quinta-feira, 10 de julho de 2025

VÍDEO – Jornal Nacional detona Trump e alerta: tarifaço ameaça empregos no Brasil

 

William Bonner e Renata Vasconcellos na bancada do Jornal Nacional. Foto: Reprodução

O Jornal Nacional, da TV Globo, detonou na última quarta-feira (9) a taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros e afirmou que o republicano “provoca espanto ao colocar em risco milhões de empregos no Brasil pra defender aliados ideológicos”.

A reportagem destacou que a medida representa uma ameaça direta à economia brasileira e pode afetar milhões de trabalhadores. O telejornal classificou a decisão como arriscada e politicamente motivada, com foco em beneficiar aliados como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.

O principal informativo da TV Globo também enfatizou a reação do presidente Lula (PT), que acionou a Lei da Reciprocidade Econômica. O mecanismo permite ao Brasil adotar contramedidas comerciais em resposta a ações unilaterais de outros países.

Segundo o JN, especialistas e autoridades veem com preocupação a tentativa de interferência externa em questões internas brasileiras.

A cobertura ainda desmentiu os argumentos de Trump sobre prejuízo comercial: dados oficiais mostram que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit superior a US$ 400 bilhões nas relações com o Brasil.


Carta endereçada ao presidente Lula


No texto, o republicano afirma que a medida se justifica por uma relação que considera “desbalanceada” com o Brasil, mas também faz referência explícita à situação de Bolsonaro.

“Não podemos continuar tratando como parceiro um país que persegue adversários políticos”, escreveu Trump, em alusão direta ao Judiciário brasileiro e ao que classifica como uma “injustiça” contra o ex-capitão.


A carta, segundo o Itamaraty, contém “várias afirmações inverídicas sobre o Brasil” e “erros factuais sobre a relação comercial bilateral”, entre elas a alegação de que os EUA enfrentam um “insustentável déficit” comercial com o Brasil — o que contradiz dados do próprio governo americano, que indicam um superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.

Outro ponto refutado foi a acusação de censura e perseguição por parte do STF contra plataformas americanas e Bolsonaro.

Fonte: DCM

Exportação de carne brasileira aos EUA pode ser inviabilizada após tarifa de Trump

 

Carne bovina pendurada em câmara fria; setor alerta que tarifa de Trump pode inviabilizar exportações para os Estados Unidos – Foto: Divulgação/Abiec
Representantes do setor de carne bovina brasileiro classificaram como “caótica” a situação após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Os EUA são o segundo principal destino da carne bovina brasileira, atrás apenas da China, respondendo por cerca de 14% da receita total do setor. Somente no primeiro semestre de 2025, as exportações para os EUA somaram US$ 1,04 bilhão, um aumento de 102% em relação ao ano anterior.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o custo médio por tonelada exportada é de US$ 5.732. Com a nova tarifa, esse valor pode ultrapassar US$ 8.600, o que tornaria as exportações praticamente inviáveis diante da concorrência global. A entidade afirmou que “qualquer aumento de tarifa representa um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina”.

A Abiec alertou para os riscos de barreiras comerciais motivadas por disputas geopolíticas e reforçou a importância da cooperação entre os países para manter o abastecimento global e a segurança alimentar. A associação disse ainda que está à disposição para contribuir com o diálogo diplomático e evitar prejuízos tanto para os produtores brasileiros quanto para os consumidores americanos.

Em resposta à medida, o presidente Lula (PT) convocou uma reunião com os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira, Gleisi Hoffmann e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Caso o cenário não seja revertido, parte das exportações pode ser redirecionada para outros mercados, como China, Hong Kong, Egito e Emirados Árabes.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também demonstrou preocupação, destacando os impactos no câmbio e na competitividade das exportações.

Vale ressaltar que, internamente, o excesso de carne pode gerar queda nos preços ao consumidor brasileiro, segundo fontes do setor.

Fonte: DCM

Lula convoca ministros ao Alvorada para discutir reação a tarifaço de Trump

Segundo a Casa Civil, o governo do Brasil também decidiu criar um grupo de estudos para definir qual será a reação a ser adotada

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para a manhã desta quinta-feira uma reunião no Palácio da Alvorada para discutir a reação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar as importações brasileiras em 50%, alegando medidas judiciais que ele considera injustas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e big techs, disse a Casa Civil.

