O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales – Divulgação
A Justiça da Bolívia anulou o mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, que era acusado de envolvimento em um suposto caso de tráfico de pessoas relacionado ao abuso de uma menor. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (30), foi proferida pela juíza penal Lilian Moreno e representa um revés para o Ministério Público boliviano.
A ordem de prisão havia sido emitida em outubro de 2024, após o Ministério Público de Tarija reabrir uma investigação baseada em denúncias de que Morales teria mantido, em 2015, uma relação com uma adolescente de 15 anos, com quem teve uma filha no ano seguinte.
A nova tipificação do caso incluiu a acusação de tráfico de pessoas, com a alegação de que ele teria oferecido benefícios aos pais da menor em troca da jovem, que fazia parte da guarda juvenil de seu partido político.
Contudo, a magistrada determinou a anulação do mandado de prisão e de todos os atos processuais e investigativos relacionados ao caso. A decisão destaca que o Ministério Público não pode reabrir um processo arquivado em 2020, quando o ex-presidente foi investigado sob acusação de estupro — crime que abrange relações sexuais com menores entre 14 e 18 anos na legislação boliviana.
“Fica sem efeito qualquer mandado de rebeldia e ordem judicial de prisão que pese sobre Morales”, diz trecho da decisão divulgada pela defesa e pela imprensa boliviana.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o julgamento da trama golpista no STF. Foto: Antonio Augusto/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na última quarta-feira (30) o acesso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a todas as provas coletadas pela Polícia Federal (PF) no processo sobre a trama golpista de 2022.
Moraes determinou que a Polícia Federal informe, em um prazo de cinco dias, o melhor meio para que as defesas e a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenham acesso integral a todo o material apreendido durante as investigações do caso.
“A Polícia Federal deverá manter sigilosos eventuais documentos, mídias, áudios e vídeos que contenham fatos íntimos e ligados à vida privada de todos os denunciados. Nesse caso, o juízo deverá ser comunicado e as defesas deverão realizar requerimentos específicos”, acrescentou Moraes.
O pedido foi apresentado na defesa prévia de Bolsonaro, entregue ao Supremo nesta terça-feira (29), último dia do prazo iniciado na quarta-feira (24), quando o ex-capitão foi intimado enquanto estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital DF Star, em Brasília.
O ministro acatou o requerimento de “imediato acesso à íntegra do conjunto probatório colhido no curso das investigações e, especialmente, ao conteúdo integral dos celulares e outras mídias apreendidas e parcialmente utilizadas pela acusação”.
Alexandre de Moraes: ministro do STF manda PF conceder a Bolsonaro “acesso integral” às provas do processo da trama golpista. Foto: Reprodução
Em seu despacho, Moraes também respondeu às defesas dos outros sete réus do mesmo núcleo de Bolsonaro. O acesso irrestrito ao material completo que embasou o indiciamento e a denúncia já era um pleito dos advogados desde o início da tramitação do caso.
As provas colhidas pela Polícia Federal incluem a íntegra de celulares apreendidos durante a investigação, computadores, dados armazenados em nuvem, geolocalização, lista de entrada e saída do Palácio da Alvorada e documentos físicos.
No documento enviado ao Supremo, a defesa de Bolsonaro ainda solicitou autorização para participar das audiências dos demais processos relacionados à trama golpista. Contudo, o ministro Moraes afirmou que tomará uma decisão sobre esse pedido “no momento processual adequado”.
Na mesma decisão, Moraes também listou as testemunhas que serão ouvidas ao longo da instrução do processo. São 15 no total, indicadas pela defesa do ex-presidente. Entre elas, estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-comandantes militares e parlamentares.
“Sem anistia para golpistas”, diz outdoor instalado em frente ao condomínio de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
Um outdoor foi instalado em frente ao condomínio Solar de Brasília, no Distrito Federal, onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro, com uma cobrança de punição a golpistas. A placa tem a frase “Sem anistia para golpistas” e uma bandeira do Brasil ao lado.
Segundo a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, a obra é assinada pelo Comitê Popular de Luta do Jardim Botânico, grupo ligado ao PT que esteve engajado na campanha do presidente Lula em 2022. O outdoor foi instalado em meio às discussões sobre anistia aos golpistas envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023.
Os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), têm costurado um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para endurecer penas para líderes da tentativa de golpe e reduzir as condenações de quem invadiu a Praça dos Três Poderes.
