domingo, 3 de agosto de 2025

Lula cobra PT por mais cadeiras no Congresso em 2026


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, neste domingo, o Partido dos Trabalhadores (PT) para que a sigla por mais representantes no Congresso Nacional. A fala ocorreu durante o encontro nacional da legenda, em Brasília. Foto: Reprodução

Durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do PT neste domingo (3), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do partido um desempenho mais expressivo nas eleições de 2026, especialmente na formação de uma base sólida no Congresso Nacional. Segundo ele, o PT elegeu apenas 70 deputados em 2022, número insuficiente para sustentar os projetos do governo. “Se nós fossemos bons, como pensamos que somos, teríamos mais de 100 deputados”, disse Lula.

O presidente enfatizou que, sem maioria parlamentar, seu governo depende de articulação e concessões para aprovar projetos como a reforma tributária. “Não preciso saber se o presidente da Câmara gosta de mim, preciso saber que ele é presidente de uma instituição e que eu preciso mais dele do que ele de mim”, afirmou, destacando a importância da negociação política. Lula também criticou as divisões internas no partido, citando desentendimentos em diretórios estaduais como entrave à unidade.

O evento também serviu como palco para o retorno de figuras históricas do partido. José Dirceu, condenado no escândalo do mensalão, foi ovacionado e é cotado para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Lula celebrou a presença do ex-ministro e de Delúbio Soares, também condenado e agora pré-candidato. “Estou feliz com a volta do Dirceu à direção nacional”, afirmou o presidente.

Lula durante discurso em evento do PT. Foto: Reprodução

As recentes tensões com os Estados Unidos também foram abordadas. Após o anúncio de um tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros, a ministra Gleisi Hoffmann atacou a família Bolsonaro, especialmente Eduardo Bolsonaro, acusado de conspirar contra autoridades brasileiras nos EUA. “Temos que lutar ainda pela soberania. Uma gente traidora que tentou dar um golpe e agora quer um golpe continuado”, disse.

Edinho Silva, ex-ministro da Secom e dirigente de campanhas de Lula, foi oficializado como novo presidente nacional do PT. Sua escolha reflete o desejo do Planalto de alinhar a atuação partidária com a estratégia de governo. O objetivo é fortalecer a base parlamentar e ampliar a presença digital da legenda, com foco no engajamento popular e mobilização nas redes.

Com cerca de mil delegados reunidos desde sexta-feira, o PT discutiu diretrizes políticas e organizacionais para 2026. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária e liderada por Lula, manteve o controle do Diretório Nacional. O partido pretende ampliar seu alcance com campanhas populares e digitalização da militância, visando consolidar um projeto de governo com maioria legislativa.

Fonte: DCM

61% rejeitam candidatos que defendem anistia a Bolsonaro, diz Datafolha


Jair Bolsonaro, ex-presidente e réu por tentativa de golpe de Estado. Foto: reprodução

Uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (3) revela que 61% dos brasileiros não votariam em candidatos que defendem anistiar Jair Bolsonaro (PL) por sua tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O levantamento mostra um desgaste crescente na imagem do ex-presidente, inclusive entre eleitores de direita. A rejeição à anistia é ampla entre mulheres (67%), jovens de 16 a 24 anos (67%) e moradores do Nordeste (70%).

Realizado nos dias 31 de julho e 1º de agosto, o levantamento ouviu 2.016 eleitores em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa ainda indica que apenas 26% aceitariam votar em quem defende livrar Bolsonaro das consequências jurídicas dos atos de 8 de janeiro. Outros 12% disseram que “talvez” votassem em um candidato com essa bandeira.

A rejeição à defesa de Bolsonaro ocorre num momento em que parlamentares bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), intensificam a pressão pela aprovação de uma anistia aos envolvidos nos ataques golpistas ao STF, Congresso e Palácio do Planalto. Essa pauta, no entanto, parece perder tração diante da impopularidade e dos custos eleitorais associados à defesa do ex-presidente.

Tarcísio de Freitas ao lado de Bolsonaro, em ato a favor de anistiar os presos de 8 de janeiro. Imagem: reprodução
Entre os potenciais candidatos mais ligados ao bolsonarismo estão Tarcísio de Freitas (Republicanos), Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), que têm tentado se equilibrar entre o apoio ao bolsonarismo e a construção de uma imagem mais institucional. O Datafolha indica que, para conquistar o eleitorado mais amplo, será necessário se distanciar das pautas mais radicais.

