quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Renato Freitas se manifesta sobre briga e diz que foi vítima de racismo

 

O deputado Renato Freitas (PT) com o nariz ensanguentado após sair na mão com homem em Curitiba (PR). Foto: Reprodução
O deputado estadual Renato Freitas (PT), do Paraná, se manifestou após sair na mão com um homem nas ruas de Curitiba (PR), levar um soco e ter o nariz quebrado. Em nota, o gabinete do parlamentar afirmou que a briga ocorreu após uma ofensa racista.

Segundo a equipe do petista, o agressor, que não foi identificado, o abordou na rua e “iniciou uma série de ataques, sem motivo aparente”.  O comunicado também aponta que Renato foi chamado de “vereador do PSOL”, o que “demonstra o caráter ideológico do ataque”.

Ele confirmou que teve o nariz fraturado durante a briga e que foi encaminhado ao hospital. A equipe do petista não informou quais providências serão tomadas contra o agressor.

Leia a nota na íntegra:


Às vésperas do Dia da Consciência Negra, o deputado estadual Renato Freitas (PT) foi vítima de uma agressão racista na manhã desta quarta-feira (19) no Centro de Curitiba. Um homem, até então de identidade desconhecida, abordou o parlamentar e iniciou uma série de ataques, sem motivo aparente.

O agressor perseguiu o deputado por algumas quadras e incitou um confronto físico. Renato reagiu às agressões, quando foi atingido com um soco no nariz.

Após o golpe, o homem continuou provocando o parlamentar com frases como “Não é você o famosinho?” e, em seguida, chamando Renato de “vereador do PSOL”, o que demonstra o caráter ideológico e racista do ataque. Mesmo sem reconhecer o real cargo político ocupado por Renato, o agressor age motivado pelo ódio contra políticos de esquerda.

O deputado Renato Freitas fraturou o nariz e foi encaminhado ao hospital.

Esta não é a primeira vez que Renato Freitas é alvo de violência racial e política enquanto acessa os espaços da cidade. Isso é reflexo do avanço do extremismo direitista que assola o Paraná e inflama o ódio contra a esquerda. E o racismo é o elemento que permite que o ódio se transforme em violência física contra corpos negros.

Fonte: DCM

Com orientação e prevenção, saúde quer evitar casos graves e óbitos por dengue

No ciclo de 2023/2024, região registrou mais de 44 mil casos e um total de 79 óbitos


   Fotos: Divulgação

A 16ª Regional de Saúde de Apucarana iniciou hoje (19) um ciclo de cinco oficinas do “Previne Dengue”. O evento de abertura teve atividades durante todo o dia, com a participação de cerca de 120 técnicos dos 17 municípios da região, no campus da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR). As oficinas dão continuidade às ações da campanha preventiva e às atividades do Diagnóstico Situacional da Atenção e Vigilância em Saúde (DISAVS).

O objetivo é fortalecer as ações municipais de vigilância, prevenção, assistência e controle da dengue, por meio da construção orientada de um “Plano de Ação Municipal”, de acordo com o cenário de cada município. Quatro oficinas serão realizadas na UTFPR e a última será sediada em Arapongas.

“Precisamos estar alertas e focados em todas as medidas necessárias. Buscamos evitar o ocorrido, principalmente no ciclo de 2023/2024, quando tivemos na nossa região mais de 44 mil casos de dengue confirmados e um total de 79 mortes”, frisou o diretor da 16ª Regional de Saúde, Paulo Vital.

Conforme ressalta ele, o período que mais preocupa é o verão - que está chegando -, com previsão de clima quente e muitas chuvas. “Essas condições são bastante favoráveis à proliferação de criadouros do Aedes Aegypti e a saúde pública deve estar atenta para mobilizar a população na prevenção”, assinala Vital.

Marcelo de Castro Viana, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, reiterou que nestas oficinas serão mostradas as fragilidades identificadas durante o processo de diagnóstico situacional no território e as medidas adequadas e urgentes a serem adotadas.

“No período sazonal e epidêmico, a Regional de Saúde reforça que o fortalecimento da atuação junto às equipes é essencial para o urgente diagnóstico e o manejo de casos suspeitos, para conter formas graves da dengue e a prevenção de óbitos evitáveis”, pondera Viana. Ele agradeceu a presença maciça dos servidores das secretarias de saúde dos 17 municípios da área de abrangência da 16ª RS; e também o apoio estrutural do diretor do campus da UTFPR, Tiago Ramires.

O assessor da diretoria da Regional de Saúde, Marcus Vinicius Costa, destaca que estas atividades fazem parte da agenda permanente de apoio técnico do órgão, sob a supervisão da Secretaria de Estado da Sáude, a Sesa. “A meta é atualizar e qualificar as equipes dos municípios, antecipando as ações preventivas ao período de maior risco climático e epidemiológico do Aedes aegypti”, frisa Costa.

Fonte: Assessoria


Ex de Aécio e vida luxuosa: quem é a namorada de Daniel Vorcaro, do Banco Master

     Martha Graeff e Daniel Vorcaro. Foto: reprodução


A empresária do setor de bem-estar Martha Graeff, influenciadora de 40 anos, viu seu nome repercutir nos últimos dias após a prisão do namorado, o banqueiro Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master. Enquanto ele era detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos ao tentar embarcar em um jato avaliado em R$ 80 milhões, Martha retornava ao Brasil em outro avião de Vorcaro que havia decolado pouco antes de Miami, nos Estados Unidos, e mudou a rota antes de chegar à região do Triângulo das Bermudas.

Gaúcha radicada em Miami, Martha construiu sua imagem a partir de um estilo de vida de luxo ao lado do banqueiro, viagens internacionais e estética “boho chic”. Com 617 mil seguidores no Instagram, ela compartilha rotinas de trabalho, bastidores de campanhas de moda e beleza e a promoção de sua empresa de longevidade, a Happy Aging.

A marca, criada por ela e o médico estadunidense Daniel Yadegar, aposta em produtos voltados ao público feminino, incluindo a pílula apresentada por Martha como aliada no envelhecimento saudável.

“Envelhecer não precisa significar perder vitalidade, pode ser uma jornada para se sentir mais energizada e confiante do que nunca. Quero que cada mulher vivencie essa mesma transformação e viva sua vida mais plena, feliz e vibrante”, afirma.

Martha Graeff e Daniel Vorcaro. Foto: reprodução

A influenciadora também é cofundadora da ONG Bazaar for Good, criada em 2018 ao lado da artista Danié Gomez-Ortigoza. A iniciativa promove ações de impacto social e já mobilizou influenciadoras e celebridades em campanhas beneficentes.

Essa vertente humanitária compõe a imagem pública de Martha, que evita expor sua vida pessoal e raramente publica fotos ao lado de Vorcaro. Ainda assim, os dois aparecem juntos em eventos do circuito de celebridades no Brasil e no exterior.

Além da carreira consolidada como modelo, com capas de revistas no país e fora dele, Martha tem uma filha de 6 anos, nascida em Miami, fruto do relacionamento com o ex-jogador de basquete da NBA e atual DJ, o libanês Rony Seikaly. Ela também teve um relacionamento com Aécio Neves em 2017.

Em outubro de 2024, Martha ganhou projeção ao lançar o chamado “shot da longevidade”, ideia que, segundo ela, surgiu após uma viagem à Índia e o contato com a medicina ayurvédica. A campanha reforçou sua posição como “embaixadora do envelhecimento feliz”. Ela não é investigada na operação da Polícia Federal que teve o Banco Master como alvo.

A nova onda de atenção sobre Martha surge no momento em que Vorcaro é acusado de liderar um esquema de fraude no Sistema Financeiro Nacional, estimado em R$ 12 bilhões pela PF.

Nos últimos meses, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo Master, o casal publicou registros de viagens ao verão europeu. A PF afirma que o banqueiro já sabia que poderia ser preso e tentou fugir ao anunciar a venda da instituição para o grupo Fictor. Sua defesa diz que o voo para Malta era apenas uma escala rumo a Dubai.

Fonte: DCM

VÍDEO – Deputado Renato Freitas leva soco e quebra o nariz em briga


   Deputado Renato Freitas (PT) sai na mão com homem em Curitiba (PR). Foto: Reprodução

Vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga envolvendo o deputado estadual Renato Freitas (PT), do Paraná, e um homem ainda não identificado. A confusão ocorreu na manhã desta quarta (19) no Centro de Curitiba. Até agora, não há informações sobre o que motivou o confronto.

Nas imagens, o parlamentar aparece vestindo amarelo e troca socos com o outro homem, que usa roupas pretas. A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, apurou que Freitas quebrou o nariz e precisou ser encaminhado para atendimento médico após a briga. Não há detalhes sobre o estado de saúde do outro envolvido.

A equipe do deputado não se manifestou sobre o ocorrido. Pessoas que estavam no local disseram não saber para onde o homem deixou a cena depois da confusão.

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) informou que o caso poderá ser analisado pelo Conselho de Ética se houver representação formal. Até o fim da manhã, a Polícia Civil não confirmou se abrirá investigação sobre o episódio.

Fonte: DCM

'Não é justo que Bolsonaro cumpra pena numa mansão', diz Lindbergh

Líder do PT diz que a lei de organizações criminosas prevê a prisão imediata de Jair Bolsonaro em presídio de segurança máxima

Lindbergh Farias | Jair Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | REUTERS/Bernadett Szabo)


O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou a possibilidade de Jair Bolsonaro (PT) cumprir pena em regime domiciliar. O que eu não acho que seja justo é uma prisão domiciliar de quem passa a vida inteira [Bolsonaro] defendendo endurecimento de tudo numa casa de luxo, uma mansão”, afirmou o parlamentar em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

☉ Lei de organizações criminosas

Para Lindbergh, a lei exige a execução imediata da sentença, sem concessões especiais. “Bolsonaro deve ser preso agora, né? Na minha opinião, pelo que está na lei de organizações criminosas, o Bolsonaro obrigatoriamente tem que ser preso na Papuda, presídio de segurança máxima”, declarou.

