Antes mesmo da violação da tornozeleira, PF já vinha monitorando sinais de fuga no entorno bolsonarista e movimentações internacionais do clã
A prisão de Jair Bolsonaro (PL) foi resultado de uma operação articulada em várias frentes pela Polícia Federal. A corporação vinha acumulando informações consideradas sensíveis, que iam desde sinais de fuga no entorno bolsonarista até movimentações internacionais envolvendo familiares do ex-mandatário.
De acordo com Daniela Lima, do UOL, a convocação de apoiadores para vigília diante da casa de Bolsonaro ocorreu após dois de seus filhos visitarem El Salvador —governado por Nayib Bukele— e após reuniões de Flávio Bolsonaro com integrantes da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. No conjunto, esses elementos levaram a PF a preparar um pedido de prisão preventiva, finalizado por volta das 20h, mas protocolado no Supremo Tribunal Federal apenas às 23h.
O ministro Alexandre de Moraes acionou a Procuradoria-Geral da República para uma manifestação urgente e consultou colegas da Primeira Turma do STF antes de decidir o rumo do caso. Já havia consenso para a adoção da medida mais dura quando chegou um novo alerta: a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal comunicou que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro havia sido rompida.
Com essa informação, Moraes redigiu a decisão que autorizou a prisão, enviada à Polícia Federal às 2h30 da madrugada de sábado (22). Foi nesse momento que a PF tomou conhecimento da violação do dispositivo de monitoramento, o que adicionou pressão ao cumprimento do mandado, que deveria ocorrer em poucas horas.
A corporação, entretanto, já havia estruturado um plano detalhado. Para a ação, foram mobilizados integrantes da Divisão de Inteligência Policial (DIP), do Comando de Operações Táticas (COT) —reservados para uma eventual reação ou tumulto— e até uma equipe da área de aviação da PF, preparada para retirar Bolsonaro de helicóptero caso necessário.
Às 6h, os agentes bateram à porta do ex-presidente, que não apresentou resistência. A equipe do COT, posicionada em uma van descaracterizada, acabou não sendo acionada. A operação transcorreu sem incidentes, concluindo uma das ações mais complexas já planejadas pela Polícia Federal em torno do ex-mandatário.
Fonte: Brasil 247 com informações do UOL
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