segunda-feira, 24 de novembro de 2025

O que a perícia já revelou sobre tornozeleira danificada por Bolsonaro


       Jair Bolsonaro e sua tornozeleira eletrônica. Foto: Divulgação

A perícia feita na tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro foi concluída pela Polícia Federal e confirmou que o equipamento sofreu tentativa de rompimento. O laudo, produzido pelo Instituto Nacional de Criminalística, aponta “danos significativos” e marcas compatíveis com violação intencional.

Os peritos concluíram que a tornozeleira foi exposta a uma fonte intensa de calor, reforçando o relato do ex-presidente de que usou “um ferro quente” para danificar o aparelho. Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da PF no sábado, após admitir ter aplicado calor no dispositivo.

A equipe técnica identificou que a área afetada apresenta alterações típicas de contato com objeto metálico aquecido. O Instituto Nacional de Criminalística, referência na América Latina, mobilizou especialistas em microvestígios e eletrônica para analisar cada componente e verificar interferências no funcionamento.

O laboratório onde a análise foi realizada fica em Brasília e possui equipamentos dedicados a vestígios microscópicos e micrométricos. Nessa sala, os peritos examinaram fusões na carcaça, deformações internas e eventuais sinais de tentativa de interrupção do monitoramento, cruzando os achados com padrões técnicos de violação.

Com o dano comprovado, o governo do Distrito Federal terá de pagar R$ 737,52 pela reposição do equipamento, valor correspondente a três vezes o preço unitário da tornozeleira, estipulado em contrato com a empresa UE Brasil Tecnologia.


A regra determina que, quando há dano, a multa recai inicialmente sobre o GDF. Depois, o governo pode cobrar o responsável, no caso, Bolsonaro. A Seape afirma que ainda não decidiu se fará a cobrança.

A violação pesou na decisão que manteve a prisão preventiva. No voto, o ministro Alexandre de Moraes classificou a ação como “dolosa e consciente” e relembrou episódios de descumprimento de medidas cautelares desde 2025. Para ele, o comportamento do ex-presidente revela “reiterado desrespeito à Justiça”, justificando a continuidade da medida.

Enquanto aguarda o julgamento definitivo, Bolsonaro permanece em sala especial na sede da PF, em Brasília. Ele tem recebido familiares e advogados, conforme permitido pelos agentes. A Primeira Turma do STF já formou maioria preliminar para manter a prisão preventiva.

Fonte: DCM

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