O governo do Brasil também decidiu criar, segundo a pasta, um grupo de estudos para definir qual será a reação a ser adotada ante a imposição das tarifas, que devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto.

Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters

'Burrice econômica e 100% política', diz Mendonça de Barros sobre tarifa de Trump contra o Brasil

Economista vê impacto limitado no agro, mas alerta para efeito nos EUA

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington - 28/04/2025
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington - 28/04/2025 (Foto: REUTERS/Leah Millis)

O economista José Roberto Mendonça de Barros criticou duramente a medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas a produtos brasileiros. De acordo com a coluna da jornalista Míriam Leitão, de O Globo, Mendonça de Barros avalia que a decisão é burra do ponto de vista econômico e 100% política’.

Segundo Mendonça de Barros, o agronegócio brasileiro tende a não ser fortemente afetado por essa decisão, especialmente no que diz respeito a itens como café e suco de laranja, que são exportados aos EUA em larga escala. Ele pondera que os norte-americanos não têm como substituir, no curto prazo, esses dois produtos vindos do Brasil. No entanto, avalia que deve haver uma redução no fluxo de vendas do café à espera dos próximos movimentos do governo dos EUA.

O economista também destacou que a exportação de carnes brasileiras vinha crescendo em razão de uma limitação na produção doméstica dos EUA. Com a adoção da tarifa, o reflexo deve ser direto no bolso dos consumidores norte-americanos uma vez que a taxação dos produtos brasileiros, se confirmada, vai aparecer nos supermercados americanos.

Mendonça de Barros sublinhou ainda que os maiores volumes da pauta exportadora agrícola do Brasil, como a soja, têm como principal destino a China. Para ele, isso ocorre porque os próprios Estados Unidos já são grandes produtores desse tipo de commodity, o que reduz a relevância desse mercado específico para o Brasil nesse setor.

Em relação à indústria, o economista explicou que as exportações brasileiras de produtos não agrícolas aos EUA funcionam de maneira complementar à produção americana. Ele citou, por exemplo, as placas de aço utilizadas pela indústria automobilística e os aviões da Embraer, que são importantes para as companhias aéreas dos Estados Unidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Taxação imposta pelos EUA ao Brasil é a mais alta entre todos os países

As novas taxas se somam às tarifas setoriais já em vigor sobre aço, alumínio e, mais recentemente, cobre
Presidente dos EUA, Donald Trump, no Capitólio, em Washington - 20/05/2025
Presidente dos EUA, Donald Trump, no Capitólio, em Washington - 20/05/2025 (Foto: REUTERS/Ken Cedeno)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma nova rodada de tarifas sobre produtos importados de 22 países, colocando o Brasil no topo da lista com a maior alíquota: 50%. A medida, que passa a valer a partir de 1º de agosto, eleva significativamente as barreiras comerciais entre os dois países e representa o maior encargo tarifário já imposto pelos EUA ao Brasil. As informações são do Metrópoles.

Além disso, as novas taxas se somam às tarifas setoriais já em vigor sobre aço, alumínio e, mais recentemente, cobre — que também passam a ser taxados em 50%.

Desde o início de seu mandato, Trump tem adotado uma postura protecionista, mirando especialmente países do grupo Brics, como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em sua comunicação mais recente, o presidente norte-americano afirmou que o Brasil "não está sendo bom para os EUA", justificando o aumento das tarifas como uma resposta à "injustiça comercial".

A decisão gerou forte reação no meio diplomático e empresarial. Com as novas alíquotas, o Brasil lidera a lista de nações penalizadas:

  • Brasil: 50%

  • Laos e Myanmar: 40%

  • Camboja e Tailândia: 36%

  • Bangladesh e Sérvia: 35%

  • Indonésia: 32%

  • África do Sul, Argélia, Bósnia, Iraque, Líbia e Sri Lanka: 30%

  • Brunei, Cazaquistão, Coreia do Sul, Japão, Malásia, Moldávia e Tunísia: 25%

  • Filipinas: 20%


O anúncio surge dias após Trump sair publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), gesto que foi interpretado como um recado político ao atual governo brasileiro. O republicano também ameaçou impor tarifas de até 100% a países do Brics que não se alinharem aos "interesses comerciais dos EUA".