O próprio Bolsonaro enfrenta sanções da Justiça, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair de casa aos fins de semana, por conta da investigação sobre a trama golpista. A mobilização bolsonarista em defesa do ex-presidente, como os atos realizados no dia 3 de agosto: tem tido adesão abaixo do esperado, com presença esvaziada inclusive em São Paulo, principal reduto eleitoral do grupo.

Com esse cenário, cresce a pressão sobre os aliados de Bolsonaro para repensar a estratégia de campanha para 2026. Apoiar publicamente a impunidade do ex-presidente pode representar um fardo político. A pesquisa mostra que o centro e a esquerda podem explorar esse desgaste, enquanto nomes da direita terão que calcular até onde vale manter a lealdade a Bolsonaro.

Fonte: DCM

Bolsonaro amarga atos esvaziados após traição da pátria por Eduardo e vê prisão na esquina


      Avenida Paulista durante ato pró-Bolsonaro. Foto: Reprodução

Os atos bolsonaristas realizados neste domingo (3) em ao menos 15 capitais confirmaram o que se tornava cada vez mais evidente: Jair Bolsonaro perdeu a força nas ruas e o apoio de setores que antes o sustentavam.

Sem o ex-presidente, obrigado a permanecer em casa com tornozeleira eletrônica, e sem seus filhos ou aliados de peso, as manifestações foram esvaziadas e simbolizaram a marcha fúnebre de um líder em desintegração política.

Convocados após as medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes e pelo tarifaço de Donald Trump, os protestos tinham como objetivo “marcar posição” contra o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula.

Mas o que se viu foi um retrato da fadiga do bolsonarismo: praças vazias e pouca presença popular. Apenas os velhos brancos de sempre. Na Avenida Paulista, a expectativa de multidão virou decepção. Sem telão, sem fala de Bolsonaro, restaram bonecos infláveis de Lula e Moraes e discursos ressentidos, como o do pastor Silas Malafaia – todo o público presente não chegou a ocupar mais que três quarteirões.

O maior derrotado do dia, no entanto, foi Eduardo Bolsonaro. Traidor da pátria em meio às articulações por sanções contra o Brasil nos EUA, o deputado se tornou o rosto de um protesto fracassado, onde nem mesmo os aliados quiseram aparecer.

Além do esvaziamento popular, chamou atenção a ausência quase total de figuras políticas de peso. Nenhum governador compareceu aos atos, e até mesmo parlamentares bolsonaristas mais ativos evitaram exposição. A mobilização ficou restrita a figuras como Malafaia, que ensaiaram discursos inflamados sem eco nas ruas. A falta de presença institucional realça o isolamento crescente do grupo, que não conseguiu atrair nem prefeitos de grandes cidades nem lideranças estaduais dispostas a vincular suas imagens a um movimento em franca decadência.

Nos bastidores, o Republicanos já fala abertamente em afastamento. Prefeitos e lideranças do interior paulista relataram dificuldades para encher ônibus e admitiram que a adesão caiu para um terço do que foi em fevereiro de 2024. A estratégia de cooptar evangélicos nas igrejas ainda funcionou em parte das cidades, mas o esvaziamento geral indica que o bolsonarismo perdeu seu fôlego.

É a coroação de sua louca cavalgada nos EUA: encenar o velório político do próprio pai, cada vez mais perto da cadeia.

Fonte: DCM

Nikolas ataca Moraes e exibe Bolsonaro por vídeo em ato que pode gerar prisão preventiva

Nikolas durante discurso no ato deste domingo (3). Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu por chamada de vídeo em manifestação na Avenida Paulista neste sábado (3), após ser acionado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante discurso no carro de som.

A cena foi transmitida ao vivo para os manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal e em apoio ao ex-mandatário. Bolsonaro não poderia estar fisicamente presente no evento: ele está proibido de participar de atos públicos por decisão judicial.

A restrição faz parte de uma série de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito das investigações que envolvem Bolsonaro em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Entre as condições impostas pelo Supremo estão a proibição de contato com outros investigados, uso limitado das redes sociais e, especialmente, a proibição de organizar, convocar ou participar de manifestações públicas — o que incluiria qualquer aparição em atos de rua.