O tema passou a ser discutido após bolsonaristas tentarem pressionar Motta para pautar o requerimento de urgência do projeto da anistia e não terem sucesso com a campanha.
O ex-presidente Jair Bolsonaro na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital DF Star. Foto: Reprodução
O ex-presidente não está em sua casa desde o último dia 12. Bolsonaro está internado no Hospital DF Star, em Brasília, há mais de duas semanas para se recuperar de uma cirurgia realizada no dia 3 para desobstruir o intestino e reparar a parede abdominal.
Bolsonaro tem apresentado uma evolução clínica, não usa mais sondas e seu intestino está voltando a funcionar normalmente. Ele tem recebido alimentos como água, chá e gelatina no hospital, e deve voltar a comer de forma natural nos próximos dias.
O escritor Marcelo Rubens Paiva, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Reprodução/X
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, receberam o escritor Marcelo Rubens Paiva na tarde desta quarta-feira (30), no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro celebrou o sucesso do filme Ainda Estou Aqui, baseado na obra homônima do autor, indicado ao Oscar 2025.
Autor do best-seller, ele teve sua obra adaptada para o cinema por Walter Salles Júnior. O longa foi venceu como Melhor Filme Internacional no Oscar 2025 e também foi indicado nas categorias de Melhor Filme, enquanto a atriz Fernanda Torres, intérprete de Eunice Paiva, recebeu indicação como Melhor Atriz.
“No dia da exibição do filme ‘Ainda Estou Aqui’, no Palácio do Alvorada, o Marcelo Rubens Paiva não pôde estar presente, mas hoje tivemos a honra de recebê-lo. Ele nos presenteou com todos os seus livros — inclusive o mais novo, recém-lançado. Marcelo é o autor da obra que inspirou o filme vencedor do primeiro Oscar brasileiro. Sua presença e sua escrita são parte fundamental do resgate da nossa memória e da nossa história”, escreveu Lula nas redes sociais.
Marcelo Rubens Paiva esteve em Brasília também para participar do evento Metrópoles Talks, realizado na terça-feira (29). Durante sua participação, o escritor comentou sobre a possibilidade de sua obra O Novo Agora também ser adaptada para o cinema, despertando interesse do público e da crítica.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também esteve presente na reunião no Palácio do Planalto. Segundo informações do governo, o encontro foi informal e não abordou temas políticos, já que Lula e Marcelo Rubens Paiva são “amigos de longa data”.
A pré-estreia de Ainda Estou Aqui aconteceu em fevereiro, no Cine Alvorada, sala de cinema do Palácio da Alvorada. Lula, Janja e diversos convidados assistiram ao filme, mas Marcelo não pôde participar na ocasião. Ele foi representado por João Francisco Paiva Avelino e João Henrique Paiva Avelino.
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) – Reprodução/Redes Sociais
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com uma ação civil pública contra o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), e outros agentes públicos, solicitando o bloqueio de bens e a suspensão imediata de pagamentos referentes a um contrato de R$ 2,27 milhões firmado com a Faculdade de Direito de Sorocaba (Fadi).
A ação também pede a anulação do contrato, o ressarcimento aos cofres públicos e a condenação por improbidade administrativa.
De acordo com a promotoria, o contrato com a Fadi foi firmado com dispensa indevida de licitação, indícios de direcionamento e superfaturamento. A ação foi protocolada na Vara da Fazenda Pública e é assinada pela promotora Cristina Palma, com base na Constituição Federal, na Lei de Improbidade Administrativa e na Lei da Ação Civil Pública.
A investigação teve início após denúncia da vereadora Iara Bernardi (PT). Durante o inquérito, o MP chegou a recomendar à Prefeitura a suspensão dos pagamentos, mas a orientação foi ignorada pelos envolvidos, inclusive pelo prefeito.
Fadi diz desconhecer ação judicial
Em nota ao Portal Porque, o presidente da Fadi, César Augusto Ferraz dos Santos, afirmou que não tinha conhecimento da ação judicial. Segundo ele, havia apenas um inquérito em andamento, mas a fundação ainda não foi intimada oficialmente.
Faculdade de Direito de Sorocaba (Fadi) – Divulgação
Curso foi proposto antes de haver demanda formal da Prefeitura
A Prefeitura alegou que o contrato visava capacitar servidores da educação, justificando a dispensa de licitação com base na “notória especialização” da Fadi, citando reconhecimento no MEC, selo “OAB Recomenda” e ausência de cursos semelhantes na cidade.
