Júlia Zanatta (PL-SC) fala em ‘autonomia familiar’ e quer desobrigar vacinação mesmo em calamidades públicas
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) protocolou dois projetos de lei que buscam desobrigar a vacinação de crianças e estabelecer a proibição ampla da imposição de vacinas em todo o território nacional, mesmo em situações de pandemia ou calamidade pública. A informação é da coluna de Paulo Cappelli no portal Metrópoles.
No Projeto de Lei (PL) 2641/2025, a parlamentar propõe que “toda vacinação somente poderá ser realizada mediante consentimento expresso, livre e esclarecido do indivíduo ou de seu representante legal”. A medida alcança todas as faixas etárias e veda a exigência de comprovação vacinal para matrícula escolar, acesso a serviços públicos, participação em concursos ou obtenção de documentos como passaporte e Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Além disso, o projeto prevê a inclusão no Código Penal do crime de “coação vacinal”, cuja pena prevista é de reclusão de 2 a 4 anos. Segundo o texto, haverá agravantes se o autor for servidor público ou se a coação ocorrer em instituições de ensino ou saúde. A definição de coação abrange não só ameaças diretas, mas também ações indiretas, como restrições ao acesso a serviços e benefícios.
Já o PL 2643/2025 permite que pais ou responsáveis optem por não vacinar crianças, desde que apresentem atestado médico que comprove contraindicação ao imunizante, emitido por profissional com especialidade pertinente ao caso.
Júlia Zanatta argumenta que submeter uma criança com contraindicação à vacinação seria “violação ao direito individual à saúde”.
Na justificativa dos projetos, a deputada afirma que “pais ou responsáveis que deixam de imunizar o menor por contraindicação médica deveriam ser amparados pela lei, e não penalizados por ela”. Ela também cita decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a obrigatoriedade da vacinação em menores, mas defende que tais normas precisam ser revistas à luz de novos critérios que valorizem a autonomia familiar e a liberdade individual.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles