terça-feira, 30 de setembro de 2025

O incômodo do misógino Bolsonaro com a possível candidatura de Michelle

 

Jair e Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução
A entrevista de Michelle Bolsonaro ao jornal inglês The Telegraph, na qual afirmou que poderia se candidatar à Presidência em 2026, não foi bem recebida por Jair Bolsonaro (PL), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. O ex-presidente, mesmo impedido de disputar eleições, não gosta de ver a sucessão presidencial debatida sem ele no centro.

Após a repercussão, Bolsonaro não mencionou diretamente a fala da esposa, mas reforçou a aliados que Michelle será candidata em 2026 — ao Senado, e não ao Planalto. Interlocutores interpretaram a resposta como um sinal claro de incômodo.

Desde antes da prisão, Bolsonaro já defendia que a ex-primeira-dama deveria concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, apesar da boa posição dela em pesquisas de intenção de voto.

✲ A fala de Michelle ao Telegraph

Na entrevista ao jornal britânico, Michelle afirmou que poderia “se levantar como uma leoa para defender nossos valores conservadores”. O diário destacou que ela se colocou “como potencial sucessora de seu marido” e deu a entender que estaria aberta a disputar a eleição presidencial.

Três dias depois, em Ji-Paraná (RO), Michelle recuou da interpretação de que disputaria o Planalto. “Nós somos mulheres que acolhem, que alimentam, que ajudam, que cuidam e defendem os seus como leoa. Nós vamos defender a nossa família. O meu marido está dentro de casa, mas, se ele quiser, eu serei a voz dele nos quatro cantos dessa nação”, declarou. Ela acrescentou que não deseja ser presidente, mas sim primeira-dama.

✲ Reação de Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) minimizou as declarações da madrasta, interpretando-as como reação emocional. “Que mulher não ficaria revoltada com o marido colocado em cativeiro, como meu pai?”, questionou.

Para o filho “01” do ex-presidente, “não é hora” de discutir substitutos para Jair Bolsonaro na disputa presidencial: “Nossa prioridade é restabelecer tudo o que Alexandre de Moraes tirou do Bolsonaro”.

        Flávio e Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Ex-marqueteiro de Bolsonaro detona Eduardo nos EUA: “Direita errou demais e está perdida”


      Duda Lima durante a campanha de Ricardo Nunes. Foto: reprodução

O estrategista da campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Duda Lima, avaliou que a direita brasileira está cometendo um erro estratégico ao focar excessivamente em temas como a anistia em detrimento da crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao e-book “Quem será o próximo presidente?”, lançado na última semana, o marqueteiro argumenta que a oposição deveria concentrar seus esforços em apontar as falhas da atual gestão federal.

Lima também sustenta que Bolsonaro só teria perdido a eleição para Lula devido a eventos circunstanciais, como o episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson atacando policiais federais com granadas uma semana antes do segundo turno.

Segundo Duda Lima, as sanções anunciadas pelo presidente estadunidense Donald Trump e a atuação de Eduardo Bolsonaro no exterior representam um novo tiro no pé da oposição a um ano da corrida presidencial.

“A direita errou demais. ‘Ah, se não tiver mais anistia, vai ter tarifaço’. Eu não concordo com isso. Por acaso o povo vai pagar essa conta? Tem gente na direita achando que é isso mesmo, o que confunde as pessoas. Elas se perguntam: ‘Então eu defendo o Donald Trump ou ataco?’. Fica uma confusão generalizada. A direita acabou se perdendo em um momento em que o governo é que estava perdido”, afirmou o marqueteiro.

Donald Trump e Eduardo Bolsonaro em encontro nos Estados Unidos, em 2019. Foto: Foto: Joyce N. Boghosian/Casa Branca

O estrategista, que conseguiu fazer o Partido Liberal entender a importância de atacar a ineficiência do governo no combate à inflação no primeiro semestre, havia planejado os últimos seis meses do ano com a direita focando em outro tema específico: os desvios no INSS e o prejuízo causado a milhões de aposentados pelas fraudes. No entanto, ele observa que a oposição parou de apontar os erros do governo.