Entretanto, a promotoria afirma que a proposta pedagógica foi enviada antes mesmo de haver uma demanda oficial da Secretaria de Educação (Sedu), sugerindo que a contratação já estava previamente decidida. O termo de referência teria sido criado apenas para formalizar a dispensa indevida.
Contrato com valor inflado e sem justificativas plausíveis, diz MP
Segundo o MP-SP, a Fadi não possuía histórico em cursos técnicos para gestão pública ou educação municipal, nem corpo docente compatível com a proposta. Dos cinco professores indicados, três não tinham vínculo com a instituição. A promotoria também destaca que a Fadi não obteve o selo “OAB Recomenda” na edição 2022-2025, período vigente do contrato — o que derruba uma das justificativas da Prefeitura.
A Esamc, também localizada em Sorocaba e com selo OAB e nota 4 no MEC, apresentou uma proposta semelhante por R$ 983,2 mil — menos da metade do valor fechado com a Fadi. Para o MP, a contratação por preço global apenas serviu para inflar os custos do curso.
A ação do Ministério Público foi movida contra o Município e os seguintes envolvidos:
Rodrigo Manga – prefeito de Sorocaba;
Márcio Bortolli Carrara – ex-secretário de Educação;
Luciana Mendes da Fonseca – secretária de Administração;
Dante Soares Catuzzo Junior – ex-presidente da Fadi;
Marlene Manoel da Silva Leite – ex-secretária de Educação;
Clayton César Marciel Lustosa – atual secretário de Educação;
César Augusto Ferraz dos Santos – presidente da Fundação Educacional Sorocabana;
Faculdade de Direito de Sorocaba (Fadi) – instituição contratada.
Todos são acusados de simular uma contratação com intenção deliberada de burlar a licitação, violando os princípios da moralidade administrativa.
O MP requer:
Suspensão imediata dos pagamentos do contrato;
Bloqueio de bens dos envolvidos até o limite do valor pago;
Ressarcimento integral do valor gasto;
Perda das funções públicas, suspensão dos direitos políticos por 12 anos e multa civil.
Terceiro escândalo na Educação de Sorocaba
Este é o terceiro caso envolvendo a Secretaria de Educação de Sorocaba que resulta em ação judicial, segundo o MP. A promotoria alerta para um padrão de irregularidades no uso de verbas públicas da educação, que tem impactado negativamente a qualidade dos serviços prestados à população, como falta de vagas em creches, estruturas precárias e ausência de auxiliares para a educação inclusiva.
“Tal situação tem gerado creches sucateadas e malconservadas, unidades superlotadas, inúmeras ações na Justiça buscando auxiliares de sala para educação inclusiva, buscas por vaga em creches, ou seja, demandas que demonstram o mal-uso do dinheiro público da educação, que, pelos contratos milionários atacados, percebe-se que não deveria ocorrer. A educação poderia ser de qualidade e para todos”, concluiu a promotora Cristina Palma.
Mesmo diante dos escândalos em sua gestão, a estratégia nas redes sociais para maquiar os problemas tem funcionado. Com 263 mil votos na reeleição (73,75% dos válidos) em 2024, Manga conquistou sorocabanos anunciando ônibus gratuitos para estudantes e computadores públicos por meio de vídeos que viralizaram nas redes sociais.
O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS – Reprodução
Apontado como figura-chave no esquema bilionário de fraudes em descontos de mensalidades sobre aposentados, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, está no centro de uma nova investigação por lavagem de dinheiro. Ele é sócio de uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas que comprou, em apenas dois meses, quatro imóveis no Brasil avaliados em R$ 11 milhões. Com informações do Metrópoles.
As aquisições aconteceram entre junho e julho de 2024, no auge da chamada “farra dos descontos do INSS”, revelada pelo portal Metrópoles. Os bens foram comprados pela empresa Camilo & Antunes Limited, da qual o bolsonarista é sócio ao lado de Ricardo Lobo Cavalcanti de Albuquerque.
Segundo relatório da Polícia Federal (PF), as compras apresentam “fortes indícios de lavagem de dinheiro”. A PF destaca o uso de uma empresa offshore sediada em um paraíso fiscal e a proximidade temporal das aquisições com o avanço do esquema criminoso.
