terça-feira, 11 de novembro de 2025

Brasil 247 firma acordo de cooperação com agência de notícias da Índia

Parceria com a Asian News International (ANI) prevê intercâmbio gratuito de conteúdo jornalístico e reforça a integração entre veículos do Sul Global

Brasil 247 firma acordo de cooperação com ANI, agência de notícias da Índia (Foto: Pixabay (karanpal41)/Embratur/Divulgação))

O Brasil 247 e a Asian News International (ANI), uma das principais agências de notícias da Índia, firmaram um Memorando de Entendimento (MoU) para cooperação editorial e troca gratuita de conteúdo jornalístico. O acordo, assinado nesta segunda-feira (10), estabelece as bases para o intercâmbio de textos, fotos e vídeos com o objetivo de fortalecer a cobertura internacional e aprofundar a compreensão mútua entre Brasil e Índia.

De acordo com o documento, as duas organizações se comprometem a compartilhar conteúdos. A ANI, sediada em Nova Délhi, poderá distribuir o conteúdo do Brasil 247 a seus assinantes na Índia, enquanto o portal brasileiro poderá publicar reportagens e vídeos produzidos pela agência indiana. O acordo também prevê coberturas conjuntas de eventos de interesse mútuo e colaboração entre equipes editoriais para garantir precisão, equilíbrio e qualidade na informação.

Espírito de cooperação do Sul Global

Assinado por Leonardo Attuch, fundador e diretor do Brasil 247, e Ravi Khandelwal, produtor executivo da Asian News International, o acordo representa um avanço estratégico na internacionalização da cobertura jornalística do Brasil 247.

Mais do que um intercâmbio técnico, a iniciativa se insere no espírito de cooperação e solidariedade entre os veículos de comunicação do Sul Global, que buscam fortalecer suas vozes, ampliar a circulação de informações independentes e promover uma visão plural sobre os desafios e transformações do mundo contemporâneo.

Acreditamos que esta parceria será altamente benéfica para ambas as organizações, ampliando significativamente a diversidade e o alcance do conteúdo jornalístico", diz Ravi Khandelwal, da ANI News. “A Índia é uma das economias mais dinâmicas do mundo, parceira do Brasil no BRICS e é nossa obrigação reforçar a compreensão mútua entre nossos países", complementa Attuch.

Recentemente, o Brasil 247 formalizou parcerias com diversos veículos do Sul Global, como Global Times, Xinhua e Diário do Povo, da China, Telesur, da Venezuela, Sputnik e TV Brics, da Rússia, e NNA, da África do Sul.

Fonte: Brasil 247

Paraná Pesquisas: Lula lidera em todos os cenários da sucessão presidencial

Levantamento nacional mostra o presidente à frente em todos os cenários de primeiro e segundo turno

       Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece na liderança em todos os cenários da disputa presidencial de 2026, segundo levantamento nacional do Instituto Paraná Pesquisas, realizado entre os dias 6 e 10 de novembro de 2025 com 2.020 eleitores em 164 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.

☆ Liderança consolidada no primeiro turno

Na pesquisa espontânea, Lula é o nome mais lembrado pelos eleitores, com 22,3% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (15,3%), Tarcísio de Freitas (2%), Ciro Gomes (0,9%) e Michelle Bolsonaro (0,6%).

Nos cenários estimulados, o presidente mantém ampla vantagem sobre todos os adversários testados:

  •  Cenário 1: Lula (35,6%) supera Jair Bolsonaro (32,1%), seguido por Ciro Gomes (8,2%) e Ratinho Junior (6,9%).
  • Cenário 2: Lula (36,3%) lidera contra Flávio Bolsonaro (19,7%), Ratinho Junior (10,5%) e Ciro Gomes (9,9%).
  • Cenário 3: Lula (36,0%) vence Michelle Bolsonaro (26,0%) e mantém distância de dois dígitos.
  • Cenário 4: Lula (36,0%) está à frente de Tarcísio de Freitas (23,2%) e Ciro Gomes (9,7%).
  • Cenário 5: mesmo sem ser candidato, Fernando Haddad aparece competitivo, com 20,6%, à frente de Flávio Bolsonaro (20,5%) e Ciro Gomes (14,9%).

☆ Desempenho regional e perfil do eleitorado

Lula mantém vantagem expressiva no Nordeste, onde chega a 49,9% das intenções de voto em alguns cenários, e liderança equilibrada no Sudeste, onde varia entre 33% e 35%. Já Bolsonaro e seus aliados apresentam desempenho superior no Sul e no Centro-Oeste, regiões tradicionalmente mais conservadoras.

