segunda-feira, 24 de novembro de 2025

PF aponta uso de 'fonte de calor' em tentativa de Bolsonaro para abrir tornozeleira

Laudo da PF detecta ferro e queimaduras no equipamento e reforça relatório da Seape-DF sobre violação

        Tornozeleira de Jair Bolsonaro (Foto: SEAP/Divulgação)

A perícia da Polícia Federal concluiu que a tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro (PL) sofreu danos provocados por uma fonte intensa de calor. Os resultados, segundo o jornal O Globo, apontaram queimaduras e vestígios de ferro no equipamento e foram detalhados em um laudo finalizado nesta segunda-feira (24).

O exame confirma a avaliação anterior da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), cujo relatório indicava sinais evidentes de violação no dispositivo. Esse documento foi um dos fundamentos citados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao decretar a prisão preventiva do ex-mandatário no sábado (22).

◉ O que diz o laudo técnico

Os peritos afirmam que a tornozeleira sofreu “danos significativos” compatíveis com o uso de uma fonte de calor direcionada para abrir o compartimento do equipamento. A análise concluiu que o aquecimento ultrapassou o ponto de resistência do material plástico e provocou queimaduras ao longo de toda a circunferência do case. O laudo também registra a presença de partículas de ferro na área danificada, reforçando que o aparelho entrou em contato com um objeto metálico submetido a alta temperatura.

◉ Técnicas empregadas pela perícia

Para chegar à conclusão, a equipe utilizou registros fotográficos, análise microscópica, microfluorescência de raios X e testes de comparação com uma tornozeleira em perfeito estado. A combinação dos métodos permitiu mapear o padrão térmico e identificar os elementos químicos aderidos ao plástico queimado.
Danos compatíveis com aquecimento direcionado

Segundo o relatório, o equipamento foi submetido a calor concentrado na região de fechamento da caixa, o que sugere uma tentativa deliberada de abertura. As marcas circulares de queimadura reforçam o padrão identificado pelos técnicos da PF.

O conteúdo da perícia se alinha ao relato prestado por Bolsonaro à Seape-DF. No documento da secretaria, ele afirmou ter usado um “ferro de solda” para tentar abrir o dispositivo. O equipamento, segundo o relatório inicial, apresentava “sinais claros e importantes de avaria”, com queimaduras por toda a extensão.

◉ Exame complementar em andamento

Um segundo laudo ainda está sendo preparado pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília. A nova análise deve avaliar possíveis danos no circuito eletrônico da tornozeleira e identificar qual sensor foi acionado durante o superaquecimento. Bolsonaro permanece detido na Superintendência da PF, que fica ao lado dos laboratórios onde os exames estão sendo conduzidos, enquanto as investigações seguem em curso.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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