Gilberto Waller Júnior, o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – Reprodução
O governo federal nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A nomeação ocorre em meio a um escândalo envolvendo fraudes bilionárias na Previdência Social.
A decisão foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicada em edição extra do Diário Oficial da União, por meio da ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior.
Nomeação no INSS acontece após operação da PF contra fraudes
A mudança na presidência do INSS ocorre após a Polícia Federal deflagrar, na semana passada, uma operação que revelou um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões. A investigação identificou o uso de associações de fachada, envolvimento de servidores públicos, pagamento de propinas e documentos falsificados.
Segundo a PF, o prejuízo aos cofres públicos, entre 2019 e 2024, ultrapassa R$ 6,3 bilhões. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo após a operação. Além dele, outros cinco servidores da cúpula do instituto foram afastados, e seis pessoas ligadas às entidades investigadas foram presas.
A investigação revelou que milhares de beneficiários do INSS foram incluídos em associações sem consentimento, com descontos indevidos aplicados diretamente nos benefícios previdenciários.
Quem é Gilberto Waller Júnior, novo presidente do INSS
Com 25 anos de atuação no serviço público, Gilberto Waller Júnior é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, com pós-graduação em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro. Iniciou a carreira como procurador do INSS em 1998.
Waller já foi corregedor-geral do INSS (2001–2004), subprocurador-geral (2007–2008) e ocupou cargos relevantes na Controladoria-Geral da União (CGU), incluindo os de ouvidor-geral da União (2016–2019) e corregedor-geral da União (2019–2023).
Antes de assumir a presidência do INSS, atuava como corregedor da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em pronunciamento em rádios e TV – Divulgação
No pronunciamento do Dia do Trabalho, realizado nesta quarta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que irá promover o debate sobre o fim da jornada de trabalho no regime 6×1 — modelo em que o trabalhador atua por seis dias consecutivos e descansa apenas um. A medida, segundo o petista, visa garantir mais qualidade de vida e equilíbrio entre trabalho e bem-estar.
“Vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1.Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, declarou ele, em cadeia nacional de rádio e televisão.
Durante o discurso, Lula também ressaltou que o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais. Quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também terá redução na carga tributária.
“Enviamos ao Congresso Nacional o Projeto de Lei que zera o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. E quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também será beneficiado pagando menos do que paga hoje. Agora é assim: quem ganha menos, não paga. E quem ganha muito paga o valor justo”, reforçou.
Lula critica fraudes no INSS e promete ressarcimento a aposentados
O presidente denunciou um esquema de fraudes no INSS envolvendo descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. De acordo com Lula, a operação, conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal, desarticulou um esquema ativo desde 2019:
“Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”.
A seção de Vigilância Ambiental e Combate a endemias, da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, realizou na manhã desta quarta-feira, mais uma capacitação técnica voltada ao combate da dengue. O evento, reuniu representantes das secretarias municipais de saúde dos 17 municípios da regional.
Anelise Sassá Brizola e Leopoldo Rossi, conduziram a capacitação com parte teóricas e práticas. O evento foi mais focado no combate ao mosquito da dengue com o uso de bombas costais e o emprego da metodologia de borrificação residual intradomiciliar. A técnica consiste numa estratégia que cria uma barreira química, buscando eliminar os mosquitos causadores da dengue.
Anelise Sassá explica que a operação destes equipamentos é de competência dos municípios, que dispõem de apoio logístico, insumos e equipamentos do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e das regionais de saúde.
Leopoldo Rossi conduziu a parte prática da capacitação com utilização de bomba costal. Ele explicou aos representantes das secretarias municipais de saúde que, os locais prioritários para a aplicação do inseticida que combate o Aedes Aegypti são prédios públicos de alta circulação de pessoas.
“Neste contexto se incluem terminais rodoviários, escolas, postos de saúde, UPA, hospitais, faculdades, universidades e lar de idosos”, informou Rossi, acrescentando que o inseticida aplicado nestes locais tem uma duração mínima de 60 dias.
O diretor da 16 ª Regional de Saúde, Lucas Leugi, que o secretário de estado da saúde, Beto Preto, está disponibilizando mais equipamentos e recursos aos municípios – no combate à dengue -, por meio do Programa de Fortalecimento das Ações de Vigilância em Saúde, o “Pró Vigia”.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Nos últimos meses, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) virou alvo de uma tempestade política que vai muito além dos gramados. A entidade esportiva está no meio de uma cruzada liderada por parlamentares de direita e extrema-direita, que questionam desde contratos institucionais até as cores do uniforme da Seleção Brasileira.