O ex-mandatário foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado após sua derrota eleitoral no pleito de 2022.

☉ Contradição entre aliados de Bolsonaro

O deputado também avaliou o comportamento dos apoiadores do ex-mandatário. “É engraçada essa turma bolsonarista: eles vivem querendo aumentar a pena de tudo, eles acham que só isso resolve, a gente acha que não. Tem que ter investigação, pena é importante, mas é a lei de organização criminosa que diz: Bolsonaro foi condenado como chefe de quadrilha. É [prisão em] presídio de segurança máxima”, disse o parlamentar.

☉ Movimentos internos da direita

Lindbergh afirmou ainda que percebe articulações para afastar Bolsonaro da liderança política do bloco conservador. “Eu vejo o movimento de uma turma lá para largar o Bolsonaro e tentar construir uma outra alternativa, no caso o Tarcísio [governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas-Republicanos]”, disse.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PF não perderá recursos com PL Antifacção, diz relator no Senado

Alessandro Vieira (MDB-SE) informou que seu relatório não permitirá que PF perca recursos, apesar de avaliar que texto da Câmara está adequado "no mérito"

Alessandro Vieira (Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado)

Lucas Pordeus León, repórter da Agência Brasil - Indicado para relatar o projeto de lei (PL) Antifacção no Senado, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) informou à Agência Brasil, nesta quarta-feira (19), que seu relatório não permitirá que a Polícia Federal (PF) perca recursos, apesar de avaliar que o texto aprovado na Câmara está “adequado quanto ao mérito".

“Vamos verificar o formato, mas a gente já antecipa que não terá nenhum tipo de redução no financiamento da Polícia Federal, que é fundamental para o Brasil.”

Aprovado ontem na Câmara dos Deputados, o substitutivo apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sofreu críticas do governo federal por, entre outros motivos, alterar os critérios para distribuição dos recursos apreendidos do crime organizado, o que, segundo o governo, tira recursos da PF.

O relator do PL Antifacção no Senado avalia, porém, que o texto que veio da Câmara está adequado e que possíveis mudanças devem ser feitas para ajustar a "forma do projeto".

“É para verificar ajustes de forma; no mérito ele está adequado ao que o colegiado, aqui no Senado, entende de endurecimento penal, endurecimento na execução das penas, mas é preciso ter um cuidado e uma verificação mais apurada no tocante à forma e à constitucionalidade de alguns pontos”, afirmou o senador.

Alessandro Vieira informou que o Senado vai realizar uma audiência pública, na próxima semana, para discutir o projeto; Em seguida, o texto será relatado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário da Casa. Se sofrer alterações, o PL volta para nova análise na Câmara.

Enviado pelo Executivo ao Parlamento, o PL sofreu diversas alterações na Câmara. Entre outras mudanças, o projeto de lei aumenta as penas para membros de facção ou milícia para 20 a 40 anos, podendo chegar a 66 anos para os líderes das organizações criminosas.

O texto aprovado na Câmara determina ainda que membro de facção deve cumprir, no mínimo, 85% da pena para progressão de regime e proíbe graça, anistia, indulto ou liberdade condicional para membros dessas organizações.

☉ Proteger o debate

Ontem (18), o senador Alessandro Vieira foi escolhido relator do PL Antifacção pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A opção pelo senador sergipano, segundo Alcolumbre, se deu para “proteger” o debate sobre o tema na Casa.

“Eu gostaria de proteger esse projeto do debate que nós estamos vivenciando, infelizmente, na Câmara dos Deputados, entre situação e oposição. E proteger esse projeto, proteger esse relatório é defender verdadeiramente os brasileiros”, justificou.

Alcolumbre revelou que os senadores da oposição Sérgio Moro (União-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) haviam pedido para relatar o PL, mas ele preferiu escolher Alessandro Vieira, senador tido com perfil mais independente em relação ao governo e à oposição.

Segundo Alcolumbre, Vieira tem uma longa carreira na polícia de Sergipe. “Tem na sua agenda pessoal o combate e a proteção dos brasileiros, enfrentando o crime organizado desde sua origem, em Sergipe, e tem uma larga experiência”, disse.

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), comemorou a decisão do presidente do Senado.

“Eu acredito que é a melhor decisão que poderia ter. É a pessoa mais abalizada e mais experiente no combate ao crime organizado que nós temos aqui”, afirmou no plenário.

Na Câmara, a escolha do secretário de Segurança Pública de São Paulo, o deputado Derrite, para relator o PL Antifacção, enviado pelo Executivo, criou atritos entre o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) e partidos governistas, que reclamaram que a escolha “contaminou” o debate.

A primeira versão do relatório de Derrite, que teve cinco versões diferentes, previa submeter ações da PF contra o crime organizado a um pedido formal do governador, o que foi visto como uma limitação a atuação da PF. Neste caso, o relator recuou e retirou essa previsão.

☉ Reunião de Chefes dos Poderes

No dia seguinte da aprovação do PL Antifacção na Câmara, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, se reuniram na residência oficial do Senado, para discutir medidas de enfrentamento ao crime organizado.