Essa não é a primeira vez que Trump atinge diretamente as exportações brasileiras. Em abril deste ano, o Brasil já havia sido alvo de uma tarifa de 10% sobre determinados produtos, agora amplamente superada pelo novo pacote de medidas protecionistas.

Com a entrada em vigor das novas tarifas, o impacto sobre setores estratégicos da economia brasileira, como o siderúrgico e o metalúrgico, deve ser significativo. Empresários e representantes do comércio exterior têm demonstrado preocupação com o possível efeito cascata sobre empregos e investimentos.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Gleisi enquadra Tarcísio: 'é nessa hora que distinguimos os patriotas dos traidores'

Ministra critica postura do governador e outros bolsonaristas diante das tarifas de Trump, "o maior ataque já feito ao Brasil em tempos de paz”

Gleisi Hoffmann e Tarcísio de Freitas
Gleisi Hoffmann e Tarcísio de Freitas (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados | Reprodução)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu com indignação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em postagem nas redes sociais, nesta quinta-feira (10), Gleisi classificou a medida como “o maior ataque já feito ao Brasil em tempos de paz” e denunciou o alinhamento de figuras da extrema direita brasileira, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Jair Bolsonaro (PL), ao que chamou de “chantagem do presidente dos EUA”.

A medida anunciada por Trump entra em vigor no dia 1º de agosto e representa uma escalada nas tensões comerciais entre Washington e Brasília. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe da Casa Branca não apenas formalizou o tarifaço como também saiu em defesa de Bolsonaro, que responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2023.

Em tom de pressão econômica, o republicano ainda sugeriu que o Brasil abra seus mercados e elimine tarifas e barreiras comerciais, insinuando que só assim a Casa Branca poderia “considerar um ajuste” na nova tarifa.

A resposta de Gleisi veio de forma contundente. “Quem está colocando ideologia acima dos interesses do país é o governador Tarcísio e todos os cúmplices de Bolsonaro que aplaudem o tarifaço de Trump contra o Brasil”, afirmou. Em sua avaliação, trata-se de um ataque direto à economia, à soberania e à democracia brasileira, como parte de um projeto autoritário em curso. “É a continuação do golpe pelo qual Bolsonaro responde no STF, agora usando tarifas de um país estrangeiro para impor seu projeto ditatorial”, escreveu.

A ministra destacou ainda o papel histórico que cabe aos brasileiros neste momento. “É nessa hora que uma nação distingue os patriotas dos traidores”, disse Gleisi, citando editorial do jornal O Estado de S. Paulo que criticou duramente a postura de Tarcísio. “É absolutamente deplorável que ainda haja no Brasil quem defenda Trump, como recentemente fez o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (...) Eis aí o mal que faz ao Brasil um irresponsável como Bolsonaro, com a ajuda de todos os que lhe dão sustentação política com vista a herdar seu patrimônio eleitoral”, destacou o jornal.

Fonte: Brasil 247

Guerra comercial de Trump contra o Brasil deve reaproximar Lula de empresários e do agronegócio

Governo avalia que medida abre espaço para isolar Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas e recuperar apoio de setores produtivos

Fernando Haddad e Lula
Fernando Haddad e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi interpretado como uma inesperada oportunidade política pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com interlocutores do presidente ouvidos pelo Metrópoles, a medida adotada por Trump pode funcionar como um “presente” para o governo brasileiro, ao abrir caminho para uma reaproximação com setores empresariais historicamente alinhados ao bolsonarismo. A avaliação é de que a decisão do governo norte-americano causa incômodo generalizado entre produtores, inclusive no agronegócio, e pode favorecer uma reconstrução do diálogo com os setores produtivos — nos moldes do que ocorreu nos dois primeiros mandatos de Lula.

◆ Desgaste para Bolsonaro e Tarcísio - A taxação anunciada de forma repentina por Trump, apontada como retaliação à investigação que Jair Bolsonaro (PL) enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), já provocou reação contrária inclusive entre parlamentares da oposição. A Frente Parlamentar do Empreendedorismo e a Frente Parlamentar da Agropecuária se manifestaram criticamente à medida dos Estados Unidos e cobraram atuação do governo brasileiro.

