Encontro em Joanesburgo reúne líderes para discutir economia, clima, energia e minerais estratégicos
Brasília (DF) - 24/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de sanção de projetos de lei (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 22 e 23 de novembro, em Joanesburgo, na África do Sul. O encontro representa o ponto alto da presidência sul-africana do grupo e reúne as maiores economias do planeta para discutir temas essenciais da agenda global.
As informações foram divulgadas originalmente pelo Portal do Planalto, que detalhou o papel do Brasil no fórum e os principais pontos da reunião. Sede do G20 em 2024, o Brasil integra a troika — grupo composto pelos países que presidiram, presidem e presidirão o bloco — ao lado da África do Sul e do próximo país que comandará o fórum.
● O Brasil na troika do G20
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Philip Fox-Drummond Gough, o encontro ocorre em meio a negociações intensas para a formulação do documento final. “Estamos preparando o texto da declaração do grupo que vai ser adotada no final de semana”, afirmou.
O diplomata ressaltou o impacto internacional das decisões do G20. “O G20 tem grande capacidade de diferenciar a agenda de outros organismos internacionais e mobilizar o setor privado e a sociedade civil. Muitas das referências que você colocar nos textos das declarações do G20 servirão de referência também para outros processos econômicos comerciais”.
Criado em 1999 e transformado em cúpula de chefes de Estado em 2008, o G20 responde por mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e cerca de 60% da população do planeta.
● Prioridades da presidência sul-africana
Desde dezembro de 2024, a África do Sul conduz o G20 com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”. As quatro grandes prioridades são o fortalecimento da resiliência a desastres; sustentabilidade da dívida de países de baixa renda; financiamento para uma transição energética justa, e o papel dos minerais críticos no desenvolvimento econômico. Esses temas servirão de base para as sessões plenárias e debates entre as lideranças presentes.
● Sessões temáticas e agenda da cúpula
A programação da cúpula foi dividida em três sessões principais. No sábado, os líderes debaterão crescimento econômico sustentável, financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas. À tarde, a sessão “Mundo Resiliente” tratará de mudança do clima, segurança alimentar, redução de riscos e transição energética.
No domingo, a pauta será “Futuro Justo e Equitativo para Todos”, com foco em minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial. Durante o evento, Lula também deverá realizar encontros bilaterais com chefes de Estado e autoridades presentes.
● Expectativas para a Declaração de Líderes
O embaixador Gough destacou que o documento final será a principal entrega da cúpula. Entre os avanços já alcançados na presidência sul-africana está o pioneirismo no debate sobre minerais críticos. “É a primeira vez que o G20 consegue um documento sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de minerais na origem”, afirmou.
Outros resultados incluem a declaração dos ministros de Finanças sobre sustentabilidade da dívida, princípios para ampliar investimentos em redução de riscos de desastres e um relatório que revisa métodos internos de funcionamento do grupo.
A África do Sul também manteve a tradição inaugurada pelo Brasil de realizar reuniões inclusivas na ONU, permitindo que países não membros apresentem suas posições. “Os sul-africanos mantiveram a prática de fazer reunião inclusiva dentro da ONU em setembro, de maneira que países que não participam possam se fazer ouvir”, explicou.
● Comércio global e peso do G20
Os países do G20 concentram aproximadamente 80% das exportações e importações mundiais. Estados Unidos — cujo chefe de Estado é o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — China e União Europeia lideram as trocas comerciais internas ao bloco.
Em 2005, o G20 exportou US$ 8,2 trilhões; em 2021, esse número chegou a US$ 17 trilhões, um crescimento de 107%. Entre os principais produtos movimentados estão manufaturas, itens agrícolas e commodities como petróleo, gás natural e minérios.
O Brasil exporta principalmente aeronaves, petróleo e derivados, aço, minérios metálicos e produtos do agronegócio, consolidando sua posição em cadeias globais estratégicas.
Fonte: Brasil 247
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