“O diálogo permanente e responsável entre os Poderes é essencial para avançarmos, com celeridade e equilíbrio, na análise das propostas que impactam o sistema de justiça e a vida dos brasileiros e das brasileiras”, informou Alcolumbre em nota.

Fonte: Brasil 247

Lula participa da cúpula do G20 na África do Sul

Encontro em Joanesburgo reúne líderes para discutir economia, clima, energia e minerais estratégicos

Brasília (DF) - 24/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de sanção de projetos de lei (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 22 e 23 de novembro, em Joanesburgo, na África do Sul. O encontro representa o ponto alto da presidência sul-africana do grupo e reúne as maiores economias do planeta para discutir temas essenciais da agenda global.

As informações foram divulgadas originalmente pelo Portal do Planalto, que detalhou o papel do Brasil no fórum e os principais pontos da reunião. Sede do G20 em 2024, o Brasil integra a troika — grupo composto pelos países que presidiram, presidem e presidirão o bloco — ao lado da África do Sul e do próximo país que comandará o fórum.

● O Brasil na troika do G20

Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Philip Fox-Drummond Gough, o encontro ocorre em meio a negociações intensas para a formulação do documento final. “Estamos preparando o texto da declaração do grupo que vai ser adotada no final de semana”, afirmou.

O diplomata ressaltou o impacto internacional das decisões do G20. “O G20 tem grande capacidade de diferenciar a agenda de outros organismos internacionais e mobilizar o setor privado e a sociedade civil. Muitas das referências que você colocar nos textos das declarações do G20 servirão de referência também para outros processos econômicos comerciais”.

Criado em 1999 e transformado em cúpula de chefes de Estado em 2008, o G20 responde por mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e cerca de 60% da população do planeta.

● Prioridades da presidência sul-africana

Desde dezembro de 2024, a África do Sul conduz o G20 com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”. As quatro grandes prioridades são o fortalecimento da resiliência a desastres; sustentabilidade da dívida de países de baixa renda; financiamento para uma transição energética justa, e o papel dos minerais críticos no desenvolvimento econômico. Esses temas servirão de base para as sessões plenárias e debates entre as lideranças presentes.

● Sessões temáticas e agenda da cúpula

A programação da cúpula foi dividida em três sessões principais. No sábado, os líderes debaterão crescimento econômico sustentável, financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas. À tarde, a sessão “Mundo Resiliente” tratará de mudança do clima, segurança alimentar, redução de riscos e transição energética.

No domingo, a pauta será “Futuro Justo e Equitativo para Todos”, com foco em minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial. Durante o evento, Lula também deverá realizar encontros bilaterais com chefes de Estado e autoridades presentes.

● Expectativas para a Declaração de Líderes

O embaixador Gough destacou que o documento final será a principal entrega da cúpula. Entre os avanços já alcançados na presidência sul-africana está o pioneirismo no debate sobre minerais críticos. “É a primeira vez que o G20 consegue um documento sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de minerais na origem”, afirmou.

Outros resultados incluem a declaração dos ministros de Finanças sobre sustentabilidade da dívida, princípios para ampliar investimentos em redução de riscos de desastres e um relatório que revisa métodos internos de funcionamento do grupo.

A África do Sul também manteve a tradição inaugurada pelo Brasil de realizar reuniões inclusivas na ONU, permitindo que países não membros apresentem suas posições. “Os sul-africanos mantiveram a prática de fazer reunião inclusiva dentro da ONU em setembro, de maneira que países que não participam possam se fazer ouvir”, explicou.

● Comércio global e peso do G20

Os países do G20 concentram aproximadamente 80% das exportações e importações mundiais. Estados Unidos — cujo chefe de Estado é o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — China e União Europeia lideram as trocas comerciais internas ao bloco.

Em 2005, o G20 exportou US$ 8,2 trilhões; em 2021, esse número chegou a US$ 17 trilhões, um crescimento de 107%. Entre os principais produtos movimentados estão manufaturas, itens agrícolas e commodities como petróleo, gás natural e minérios.

O Brasil exporta principalmente aeronaves, petróleo e derivados, aço, minérios metálicos e produtos do agronegócio, consolidando sua posição em cadeias globais estratégicas.

Fonte: Brasil 247

Ex-ministra de Bolsonaro tem marido preso no caso Banco Master



O banqueiro baiano Augusto Lima, marido da ex-ministra do governo Jair Bolsonaro, Flávia Péres, ex-Arruda, foi preso na Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal. Lima era sócio e CEO do Banco Master.

Lima idealizou o CredCesta, produto que se tornou um dos pilares da instituição. O CredCesta funciona como um cartão de crédito consignado direcionado a servidores públicos e também a funcionários de algumas empresas privadas.

A investigação apura fraudes no Banco Master que podem superar R$ 12 bilhões, volume suficiente para levar o Banco Central a decretar a liquidação extrajudicial de quase todo o conglomerado.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, parte do dinheiro ilícito já foi localizada. Em depoimento à CPI do Crime Organizado, ele informou que R$ 1,6 milhão em espécie foram apreendidos na residência de um dos investigados.