O levantamento também aponta que o presidente tem melhor desempenho entre eleitores com menor escolaridade e mulheres, enquanto os adversários crescem entre homens e evangélicos.

☆ Lula vence todos no segundo turno

Nos simulados de segundo turno, Lula venceria qualquer adversário hoje. O petista tem 43,7% contra 43,1% de Jair Bolsonaro, dentro da margem de erro, mas em vantagem numérica. Contra os demais, a diferença é mais ampla:

  •  Lula x Flávio Bolsonaro: 45,4% a 38,6%
  •  Lula x Michelle Bolsonaro: 44,1% a 42,7%
  •  Lula x Tarcísio de Freitas: 43,0% a 41,8%
A pesquisa mostra que, a menos de um ano e meio do início oficial da corrida presidencial, Lula mantém o favoritismo nacional e a dianteira em todos os cenários testados, consolidando-se como o principal nome para 2026.

Fonte: Brasil 247

Vice-governadora do DF diz que a Papuda não pode receber Bolsonaro: 'dieta especial'

Celina Leão afirma que o ex-mandatário precisa de dieta diferenciada e cuidados médicos que o Complexo Penitenciário da Papuda não oferece

Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Complexo Penitenciário da Papuda não tem condições de receber Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

“Ele precisa de uma dieta especial, tem idade avançada, trata-se de um ex-presidente. Se for bem cuidado, vai ter uma vida prolongada”, justificou Celina em entrevista ao SBT News, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo..

◎ Falta de estrutura adequada no presídio

Segundo a vice-governadora, o sistema prisional do DF não dispõe de infraestrutura para atender às necessidades médicas e alimentares de Bolsonaro. “Não temos condições de preparar uma comida especial de que ele necessita por causa das cirurgias. E, mesmo nas áreas mais isoladas, as condições não são adequadas para um ex-presidente”, afirmou.

Celina Leão é aliada próxima da família Bolsonaro e amiga da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em maio, participou de um ato em Brasília em defesa da anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, ao lado do casal.

◎ Prisão domiciliar e julgamento no STF

Desde agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar preventiva em outro processo, que apura tentativa de obstrução de Justiça no julgamento da trama golpista. Na última sexta-feira (7), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou por unanimidade um recurso da defesa. O julgamento no plenário virtual segue até o dia 14, e o início do cumprimento da pena dependerá do trânsito em julgado.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, deverá definir o local onde a pena será cumprida. A expectativa, segundo a reportagem, é que o ex-presidente seja levado para uma cela na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, espaço recentemente reformado para recebê-lo.

◎ Pedido de avaliação médica foi rejeitado

Na semana passada, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF solicitou ao STF uma avaliação médica para verificar se o ex-presidente teria condições de cumprir pena na Papuda. O ministro Alexandre de Moraes, no entanto, determinou a exclusão da petição dos autos, por considerar que o pedido não tinha relação direta com a ação penal 2668, referente à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Secretário diz que entregará 'todos os documentos' solicitados por Moraes sobre chacina no Rio

Victor Santos diz que todos os documentos referentes à operação policial que deixou 21 mortos serão entregues no prazo determinado pelo ministro do STF

Secretário diz que entregará 'todos os documentos' solicitados por Moraes sobre chacina no Rio (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo estadual vai atender todas as exigências do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à Operação Contenção — ação policial que resultou em 121 mortes nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. Segundo Santos, todos os documentos requisitados pelo Supremo, como laudos periciais, relatórios e gravações das câmeras corporais dos agentes, serão entregues dentro do prazo fixado.

“Todos eles [os documentos]. Isso foi conversado durante a reunião com o ministro. Alguns não foram entregues naquele momento porque os laudos ainda estavam sendo confeccionados”, afirmou o secretário em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (10), de acordo com o Infomoney .

☉ Decisão de Alexandre de Moraes

A declaração ocorreu no mesmo dia em que Alexandre de Moraes determinou que o governo de Cláudio Castro (PL) envie ao STF, em até 48 horas, todos os laudos de autópsia, relatórios de inteligência e registros audiovisuais referentes à operação, deflagrada em 28 de outubro.

A ordem judicial faz parte da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, que trata da letalidade policial no estado e busca limitar ações de segurança que resultem em mortes excessivas em comunidades.