A participação por vídeo não estava prevista de forma explícita nas decisões, mas pode ser analisada pelo Judiciário como uma forma indireta de infringir as restrições.

Segundo juristas ouvidos pela reportagem, o gesto pode ser interpretado como uma tentativa de manter influência política sobre manifestações potencialmente antidemocráticas.

“Quando o investigado participa, ainda que virtualmente, de um ato político de rua com pautas contra as instituições, o Judiciário pode avaliar se isso configura descumprimento de medida cautelar. Vai depender da interpretação sobre a intencionalidade e o conteúdo da fala”, afirmou um professor de Direito Penal, sob anonimato.

A manifestação em São Paulo fez parte de uma mobilização nacional convocada por lideranças bolsonaristas. Houve atos semelhantes em pelo menos 15 capitais, como Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Belém e Porto Alegre.

Nas ruas, cartazes pediam a prisão de ministros do Supremo e exaltavam Donald Trump. Em Belém, Michelle Bolsonaro chamou Lula de “mentiroso e irresponsável”. No Rio, um sósia de Bolsonaro apareceu usando uma tornozeleira eletrônica, em alusão às investigações que envolvem o ex-presidente.

A chamada de vídeo na Paulista coloca o foco novamente sobre o cumprimento das medidas impostas a Bolsonaro. O Supremo pode ser provocado pela Procuradoria-Geral da República ou por partidos políticos para avaliar se houve quebra das restrições. Caso se entenda que a participação virtual teve caráter de incitação ou mobilização, pode haver novas sanções — inclusive o pedido de prisão preventiva, caso se identifique risco de obstrução da Justiça ou continuidade delitiva.

Fonte: DCM

Sem classe, Michelle Bolsonaro usa palanque para atacar Lula com xingamentos e teorias delirantes


     Michelle Bolsonaro durante ato em Belém (PA) – Foto: Reprodução

Michelle Bolsonaro (PL) partiu para a ignorância: chamou o presidente Lula (PT) de “cachaceiro sem-vergonha” durante ato bolsonarista neste domingo (3), em Belém (PA). Em cima de um carro de som, ela proferiu ataques ao governo e afirmou que o presidente “não é macho para assumir as suas falas”.

A ex-primeira-dama foi além no seu delírio e falta de compostura: acusou o chefe de Estado brasileiro de “mandar nossas riquezas para fora” e de manter “aliança com comunistas e ditadores”. Ela também o chamou de “irresponsável” e “mentiroso”, destacando que “isso não vamos aceitar”.

Sobrou também para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Michelle citou a mudança de postura do PT em relação ao ministro Alexandre de Moraes, nomeado ao STF pelo ex-presidente Michel Temer. “Hoje eles o enxergam como aliado”, disse.

A escolha da ex-primeira-dama por Belém, e não pela avenida Paulista, gerou incômodo entre bolsonaristas. Parte do grupo mais próximo de Bolsonaro queria que ela estivesse no principal ato do dia, em São Paulo, considerado o mais simbólico da mobilização.

A ausência foi vista por alguns como “teimosia” ou “birra”, enquanto outros minimizaram, alegando que sua presença em qualquer estado já cumpria um papel relevante.

A assessoria da ex-primeira-dama divulgou nota para justificar a decisão. Segundo o comunicado, ela já tinha agenda marcada em Marabá (PA), onde participou de um evento do PL Mulher, e aproveitou para integrar o protesto em Belém. O texto ainda ressalta que as manifestações ocorrem em todos os estados e que outras figuras importantes do partido estariam na Paulista.

Fonte: DCM

Lula diz que Brasil 'já não depende tanto dos EUA', afirma que Trump 'extrapolou' e vê tarifaço por Bolsonaro como 'inaceitável'

“Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável”, afirma Lula, lembrando o papel dos EUA no Brasil: "já deram golpe aqui"

       Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/YouTube/PT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a elevar o tom neste domingo (3) contra a tentativa de interferência externa na economia brasileira promovida pelo clã Bolsonaro junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante discurso no evento nacional do PT, Lula condenou o que chamou de 'tarifaço político' contra o Brasil e afirmou que o país já não depende como antes da potência norte-americana para crescer e se posicionar no mundo.

“Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável”, afirmou Lula, em crítica direta à articulação de setores bolsonaristas com Trump. “Acho que o presidente da República pode taxar o que quiser. Mas ele [Trump] extrapolou os limites. Ele quer acabar com o multilateralismo. Ele quer a volta da negociação país por país”, disse.

Lula acusou Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de atuar contra os interesses nacionais ao renunciar ao mandato parlamentar para, segundo ele, “lamber as botas” do presidente dos EUA em troca de anistia para Jair Bolsonaro (PL). “Você veja que tem um cara que fazia campanha abraçado na bandeira nacional e agora está indo nos Estados Unidos se abraçar à bandeira americana para pedir para o Trump fazer taxação nos produtos brasileiros para dar anistia para o pai dele. É a excrescência da excrescência política”, disparou. “Eles estão traindo o povo brasileiro".

Ao abordar o atual papel do Brasil na geopolítica mundial, Lula destacou que o país diversificou suas relações comerciais e já não é tão dependente de Washington como no passado. “O Brasil hoje não é tão dependente quanto já foi dos Estados Unidos. O Brasil hoje tem uma relação comercial muito ampla no mundo inteiro. A gente está muito mais tranquilo do ponto de vista econômico”, declarou.

Apesar das críticas, o presidente reforçou a importância da diplomacia e disse estar aberto ao diálogo com os EUA, desde que em condições de igualdade. “Obviamente eu não vou deixar de compreender a importância da relação diplomática com os Estados Unidos. Não vou esquecer que eles também já deram um golpe aqui. Ajudaram a dar um golpe. Mas o que eu quero saber é daqui para frente".

Lula defendeu uma política internacional soberana e o fortalecimento do multilateralismo. “Não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com outros países. Eu não preciso ficar subordinado ao dólar”, afirmou, lembrando que iniciativas semelhantes já haviam sido feitas em 2004 com a Argentina.

O presidente também fez questão de se diferenciar do radicalismo bolsonarista, dizendo que o Brasil não deseja confrontos. “Eu vou continuar daquele mesmo jeito: eu não estou disposto a brigar, nem com o Uruguai, nem com o Paraguai, nem com a Venezuela, nem com a Bolívia, nem com a Nicarágua e com ninguém. Esse país é um país de paz”, frisou. “Agora, não pensem que temos medo. Não pensem".

Por fim, Lula criticou o uso de símbolos nacionais por setores da extrema direita e defendeu sua retomada pela população brasileira. “Vamos resgatar a bandeira nacional para o povo brasileiro. Vamos resgatar a camiseta da seleção brasileira para o povo brasileiro. Não é possível que fascistas, nazistas fiquem desfilando com as cores nacionais, contando mentiras e traindo a pátria".

Fonte: Brasil 247

Lula diz que Brasil 'assusta quem se acha dono do mundo' e afirma ter 'limite de briga' com os EUA

Presidente destaca avanços da política externa brasileira e defende relação diplomática equilibrada com os Estados Unidos

    Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil vem incomodando potências globais ao adotar uma postura altiva e ativa na política externa e que sua gestão tem limites no confronto com os Estados Unidos. A declaração foi feita em evento do PT neste domingo (3) .

“É muito difícil para um partido de esquerda, como nós defendemos vários princípios, quando a gente vai anunciar uma coisa boa, as pessoas estão sempre cobrando aquilo que falta”, disse Lula. Segundo ele, há uma cobrança constante por posições mais radicais, o que, para um governo, não é viável. “O governo tem que fazer o que pode fazer".

Ao comentar a atual tensão envolvendo a taxação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, Lula foi direto: “Eu tenho um limite de briga com o governo americano. Eu não posso falar tudo que eu acho que devo falar. Eu tenho que falar o que eu acho que é possível falar. Acho que temos que fazer o que é necessário".

O presidente citou uma frase que, segundo ele, orienta sua visão de política externa: “A coisa que me norteia é a frase do Chico Buarque: eu gosto do PT porque não fala fino com os Estados Unidos e não fala grosso com a Bolívia. A gente fala em igualdade de condições com os dois. Essa que é a lógica da política".