Entre os alvos da operação de terça (18) estava uma mansão no Park Way, área nobre de Brasília, onde vivem Flávia e Augusto Lima. A PF não informou se o valor apreendido estava no imóvel do casal.

Os banqueiros mantinham relações estreitas com figuras influentes de Brasília. Há expectativa de que o material apreendido inclua diálogos envolvendo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, Michel Temer e Ciro Nogueira, entre outros.

A trajetória de Flávia é emblemática. Ex-personal trainer do então governador José Roberto Arruda, ela se tornou assessora especial do político e casou-se com ele. Em 2010, enfrentou a prisão do marido no escândalo conhecido como Mensalão do DEM.

Arruda acabou inelegível, mas conseguiu eleger Flávia deputada federal em 2018. Em 2021, ela assumiu a Secretaria de Governo no período Bolsonaro. No ano seguinte, perdeu a corrida para o Senado para Damares Alves.

Desde 2023, passou a usar o nome Flávia Péres, após assumir publicamente o relacionamento com Augusto Lima, a quem desposou em 2024. No Master, virou chefe de um tal Instituto Terra Firme, que “oferece cursos de capacitação profissional e autodefesa gratuitos para mulheres em situação de vulnerabilidade”.
Flávia Péres, ex-Arruda, e o marido Augusto Lima, sócio do Banco Master preso

O cerco ao Banco Master se intensificou ao longo do ano. A instituição chegou a negociar sua venda ao Banco de Brasília (BRB) por cerca de R$ 2 bilhões, operação considerada vantajosa para o banco privado, mas roubada para a estatal do DF.

O Banco Central vetou o negócio em março, alegando risco de herdar ativos problemáticos e comprometer a solidez do BRB. O episódio já causava estranhamento devido ao trânsito político dos envolvidos dentro do governo Ibaneis Rocha.

Naquele mesmo mês, Flávia recebeu a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, para um evento do Terra Firme. Em sua apresentação, emocionou o público ao contar histórias de mulheres que passaram pelo programa e saíram empoderadas, prontas para enfrentar o mercado de trabalho e as adversidades diárias.

“Muitas chegam até nós sem esperança, sem confiança em si mesmas. Nosso trabalho vai além da formação profissional. Nós ensinamos que essas mulheres podem ser donas de seus destinos, que podem lutar por suas oportunidades e pela própria segurança”, afirmou, para os aplausos gerais.

Fonte: DCM

CPMI: depoente admite conhecer investigados, mas evita explicar milhões transferidos


O senador Carlos Viana, a depoente Cecília Rodrigues Mota (centro) e sua advogada, Ilana Martins Luz
Jefferson Rudy/Agência Senado

No segundo depoimento desta terça-feira (18), a CPMI do INSS ouviu a advogada Cecília Rodrigues Mota, ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) e da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB). Ela admitiu conhecer parte das pessoas citadas nas investigações da Operação Sem Desconto, reconheceu ser proprietária de várias empresas suspeitas de lavagem de dinheiro e confirmou ter movimentado milhões de reais, mas negou que esses recursos tenham origem ilícita.

Amparada por um habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, ela declarou inicialmente que faria uso do direito ao silêncio para não prejudicar investigações em andamento, mas acabou respondendo parte das perguntas do relator da CPMI, o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL).

Na sua apresentação inicial, Cecília criticou a cobertura da mídia sobre seu caso e afirmou que toda a sua renda advém do trabalho como advogada — que incluiria serviços à Aapen, à AAPB e a outras duas entidades, sendo uma delas a Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS (Caap) —, além do trabalho em seu escritório de advocacia e em empresas privadas. Ela negou irregularidades em suas viagens e operações profissionais, mas vários parlamentares não se mostraram convencidos com esses argumentos.

Alfredo Gaspar questionou sua atuação como presidente da AAPB e da Aapen (que antes tinha o nome de Associação Brasileira Dos Servidores Públicos - ABSP). Ela negou irregularidades:

— Presidi a ABSP, hoje denominada Aapen, entre os anos de 2018 e 2022. Também presidi a AAPB entre 2019 e, aproximadamente, 2020. E faço aqui um esclarecimento essencial: nesse período não havia ACT [Acordo de Cooperação Técnica] vigente, portanto qualquer tentativa de vincular minha presidência à existência de ACT naquela época é simplesmente incorreta — disse Cecília.

O relator, então, lembrou que a ABSP foi descredenciada após investigação do INSS e voltou a atuar com novo nome em 2023. Ele também confrontou a depoente com repasses milionários feitos por ela e suas empresas a terceiros, incluindo Eric Fidelis, filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS em 2023 e 2024. Cecília então exerceu o direito de silêncio, preservando detalhes de transferências e relacionamentos comerciais.

— Por que a senhora coloca mais de R$ 4 milhões na conta do filho do André Fidelis [Eric Fidelis] depois desse ACT? — questionou Alfredo Gaspar.