“Não se fala mais dos problemas do governo. Quanto mais temas como o julgamento do Bolsonaro ou anistia se estenderem, pior para a oposição. Quem queria que o ex-presidente fosse condenado, já sabe em quem vai votar. Quem não queria, também. Há uma coluna do meio que deveria estar sendo impactada com os erros e acertos do governo. Se continuarmos nesses temas apenas, lá na frente não estaremos mais debatendo se o terceiro mandato do Lula foi bom ou ruim”, avaliou Duda.

O e-book “Quem será o próximo presidente?” apresenta doze entrevistas com os maiores estrategistas políticos e donos de institutos de pesquisa do Brasil.

Entre os entrevistados estão os protagonistas das últimas eleições presidenciais: os dois marqueteiros do PT nas últimas cinco disputas — João Santana (2006, 2010 e 2014) e Sidônio Palmeira (2018 e 2022); e os estrategistas que estiveram ao lado de Bolsonaro nas vezes em que concorreu — Marcos Carvalho (2018) e Duda Lima (2022). A publicação oferece um panorama abrangente das estratégias que moldaram as campanhas presidenciais recentes no país.

Fonte: DCM

“Santa do pau oco”: A reação de Joice Hasselmann ao processo movido por Michelle Bolsonaro


      Michelle Bolsonaro e Joice Hasselmann. Foto: reprodução

A Joice Hasselmann, ex-deputada federal, reagiu publicamente nesta terça-feira (30) ao processo movido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que solicita a exclusão de um vídeo do YouTube e o pagamento de R$ 20 mil por danos morais. Em sua conta no X, Hasselmann não apenas reafirmou as declarações que originaram a ação judicial, como também ampliou suas críticas à ex-primeira-dama, classificando-a como “santa do pau oco” e “caloteira”.

“Aqui da França fiquei sabendo que a Micheque Bolsonaro está me processando pq falei algumas – apenas algumas – verdades sobre ela, uma mulher que é uma farsa, um horror”, iniciou Hasselmann em sua publicação.

“Vai ser ótimo ela me chamar para briga pq assim fico mais disposta a abrir minha caixa de ferramentas sobre a santa do pau oco. Tem muita verdade a ser dita. Quando eu digo que a família Bolsonaro é uma quadrilha eu me refiro tbm a essa caloteira. Pode vir quente que estou fervendo”.

As declarações que motivaram o processo foram feitas por Hasselmann durante participação no Content Podcast, no final de agosto. Na entrevista, ela afirmou que Michelle teria sido “amante de Jair Bolsonaro” enquanto “ele ainda era casado”, além de envolver-se com “outro homem comprometido”, com quem teria tido sua primeira filha. A ex-parlamentar também se referiu à ex-primeira-dama como “uma grande farsa”, “um horror” e “de baixíssimo nível”.

“Ela teve um caso com Bolsonaro enquanto era casado com outra. Então ela era amante do Bolsonaro. A ‘crentinha’ era amante, depois ela pegou o Bolsonaro da ex-mulher. Ele não estava livre, leve e solto”, disse Hasselmann no podcast. “Em Brasília, todo mundo sabe”, acrescentou, reforçando a veracidade de suas alegações.

Michelle ingressou com ação por difamação contra Joice Hasselmann no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Na petição inicial, a ex-primeira-dama busca a remoção imediata do conteúdo das plataformas digitais e indenização por danos morais. O Tribunal de Justiça já intimou Joice no dia 19 de setembro para prestar esclarecimentos sobre as declarações.

A magistrada responsável pelo caso negou o pedido liminar de retirada dos conteúdos, que permanecem disponíveis no YouTube. Em sua decisão, a juíza estabeleceu que “eventual excesso no exercício do direito à liberdade de expressão deve ser analisado após o adequado contraditório e instrução processual”. Isso significa que a exclusão do vídeo só poderá ser avaliada após o andamento do processo e a análise do mérito da ação.

