Expectativa é de que Bolsonaro seja transferido para a prisão federal já na próxima semana
Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)
O Palácio do Planalto trabalha com cenários para o impacto político de uma possível transferência de Jair Bolsonaro (PL) para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A avaliação dominante é dupla: por um lado, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veem a prisão como símbolo de funcionamento das instituições; por outro, temem que o ex-presidente seja convertido em “mártir”, galvanizando a base de direita e reorganizando o campo conservador para 2026. As informações são de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
No desenho eleitoral, interlocutores do governo avaliam que uma decisão do Supremo Tribunal Federal colocando Bolsonaro atrás das grades poderia acelerar a definição de quem receberá seu apoio presidencial em 2026. Nomes hoje mais citados no núcleo bolsonarista incluem Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL), Flávio Bolsonaro (PL) e Ratinho Júnior (PSD), lista que, segundo essa leitura, ganharia impulso com a vitimização do ex-mandatário.
A antecipação da benção política teria potencial para reorganizar palanques estaduais e federações partidárias já no primeiro semestre de 2026, contrariando o plano de adiar a escolha para mais adiante. O cálculo governista é que uma definição precoce permitiria ao bolsonarismo testar mensagens, unificar arrecadação e atrair legendas do centro, elevando a pressão sobre candidaturas de direita e centro-direita que buscam se descolar do ex-presidente
No tabuleiro da segurança pública, a hipótese de transferência para a Papuda acenderia alertas imediatos. A avaliação no entorno de Lula é que o Ministério da Justiça e Segurança Pública teria de coordenar respostas com governos locais e manter as Forças Armadas em prontidão, de modo a coibir protestos e eventuais ações violentas, em referência aos episódios registrados em 2023. O objetivo seria assegurar a ordem e evitar que atos radicalizados contaminem a discussão institucional.
Embora reconheça o risco de “martirização”, parte do governo enxerga oportunidade de “reafirmar o compromisso institucional do país”. A leitura é que uma decisão do STF consolidaria a imagem de “maturidade democrática” — narrativa que o Planalto pretende enfatizar para o público interno e externo, destacando a independência entre os poderes e o respeito ao devido processo legal
Aliados de Bolsonaro, por sua vez, trabalham com a perspectiva de que a Suprema Corte poderá encaminhar o ex-presidente à Papuda “já na semana que vem”, movimento que, se confirmado, tende a acelerar conversas com partidos do campo conservador e a mobilizar atos de solidariedade.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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