Ela respondeu:

— Eu prefiro ficar em silêncio.

Outros investigados

Cecília também optou pelo silêncio quando foi questionada sobre movimentações envolvendo outros investigados. O relator citou, por exemplo, transferências para Thaísa Hoffmann Jonasson e Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira. Thaísa é esposa do ex-procurador do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho; Maria Paula é irmã do mesmo ex-procurador.

— Qual foi o serviço que a esposa do procurador-geral do INSS em 2023 e 2024 prestou? Thaísa Hoffmann Jonasson recebeu R$ 630 mil da senhora ou do seu escritório — questionou o relator.

— Excelência, eu também vou ficar em silêncio pelo mesmo motivo da pergunta anterior — disse a depoente.

Ainda assim, ela admitiu conhecer vários nomes ligados ao INSS, embora tenha afirmado, na maior parte das vezes, tratar-se apenas de “relações institucionais”. É o caso de André Fidelis, Eric Fidelis, Virgílio de Oliveira, Carlos Lupi e José Carlos Oliveira.

Sobre outros nomes — Felipe Macedo Gomes, Anderson Vasconcelos e Américo Monte, apontados como integrantes de um núcleo empresarial —, Cecília afirmou conhecê-los, mas sem detalhar essas relações.

Em outros momentos, ela manteve o silêncio em relação a sócios de empresas, repasses específicos e conexões com procuradores e operadores do INSS, alegando não ter acesso às provas.

O relator também destacou coincidências de datas de voos entre a depoente e outros investigados, como Antonio Carlos Camilo, conhecido como o “Careca do INSS”. Cecília negou ter qualquer contato ou relação com Camilo.

Empresas

Ao tratar das empresas ligadas à depoente, o relator detalhou repasses milionários a terceiros e pagamentos a empresas. Questionada sobre a estrutura societária delas e as funções desempenhadas, Cecília recorreu novamente ao direito de silêncio.

Entre as empresas citadas, a Highway Comércio e Serviço de Informática recebeu atenção especial. Cecília e Igor Oliveira Freitas aparecem como sócios, com 50% cada um. A advogada afirmou que a Highway atua na produção de softwares e no desenvolvimento de sites. Sobre a prestação de serviços para associações investigadas, disse apenas que isso “pode ter ocorrido” e que não se lembrava dos valores.

Em todos os casos apontados, ela admitiu deter parte do capital das empresas mencionadas, mas recorreu ao direito de silêncio sobre detalhes de movimentações financeiras, reiterando não ter acesso completo às investigações e argumentando que aguardaria os respectivos procedimentos legais.

Enriquecimento

Além de fazer questionamentos sobre as pessoas investigadas e as movimentações financeiras, Alfredo Gaspar se concentrou nas aquisições de veículos de luxo e nas viagens ao exterior realizadas pela depoente. Segundo ele, Cecília tinha um Ford Ka de R$ 59 mil em 2020 e hoje possui dois Mustangs avaliados em mais de R$ 350 mil cada. O deputado quis entender como ocorreu essa evolução patrimonial. Ela confirmou as aquisições e afirmou que os veículos foram pagos com recursos provenientes da sua atuação na advocacia.

Sobre as viagens, Cecília afirmou:

— Agora eu quero falar sobre a acusação de 33 viagens internacionais. Isso é uma inverdade, totalmente: o máximo que pode ter ocorrido são sete ou oito viagens internacionais — declarou ela.

Alfredo Gaspar também destacou o volume total das movimentações financeiras — estimadas em quase R$ 20 milhões — entre contas pessoais e da advocacia, incluindo transferências milionárias recebidas e enviadas, apontando a possibilidade de indícios de lavagem de dinheiro.

— Quando a senhora entrou, a senhora me passou uma ótima impressão: uma pessoa com uma carreira a zelar. Quando a senhora chegou aqui, eu queria acreditar que todas as suspeitas seriam jogadas na lata do lixo. Mas estamos falando de milhões de reais retirados de aposentados e pensionistas, dinheiro roubado do povo brasileiro, que já enfrenta tanto sofrimento — enfatizou o relator.

Críticas dos senadores

Ao senador Izalci Lucas (PL-DF), Cecília disse não ver conflito de interesses por ter sido contratada como advogada de uma associação que ela mesma já tinha presidido. Mas o parlamentar alertou para a semelhança desse procedimento com o de outras associações sob investigação, que teriam repassado a advogados o dinheiro retirado de forma fraudulenta de aposentados e pensionistas.

A depoente respondeu que não podia presumir que houve "roubo" (como declarou Izalci).

— Não posso presumir que foi um roubo, até porque eu conhecia o trabalho dessas associações a que prestei serviços. Elas realmente tinham um serviço — declarou ela.

O líder da oposição no Senado, Rogerio Marinho (PL-RN), não fez perguntas a Cecília, mas criticou o advogado-geral da União, Jorge Messias. Segundo Rogerio Marinho, Messias teria usado critérios políticos na investigação de entidades associativas.

