários diferentes. Na parte da manhã, com início por volta das 8h, e na parte da tarde, com início previsto para as 14h.

Na parte da manhã, além de Djairlon, outras seis testemunhas indicadas por Torres serão ouvidas. Entre elas estão delegados da Polícia Federal (PF), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e um ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – todos foram convocados para esclarecer suas atuações antes e depois das eleições.

Os ex-diretores da PRF Luis Carlos Reischak Júnior (Inteligência) e Djairlon Henrique Moura (Operações). – Foto: Reprodução

Também foram convocados integrantes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), como a coronel Cíntia Queiroz de Castro.

Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Segundo o órgão, o ex-presidente e seu então vice, Braga Netto, lideraram ações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após sua derrota nas eleições no final de 2022.

Testemunhas de Torres que serão ouvidas nesta terça:

Manhã (a partir das 8h):

  • Braulio do Carmo Vieira (delegado da Polícia Federal)
  • Luís Flávio Zampronha (delegado da Polícia Federal)
  • Alberto Machado (delegado da Polícia Civil do Distrito Federal)
  • George Estefani de Souza (delegado da Polícia Civil do Distrito Federal)
  • Djairlon Henrique Moura (delegado e ex-diretor da PRF)
  • Caio Rodrigo Pellim (delegado da Polícia Federal)
  • Saulo Moura da Cunha (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin)

Tarde (a partir das 14h):

  • Thiago Andrade
  • Fabricio Rocha
  • Marcio Nunes (delegado e ex-diretor-geral da Polícia Federal)
  • Leo Garrido de Salles (delegado da Polícia Federal)
  • Alessandro Moretti (delegado da Polícia Federal)
  • Marcos Paulo Cardoso (delegado da Polícia Federal)
  • Victor Veiga Godoy (ex-ministro da Educação)
  • Cintia Queiroz de Castro (coronel da PMDF e ex-integrante da SSP)
Fonte: DCM



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