Fonte: DCM


VÍDEO: Mulher é atacada com socos e chutes por empresário em MT

 

Câmera de segurança registra momento em que empresário agride mulher com socos e chutes em via pública, em Lucas do Rio Verde (MT). Foto: Reprodução

Um empresário foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher em Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, no último domingo (28). As imagens, captadas por câmeras de segurança, mostram o momento em que ele desce de uma caminhonete e ataca a vítima, que estava em uma moto estacionada.

Segundo o registro, a mulher tenta se defender e fugir, mas acaba derrubada no chão, onde é atingida por socos e chutes. A sequência de agressões só termina quando um carro para nas proximidades e uma pessoa intervém, obrigando o homem a encerrar o ataque. Em seguida, ele retorna para a caminhonete e deixa o local.

A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da violência e identificar responsabilidades. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e levantou pedidos de punição ao agressor.

Fonte: DCM

Presidente da Conafer, preso pela CPMI do INSS, é solto após pagar fiança


       Carlos Lopes na delegacia após CPMI do INSS. Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), foi solto na madrugada desta terça-feira (30) após prestar depoimento e pagar fiança. A prisão em flagrante foi decretada pela Polícia Legislativa do Senado por crime de falso testemunho durante a CPMI dos Fundos de Previdência.

O presidente da comissão parlamentar, senador Carlos Viana (Podemos-MG), justificou a detenção durante o momento da prisão. “Afirmo diante do Brasil, o senhor está preso em nome dos aposentados, das viúvas e dos órfãos do nosso Brasil. Quem rouba aposentado rouba do nosso país, dos brasileiros. E aqui quem mente paga o preço”, declarou o parlamentar.

Esta foi a segunda detenção solicitada por Carlos Viana dentro da mesma CPMI. Na semana anterior, o ex-diretor financeiro de empresas do chamado “Careca do INSS”, Rubens Oliveira, também havia sido encarcerado. Ferreira Lopes foi preso após cinco pedidos de parlamentares da comissão.

O dirigente da Conafer prestou depoimento como testemunha por nove horas antes da prisão e não havia solicitado habeas corpus preventivo. Agora, ele responderá judicialmente por falso testemunho perante a Justiça Federal. O valor exato da fiança paga para sua liberdade não foi divulgado pelas autoridades.

Fonte: DCM

Contas públicas registram déficit de R$ 17,3 bilhões em agosto e dívida permanece em 77,5% do PIB

Resultado fiscal mostra melhora em relação a 2024

     Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

As contas do setor público consolidado fecharam agosto com déficit primário de R$ 17,3 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central. O resultado inclui União, estados, municípios e empresas estatais, e não leva em conta os juros da dívida pública.

O saldo negativo representa melhora frente a agosto de 2024, quando o rombo havia sido de R$ 21,4 bilhões. Apesar do déficit, o desempenho foi o melhor para o mês desde 2022, ano em que o país registrou superávit de R$ 10,7 bilhões.

✲ Detalhamento do resultado de agosto

O desempenho fiscal de agosto foi puxado por déficits em todos os níveis de governo:

  • Governo federal: déficit de R$ 15,9 bilhões
  • Estados e municípios: déficit de R$ 1,3 bilhão
  • Empresas estatais: déficit de R$ 6 milhões

Embora os números indiquem deterioração em relação a julho, a comparação anual mostra uma trajetória de redução do rombo.

✲ Acumulado de 2025 ainda aponta saldo negativo

Entre janeiro e agosto, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 61,8 bilhões, o equivalente a 0,74% do PIB. No mesmo período de 2024, o resultado havia sido pior: um rombo de R$ 86,2 bilhões, correspondente a 1,12% do PIB.

Somente o governo federal responde pela maior parte do saldo negativo neste ano, com R$ 84,6 bilhões de déficit acumulado. No mesmo período de 2024, o valor havia sido de R$ 101,6 bilhões.