Além de verem uma oportunidade de reforçar a interlocução com o empresariado, auxiliares do presidente Lula também enxergam um movimento estratégico que pode minar as pretensões eleitorais de figuras como Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. O deputado licenciado, que está nos EUA desde fevereiro articulando sanções contra o Brasil, é apontado por setores da esquerda como responsável por estimular ações prejudiciais à economia nacional. “Não tenho dúvidas, quero reafirmar: ele disse que ia prejudicar Alexandre de Moraes e prejudicou todo o Brasil”, afirmou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi criticado por apoiar recentemente declarações de Trump. “Qual a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas? Há dois dias aplaudiu o Trump quando disse que só o povo podia julgar Bolsonaro”, disparou Lindbergh, em referência à postagem feita pelo governador.

◆ Empresariado reage à tarifa - A reação mais contundente veio justamente de setores tradicionalmente simpáticos a Bolsonaro. O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, afirmou: “vejo com tristeza para a economia brasileira, somos um grande parceiro americano… Acho que o presidente exagera muitas vezes nesse tipo de colocação”. Embora tenha criticado Trump, Passarinho também cobrou do governo Lula uma maior capacidade de articulação internacional: “falta um interlocutor com governo americano. Ele precisa ter um interlocutor melhor”.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), por sua vez, alertou para os efeitos econômicos diretos da medida anunciada pela Casa Branca. “A medida, comunicada por meio de carta oficial enviada ao governo brasileiro, representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”, destacou o grupo liderado pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR), em nota oficial.

◆ Lula promete reciprocidade - A resposta oficial do governo brasileiro foi articulada com base na Lei de Reciprocidade Econômica. Segundo o presidente Lula, caso os Estados Unidos não recuem na taxação, o Brasil adotará medidas semelhantes contra produtos norte-americanos.

◆ Contexto geopolítico - Desde o início de seu segundo mandato, Donald Trump tem endurecido sua retórica comercial, com foco especial nos países que compõem o BRICS — bloco do qual o Brasil faz parte. Ele já ameaçou aplicar tarifas de até 100% aos países do grupo que, segundo ele, não respeitam os “interesses comerciais dos EUA”.

No caso do Brasil, a taxação veio acompanhada de críticas diretas. “O Brasil não está sendo bom para os EUA”, afirmou Trump, ao justificar a medida. A fala intensificou ainda mais o clima de tensão entre os dois países.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Cúpula do PL admite prejuízo ao Brasil com tarifas de Trump e tenta blindar clã Bolsonaro

Tarifa de 50% anunciada por Trump é vista como resultado direto das articulações de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro
Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Uma ala da cúpula do PL, partido de Jair Bolsonaro (PL), vem se articulando para mitigar os efeitos políticos da sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Reportagem do jornal O Globo mostra os esforços da legenda para evitar que o desgaste econômico da medida recaia sobre o bolsonarismo.

A tensão interna ficou evidente após a declaração do senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, que demonstrou preocupação com os impactos concretos da taxação sobre a economia nacional. “Nós temos um problema objetivo, que é o fato de estarmos sendo taxados em 50% de tarifa sobre todo o nosso comércio. O impacto que isso vai gerar na população? Na geração de emprego e renda? O transtorno para os fornecedores, a dificuldade de acesso para os nossos produtores, a interrupção de cadeias produtivas por todo o Brasil. O governo está feliz porque vai desgastar a oposição?”, questionou.

O tom de Marinho, no entanto, contrasta com o de outros parlamentares bolsonaristas. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, elogiou publicamente a medida adotada por Trump, afirmando que ela foi “clara, direta e inequívoca”. Já Jair Bolsonaro, sem fazer referência direta à medida, preferiu atacar o presidente Lula (PT) nas redes sociais com uma citação bíblica: “quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme – Provérbios 29:2”.

Para blindar Bolsonaro e sua família, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), primeiro vice-presidente da Câmara, também criticou a sobretaxa, mas responsabilizou o governo brasileiro. “A gente sabe que o dólar subiu e deve subir mais ainda, a bolsa despencou, isso causa inflação, a inflação vai voltar e quem paga essa conta é o povo brasileiro. Se o presidente Lula realmente pensa no povo brasileiro, ele deve procurar conversar e não o enfrentamento com a maior potência do mundo”, afirmou.