Lula também destacou os avanços do Brasil no cenário internacional desde o início de seu terceiro mandato, ressaltando a abertura de novos mercados e o reconhecimento crescente do país. “Sabe quantos mercados abrimos em apenas dois anos e meio? 398 novos mercados para os produtos brasileiros”, disse.

Para ele, a imagem do Brasil mudou radicalmente. “A nossa volta à Presidência desse país foi como se a gente tivesse aberto um portão grande, onde todo mundo quer conversar com o Brasil e o Brasil quer conversar com todo mundo. E quem viaja o mundo sabe qual é a respeitabilidade do Brasil lá fora".

O presidente citou eventos internacionais organizados pelo país, como a reunião do G20, o encontro do BRICS e a futura Conferência do Clima (COP), para sustentar sua tese de que o protagonismo brasileiro incomoda setores que tradicionalmente dominam a cena geopolítica mundial.

“Isso começa a assustar as pessoas que acham que são donas do mundo. ‘Como que aparece um país que até ontem era tratado como uma republiqueta de bananas querendo falar grosso? Querendo dizer que é preciso criar uma moeda de comércio para não ficar dependendo do dólar? Como aparece um país que fica ousando a desafiar a grande potência?’”, questionou. E concluiu: “Nós não queremos desafiar. Nós apenas queremos dizer: ‘eu quero passar’. É só isso".

Fonte: Brasil 247

'Vetei porque não é disso que o Brasil precisa', diz Lula sobre aumento do número de deputados

Presidente argumenta que proposta contraria o interesse público

       Lula (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)

Durante evento do PT realizado neste domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou publicamente sua decisão de vetar o projeto que aumentaria de 513 para 531 o número de deputados federais na Câmara. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional em junho, mas recebeu veto integral do chefe do Executivo, publicado no Diário Oficial da União no último dia 17 de julho. Diante da militância petista, Lula reafirmou que o Brasil tem outras prioridades no momento.

“Alguns companheiros do PT não queriam que eu vetasse esse aumento de deputados na Câmara. E eu vetei porque não é disso que o Brasil está precisando, gente. Não é disso que o Brasil está precisando”, declarou. Em tom crítico, o presidente sugeriu que, se houver necessidade de redistribuição de cadeiras baseada no crescimento populacional de estados, isso deve ser feito dentro do limite atual. “Ora, se tem que mudar para se adequar à pesquisa do IBGE, dentro dos 513 a gente tem que adequar. Um estado vai perder um e outro vai ganhar outro. Qual é o problema?”, completou.

Lula também reconheceu que o Congresso pode reverter sua decisão. “Eu vetei e o Congresso tem direito de derrubar meu veto. Vamos ver o que vai acontecer”, afirmou, referindo-se à votação que poderá ocorrer em sessão conjunta de deputados e senadores.

A proposta vetada, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023, previa o aumento do número de cadeiras na Câmara dos Deputados para acomodar a redistribuição populacional apontada pelo Censo de 2022, cumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia fixado prazo até junho deste ano para revisão do número de parlamentares por estado. Para evitar a redução do número de representantes em algumas bancadas estaduais, o Congresso optou por ampliar o total de cadeiras em vez de redistribuí-las dentro do atual limite de 513 vagas.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaristas saem às ruas por anistia e contra Alexandre de Moraes; de tornozeleira, Bolsonaro assiste de casa

Manifestações pediram impeachment de Moraes e anistia a Bolsonaro e aliados

      Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) organizaram manifestações em 62 cidades do país neste domingo (3), em mobilizações que combinaram apoio ao ex-mandatário, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos de anistia a investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o Metrópoles, o próprio Bolsonaro, impedido de sair de casa nos fins de semana por ordem judicial, não compareceu presencialmente, mas participou remotamente por chamadas de vídeo. No Distrito Federal, acompanhou a manifestação transmitida por uma assessora. No Rio de Janeiro, foi representado por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e, em Belém, por sua esposa, Michelle Bolsonaro.

☉ Mobilizações com foco em anistia e crítica ao STF - Em meio às restrições impostas pela Justiça — entre elas o uso de tornozeleira eletrônica —, Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado em 2022. A ação penal, conduzida por Moraes, aponta que o ex-presidente buscava se manter no poder mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Por isso, a anistia defendida nos atos busca livrá-lo de uma eventual condenação, além de beneficiar outros réus do processo e os condenados pelos ataques de 8 de janeiro.