✲ Meta fiscal e arcabouço

A meta estabelecida pelo governo federal para 2025 é zerar o déficit primário. Entretanto, as regras do novo arcabouço fiscal permitem uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, o que equivale a aproximadamente R$ 31 bilhões de déficit, sem que a meta seja formalmente descumprida.Além disso, para efeito de cálculo da meta, o governo desconsidera R$ 44,1 bilhões em precatórios, que são dívidas reconhecidas pela Justiça.

Fonte: Brasil 247

Internautas ironizam foto de Bolsonaro após visita de Tarcísio: 'saudável para a Papuda'

Após fotos de Bolsonaro viralizarem, médico foi chamado para atendimento de emergência. Internautas apontam encenação

     Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve na segunda-feira (29) em Brasília para visitar Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O encontro, segundo ele, teve caráter de “solidariedade” e não estaria vinculado a interesses políticos.

Uma fotografia de Bolsonaro e Tarcísio logo após o encontro viralizou. Internautas apontam o aparente bem-estar de Bolsonaro e dizem que ele, ao contrário do que alegam seus advogados, tem plenas condições de cumprir pena em regime fechado. Usuários das redes sociais afirmaram que o ex-mandatário parecia “saudável para a Papuda”, referência ao presídio em Brasília.


✲ Visita e declarações de Tarcísio

Após três horas de conversa, Tarcísio relatou à imprensa que encontrou o aliado debilitado e emocionado. “É muito triste ver o presidente na situação que ele está. Assim, a gente conversando, e ele soluçando o tempo todo. Isso ainda é a consequência das várias cirurgias que ele fez, consequência do atentado covarde que ele sofreu, que quase ceifou a vida dele”, declarou.

✲ Crise de soluços e atendimento médico

Poucas horas depois do encontro, o médico pessoal de Bolsonaro, Cláudio Birolini, foi acionado para atendê-lo em Brasília. Segundo o UOL, Birolini afirmou que o ex-presidente “teve uma crise mais intensa de soluços”, mas que não foi necessária internação hospitalar. As medidas adotadas teriam sido apenas as habituais para esse tipo de quadro.

O filho do ex-presidente complementou a versão, alegando que, além dos soluços, Bolsonaro teria apresentado episódios de vômito.

Sobre o atendimento médico, internautas apontaram que tudo não teria passado de uma encenação após ficar evidente o bom estado de saúde de Bolsonaro pelas imagens do encontro com Tarcísio.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Atas revelam inação do INSS diante de denúncias de descontos indevidos desde 2020

Documentos enviados pelo MPF à CPMI mostram que instituto adiou medidas contra fraudes em aposentadorias por mais de cinco anos

      INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Atas de reuniões do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) de Previdência e Assistência Social revelam que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demorou a agir diante de reiteradas cobranças sobre descontos não autorizados em aposentadorias. Os registros foram enviados pelo Ministério Público Federal (MPF) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS e mostram anos de protelação do instituto mesmo sob pressão de órgãos de controle.

De acordo com o Metrópoles, os documentos apontam que, desde o governo de Jair Bolsonaro (PL) o INSS se limitou a respostas parciais sobre as irregularidades em Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com associações, que permitiram descontos indevidos em benefícios.

✲ Reuniões sem avanço efetivo

Criado em 2018 por portaria da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, o GTI reunia representantes do próprio MPF, do INSS, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU), da Defensoria Pública da União (DPU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Previdência. O objetivo era discutir falhas estruturais na Previdência e propor medidas conjuntas para corrigi-las.

O assunto dos descontos associativos foi incluído em 2020. Já naquela época, o então diretor de Benefícios do INSS, Alessandro Roosevelt, admitiu que, desde 2018, havia inúmeras denúncias de aposentados sobre cobranças não autorizadas. Mesmo assim, a resposta do instituto se resumiu a promessas de ajustes e justificativas técnicas.