☉ Operação sob investigação

A operação Contenção, voltada ao combate ao Comando Vermelho (CV), mobilizou cerca de 2.500 agentes e foi uma das mais letais da história do Rio de Janeiro. De acordo com dados oficiais, 121 pessoas morreram, entre elas quatro policiais. A ação, que tinha como objetivo cumprir mandados judiciais contra suspeitos ligados à facção, provocou forte reação social e internacional. Imagens que mostravam moradores carregando corpos nas ruas da Penha circularam amplamente, gerando críticas e pedidos de explicações.

☉ STF cobra transparência e preservação das provas

Em decisão paralela, Moraes ordenou que o Estado preserve todas as provas coletadas e apresente, com precisão, o número de mandados expedidos e cumpridos durante a operação.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Gleisi convoca reunião urgente com líderes da base sobre o PL Antifacção

Ministra busca alinhar estratégia com aliados na Câmara para preservar proposta do governo e conter resistências ao texto do projeto

      Gleisi Hoffmann (Foto: Brito Júnior/SRI-PR)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião de emergência com líderes dos partidos da base governista na Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei Antifacção, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). O encontro está marcado para as 15h desta terça-feira (11). As informações são de Igor Gadelha, do Metrópoles.

O objetivo da ministra é definir uma estratégia conjunta que assegure a manutenção do texto elaborado pelo governo, diante das pressões e divergências surgidas em torno de trechos considerados sensíveis — especialmente os que tratam das atribuições da Polícia Federal. O Palácio do Planalto tenta ganhar tempo para negociar esses pontos antes que a proposta seja votada no plenário.

A movimentação ocorre após Gleisi atuar diretamente para adiar a votação do projeto, que segue na pauta desta semana na Câmara. A ministra avalia que o adiamento é essencial para permitir novas conversas com os parlamentares e evitar que o texto seja alterado de forma desfavorável à posição do governo.

Paralelamente, integrantes da base aliada vêm buscando construir um acordo de última hora para evitar que a proposta avance sem ajustes. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem participado das tratativas, ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reforçando a articulação política em torno do tema.

O PL Antifacção é uma das pautas mais sensíveis da atual legislatura, por envolver dispositivos que fortalecem o combate ao crime organizado, mas também suscitam debates sobre competências institucionais e garantias legais. A reunião convocada por Gleisi será determinante para medir o grau de coesão da base e o alinhamento do governo na condução dessa matéria no Congresso.

Fonte: Brasil 247

Exportações brasileiras crescem em outros mercados e compensam tarifaço dos EUA

Efeito do tarifaço de Trump é limitado e Brasil se fortalece na mesa de negociação

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Presidente dos EUA, Donald Trump)

A alta das exportações brasileiras para mercados fora dos Estados Unidos tem amenizado os efeitos negativos do tarifaço imposto pelo governo norte-americano. Segundo levantamento do Valor Econômico, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), de agosto a outubro de 2025 o Brasil perdeu US$ 1,58 bilhão em receitas com exportações aos EUA, mas ganhou US$ 3,1 bilhões adicionais ao direcionar os mesmos produtos a outros países.

Os números consideram 1.503 bens afetados pelas tarifas de até 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de julho. A lista de produtos atingidos foi elaborada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e inclui também os bens submetidos às medidas da Seção 232, decretadas em abril.

◎ Capacidade de adaptação da indústria brasileira

Para o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin, os dados mostram que a economia brasileira demonstrou força para se ajustar rapidamente. “No agregado, o tarifaço americano não é uma hecatombe. Não há perda do ponto de vista macroeconômico, embora a sinalização das medidas americanas seja ruim”, afirmou. Ele destaca que os setores mais ligados ao início da cadeia produtiva são menos dependentes dos EUA, o que favoreceu a compensação das perdas.

Ainda assim, Cagnin pondera que alguns segmentos mais expostos ao mercado norte-americano enfrentam dificuldades. “A competitividade do Brasil em produtos de início de cadeia consegue contornar a situação mais facilmente. Mas aqueles que possuem um grau de processamento maior e que estão mais expostos às deficiências de competitividade do nosso ambiente econômico têm mais dificuldade de fazer esse processo de caminhar".

◎ Setores com maior e menor impacto

Entre os produtos mais afetados, os semimanufaturados de ferro e aço registraram queda de 16,4% nas vendas aos EUA, somando US$ 491,3 milhões, enquanto as exportações para outros mercados subiram 27,2%. Ainda assim, o aumento global de US$ 54,9 milhões não compensou a perda de US$ 96,1 milhões com o mercado norte-americano, responsável por 65,7% das vendas do setor.