☉ Em Brasília, gritos de apoio e críticas a Moraes - Na capital federal, o protesto ocorreu no Eixão Sul, próximo ao Banco Central, onde a via fica tradicionalmente fechada aos domingos. Sem trio elétrico devido à proximidade do Hospital de Base, carros de som com potência reduzida foram utilizados.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) foi uma das primeiras a discursar:

“A gente sabe que o nosso presidente é um homem inocente, limpo, honesto, patriota. Ele não é bandido para usar tornozeleira. Bandido é o Lula. Essas mulheres e esses homens perseguidos do 8 de janeiro, que estão de tornozeleiras, sofrendo ou até mesmo presos".

Ela concluiu:

“Hoje é o dia de a gente mostrar a nossa garra e o nosso coração. Hoje é o dia de a gente mostrar que o brasileiro tem coragem, é patriota e solidário. Nós estamos juntos. Viva o Brasil".

Outras lideranças políticas marcaram presença, como o senador Izalci Lucas (PL-DF), os deputados distritais Thiago Manzoni (PL) e Pastor Daniel de Castro (PP), além do desembargador aposentado Sebastião Coelho, que chamou Alexandre de Moraes de “criminoso”. A deputada Caroline de Toni (PL-SC) afirmou que a oposição pretende pautar o pedido de anistia no Congresso e também propor o impeachment do ministro.

O ato foi encerrado por volta das 12h40 com a liberação do trânsito pela Polícia Militar.

☉ Flávio Bolsonaro no Rio: “Resgatar a liberdade” - No Rio de Janeiro, a manifestação aconteceu em Copacabana e contou com a participação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que subiu no trio elétrico e afirmou:

“A gente é muito grato pelas pessoas que, mais uma vez, estão nas ruas para lutar pelo país. O que tem acontecido no Brasil é fruto de toda perseguição de Alexandre de Moraes (...). Esse é o momento de resgatar nossa liberdade e buscar a normalidade no Brasil".

O governador Cláudio Castro (PL-RJ) também discursou:

“O único líder mundial hoje que outras nações param o que estão fazendo para defender é Bolsonaro. Nós queremos para presidente da República Bolsonaro. Viva a democracia. E viva a Bolsonaro".

☉ Michelle Bolsonaro em Belém e Carlos Bolsonaro em Santa Catarina - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro optou por participar da manifestação em Belém (PA), evitando o ato principal na Avenida Paulista, em São Paulo. Ela está no Pará desde sexta-feira (1º), cumprindo agenda com o PL Mulher em Marabá.

Já o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, compareceu ao ato em Criciúma. Lá, foi visto ao lado do deputado federal Daniel Freitas (PL-SC), fortalecendo a mobilização regional.

☉ Outras capitais também registraram atos - Em Belo Horizonte, apoiadores se concentraram na Praça da Liberdade, onde o nome do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi constantemente lembrado com agradecimentos. Eduardo está nos Estados Unidos desde março, atuando junto a aliados do presidente Donald Trump e pressionando por sanções a Moraes. Na quarta-feira (30), o ministro do STF foi sancionado sob a Lei Magnitsky, o que repercutiu positivamente entre os manifestantes.

Na capital baiana, Salvador, o ato foi o terceiro consecutivo aos domingos. Realizado no Farol da Barra, foi convocado por deputados do PL-BA e contou com trio elétrico e bandeiras do Brasil. Nos protestos anteriores, os apoiadores também pediram anistia e criticaram decisões do STF.

☉ Av. Paulista - Na Avenida Paulista, o evento teve início às 14h e contou com dois trios elétricos posicionados na esquina com a rua Peixoto Gomide. A manifestação foi organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro.

Sem o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ausente por motivo de saúde, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) decidiu comparecer ao ato.
Fonte: Brasil 247

Congresso retoma debates sobre cassação de Zambelli, isenção do IR e regras para inteligência artificial

Parlamentares voltam do recesso com pautas como restrições ao STF, novo código eleitoral e proposta que amplia isenção do Imposto de Renda

Hugo Motta e Davi Alcolumbre (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

Com o fim do recesso informal de meio de ano, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal retomam na segunda-feira (4) suas atividades legislativas com uma agenda carregada de propostas decisivas. Segundo o g1, entre os temas que dominarão os debates estão a possível cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), a nova faixa de isenção do Imposto de Renda e a regulamentação do uso da inteligência artificial no país.