✲ Pressões e cobranças de órgãos de controle

Em diversas reuniões entre 2020 e 2022, o MPF e a DPU cobraram insistentemente a publicação de uma instrução normativa que regulamentasse os descontos. A defensoria relatou ter recebido “muitas reclamações de aposentados que não teriam conhecimento dos benefícios a que tinham direito como associados, bem como relatos de dificuldades para se desvincular das associações”. Apesar disso, a minuta da norma foi adiada sucessivamente.

Em 2021 e 2022, o INSS alegou que o texto ainda passava por revisões jurídicas e que enfrentava resistência das entidades conveniadas. O MPF, no entanto, alertava para a urgência da medida, chegando a sugerir um cronograma para a regulamentação.

✲ Escândalo ganha força e PF entra em cena

A partir de 2023, as reuniões passaram a registrar maior preocupação do MPF e da DPU, que apontaram a gravidade das queixas de segurados. Já em 2024, quando a imprensa começou a publicar reportagens sobre o caso, o INSS informou ter intensificado diligências externas para verificar associações, exigindo documentos como laudos de bombeiros, plantas arquitetônicas e fotografias.

Ainda em 2024, a Dataprev anunciou bloqueio geral de benefícios concedidos antes de setembro de 2021, como medida de prevenção. Em maio daquele ano, o então diretor de Benefícios, André Fidelis — posteriormente demitido — admitiu que o aumento nos descontos coincidiu com um “crescimento do mercado”.

✲ Avanços tardios e falhas persistentes

Somente em setembro de 2024 foi publicada a Portaria nº 51, que tratava do acompanhamento dos ACTs. Porém, a CGU destacou, durante auditoria, que 97% dos entrevistados afirmaram não ter autorizado os descontos. O órgão também apontou falta de envio de documentos por parte de ao menos oito associações e do próprio INSS.

Em dezembro de 2024, a DPU e a CGU voltaram a cobrar a revalidação de todos os descontos feitos antes da nova normativa. O INSS respondeu que o tema aguardava decisão do TCU e prometeu aperfeiçoar o sistema de biometria da Dataprev, com previsão de implantação ainda no fim daquele ano.

✲ Operação Sem Desconto e novos rumos

Em 2025, as discussões do GTI passaram a tratar de forma permanente os descontos associativos, coincidindo com a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, em abril. O INSS anunciou então a adoção definitiva da biometria como condição para novos descontos, medida que passou a valer a partir de março.

Apesar das medidas, o MPF reforçou em junho que o tema também seria acompanhado pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, que atua em casos de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública.

As atas deixam evidente que a inação do INSS permitiu que o problema se arrastasse por anos, mesmo sob pressão contínua de órgãos de fiscalização.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Motta garante vitória parcial no STF sobre redistribuição de cadeiras na Câmara

Por outro lado, Congresso viu o presidente Lula vetar mudanças na Lei da Ficha Limpa

     Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux tomaram decisões nesta segunda-feira (29) que provocaram reações distintas no Congresso Nacional. Enquanto o Palácio do Planalto reforçou seu embate com os parlamentares ao vetar medidas polêmicas, o Supremo garantiu uma saída que favorece setores da Câmara dos Deputados.

A Folha de S.Paulo destaca como os movimentos simultâneos de Lula e do STF mexem diretamente no equilíbrio político entre Executivo e Legislativo, além de impactar a correlação de forças entre a Câmara e o Senado.

Disputa pelas cadeiras na Câmara

O tema mais imediato envolveu a redistribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados com base nos dados do último censo. O Congresso havia aprovado, em junho, projeto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ampliava de 513 para 531 o número de deputados a partir de 2027. Lula, porém, vetou a proposta no mês seguinte, inaugurando uma fase de confronto com o Legislativo em relação a pautas consideradas impopulares.

