
O Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2025, divulgado nesta sexta-feira (2) pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), aponta que a liberdade de imprensa global atingiu o pior nível da história. Pela primeira vez, a pontuação média dos países caiu para abaixo de 55, limite que caracteriza um cenário “difícil” para o jornalismo.
Mais de 60% dos países avaliados tiveram queda em seus indicadores. A principal causa, segundo a RSF, é o agravamento das restrições econômicas, que comprometem a viabilidade financeira dos veículos de comunicação.
“As pressões econômicas mais insidiosas também representam um obstáculo significativo”, alerta o relatório, ao lado das agressões físicas e da censura direta.
Em contraste com o cenário mundial, o Brasil subiu 19 posições em relação ao ranking anterior, chegando à 63ª colocação. Desde 2022, o país avançou 47 posições.
Segundo o diretor da RSF na América Latina, Artur Romeu, a melhora se deve ao fim do governo Jair Bolsonaro (2019–2022), marcado por ataques sistemáticos à imprensa. “Houve uma mudança de paradigma na relação entre governo e imprensa”, disse.
O relatório indica que o país vive um “clima menos hostil ao jornalismo” e é um dos poucos a apresentar avanço no indicador econômico, apesar de ainda estar em uma zona classificada como “problemática” para o exercício do jornalismo.
A RSF destaca que o enfraquecimento financeiro dos veículos jornalísticos tornou-se o maior entrave à liberdade de imprensa em 2025. Entre os cinco critérios avaliados (econômico, segurança, legislativo, político e social), o econômico é o que mais contribuiu para a piora geral.
“Quando os meios de comunicação estão empobrecidos, eles se tornam presas fáceis de oligarcas ou governos que exploram sua fragilidade”, afirmou Anne Bocandé, diretora editorial da RSF. O único indicador que demonstrou melhora contínua foi o de segurança, ainda que com limitações regionais.