No Palácio do Planalto, o entendimento é de que a medida anunciada por Trump está diretamente ligada a Bolsonaro, seu filho Eduardo e até ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já demonstrou apoio ao presidente norte-americano.

◆ Sanções, julgamentos e interferência - Donald Trump justificou a sobretaxa alegando ataques do Brasil aos "direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos" e às “eleições livres”, numa referência indireta ao embate entre o Judiciário brasileiro e as big techs. Em uma carta publicada em suas redes sociais, Trump foi direto ao mencionar Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado: “esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caçada às bruxas que deve acabar imediatamente!", escreveu.

Trump também ameaçou ampliar ainda mais a taxação caso o Brasil opte por retaliar: o percentual da resposta seria somado à tarifa já imposta, o que poderia agravar a crise comercial entre os dois países. Embora o Brasil importe mais dos EUA do que exporta desde 2009, Trump argumenta que há “relação comercial injusta” com o país sul-americano.

Diplomatas brasileiros avaliaram a decisão como uma grave interferência nos assuntos internos do Brasil. Nos bastidores, a medida é interpretada como uma jogada para favorecer a extrema-direita brasileira e influenciar as eleições presidenciais de 2026.

◆ Bolsonarismo se divide e tenta conter danos - Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, aliados da família Bolsonaro atuam para que os efeitos negativos da nova tarifa não acabem atingindo diretamente o ex-presidente e seu filho Eduardo. Desde fevereiro, Eduardo está nos Estados Unidos, onde atua em articulações com o governo Trump e defende sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Apesar de parlamentares bolsonaristas exaltarem publicamente a medida de Trump, há inquietação nos bastidores. A avaliação é de que setores que compõem a base de apoio do ex-presidente, especialmente o agronegócio, serão duramente impactados. Por isso, o discurso interno busca dissociar a atuação de Eduardo Bolsonaro da taxação em si, alegando que ele atuava apenas contra Moraes e não teria influência sobre o aumento tarifário.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

PF faz operação contra fraudes por meio de falsos sites de inscrição do ENEM 2024

Fraude usava sites falsos com símbolos do governo para enganar estudantes e cobrar taxa de inscrição via Pix

Agentes da Polícia Federal
Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (10), a Operação Só Oficial, com o objetivo de apurar um esquema de fraude digital envolvendo inscrições falsas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2024. A investigação, conforme divulgado pela própria PF, aponta para o uso indevido de sinais oficiais do Ministério da Educação, do INEP e do Governo Federal para enganar candidatos por meio de publicidade enganosa em redes sociais e sites fraudulentos.

Os agentes federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo, e impuseram medidas restritivas para bloquear cerca de R$ 3 milhões arrecadados de forma ilícita. A quantia, segundo as apurações, foi obtida durante o período oficial de inscrições do ENEM, entre 27 de maio e 14 de junho deste ano.

De acordo com a PF, os responsáveis criaram páginas falsas na internet que imitavam o ambiente oficial do INEP. Nessas plataformas, os estudantes eram direcionados a efetuar pagamentos via Pix, acreditando que estivessem se inscrevendo corretamente para o exame. No entanto, os valores foram enviados a uma conta bancária vinculada a uma empresa privada sem qualquer autorização legal para receber tais pagamentos.

A investigação identificou que os recursos foram movimentados por meio de uma fintech, em nome da empresa envolvida no golpe. A mesma companhia já possui histórico de reclamações por práticas similares, como cobranças indevidas sem entrega dos produtos ou serviços prometidos.

Um dos investigados possui ao menos 15 registros criminais relacionados a estelionato, o que reforça a suspeita de envolvimento com organizações criminosas especializadas nesse tipo de delito.

Além do prejuízo financeiro, os candidatos que caíram no golpe foram automaticamente eliminados do ENEM 2024 por não terem inscrição válida no sistema oficial do exame. Com isso, terão de aguardar até a próxima edição da prova, que é realizada anualmente, para tentar nova participação.

