quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Crime organizado lava dinheiro nos EUA e importa armas americanas, diz Haddad

Esquema envolve operações com empresas offshore, constituídas em Delaware

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF - 24/09/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (27) que sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que inclua o tema do crime organizado nas negociações entre Brasil e Estados Unidos, após operação identificar que o país norte-americano tem sido usado para atos ilícitos do crime organizado brasileiro.

Falando com repórteres na sede da pasta, Haddad afirmou que fundos nos EUA foram criados para lavar dinheiro e simular investimentos estrangeiros no Brasil, acrescentando que a Receita Federal também identificou o desembarque de contêineres com armas irregulares provenientes do país norte-americano.

“Levamos ao presidente Lula a necessidade de, nas negociações, que estão sendo bem-sucedidas, incluir a pauta da lavagem de dinheiro e da exportação ilegal de armas para o Brasil”, afirmou.

Nesta quinta-feira, foi deflagrada uma megaoperação, batizada de Poço de Lobato, que tem a participação de autoridades das três esferas de governo.

De acordo com a Receita, o esquema envolve operações com empresas offshore, constituídas em Delaware, nos Estados Unidos, estado que permite a criação de companhias com anonimato e sem tributação local.

Segundo Haddad, há indícios de que dezenas de empresas e fundos foram constituídos em Delaware para montar operações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de empréstimos irregulares, com posterior redirecionamento do dinheiro a atividades no Brasil “entre aspas, de forma lícita”, segundo ele.

“É uma operação de triangulação internacional gravíssima”, disse, ressaltando que ações da Polícia Federal sobre o tema devem envolver recuperação de ativos no exterior, criminalização de não residentes e mobilização da Interpol. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters

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