Em contrapartida, o café e a carne bovina congelada mostraram resultados positivos. A receita de café para outros destinos cresceu US$ 409,4 milhões, superando a queda de US$ 71,2 milhões nas vendas aos EUA. Já as exportações de carne bovina congelada para o mercado norte-americano despencaram 60,5%, mas aumentaram 64,3% em outros países, com um ganho de US$ 1,7 bilhão.

Segundo o economista do Inter, André Valério, o México tornou-se um importante destino alternativo para as carnes brasileiras. As exportações de carne desossada aos EUA caíram 53,7%, enquanto as vendas ao mercado mexicano cresceram 174,3%, totalizando US$ 204,8 milhões.

◎ Redirecionamento estratégico e contexto político

O movimento de redirecionamento também foi observado em outros setores, como o de carnes destinadas à China, Chile, Filipinas e Rússia, que aumentaram suas compras de produtos brasileiros. Para Lia Valls, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisadora associada da FGV Ibre, essa capacidade de adaptação fortalece o Brasil nas negociações comerciais. “Isso não significa, porém, que a negociação com os EUA não seja extremamente importante. O mercado americano continua relevante, embora o efeito do tarifaço, talvez, seja menor do que se esperava. Isso dá estofo maior para o Brasil na negociação”, afirmou.

Em meio às tensões comerciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Trump no fim de outubro, na Malásia, para discutir alternativas que reduzam o impacto das tarifas sobre os produtos brasileiros. Apesar da queda de 24,9% nas exportações totais aos EUA entre agosto e outubro, a ampliação das vendas a outros mercados evidencia a resiliência e a competitividade do setor exportador nacional diante das políticas protecionistas americanas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

Inflação desacelera em outubro e registra menor taxa em 27 anos

Energia elétrica e artigos domésticos ajudaram a conter a inflação, que teve a menor alta desde maio, fechando o IPCA registrado em outubro em 0,009%

Brasília (DF) - 12/02/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de apenas 0,09% em outubro, mostrando desaceleração da inflação no país. O resultado representa queda de 0,39 ponto percentual em relação a setembro, quando o índice havia sido de 0,48%. No acumulado de 2025, o IPCA soma alta de 3,73%, e em 12 meses, o avanço é de 4,68%, abaixo dos 5,17% do período anterior. O resultado também é o menor para um mês de outubro desde 1998, quando chegou a 0,02%.

De acordo com o IBGE, esta é a menor variação mensal desde maio, quando a taxa ficou em 0,03%. Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram queda: Artigos de residência (-0,34%), Habitação (-0,30%) e Comunicação (-0,16%). Entre as altas, destacaram-se Vestuário (0,51%) e Alimentação e bebidas (0,01%).

⊛ Energia elétrica puxa queda em Habitação

A queda de 0,30% no grupo Habitação foi impulsionada pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial, o maior impacto negativo do mês (-0,10 ponto percentual). O recuo reflete a mudança da bandeira tarifária, que passou da vermelha patamar 2 — com cobrança adicional de R$ 7,87 por 100 kWh — para a vermelha patamar 1, com acréscimo menor, de R$ 4,46.

Houve reajustes nas tarifas em várias capitais: Goiânia (+19,56%), Brasília (+11,21%) e parte de São Paulo (+16,05%). Mesmo com a queda de outubro, a energia elétrica acumula alta de 13,64% no ano e impacto de 0,53 ponto percentual no índice.

⊛ Vestuário e serviços pessoais registram avanço

O grupo Vestuário apresentou a maior variação positiva (0,51%), com destaque para os calçados e acessórios (0,89%) e roupas femininas (0,56%). Em Despesas pessoais, a alta foi de 0,45%, influenciada pelo aumento de 0,52% no empregado doméstico e de 1,97% nos pacotes turísticos.

O grupo Saúde e cuidados pessoais exerceu o maior impacto individual, com avanço de 0,41%, puxado pelos artigos de higiene (0,57%) e pelos planos de saúde (0,50%).

⊛ Transportes e alimentação têm leve variação

O setor de Transportes subiu 0,11%, refletindo o aumento nas passagens aéreas (4,48%) e nos combustíveis (0,32%). O óleo diesel foi o único item em queda (-0,46%), enquanto etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%) tiveram alta.