A Polícia Federal informou que continuará as diligências para identificar todos os envolvidos, apurar a dimensão total dos prejuízos e responsabilizar os criminosos por fraude eletrônica praticada de forma contínua.

O nome da operação – Só Oficial – visa reforçar a importância de realizar inscrições e pagamentos exclusivamente por meio do site oficial do Governo Federal (www.gov.br). A PF orienta que os estudantes verifiquem se o endereço acessado é de fato o oficial, confirmem se o destinatário do pagamento é o INEP e chequem a validação de suas inscrições para evitar serem vítimas de fraudes digitais.

Fonte: Brasil 247

PT prepara nova ofensiva digital após tarifaço de Trump

Integrantes do partido preparam novos vídeos após sucesso da campanha “taxação dos BBBs”

(Foto: Alessandro Dantas)

O Partido dos Trabalhadores (PT) prepara uma nova leva de vídeos com uso de inteligência artificial (IA) para responder à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. O foco central da ofensiva será a atuação da família Bolsonaro, especialmente do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA. As informações são da CNN Brasil.

Segundo dirigentes do partido, a motivação da nova estratégia digital se baseia na avaliação de que há uma ligação “inevitável” entre a viagem de Eduardo aos Estados Unidos, o apoio público de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a decisão de sobretaxar as exportações brasileiras. Na carta em que Trump anunciou as medidas, o ex-presidente brasileiro é citado já no primeiro parágrafo, o que, para os petistas, reforça a tese de que há articulação conjunta entre os dois ex-mandatários.

A campanha pretende explorar a ideia de que a família Bolsonaro estaria estimulando ações externas que acabam prejudicando a economia nacional, em especial a indústria brasileira. Para o PT, os interesses pessoais do ex-presidente e de seus aliados nos Estados Unidos se sobrepõem à defesa do país, especialmente diante das investigações que envolvem Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado.

O novo esforço de comunicação é inspirado no desempenho positivo de campanhas anteriores do partido com vídeos em IA, como a série voltada à defesa da “taxação dos BBBs” — bilionários, bancos e casas de apostas — que ganhou ampla repercussão nas redes sociais. De acordo com integrantes do PT, essa ação ajudou a romper as barreiras do debate tradicional nas redes, envolvendo mais usuários e gerando engajamento fora dos círculos já politizados.

Com base nesse resultado, o partido também realizou uma oficina com influenciadores digitais para discutir estratégias de comunicação sobre temas econômicos e consolidar sua presença nas plataformas digitais. Agora, com a medida protecionista adotada por Trump no centro do debate, o PT vê uma nova oportunidade para reforçar sua narrativa de que a família Bolsonaro não atua em defesa do Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Alcolumbre e Hugo Motta se calam após Trump anunciar sobretaxa contra o Brasil

Presidentes do Senado e da Câmara não comentaram ofensiva de Donald Trump, que impôs tarifa de 50% e atacou decisões do STF

Hugo Motta e Davi Alcolumbre
Hugo Motta e Davi Alcolumbre (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

As principais lideranças do Congresso Nacional permaneceram em silêncio diante da ofensiva comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Nesta quarta-feira (9), Trump anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que veio acompanhada de críticas diretas ao Judiciário brasileiro e menção a Jair Bolsonaro (PL).

Apesar da gravidade do anúncio, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), optaram por não se pronunciar publicamente, informa a Folha de S. Paulo. Motta chegou a conduzir os trabalhos no plenário da Câmara durante o dia, mas evitou comentar o assunto, mesmo após ser procurado por jornalistas. Alcolumbre, por sua vez, não participou da sessão no Senado, mas estava em Brasília e também se manteve em silêncio.

★ Trump mira Brasil em defesa de Bolsonaro - Na carta enviada ao governo brasileiro, Trump afirmou que a decisão de sobretaxar o Brasil se deve, em parte, aos “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”. O documento foi devolvido oficialmente pelo governo brasileiro.

A tarifa de 50% foi a mais alta entre as 21 medidas protecionistas anunciadas nesta semana por Trump. O republicano justificou a medida alegando preocupação com decisões judiciais brasileiras que, segundo ele, limitam a atuação de plataformas digitais.