O semestre legislativo também será marcado por discussões sobre medidas que visam limitar a atuação de partidos no Supremo Tribunal Federal (STF), alterações no Código Eleitoral, além da análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que ainda não foi votada pelo Congresso.

◈ Restrições ao STF em pauta - Um dos temas que deve ganhar força nos próximos meses é a proposta que restringe o número de partidos autorizados a ingressar com ações no STF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já se manifestou favorável à medida, classificando a situação atual como um “problema seríssimo”, já que qualquer sigla pode recorrer à Corte.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deverá ser a primeira a analisar o texto. A proposta limita o acesso ao STF apenas aos partidos que tenham superado a cláusula de barreira, além de alterar os procedimentos de julgamento de ações como ADIs, ADCs, ADOs e ADPFs.

◈ Cassação de Zambelli e outros - Outro ponto sensível da pauta é a tramitação do processo de cassação da deputada licenciada Carla Zambelli. Condenada a 10 anos de prisão pelo STF por envolvimento em ataques cibernéticos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli está detida na Itália, à espera de decisão sobre possível extradição. Em junho, a Câmara aprovou uma licença de 127 dias para a parlamentar, incluindo sete dias por motivo de saúde e outros 120 por interesse pessoal.

A CCJ já recebeu o processo e deve apresentar em breve um cronograma de trabalho. A expectativa é que a análise seja concluída até setembro.

Além de Zambelli, outros parlamentares também estão na mira do Conselho de Ética:

    • André Janones (Avante-MG): acusado de ofensas homofóbicas ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG);
      • Gilvan da Federal (PL-ES): por declarações ofensivas à ministra Gleisi Hoffmann;
       • Glauber Braga (PSOL-RJ): acusado de agressão contra um militante do MBL.

Janones e Gilvan já estão com os mandatos suspensos. No caso de Glauber, o Conselho recomendou a cassação ao plenário, mas a análise foi adiada para este semestre, após acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e aliados do parlamentar.

◈ Nova faixa de isenção do Imposto de Renda - Outro tema prioritário para o governo é a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A proposta prevê isenção para brasileiros que recebem até R$ 5 mil mensais e, segundo o Palácio do Planalto, a expectativa é que as novas regras entrem em vigor até 2026, ano eleitoral.

O projeto, que também inclui descontos progressivos para quem ganha até R$ 7.350, já foi aprovado por uma comissão especial e está pronto para ser votado em plenário na Câmara. Em seguida, seguirá para apreciação no Senado, que promete agilidade na tramitação.

◈ Regulamentação da inteligência artificial - A criação de um marco legal para o uso da inteligência artificial (IA) no Brasil é outro desafio do segundo semestre. A proposta, aprovada no Senado em dezembro de 2024, está sob análise de uma comissão especial na Câmara. De acordo com o relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a votação no plenário deve ocorrer em dezembro deste ano.

O texto estabelece categorias de risco, obriga transparência no uso de IA e responsabiliza empresas e desenvolvedores por danos causados pela tecnologia. No entanto, a proposta enfrenta resistências: 

   Empresas de tecnologia alegam que a regulação pode engessar a inovação e elevar custos.
      ● Juristas e defensores de direitos digitais cobram mais rigor no uso da IA por órgãos públicos, especialmente na segurança.

◈ LDO de 2026 ainda sem previsão de votação - Mesmo com o prazo constitucional expirado desde 17 de julho, o Congresso ainda não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. A proposta, enviada pelo governo federal em abril, está parada na Comissão Mista de Orçamento, sob relatoria do deputado Gervásio Maia (PSB-PB).