No grupo Alimentação e bebidas, a variação foi quase nula (0,01%). A alimentação no domicílio caiu 0,16%, com destaque para o arroz (-2,49%) e o leite longa vida (-1,88%). Em contrapartida, a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%) subiram. Já a alimentação fora de casa acelerou de 0,11% para 0,46%.

⊛ Goiânia tem maior alta regional

Entre as regiões pesquisadas, Goiânia apresentou a maior variação (0,96%), impulsionada pela alta da energia elétrica (6,08%) e da gasolina (4,78%). As menores taxas foram registradas em São Luís e Belo Horizonte (-0,15%), influenciadas pela queda nos combustíveis e na energia.

⊛ INPC também desacelera em outubro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, subiu apenas 0,03% em outubro. No acumulado de 2025, o índice chega a 3,65%, e em 12 meses, a 4,49%, abaixo dos 5,10% anteriores.

Assim como no IPCA, Goiânia teve a maior alta (0,92%) e Belo Horizonte a menor (-0,21%). Os alimentos ficaram estáveis, enquanto os itens não alimentícios passaram de 0,80% em setembro para 0,04% em outubro.

Fonte: Brasil 247

Moraes manda RJ entregar imagens das câmeras e laudos das 121 vítimas da chacina


Alexandre de Moraes, Cláudio Castro e coronel Marcelo Menezes durante visita ao Centro Integrado de Comando e Controle. Foto: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (10) que o governo do Rio de Janeiro preserve todas as imagens das câmeras corporais dos policiais e envie à Corte os laudos de autópsia das 121 pessoas mortas durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão. A medida inclui também a entrega dos relatórios de inteligência que embasaram a ação.

Na decisão, Moraes estendeu a ordem ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), ao Ministério Público e à Defensoria Pública. O MP deverá enviar os laudos e relatórios elaborados por sua perícia técnica independente, enquanto a Defensoria precisará informar se as famílias das vítimas estão recebendo o acompanhamento necessário.

O TJ-RJ foi orientado a repassar informações sobre os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos, além dos resultados das audiências de custódia realizadas após a operação. Moraes destacou que é preciso esclarecer o número de mandados efetivamente expedidos e cumpridos durante a ação policial.

Corpos enfileirados em rua do Rio de Janeiro após operação policial mais letal da história da cidade. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

A decisão ocorre no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, que estabelece parâmetros para operações policiais no Rio de Janeiro. O ministro é o relator provisório do processo, que tramita no STF desde 2020 e busca garantir controle e transparência nas ações de segurança pública no estado.

Na semana anterior, Moraes já havia determinado a abertura de um inquérito para investigar a atuação de grupos do crime organizado no Rio e suas possíveis conexões com agentes públicos. A investigação está sob responsabilidade da Polícia Federal e tramita de forma sigilosa.

A megaoperação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes e resultou na morte de 121 pessoas. O governo do Rio afirma que a ação tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho. A Defensoria e entidades de direitos humanos questionam a legalidade e a proporcionalidade do uso da força durante a intervenção.

Fonte: DCM

Suzane von Rochthofen viraliza em seriado, ganha 100 mil seguidores e agradece o aumento de vendas em sua loja

Perfis nas redes, ex-detenta afirma que cuida sozinha do atendimento e da produção dos chinelos personalizados que comercializa

      Suzane von Richthofen (Foto: Reprodução)

Condenada pelo assassinato dos pais, Suzane von Richthofen utilizou as redes sociais no domingo (9) para agradecer o marco de 100 mil seguidores em sua conta profissional no Instagram, dedicada à venda de produtos artesanais.

A marca “Su Entrelinhas”, criada por Suzane em Angatuba (SP), comercializa chinelos feitos à mão, customizados com brilhos, pedrarias e outros detalhes. O negócio ganhou projeção após sua transição para o regime aberto, em 2023, e hoje é mantido e divulgado diretamente por ela, sem equipe ou assessoria.

Nos Stories, Suzane compartilhou um texto de agradecimento diante do aumento da demanda. “Gratidão imensa a todos que estão mandando mensagem no WhatsApp! O carinho e a procura têm sido tão grandes que eu ainda não consegui responder todo mundo – mas podem ter certeza: todas as mensagens serão respondidas”, escreveu.