— Ele [estava] claramente engajado em um processo para esconder a verdade, de varrê-la para debaixo do tapete, de fazer investigação seletiva. Isso é indigno do papel de quem se propõe a ser ministro do Supremo Tribunal Federal — afirmou Marinho.

O senador Sergio Moro (União-PR) chamou de “mensalão” os repasses financeiros do escritório de Cecília a pessoas vinculadas a dirigentes do INSS.

— A senhora se corrompeu, a senhora pagou suborno, a senhora se locupletou, e eu espero que a senhora encontre a justiça que a senhora merece — declarou Moro.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) destacou os repasses da depoente a empresas que, segundo ele, são “de fachada”.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) avaliou que os documentos resultantes da quebra de sigilo de Cecília são suficientes para levar a depoente a “pegar as penas mais altas” ao fim do inquérito.

Cecília, por sua vez, disse ser bom que a CPMI tenha acesso a documentos que, segundo ela, vão demonstrar sua inocência.

— Estou até assustada com o meu poder [atribuído pelas acusações contra ela], porque nem eu sabia disso — respondeu ela.

Suspensão do consignado

No encerramento da reunião, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reiterou sua proposta de suspensão, por seis meses, da cobrança de empréstimo consignado de aposentados e pensionistas. Segundo ele, isso seria uma atitude importante do governo federal em favor das vítimas das fraudes.

Viana acrescentou que a CPMI já sabe quem são os fraudadores.

— Temos nomes, núcleos, o rastro financeiro, os operadores e quanto cada um desses senhores desviou. Nada ficará escondido da nação.

Fonte: Agência Senado

CPMI: 'alfaiate dos famosos' é apontado como possível elo de lavagem de dinheiro


João Carlos Camargo Júnior preferiu manter o silêncio na CPMI do INSS
Geraldo Magela/Agência Senado

Chamado para depor na condição de testemunha, o empresário João Carlos Camargo Júnior — conhecido como “alfaiate dos famosos” — compareceu nesta terça-feira (18) à CPMI do INSS munido de um habeas corpus e preferiu ficar calado, mas foi apontado pelos parlamentares como o possível “elo principal” utilizado para lavar recursos do esquema que desviou benefícios de aposentados e pensionistas.

Segundo o relator, deputado Alfredo Gaspar (União–AL), documentos oficiais mostram que a MKT Connection Group — empresa aberta por Camargo em 2022 — recebeu mais de R$ 31 milhões da Associação Amar Brasil, apontada como uma das envolvidas da fraude no INSS. O relator afirmou ainda que a Camargo Alfaiataria também teria recebido R$ 1,7 milhão da mesma entidade, sem comprovação dos serviços prestados.

Na avaliação de Alfredo Gaspar, João Carlos Camargo Júnior é o “elo principal” do que chamou de “organização criminosa”. Para ele, o empresário se estruturou num vínculo com as pessoas citadas na investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Entre essas pessoas que formam essa estrutura ele citou Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro de Vasconcelos, Felipe Macêdo Gomes, José Branco Garcia e Igor Dias Delecrode, que integrariam o núcleo empresarial que teria operado o esquema bilionário de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários por meio de associações de fachada. O relator informou que vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão do alfaiate.

— Eu lamento que a Alfaiataria Camargo, tão famosa, tenha usado as suas contas com dinheiro sujo roubado de aposentados e pensionistas […]. Esse rapaz aqui é um profissional de sucesso, sujou a carreira, o futuro, pela ganância. Usou as suas contas para lavar dinheiro, para pegar dinheiro sujo. Infelizmente, essa é a realidade que nós temos visto na CPMI do INSS. Poderia ter usado a sua habilidade para fazer ternos, mas a habilidade dele foi, infelizmente, desviada para construir tramas criminosas no meio de organizações criminosas.

Acusação que também foi reforçada pelo senador Sergio Moro (União-PR).

— Aqui ficou evidenciado que a Amar é uma dessas empresas envolvidas no roubo de aposentados e pensionistas, foi beneficiária de descontos fraudulentos feitos nos benefícios desses aposentados e pensionistas, e seguindo o fluxo de dinheiro chega a essa empresa em que o senhor é sócio. A indagação que fica, evidentemente, é que a sua empresa recebeu R$ 24 milhões, em princípio com suspeitas de lavagem de dinheiro, já que o senhor também não esclarece os motivos [...] desses pagamentos de suborno a funcionários do INSS. Em um esquema desse tamanho, é muito difícil que tenha sido realizado sem qualquer espécie de conivência ou participação de agentes políticos.

Coaf

O nome do empresário João Camargo surgiu nas investigações da CPMI do INSS a partir de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou transferências de mais de R$ 31 milhões realizadas pela Associação Amar Brasil Clube de Benefícios à empresa MKT Connection Group, de propriedade exclusiva do referido empresário.

João Camargo também figura como ex-sócio da Kairos Representações Ltda., empresa que teve como sócios outros investigados pela Polícia Federal no âmbito do mesmo esquema, entre os quais Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro Vasconcelos, Felipe Macedo Gomes e José Branco Garcia — todos citados em operações de natureza semelhante.