Em resposta à medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, conversaram por telefone no início da noite. De acordo com interlocutores, ficou decidido que as reações oficiais do Brasil serão conduzidas pelo Executivo, com foco no Palácio do Planalto, Itamaraty e outros órgãos do governo.

Nos bastidores, ministros do STF afirmaram que não pretendem se pronunciar publicamente neste momento, por considerarem que a atitude de Trump tem natureza política e não impacta diretamente os processos em curso no tribunal.

★ Reações no Congresso - Durante o dia, a decisão de Trump gerou intensos debates entre parlamentares. Aliados do governo Lula apontaram Bolsonaro como responsável por mais um episódio de desgaste internacional do Brasil. Já deputados bolsonaristas culparam a política externa do atual governo, acusando-o de gerar atritos com os Estados Unidos.

A bancada ruralista, representada pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR) e pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente do grupo e ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, divulgou nota em que manifesta preocupação com os impactos da nova tarifa sobre o agronegócio. “A nova alíquota produz reflexos diretos e atinge o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”, alertou a nota, que defende uma resposta “firme e estratégica”.

★ Lula responde: “Brasil é soberano” - À noite, Lula se pronunciou pelas redes sociais e por meio de nota oficial do Palácio do Planalto. O presidente reafirmou a soberania do Brasil e o respeito às instituições nacionais: “o Brasil é um país soberano, com instituições independentes e não aceitará ser tutelado por ninguém”.

A nota também rebate a tentativa de interferência de Trump no processo judicial que envolve Bolsonaro, réu no Supremo por liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, afirmou Lula.

Por fim, o presidente destacou a diferença entre liberdade de expressão e disseminação de violência: “no Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

STF vê Trump preparando fuga de Bolsonaro, réu por tentativa de golpe

Para os magistrados, o presidente dos EUA e aliados de Bolsonaro tentam criar as condições para a concessão de asilo político

Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília e Jair Bolsonaro
Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | REUTERS/Adriano Machado)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretam as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como parte de uma estratégia para permitir que Jair Bolsonaro (PL) fuja do Brasil sob a justificativa de perseguição política, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Segundo relataram aliados de Bolsonaro ao próprio Supremo, ele estaria em “estado de pânico” diante da possibilidade concreta de prisão, e seu histórico reforça essa hipótese, lembram os magistrados. Entre os sinais observados, está a estadia de Bolsonaro por duas noites na embaixada da Hungria, após ter o passaporte apreendido.

Outro indicativo, para os ministros, seria a mudança do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para os Estados Unidos. Em declarações públicas, o parlamentar passou a se referir a si próprio como “deputado em exílio”, em clara tentativa de construir a narrativa de perseguição familiar.

Trump intensifica defesa de Bolsonaro - Donald Trump tem reforçado publicamente sua defesa a Bolsonaro, com discursos carregados de acusações falsas ao sistema de justiça brasileiro. Na quarta-feira (9), Trump escreveu em sua rede social: “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. Caça às bruxas!!!". Três dias antes, já havia publicado: “eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”.

Além das postagens, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual afirmou que “este julgamento não deveria estar acontecendo” e que ele deve “acabar imediatamente!". O republicano ainda chamou a situação de “vergonha interna”, sugerindo interferência direta nos assuntos do Judiciário brasileiro.

Segundo ministros do STF, essas falas de Trump sinalizam a montagem de um cenário de “asilo político”, no qual Bolsonaro seria apresentado como alvo de perseguição, criando assim as condições para um eventual acolhimento legal nos Estados Unidos.

A avaliação do Supremo considera o passado de Bolsonaro, que indica uma tentativa de escapar de processos judiciais. Em dezembro de 2022, antes mesmo do fim de seu mandato, o ex-presidente viajou para os Estados Unidos, alegando um “pressentimento” de que poderia enfrentar problemas no Brasil — como ele próprio admitiu posteriormente.

A relação com o governo da Hungria, liderado pelo ultradireitista Viktor Orbán, também foi lembrada pelos ministros. Após ter o passaporte retido pela Polícia Federal, Bolsonaro passou duas noites hospedado na embaixada húngara em Brasília, o que também foi visto como um possível ensaio de fuga.