Pressionado a colocar em votação o veto presidencial, o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), recorreu ao STF. Ele solicitou que o tribunal mantivesse o número atual de cadeiras por estado nas eleições de 2026 e só aplicasse o novo cálculo em 2030. Poucas horas depois, Fux concedeu liminar favorável ao pedido, decisão que ainda precisa ser confirmada pelo plenário do STF até esta quarta-feira (1º).

A medida foi interpretada como um gesto de aproximação com a Câmara, que estava insatisfeita com o Senado desde que este recuou no apoio à chamada PEC da Blindagem após forte pressão popular.

✲ Repercussão e impacto político

A decisão de Fux representou um alívio para Motta, que vinha acumulando derrotas recentes e enfrentando questionamentos à sua liderança na Casa. Embora tenha visto naufragar sua proposta de ampliar o número de deputados, ele comemorou a manutenção das atuais 513 cadeiras, já que isso impede que estados como a Paraíba — seu reduto eleitoral — percam duas vagas. Situação semelhante ocorreu com Alagoas, estado do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP), que ficaria sem uma cadeira.

Pelos cálculos do censo, sete estados perderiam representantes: Alagoas (-1), Bahia (-2), Paraíba (-2), Pernambuco (-1), Piauí (-2), Rio de Janeiro (-4) e Rio Grande do Sul (-2). Outros sete ganhariam: Amazonas (+2), Ceará (+1), Goiás (+1), Minas Gerais (+1), Mato Grosso (+1), Pará (+4) e Santa Catarina (+4).

✲ Lula veta mudanças na Lei da Ficha Limpa

No mesmo dia, Lula vetou trechos de outro projeto de interesse direto do Congresso: a proposta que flexibilizava a Lei da Ficha Limpa, limitando a inelegibilidade de políticos condenados a oito anos. O movimento confronta especialmente Alcolumbre, que havia articulado pessoalmente a aprovação do texto e, de forma incomum, deixou a cadeira de presidente do Senado para votar favoravelmente.

“Eu faço questão dessa modernização, dessa atualização da legislação da Lei da Ficha Limpa para dar o espírito do legislador quando da votação da lei. A inelegibilidade, ela não pode ser eterna. Está no texto da lei oito anos, não pode ser nove nem vinte. O meu voto é sim”, declarou Alcolumbre na ocasião.

✲ Próximos passos no Congresso

Assim como no caso da redistribuição das cadeiras, os vetos de Lula podem ser derrubados em sessão conjunta do Congresso, desde que recebam apoio mínimo de 257 deputados e 41 senadores.

Aliados do governo acreditam que, diante da recente derrota da PEC da Blindagem, dificilmente o Congresso bancará nova ofensiva em pautas impopulares neste momento. No entanto, a ofensiva contra a posição de Alcolumbre é vista como um fator de risco para o governo, já que pode levar o senador a acelerar esforços para a derrubada não apenas desse, mas de outros vetos presidenciais.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PP dá até domingo para Fufuca desembarcar do governo Lula

União Brasil e PP definiram prazo para saída de filiados do Executivo

     André Fufuca (Foto: Ministério do Esporte)

O Progressistas (PP) trabalha com a expectativa de que o ministro dos Esportes, André Fufuca, peça demissão até domingo (5). A decisão está ligada ao movimento da sigla e do União Brasil, que em setembro definiram um prazo de 30 dias para que todos os filiados que ocupam cargos no Poder Executivo se desliguem de suas funções, sob risco de expulsão partidária.

Segundo o jornal O Globo, Fufuca, deputado licenciado pelo PP do Maranhão, integra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas é considerado um dos aliados mais próximos do presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI). De acordo com integrantes do partido, Fufuca conversou com Nogueira e indicou que seguirá a orientação partidária, deixando o ministério dentro do prazo estipulado. O ministro não se manifestou publicamente até o momento.