Ela também reforçou que administra todas as etapas da operação, desde o contato com clientes até a entrega das encomendas. “Sou eu mesma que cuido de cada atendimento, com todo amor e atenção, por isso às vezes posso demorar um pouquinho. Obrigada de coração pela paciência, pela compreensão e por estarem comigo. Com carinho, Su Entrelinhas”, afirmou.

● Negócio em expansão

O perfil profissional de Suzane passou a reunir imagens dos produtos, depoimentos de compradores e bastidores da produção artesanal. Com o aumento da visibilidade, as encomendas se multiplicaram, o que, segundo ela, tem exigido mais organização e dedicação integral ao empreendimento.

Além da atividade comercial, Suzane também cursa direito e vive com o marido, o médico Felipe Zecchini Muniz, com quem teve um filho em janeiro de 2024.

● Condenação e cumprimento de pena

Condenada em 2006 a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, Manfred e Marisa von Richthofen, crime ocorrido em 2002, Suzane cumpriu duas décadas em diferentes regimes até obter o direito ao regime aberto. O homicídio foi planejado com o então namorado, Daniel Cravinhos, e com o irmão dele, Cristian, que também respondem em liberdade atualmente.

A vida pública de Suzane após a prisão permanece alvo de debates, mas, nas redes, ela tenta reforçar sua atuação como artesã e empreendedora. Com o novo alcance digital, a expectativa é de que o negócio siga em expansão, impulsionado pelo grande volume de seguidores.

Fonte: Brasil 247

Protestos em 9 capitais repudiam projeto que restringe aborto legal para meninas vítimas de estupro

Manifestantes criticam iniciativa aprovada pela Câmara que revoga norma do Conanda e dificulta acesso de menores de 14 anos ao aborto legal

     Ato contra o Projeto de Lei (PL) 1.904/24 (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Ao menos nove capitais brasileiras registram, nesta terça-feira (11), manifestações contra o projeto de decreto legislativo (PDL) 3/2025, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada. O texto, que recebeu 317 votos favoráveis e 111 contrários, busca derrubar uma resolução do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) que estabelece diretrizes para o atendimento de meninas e adolescentes vítimas de violência sexual, informa a Folha de S.Paulo.

A proposta segue agora para análise do Senado e tem sido amplamente criticada por organizações de defesa dos direitos das mulheres e da infância. De acordo com o Conanda, a resolução 258, aprovada em dezembro de 2024, define o fluxo de atendimento e assegura o acesso ao aborto legal a menores de 14 anos estupradas. No Brasil, a interrupção da gravidez é permitida por lei em casos de estupro, risco de vida para a gestante e anencefalia fetal.

Os atos, organizados por movimentos feministas e frentes estaduais pela legalização do aborto, denunciam o que consideram um retrocesso grave na garantia de direitos das meninas vítimas de violência sexual. “Infelizmente aprovaram a urgência [do projeto] e, na sequência, o mérito na Câmara, apesar de ser um projeto que fere a legislação brasileira”, afirmou Laura Molinari, representante da organização Nem Presa Nem Morta, em entrevista à Folha.

Molinari destacou ainda que a campanha Criança Não é Mãe tem se mobilizado contra o PDL desde setembro, quando enviou uma carta aos deputados e lançou uma petição pública no change.org, que já ultrapassa 45 mil assinaturas.

Apelidado por críticos de “PDL da pedofilia”, o texto tem sido considerado um ataque direto às políticas públicas de proteção à infância. Segundo o Ministério da Saúde, em 2023, quase 14 mil meninas com menos de 14 anos deram à luz no país, enquanto apenas 154 tiveram acesso ao aborto legal — um dado que evidencia, segundo as entidades, a dificuldade de aplicação da lei mesmo antes da aprovação do projeto.

As manifestações ocorrem em diferentes horários e locais pelo país: na Cinelândia (Rio de Janeiro), às 17h; na praça Sete (Belo Horizonte), às 17h30; em frente ao Terminal Integrado do Centro (Florianópolis), às 17h; na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Vitória), às 18h30; e na Esquina Democrática (Porto Alegre), às 18h. Em São Paulo, o ato está previsto para as 18h30, com local ainda não divulgado. Outras mobilizações acontecem em Recife, Belém e Curitiba.