O temor de uma evasão do país é compartilhado entre integrantes do STF que acompanham de perto os desdobramentos judiciais envolvendo o ex-presidente. No entendimento desses magistrados, o aumento da pressão nos processos pode acelerar os planos de Bolsonaro de buscar abrigo no exterior, com apoio explícito de Trump.

Réu por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro está sujeito à adoção de medidas cautelares para garantir o cumprimento de eventual pena. Estas medidas estão previstas no ordenamento jurídico brasileiro e têm como objetivo garantir a efetividade do processo penal e a aplicação da lei. As medidas cauterales incluem: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca ou do país, recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, cancelamento ou apreensão de passaporte e inserção do nome em listas de controle migratório.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

“O motivo da braveza toda são os BRICS”, diz Kátia Abreu, ao comentar a agressão trumpista

Ex-ministra da Agricultura afirma que avanço do bloco liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está na raiz do ataque de Trump ao País

Senadora deixou o PDT após votar a favor da reforma da Previdência
Senadora deixou o PDT após votar a favor da reforma da Previdência (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ex-ministra da Agricultura e ex-senadora Kátia Abreu atribuiu o ataque tarifário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao avanço estratégico dos BRICS. Em comentário publicado nas redes sociais, nesta quinta-feira 10, Kátia afirmou que a razão por trás da “braveza” de Trump não está nos processos contra Jair Bolsonaro ou nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas sim no fortalecimento do bloco econômico que vem desafiando a hegemonia ocidental.

A declaração da ex-ministra insere uma nova perspectiva geopolítica no debate provocado pela medida extrema adotada por Trump, que enviou uma carta ao presidente Lula para comunicar a aplicação de tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos. A justificativa oficial de Trump é a de que o Brasil estaria perseguindo seu aliado Jair Bolsonaro e punindo, por meio do Judiciário, empresas de tecnologia americanas — alegações consideradas absurdas e inaceitáveis por diversas autoridades brasileiras.

Na visão de Kátia Abreu, no entanto, a verdadeira motivação seria o temor do avanço dos BRICS como polo de poder econômico e político global, especialmente diante da possibilidade de criação de um sistema de pagamentos próprio, semelhante ao SWIFT — rede bancária internacional controlada majoritariamente por países ocidentais. A proposta de um sistema alternativo pelos BRICS vem sendo discutida para reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais e reforçar a soberania financeira dos países-membros.

A fala de Kátia ecoa um sentimento crescente entre lideranças políticas e econômicas do Sul Global de que a agressividade de Trump se conecta a um movimento de contenção à emergência de uma nova ordem multipolar. Com a entrada de novos membros no bloco, os BRICS ampliaram sua projeção geoeconômica, o que tem gerado desconforto nas potências ocidentais.

Embora Trump tenha declarado que sua medida visa defender os interesses americanos, especialistas e políticos apontam que a decisão representa uma forma de pressão injustificável e de ingerência nos assuntos internos do Brasil, especialmente ao tentar interferir nas decisões do Judiciário. O governo brasileiro já indicou que responderá à altura, com base no princípio da reciprocidade.

Com sua declaração, Kátia Abreu amplia o campo da análise, apontando que a disputa travada por Trump não se resume a episódios pontuais, mas faz parte de uma batalha maior: a do futuro da governança global. Nesse contexto, o fortalecimento dos BRICS representa uma ameaça direta à velha ordem que Trump, com sua retórica agressiva e isolacionista, tenta desesperadamente preservar.

Fonte: Brasil 247

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner manda recado a Trump: 'o Brasil é dos brasileiros, não de capachos’

“O Brasil não será quintal do país de ninguém”, escreveu o senador do PT em rede social

Jaques Wagner
Jaques Wagner (Foto: Andressa Anholete / Agência Senado)

O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou nesta quarta-feira (9) que a decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% ao Brasil é “autoritária” e “unilateral”.

De acordo com o parlamentar, “o presidente norte-americano está confundindo a quem está se dirigindo”. “O Brasil não será quintal do país de ninguém. Quem decide a nossa vida somos nós. Que fique claro: o Brasil é dos brasileiros e não de capachos!”, escreveu o petista na rede social X.

“Respeita o Brasil. A pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros, de forma autoritária e unilateral”, complementou o senador.

Fonte: Brasil 247