✲ União Brasil antecipa saída

Diferentemente do PP, o União Brasil decidiu antecipar o cronograma e já iniciou a retirada de seus ministros. O titular do Turismo, Celso Sabino, deputado licenciado do Pará, afirmou que comunicou a Lula sua decisão de pedir demissão. Apesar disso, permanecerá no cargo até a próxima quinta-feira. Sabino tenta viabilizar a nomeação de sua aliada Ana Carla Machado Lopes, atual secretária-executiva da pasta, como sucessora. A disputa, no entanto, também envolve o PT, que defende o nome do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e o PDT, que pressiona pela indicação do deputado André Figueiredo (CE).

✲ Tensão entre Centrão e Planalto

As articulações de PP e União Brasil se somam a um momento de instabilidade na relação do governo com partidos do Centrão. Em reunião em agosto, Lula criticou ministros ligados às legendas por não defenderem sua gestão em eventos partidários, além de acusar Ciro Nogueira de tentar construir uma candidatura a vice-presidente ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A pressão de ambas as legendas tende a enfraquecer a base de apoio do governo no Congresso e abre espaço para disputas internas por ministérios estratégicos, aprofundando a tensão entre o Planalto e os partidos do bloco.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Fachin destaca a independência do STF: "Não é espetáculo"

Novo presidente do Supremo diz que Justiça não pode ser submetida ao populismo e cita sanções dos Estados Unidos contra ministros da Corte

     Edson Fachin (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 Empossado nesta segunda-feira (29/9) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin afirmou que a independência do Judiciário é condição essencial para a democracia e criticou a espetacularização da Justiça. A reportagem é do site Consultor Jurídico (ConJur), que acompanhou a cerimônia em Brasília.

“A independência judicial não é um privilégio, e, sim, uma condição republicana. Um Judiciário submisso, seja a quem for, mesmo que seja ao populismo, perde sua credibilidade. A prestação jurisdicional não é espetáculo. Exige contenção”, declarou Fachin em seu discurso de posse.

✲ Compromisso com a Constituição e pacificação

O novo presidente ressaltou que o papel do STF é distinto da política, deixando claro que “ao Direito, o que é do Direito; à política, o que é da política”. Ele também falou em pacificação institucional, defendendo a união dos ministros da Corte mesmo diante de divergências:

“Nossa expectativa é simples: mesmo no dissenso e no conflito, conviver sem renunciar à paz”.

Fachin elencou como princípios que devem nortear sua gestão os direitos humanos e fundamentais, a segurança jurídica, a transparência, a sustentabilidade, a integridade, a eficiência, a diversidade, a equidade e a valorização das pessoas. “Assumo não um poder, mas um dever: respeitar a Constituição e apreender limites”, afirmou.

✲ Desafios nacionais e internacionais

No discurso, o presidente do STF citou os principais desafios que pretende enfrentar à frente do tribunal: a crescente judicialização de demandas sociais, a dificuldade de acesso à Justiça para os mais vulneráveis, os impactos das mudanças climáticas, os avanços tecnológicos e a ameaça do crime organizado.

Ele também chamou atenção para o cenário internacional, marcado por instabilidade e tensões geopolíticas, e mencionou as sanções impostas pelos Estados Unidos a ministros da Corte, incluindo ele próprio. Fachin teve seu visto de entrada no país cancelado.

✲ Solidariedade a Moraes e homenagem a Barroso

Fachin prestou solidariedade ao vice-presidente do STF, Alexandre de Moraes, alvo direto do governo norte-americano:

“O colega engrandece o tribunal e merece nossa saudação e nossa solidariedade, e sempre a receberá, como assim o faremos em desagravo a cada membro deste colegiado, a cada juiz ou juíza deste país, em defesa justa do exercício autônomo e independente da magistratura”.

Ele também homenageou seu antecessor, o ministro Luís Roberto Barroso:

“Ao amigo fraterno desejo, para o bem do país e de todos nós, que conserve sempre a vitalidade intelectual, a inspiração que lhe é própria e a juventude de espírito que o distingue”.

A cerimônia contou com ampla participação de autoridades, exigindo ajustes de última hora para acomodar os convidados, segundo o ConJur.