O movimento nacional, articulado por coletivos feministas e organizações de direitos humanos, pede que o Senado rejeite o projeto e mantenha as garantias previstas na resolução do Conanda. Para os manifestantes, o PDL 3/2025 representa uma tentativa de criminalizar profissionais de saúde e impor barreiras ilegais a meninas vítimas de estupro, violando convenções internacionais das quais o Brasil é signatário.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

"Não aceitarei restrição da atuação da PF", diz diretor-geral

Governo vê “PEC da Blindagem 2.0” em modificações feitas por Derrite no PL Antifacção

     Andrei Rodrigues (Foto: PF/Divulgação)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que não admitirá qualquer interferência política ou tentativa de enfraquecer as competências da instituição. Em entrevista a Daniela Lima, do UOL, Rodrigues declarou que pretende defender a autonomia da PF diante de alterações propostas no projeto de lei de combate a facções criminosas, o chamado PL Antifacção.

O diretor foi enfático ao dizer: “Enquanto dirigente máximo do órgão, não vou aceitar nenhuma diminuição de competência ou restrição de atuação da PF”. A manifestação ocorre após o deputado federal e ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), relator do texto na Câmara, modificar trechos do projeto original enviado pelo governo Lula (PT).

As mudanças feitas por Derrite condicionam a atuação da Polícia Federal em casos relacionados ao narcotráfico e às milícias à solicitação prévia dos governadores. Para a cúpula da PF, essa redação limitaria novas operações e poderia até comprometer investigações em curso.

A reação do governo foi imediata. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir estratégias contra o avanço do projeto no Congresso. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou a proposta como “a maior operação já tentada para afastar a PF das investigações sobre o crime organizado”. O PT decidiu também entrar no debate institucionalmente e produzir uma campanha publicitária criticando o texto, chamando-o de “blindagem para os criminosos”.

Derrite, que voltou temporariamente à Câmara para relatar o projeto, afirmou estar elaborando uma nova versão para evitar ruídos e negou qualquer intenção política na redação. Tanto ele quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), procuraram o Ministério da Justiça e a PF para tentar apaziguar as críticas.

Apesar da tentativa de revisão, o novo esboço do PL Antifacção ainda é visto com desconfiança. A proposta determina que a PF comunique autoridades estaduais sobre a abertura de investigações, o que, segundo especialistas, comprometeria o sigilo das ações. Além disso, o texto redefine a competência judicial, mantendo a análise dos casos em tribunais estaduais — algo considerado por técnicos do Ministério da Justiça como uma tentativa de restringir o alcance federal das apurações.

Fontes da corporação afirmaram que não há precedentes de um ataque tão direto às atribuições da Polícia Federal. O temor é que a medida impeça o avanço de investigações sobre o crime organizado e sobre o desvio de recursos de emendas parlamentares.

As alterações no PL serão tratadas pelo governo como uma tentativa de instaurar uma “PEC da Blindagem 2.0”, expressão usada para descrever manobras legislativas que poderiam travar operações policiais contra políticos suspeitos de envolvimento com esquemas criminosos.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Derrite muda parecer, mas segue protegendo o crime organizado, diz Lindbergh

Líder do PT afirma que alterações no PL Antifacção são cosméticas e mantêm tentativa de controle político sobre a PF, que divulga nota contra o texto

Lindbergh Farias e Guilherme Derrite (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados | Mario Agra/Câmara dos Deputados)


O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, criticou duramente o novo parecer do relator Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o chamado PL Antifacção. Segundo ele, as mudanças apresentadas pelo relator “não alteram em nada a essência autoritária do texto”, que, em sua avaliação, “segue atacando a Polícia Federal e tentando transformá-la em refém de interesses políticos”.

“É um texto feito para domesticar a PF e isso é inegociável”, afirmou Lindbergh. O parlamentar usou a célebre frase de Lampedusa — “algo deve mudar para que tudo continue como está” — para ilustrar o que considera uma manobra do relator. “A PF só pode agir se houver solicitação estadual ou, pasmem, se agir por iniciativa própria, precisa avisar antes, como se pedisse autorização. Estão com medo de uma operação surpresa?”, questionou.

● Blindagem ao crime organizado

Lindbergh também alertou para o que descreve como uma tentativa de “blindar o crime organizado” dentro do parecer. O texto de Derrite, segundo ele, equipara todas as organizações criminosas — facções, milícias, tráfico e grupos paramilitares — ao terrorismo. Para o líder do PT, essa manobra tem um propósito claro: impedir investigações e proteger aliados políticos.

