segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Como a bancada evangélica reagiu à prisão de Bolsonaro


Jair Bolsonaro marcou presença em evento da bancada evangélica no Congresso em 2022. Foto: Divulgação

A Frente Parlamentar Evangélica divulgou neste domingo uma nota em que classifica como “desproporcional” a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. O grupo afirma que a decisão do ministro Alexandre de Moraes representa “um fato de relevante impacto político e institucional para o segmento cristão”.

A bancada, uma das mais influentes do Congresso e historicamente alinhada ao bolsonarismo, avalia que o episódio acirra tensões no país. No comunicado, os parlamentares afirmam que a medida agrava o ambiente político.

Segundo o texto, decisões tomadas “sem absoluta observância do princípio da proporcionalidade” podem “comprometer a confiança da população nas instituições” e dificultar “o caminho da pacificação social”. Para os integrantes da bancada, há risco de insegurança jurídica diante do contexto que envolve o ex-presidente.

A Frente Evangélica é hoje um dos blocos mais organizados e coesos do Legislativo. Em fevereiro, o deputado Gilberto Nascimento assumiu a presidência da frente após derrotar Otoni de Paula, disputa marcada pela ressonância da polarização entre lulistas e bolsonaristas. Nascimento tem buscado reforçar o alinhamento histórico do grupo com pautas conservadoras.

O deputado Gilberto Nascimento. Foto: Divulgação
Na nota deste domingo, os parlamentares dizem prestar solidariedade a Bolsonaro e sua família. Afirmam ainda que “todo cidadão tem direito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório”, destacando que o ex-presidente é idoso, tem saúde fragilizada e, segundo eles, não apresentaria “qualquer risco de fuga”.

Bolsonaro foi preso no sábado por ordem de Moraes, que atendeu a pedido da Polícia Federal com aval da Procuradoria-Geral da República. O ministro baseou sua decisão na vigilância organizada por apoiadores do ex-presidente no condomínio onde ele vive, na fuga de outros investigados e na violação da tornozeleira eletrônica, admitida pelo próprio Bolsonaro.

Em audiência de custódia realizada no domingo, Bolsonaro afirmou que danificou o equipamento devido a efeitos de medicamentos que teriam provocado “paranoia”. Ele repetiu que não tentou fugir e atribuiu o ato a um momento de confusão mental.

A audiência durou cerca de meia hora. Ao final, uma juíza auxiliar do Supremo Tribunal Federal validou a prisão preventiva. A defesa do ex-presidente ainda tenta reverter a decisão, mas a Primeira Turma do STF já formou maioria preliminar pela manutenção da medida.

Fonte: DCM

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