A LDO define metas fiscais, critérios de reajuste de servidores e execução de emendas parlamentares. Apenas após a aprovação pela comissão o texto poderá ser apreciado pelo Congresso em sessão conjunta, exigindo maioria simples.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Em meio à crise do tarifaço, bolsonarismo entra em modo "cada um por si"

Racha se aprofunda com críticas a Eduardo Bolsonaro, prisão de Carla Zambelli e isolamento de Tarcísio de Freitas, além das tarifas impostas pelos EUA

Ex-presidente Jair Bolsonaro chega para colocação de tornozeleira eletrônica em Brasília 18/07/2025 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Adriano Machado)

A direita brasileira enfrenta uma onda de desarticulação política que se intensificou nas últimas semanas e, segundo a Coluna do Estadão, do Jornal O Estado de S. Paulo, governadores, deputados e senadores que orbitam o bolsonarismo avaliam individualmente os impactos de cada movimento político sobre suas próprias trajetórias rumo às eleições de 2026. O cenário de fragmentação ganhou contornos mais nítidos com atitudes consideradas personalistas de dois dos nomes mais conhecidos do grupo: os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP).

Uma das evidências mais recentes deste descompasso foi o cancelamento de uma reunião entre governadores de direita e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que trataria do aumento de tarifas imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mesmo relutando em endossar o governo Lula, que surfou na popularidade do embate com Washington, os governadores não puderam ignorar os prejuízos econômicos nos estados que governam.

A ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um ato bolsonarista neste domingo (3), ainda que justificada por motivos médicos, também foi interpretada como um esforço para se distanciar de desgastes políticos. Líderes do campo conservador apontam que Eduardo Bolsonaro parece mais empenhado em se alinhar a Trump e em manter sua presença nos EUA do que em liderar uma articulação política no Brasil.

Eduardo gerou desconforto até entre seus aliados ao declarar que torcia contra a missão de senadores brasileiros que buscavam aliviar as tarifas impostas por Trump. O ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, aliado próximo de Eduardo, já havia antecipado o tom hostil em entrevista anterior, afirmando que os parlamentares iriam "quebrar a cara".

O filho de Jair Bolsonaro passou a atacar figuras da própria direita. Primeiro, voltou suas críticas ao governador Tarcísio, que buscava negociar com os EUA pressionado por empresários paulistas. Depois, mirou no deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), considerado o principal ativo do bolsonarismo nas redes sociais.

Já Carla Zambelli protagonizou um dos episódios mais constrangedores para o grupo desde 2022, quando sua perseguição armada a um homem nas vésperas do segundo turno foi apontada como fator de desgaste para Bolsonaro. Agora, ao contrário de outros bolsonaristas que conseguiram evitar a prisão, como o senador Marcos do Val, Zambelli não teve o mesmo êxito. Sua tentativa de fugir para a Itália foi vista por aliados como o golpe final nos réus do 8 de janeiro.

Ainda de acordo com a reportagem, em meio a este desmanche político, Tarcísio vive o dilema mais delicado. Considerado uma opção viável à Presidência em 2026 por setores do empresariado e do agronegócio, viu este entusiasmo arrefecer após se alinhar, no início da crise tarifária, de forma considerada excessiva ao bolsonarismo. Foi necessário recalibrar o discurso, buscar diálogo com empresários e até anunciar medidas de apoio antes do próprio governo federal.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), chegou a responsabilizar Eduardo Bolsonaro pelo "problema para a direita" causado com a articulação das tarifas. Em resposta, Eduardo atacou Zema, chamando-o de representante da "turminha da elite financeira".

Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem evitado confronto direto com Eduardo, preferindo direcionar suas críticas ao governo Lula pela forma como tem conduzido a crise com os EUA. No Paraná, Ratinho Júnior (PSD) reuniu-se com empresários em São Paulo, buscando atrair investimentos e se posicionar como uma possível alternativa conservadora para a sucessão presidencial.

Diante do esfacelamento do bloco político de direita, cada liderança tenta assegurar sua sobrevivência. Tarcísio, no entanto, buscou minimizar a divisão. Durante participação na Expert XP 2025, ele declarou que não acredita em uma ruptura entre os conservadores em 2026.

"A união faz a força. A boa notícia é que temos um grupo que tem o caminho para o Brasil que passa pela reforma administrativa e pela desvinculação das receitas. O projeto nacional está acima de todas as vaidades. O Brasil merece isso, é um país que está vocacionado para dar certo e pode explorar os seus diferenciais competitivos", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna do Estadão