“Por trás disso está o braço político do crime, interessado em proteger agentes, contratos e emendas que a Operação Carbono Oculto começou a revelar”, afirmou. “A matança de anônimos virou cortina de fumaça para esconder a aliança entre o poder e o crime. O Brasil não vai aceitar esse golpe de impunidade!”, concluiu.

● PF alerta para retrocesso institucional

A crítica de Lindbergh ganhou respaldo institucional com a divulgação de uma nota oficial da Polícia Federal, que manifestou preocupação com o relatório de Derrite e seus efeitos sobre o combate ao crime organizado.

Nota oficial da Polícia Federal – A Polícia Federal acompanha com preocupação as alterações produzidas pelo relatório sobre o Projeto de Lei Antifacção, atualmente em debate no Congresso Nacional.A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, tem como objetivo endurecer o combate ao crime e fortalecer as instituições responsáveis pelo enfrentamento às organizações criminosas.

Entretanto, o texto em discussão no Parlamento ameaça esse propósito ao introduzir modificações estruturais que comprometem o interesse público.Pelo relatório apresentado, o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime — especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance — poderá sofrer restrições significativas. A execução de operações pela Polícia Federal dependeria de solicitação do governo estadual da região investigada, o que constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado.

Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações, representando um verdadeiro retrocesso no enfrentamento aos crimes praticados por organizações criminosas, como corrupção, tráfico de drogas, desvios de recursos públicos, tráfico de pessoas, entre outros.

É importante ressaltar que, em agosto, a Polícia Federal realizou a maior operação contra o crime organizado da história do país. Pelas regras propostas no relatório em discussão, operações como essa estariam sob ameaça de não ocorrerem ou de terem seus efeitos severamente limitados.

A Polícia Federal reafirma que continuará defendendo suas atribuições constitucionais e a preservação da sua autonomia funcional, a fim de garantir o cumprimento da lei e a defesa da sociedade brasileira.

● Contexto do PL Antifacção

O Projeto de Lei Antifacção, apresentado sob o argumento de fortalecer o combate às organizações criminosas, tornou-se um dos temas mais controversos do Congresso. Juristas e parlamentares da base do governo alertam que o texto, na forma como foi reformulado, amplia o risco de politização das forças de segurança e reduz a autonomia da Polícia Federal em investigações de caráter interestadual ou de grande repercussão.

Com as críticas crescentes, tanto da PF quanto de lideranças políticas como Lindbergh Farias, cresce a pressão para que o Parlamento rejeite o parecer de Derrite e preserve o papel constitucional da Polícia Federal como instituição de Estado, independente e essencial ao combate ao crime organizado no país.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro completa 100 dias em prisão domiciliar

Ex-mandatário cumpre medidas cautelares impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica

Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, em Brasília - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Jair Bolsonaro (PL) completa nesta terça-feira (11) 100 dias em prisão domiciliar. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e impõe uma série de restrições ao ex-mandatário, incluindo a proibição de usar celular e manter contato com outros investigados. As informações são da CNN Brasil.

A prisão domiciliar foi decretada após Bolsonaro descumprir medidas judiciais vinculadas ao inquérito que investiga a atuação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em ataques ao sistema Judiciário. O parlamentar foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e o episódio levou Moraes a impor as restrições atuais ao ex-presidente.

◉ Medidas não estão ligadas à condenação por tentativa de golpe

As determinações impostas a Bolsonaro não se relacionam diretamente à sua condenação de 27 anos e três meses de prisão pelo STF, sob a acusação de liderar um plano de golpe de Estado. Mesmo assim, a defesa do ex-presidente estuda pedir que o período de prisão domiciliar seja considerado para abatimento da pena no futuro.

Desde a condenação, em 13 de outubro, a defesa tentou, sem sucesso, revogar as medidas cautelares. Moraes rejeitou o pedido, afirmando que a manutenção da prisão domiciliar é “necessária e adequada” diante do risco de fuga e da gravidade dos atos atribuídos ao ex-presidente.

◉ Restrições e monitoramento

Durante o período de prisão domiciliar, Bolsonaro deixou sua residência três vezes para atendimento médico — duas com autorização judicial e uma em caráter emergencial. Fora essas situações, ele só pode receber visitas mediante permissão expressa de Moraes. Entre os visitantes, estão aliados políticos e um grupo de oração que se reúne semanalmente às quartas-feiras.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está impedido de acessar redes sociais, frequentar embaixadas ou consulados, e manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras. Também é vedado o uso de qualquer canal indireto de comunicação, inclusive por intermédio de terceiros.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil