sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sanção de Trump a Moraes enfrenta rejeição majoritária nas redes, aponta Quaest

Levantamento mostra que 60% das publicações criticam medida do presidente dos Estados Unidos contra ministro do STF

       Donald Trump, STF e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação I STF)

A aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou intensa reação negativa nas redes sociais brasileiras. De acordo com levantamento do instituto Quaest, divulgado pelo Valor Econômico, cerca de 60% das 1,6 milhão de menções analisadas desaprovaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está em seu segundo mandato. As sanções financeiras foram formalizadas em 30 de julho, no mesmo dia em que Trump também confirmou a imposição de tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os EUA.

Segundo o monitoramento, realizado entre segunda-feira (28) e quarta-feira (30) até as 17h, apenas 28% das postagens demonstraram apoio à medida e 12% tiveram teor neutro. A análise abrangeu 11 plataformas, incluindo Facebook, Instagram, X, YouTube e WhatsApp. O pico de publicações ocorreu na tarde do dia 30, quando a Casa Branca oficializou a sanção contra Moraes.

Grande parte das mensagens negativas acusa Trump de desrespeitar a soberania brasileira para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo americano e seus secretários justificaram as sanções com base em decisões recentes de Moraes envolvendo plataformas digitais e na ação penal em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.

Entre os defensores da medida, predominam influenciadores e parlamentares ligados ao bolsonarismo. Eles classificaram a sanção como resposta ao que chamam de “perseguição política e censura” promovidas pelo ministro contra o ex-presidente e seus aliados.

O estudo da Quaest também comparou o impacto digital da medida com outros eventos recentes. A repercussão foi superior à de disputas sobre justiça tributária (17 mil menções por hora ao longo de duas semanas) e ao inquérito sobre a tentativa de golpe (10 mil menções por hora em dez dias). No entanto, foi menor que a operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro em julho, que gerou, em média, 72 mil menções por hora no dia da busca e apreensão que resultou no uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente.

No total, foram registradas 18 mil menções por hora durante o período de monitoramento. A pesquisa demonstra como decisões de política externa envolvendo autoridades brasileiras têm potencial de mobilizar intensos debates nas redes sociais, polarizando opiniões e ampliando a tensão entre Brasília e Washington.

Fonte: Brasil 247 com informações do Valor Econômico

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