Fonte: Brasil 247 com informações do Conjur


VÍDEO – Vice de Maduro diz que Venezuela tem decreto de exceção pronto para ataque dos EUA

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Delcy Rodriguez, vice. Foto: Marco Bello/Reuters

O governo da Venezuela possui um decreto de exceção preparado para ser implementado em caso de um ataque dos Estados Unidos, anunciou a vice-presidente Delcy Rodríguez na última segunda-feira (29). O instrumento, que concederia poderes especiais ao presidente Nicolás Maduro, será submetido à aprovação de outros Poderes em situação de agressão estadunidense.

A medida surge em meio ao aumento da tensão militar com os EUA, que enviaram navios de guerra e tropas para o Caribe e realizaram uma série de ataques contra barcos venezuelanos – identificados por Washington como vinculados ao narcotráfico.

“O que o governo dos Estados Unidos e o senhor da guerra Marco Rubio [secretário de Estado do governo de Donald Trump] estão fazendo contra a Venezuela hoje é uma ameaça proibida pela Carta das Nações Unidas”, declarou Rodríguez durante evento em Caracas com o corpo diplomático.

“E se eles ousarem atacar nossa pátria, será emitido o decreto de comoção externa (equivalente ao estado de exceção)”. A vice-presidente afirmou que o decreto permitiria que Maduro “atue em questões de defesa e segurança e defenda a Venezuela”. Uma fonte governamental venezuelana, sob anonimato, esclareceu que Maduro ainda não assinou o documento, mas pode fazê-lo “a qualquer momento”.

Rodríguez enfatizou a unidade nacional frente à ameaça externa: “Existe uma Venezuela unida na defesa do nosso país, preparada para a defesa da Venezuela. Jamais entregaremos nossa pátria”. Ela alertou que um ataque teria consequências amplas, prejudicando não apenas o governo e o povo venezuelano, mas toda a região e inclusive os Estados Unidos.

A vice-presidente também advertiu que qualquer pessoa que “promover, apoiar, facilitar ou defender a agressão militar” será processada, em referência direta à acusação de que a líder oposicionista María Corina Machado promove secretamente a intervenção estrangeira.


O anúncio ocorre em um contexto de posições divergentes dentro da oposição venezuelana. Há uma semana, Edmundo González Urrutia, ex-candidato presidencial pela oposição em 2024, manifestou apoio ao envio de tropas militares estadunidenses ao Caribe.

“O cerco antinarcóticos do Mar do Caribe liderado pelos Estados Unidos constitui uma medida necessária para o desmantelamento da estrutura criminosa que ainda se ergue como único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela”, declarou González Urrutia em vídeo enviado a líderes mundiais durante a Assembleia Geral da ONU.

Fugido na Espanha após ordem de prisão, González Urrutia dividiu a mensagem com María Corina Machado, que está na clandestinidade após ser acusada de conspirar contra Maduro.

De acordo com a Constituição venezuelana, um estado de comoção interna ou externa pode ser declarado “no caso de um conflito interno ou externo que coloque seriamente em risco a segurança da nação, seus cidadãos ou suas instituições”. O advogado Alí Daniels, codiretor da ONG Acesso à Justiça, explicou que a declaração de estado de comoção externa seria “inédita” na história do país e poderia restringir “direitos fundamentais”.

O decreto “pode suspender ou restringir direitos humanos, com exceção daqueles que a própria Constituição determina que não podem ser suspensos, como o direito ao devido processo legal, o direito à informação e à proteção constitucional da liberdade de pensamento, entre outros”.

Uma vez assinado, o decreto de exceção precisará da aprovação do Parlamento venezuelano e da Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça – ambos controlados por chavistas. Se aprovada, a medida entra em vigor imediatamente com duração de 90 dias, podendo ser prorrogada por igual período.

O instrumento permitiria a Maduro, por exemplo, ordenar mobilizações militares, estabelecer despesas não previstas no orçamento, requisitar bens para uso emergencial e impor toques de recolher.

Fonte: DCM