Direito ao silêncio

João Camargo compareceu à CPMI, mas recorreu ao direito de permanecer em silêncio em quase todo o depoimento, assegurado por um habeas corpus proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse no início da reunião, que mesmo com a decisão da Corte, a testemunha deveria responder a todas as perguntas que não o incriminem e que deveria assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, conforme entendimento da Advocacia do Senado.

A defesa de João Camargo discordou e recorreu à justificativa de que o caso está sob investigação. Com isso, o depoente prestou o juramento e o compromisso de dizer a verdade em pontos que não o incriminem. O alfaiate classificou como uma injustiça a relação que as matérias jornalísticas fizeram entre as fraudes em benefícios do INSS com a sua alfaiataria.

Ele confirmou ser proprietário da empresa MKT Connection Group e que a mesma prestou serviço a uma associação.

— Tais serviços foram declarados, impostos devidamente pagos, despesas quitadas e os lucros realizados como o dia a dia de qualquer empresa.

O empresário ainda alegou que as denúncias não procedem e que a sua renda é compatível ao trabalho que ele exerce.

Empresas e contador

João Camargo informou que possui duas empresas em seu nome, a Camargo Alfaiataria e a MKT Connection, mas Alfredo Gaspar (União-AL) contestou e disse que chegou a identificar 14 CNPJ relacionadas ao depoente, como a Kairos Representações Ltda. O relator quis saber quem eram os sócios para a abertura da empresa, quais serviços foram prestados e para qual finalidade. Questionamentos que ficaram sem resposta do depoente.

No entendimento do relator, o que une todos esses nomes, como Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro Vasconcelos, Felipe Macedo Gomes e José Branco Garcia e os colocam no foco da investigação, é o contador Mauro Palumbo Concílio, com convocação já aprovada pela pela CPMI. Segundo Alfredo Gaspar, ele presta serviço para cinco empresas ativas de João Camargo e para empresas dos demais ex-sócios de Camargo na Kairos.

— Essa organização criminosa se juntou em várias empresas e retiraram mais de R$ 700 milhões roubados de aposentados e pensionistas. Trataram milhões de reais como se fossem nada. Aí você pega quatro criminosos, junta aqui, cada um montou uma empresa diferente. Está ótimo, é direito do cidadão abrir uma empresa e receber milhões de reais. Mas de dinheiro roubado dos aposentados e pensionistas? Aí do nada aparece o alfaiate. Ele aparece ligado a todos eles, na Kairo, que é uma empresa que eles abriram e fecharam juntos. Sabe quanto o alfaiate conseguiu? Quase R$ 32 milhões até agora descobertos.

Esse dinheiro, segundo o relator, foi colocado na empresa Rob Comércio, que tem como sócia e administradora Juliana Campos da Silva. Essa pessoa, de acordo com Alfredo Gaspar, teria recebido benefícios sociais como o Auxílio Brasil e o Bolsa Família. Para ele, uma sinalização de que a empresa foi usada para lavar dinheiro do crime que desviou dinheiro de aposentados e pensionistas.

— Até quando nós vamos permitir lavagem de dinheiro nessas proporções? Esse pessoal aqui meteu quase R$ 32 milhões para a MKT que tem o alfaiate como único sócio. E eu só fiz uma pergunta: que serviço foi prestado e ele se calou. Vocês acham que quem presta um serviço digno, sério, de uma empresa que está sendo aqui exposta ia perder essa oportunidade de explicar esse tipo de serviço? — questionou o relator.

Sem explicação

Parlamentares insistiram durante a reunião, mas o depoente manteve-se em silêncio. O senador Izalci Lucas (PL-DF) apontou que, entre dezembro de 2022 e abril de 2025, a MKT Connection Group teria recebido R$ 24,3 milhões da Amar Brasil e, no mesmo período, a empresa também teria enviado mais de R$ 780 mil para a Amar Brasil.

Entre outras questões, Izalci perguntou se haveria algum registro em foto ou vídeo da prestação desses serviços e questionou o empresário se ele teria sacado o dinheiro e repassado para alguém. Mas João Carlos Camargo Júnior se limitou a responder: "Me manterei em silêncio."

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que o depoente estava desperdiçando a oportunidade de defender sua própria biografia diante do país e perguntou se ele se arrependia de sua conduta. Camargo Júnior respondeu dizendo que “jamais foi conivente com essas fraudes”.

Em seguida, Girão questionou a origem dos R$ 24 milhões envolvidos no caso. Diante da pergunta, o depoente manteve a postura adotada ao longo da oitiva e limitou-se a dizer que permaneceria em silêncio.

Decepcionada com a escassez de respostas do depoente, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que a CPMI conta com uma série de documentos que o ligam às fraudes.

— O senhor deveria ter ficado lá fazendo os seus ternos maravilhosos, mas não sei o que o levou a se envolver com bandidos. O seu silêncio pode estar lhe condenando. Não é isso aqui apenas [esta reunião]. São milhares de documentos recebidos por esta CPMI e o seu nome está lá.

Fonte: Agência Senado