O estopim dos ataques foi a revelação de um contrato entre a CBF e o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que controla a CBF Academy e tem entre seus sócios o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos magistrados mais atacados por bolsonaristas.
A informação, publicada pela revista Piauí, serviu de combustível para uma série de ações políticas contra a entidade. Na ocasião, a matéria denunciou como Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, contou com apoio de Mendes para se perpetuar no principal cargo do futebol brasileiro.
“Esse, talvez, seja um dos casos mais vergonhosos de conflito explícito de interesse, que exigiria a óbvia suspeição”, afirmou o senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos principais articuladores de uma possível CPI mista para investigar a entidade.
A ofensiva contra a Confederação se materializou em diversas frentes:
– Projeto de CPI mista apresentado por Eduardo Girão e pelo deputado Coronel Meira (PL-CE);
– Pedido de audiência pública do deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) para apurar possível fraude no acordo judicial que manteve Ednaldo na presidência;
– Projetos de lei dos deputados Zé Trovão (PL-SC) e Coronel Meira (PL-PE) para proibir seleções de usar cores diferentes das bandeiras nacionais;
– Ação do vereador Marcos Dias (Podemos-RJ) no MPT para investigar assédio na CBF.
A polêmica sobre a possível nova camisa vermelha da seleção brasileira também virou munição política. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) chegou a relacionar a escolha cromática ao fato do PCdoB ter sido autor da ação no STF que reconduziu Ednaldo ao cargo: “Tomaram tudo e até a CBF? Pagando dívida com o PCdoB?”.
Em nota, a CBF afirmou que as imagens que viralizaram nas redes sociais sobre a camisa não são oficiais e reafirmou que os padrões tradicionais serão mantidos. A entidade nega qualquer conotação política na escolha de uniformes e ressalta que nunca se manifestou contra o uso da camisa amarela em protestos de direita.
Internamente, a CBF avalia que está sendo arrastada para um embate político maior, que tem como alvo principal o STF. A entidade discute estratégias jurídicas para se defender das investidas, mas reconhece dificuldades para se blindar completamente, especialmente nas ações judiciais no Rio de Janeiro, onde o atual presidente já foi afastado uma vez.
O pedido de audiência pública na Câmara coloca em dúvida as condições cognitivas do coronel Nunes, ex-presidente interino da CBF, para assinar o acordo que encerrou questionamentos ao mandato de Ednaldo no STF. Um laudo médico da própria CBF atestava que Nunes tinha “quadros de tontura e ataxia com piora recente do déficit cognitivo”.
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, era o principal articulador de um complexo esquema de descontos irregulares. Foto: reprodução
Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, é um empresário que tem sido apontado pela Polícia Federal como uma das figuras centrais nas fraudes envolvendo aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com investigações da PF, Antunes foi responsável por repassar mais de R$ 53 milhões a entidades associativas e servidores públicos envolvidos no esquema de fraudes, que teve como alvo o desconto irregular de contribuições dos aposentados.
A investigação também apontou que Antunes fez uma doação de R$ 1 à campanha de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A defesa do empresário, no entanto, refuta as acusações e afirma que a inocência de Antunes será comprovada, alegando que os fatos apresentados não condizem com a realidade.
O lobista, conhecido pela ligação com o sistema de fraudes no INSS, foi identificado como o “epicentro da corrupção ativa” nas investigações. O papel de Antunes era o de intermediário financeiro, recebendo valores das entidades que praticavam os descontos irregulares e repassando-os a servidores de alto escalão do INSS.
Ele movimentava grandes quantias de dinheiro por meio de pelo menos 22 empresas registradas em seu nome, atuando em setores variados como consultoria, call center e comércio varejista. Além disso, os investigadores identificaram que ele realizava os repasses de forma extremamente rápida, o que dificultava o rastreamento dos valores.
