Presidente Lula ainda não bateu o martelo oficialmente sobre o nome a ser indicado para a vaga de Luís Roberto Barroso
A votação apertada que garantiu a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República reacendeu alertas no Senado, mas o Palácio do Planalto avalia que esse ambiente não deverá se repetir caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opte por indicar Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o jornal O Globo, o governo considera que a resistência enfrentada por Gonet — reconduzido por 45 votos a 26, o placar mais estreito desde a redemocratização — não se aplica ao atual advogado-geral da União. A leitura interna é de que Messias não carrega o desgaste acumulado pelo procurador-geral entre parlamentares ligados ao bolsonarismo.
Aliados do governo interpretaram o desempenho de Gonet como uma resposta direta à atuação dele na denúncia de Jair Bolsonaro (PL) no processo sobre a trama golpista. A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que registrou 17 votos favoráveis e 10 contrários, refletiu essa tensão — o índice de rejeição mais alto já registrado pelo colegiado.
Messias, por sua vez, enfrenta obstáculos de outra natureza. Parte expressiva do Senado tem como preferência alternativa o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa por dois mandatos. Outro nome ainda em disputa é o do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que também se animou após o resultado apertado da votação de Gonet.
Integrantes do Planalto ponderam que, uma vez oficializada a indicação, a concorrência entre Messias, Pacheco e Dantas deixa de existir, cabendo ao escolhido articular sua própria aprovação. Assim como ocorre com o cargo de PGR, o indicado ao STF precisa ser sabatinado na CCJ e receber ao menos 41 votos no plenário.
Na segunda-feira (10), em Belém, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que Lula deve conversar com Pacheco ainda esta semana e reforçou que não acredita em mudança de rota na escolha presidencial. “Eu sinceramente creio que o nome está lançado. Não vejo reversão”, disse Wagner.
A fala, porém, foi interpretada entre aliados de Pacheco e Dantas como um movimento calculado para testar a receptividade ao nome de Messias dentro do Senado, e não como um sinal definitivo da posição de Lula. A avaliação é de que o presidente utiliza Wagner para medir a temperatura antes de anunciar sua decisão final.
Há três semanas, Lula já havia conversado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e decidiu adiar a indicação do substituto do ministro Luís Roberto Barroso, em busca de consolidar um ambiente político mais favorável ao escolhido.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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