Segundo a PF, o “Careca do INSS” mantinha, sob nome de terceiros, diversos carros de luxo para esconder o patrimônio incompatível com seu cargo. Veja a lista de carros de Antunes:
Porsche Boxster 2018
Porsche Taycan 2022
BMW 330E 2022/2023
Hyundai Azera 3.0 V6 2014/2015
Porsche 911 CAR GTS 2024
Porsche Macan/S 2022
Jaguar LD Limited 2023/2024
VW/Golf GT1 AC 2019
Audi A3 SB Híbrido 2022/2023
Porsche Taycan 2020/2021
BMW Z4 SDrive2.3I 2010/2011
PF diz que “Careca do INSS” recebeu R$ 53,5 milhões de entidades. Foto: reprodução
Entre os envolvidos no esquema estão figuras de destaque dentro do INSS, como Virgílio Filho, ex-procurador-geral do órgão, André Fidelis e Alexandre Guimarães, ex-diretores do INSS. De acordo com as investigações, Antunes repassou R$ 9,3 milhões para esses servidores. O ex-procurador-geral Virgílio Filho, por exemplo, recebeu R$ 7,5 milhões por meio de uma das empresas de Antunes, a Ambec.
Já o ex-diretor de benefícios, André Fidelis, teria recebido R$ 1,5 milhão por meio de seu filho, também advogado. O esquema de corrupção se estendeu ainda para a esposa de Virgílio Filho, que, segundo a PF, teria recebido R$ 7,5 milhões, além de um Porsche Taycan 2022 que foi transferido a ela.
A operação “Sem Desconto”, deflagrada pela PF para combater o esquema de fraudes, revela que Antunes utilizava suas empresas para fornecer serviços de consultoria a entidades que realizavam descontos indevidos nas aposentadorias e pensões.
Além de sua participação direta nas fraudes, a investigação da Polícia Federal destacou que Antunes usava diversas estratégias para ocultar o verdadeiro destino dos valores, incluindo a movimentação de grandes somas de dinheiro em curtos períodos e a criação de empresas de fachada para dificultar o rastreamento.
Thiago Medina e Gilson Machado Filho, vereadores bolsonaristas de Recife. Foto: reprodução
O vereador de Recife Gilson Filho (PL), filho do ex-ministro do Turismo no governo Bolsonaro Gilson Machado Neto, publicou em suas redes sociais um vídeo fazendo piadas sobre o dedo mindinho amputado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As imagens, gravadas no plenário da Câmara Municipal do Recife durante sessão na última terça-feira (29), mostram o parlamentar ao lado do colega Thiago Medina (PL) questionando de forma jocosa o vereador Felipe Alecrim (Novo) sobre o “paradeiro” do dedo do presidente, com insinuações de cunho sexual.
“Eu nunca vi, até hoje, alguém levar uma facada fake. Agora, perder o dedinho para se aposentar…” iniciou em sua insinuação. “Eu já vi”, respondeu prontamente Medina.
Na sequência, a dupla questiona, com tom jocoso, “onde foi parar o dedo que Lula perdeu”. Como dois alunos do ensino fundamental, Gilson e Thiago abordam Alecrim: “Onde é que está o dedo que Lula perdeu?”. O vereador do Novo entendeu o que eles queriam dizer com a piada, também riu, mas evitou responder.
A vereadora Liana Cirne (PT) foi quem denunciou o caso ao compartilhar o vídeo original postado pelo próprio Gilson Filho. “Tive o desprazer de ver um vídeo de vereadores aqui do Recife rindo do acidente de trabalho que decepou o dedo de Lula”, afirmou a petista. “O mais curioso é que entre eles tem um que adora posar de cristão exemplar, mas acha que ser de esquerda nos desqualifica da fé. Coerência mandou lembranças”.
Lula perdeu o dedo mindinho da mão esquerda em 1964, quando trabalhava como torneiro mecânico na metalúrgica Independência, no bairro Vila Carioca, em São Paulo. O membro precisou ser amputado após acidente com uma prensa.
O próprio presidente já narrou o ocorrido em entrevistas: “Eu era um peão. Cheguei ao hospital com o macacão fedendo a graxa às 3h da manhã. O médico olhou para minha cara e disse: ‘Pra que esse peãozinho quer esse dedo? Vou logo tirar’. E tirou o cotozinho. Podia ter deixado o cotó para eu poder coçar o nariz”, disse em entrevista ao Jô Soares, em tom descontraído.
Esta não é a primeira vez que a amputação do dedo de Lula vira alvo de piadas. Em outubro de 2022, durante o segundo turno das eleições presidenciais, as buscas por “como Lula perdeu o dedo” dispararam no Google, demonstrando o interesse público pelo episódio que marcou a vida do ex-sindicalista.