sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Maduro desafia EUA e diz que Venezuela seguirá "imperturbável"

Presidente afirma que país continuará firme na defesa da soberania e denuncia manobras militares dos EUA no Caribe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - Caracas, Venezuela - 15 de setembro de 2025 (Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (6) que o país não se deixará intimidar pelas movimentações militares dos Estados Unidos no mar do Caribe. Durante uma visita à Comuna Rural Parque Caiza, no estado de Miranda, o mandatário declarou que, mesmo diante das ameaças, a nação continuará avançando em seu projeto político e social.

Segundo informações divulgadas pela teleSUR, Maduro denunciou que há 14 semanas a presença norte-americana na região tem se intensificado, com o envio de 15 navios, 2,6 mil mísseis e 100 aviões. “E agora vem o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford. Que os gringos façam o que quiserem, nós somos imperturbáveis”, afirmou o presidente, reforçando que “ninguém vai nos tirar do caminho de produzir, trabalhar, construir a democracia direta e verdadeira e a paz perpétua, bendita e sagrada da Venezuela".

O líder venezuelano destacou ainda que o país está preparado para responder a qualquer tentativa de agressão estrangeira. “Temos um modelo militar original, um conceito de Defesa Integral venezuelano; além disso, contamos com o Sistema de Defesa Integral da Nação, que colocamos à prova durante todas essas semanas”, afirmou.

Maduro reiterou que o modelo político, econômico e social implantado pela Revolução Bolivariana, sob o legado de Hugo Chávez, permanece sólido. Segundo ele, “apesar de todas as agressões do império norte-americano, na Venezuela continuaremos trabalhando para seguir avançando rumo ao desenvolvimento integral de todos os setores da população".

O presidente também criticou a postura das elites norte-americanas, que, segundo ele, agem movidas por um sentimento de superioridade em relação aos povos latino-americanos. “As elites norte-americanas se acham superiores a nós — colombianos, mexicanos, brasileiros, venezuelanos e a todos os latino-americanos e caribenhos —, elas se consideram superiores”, afirmou.

Maduro ainda ironizou a forma como o imperialismo representa a América Latina na cultura popular dos Estados Unidos. “O imperialismo acredita que a vida é um filme ruim de Hollywood, em que eles — os supremacistas, os Rambo — sempre vencem, e nós somos sempre os vilões. Que fiquem eles com o seu filme ruim; aqui, nós renascemos como um milagre poderoso, guiados pela visão de Deus Pai Todo-Poderoso”, concluiu o presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações da TeleSUR

Coronel é expulso do Exército por fraude em contratos de alimentação

Superior Tribunal Militar confirma perda de posto e patente de oficial condenado por desvio de recursos

      Militares do Exército Brasil (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Um tenente-coronel do Exército Brasileiro foi oficialmente expulso das Forças Armadas após decisão unânime do Superior Tribunal Militar (STM). A Corte considerou que o militar participou de um esquema de fraudes em licitações para o fornecimento de alimentos destinados às tropas. Segundo o Metrópoles, trata-se de Omar Santos, que atuava na Seção de Veteranos e Pensionistas da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha.

O caso foi revelado pela Operação Saúva, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 2006. A investigação identificou irregularidades em contratos de aquisição de alimentos para unidades do Exército em diferentes regiões do país. A sentença que determinou a perda de posto e patente do oficial foi publicada no dia 24 de outubro.

◉ Esquema de fraudes e prejuízo ao Exército

O Ministério Público Militar (MPM) concluiu que o tenente-coronel integrava um núcleo de corrupção ligado à Diretoria de Suprimentos do Exército, responsável por liberar recursos de forma irregular. Esses desvios beneficiavam oficiais envolvidos em troca de vantagens financeiras ilícitas.

As investigações da PF apontaram a existência de um grupo criminoso no 12º Batalhão de Suprimento (12º B Sup), em Manaus, que manipulava licitações, combinava previamente os vencedores e adulterava documentos de concorrentes. O grupo também era acusado de receber produtos em quantidades e qualidades inferiores, pagar antecipadamente por itens não entregues e superfaturar contratos.

Essas práticas, segundo o MPM, causaram prejuízo direto ao patrimônio militar e comprometeram a logística essencial das Forças Armadas, especialmente na Amazônia. Em São Paulo, foi descoberta outra irregularidade: o desvio de 33 toneladas de peito de frango, que deveriam abastecer o Batalhão de Manaus, mas foram desviadas para o 21º Batalhão de Suprimentos, em um esquema que envolvia pagamentos indevidos a fornecedores.

◉ Condenação e expulsão definitiva

Na esfera penal, Omar Santos foi condenado em primeira instância a oito anos de reclusão, pena confirmada posteriormente pelo STM. O processo de expulsão teve origem em um Conselho de Justificação instaurado pelo comando do Exército, que avaliou a incompatibilidade da permanência do oficial na carreira militar.

O relator do caso, ministro Leonardo Puntel, destacou na decisão que a conduta do tenente-coronel “atingiu de forma direta e sensível a imagem e a credibilidade das Forças Armadas”. Ele ressaltou ainda que a “vinculação pessoal e econômica com empresários interessados em licitações militares compromete a impessoalidade e a transparência da Administração Pública, minando a confiança social na Instituição e ferindo princípios essenciais da ética e da disciplina castrenses”.

Puntel afirmou que o Conselho de Justificação respeitou todos os princípios legais, como o contraditório e a ampla defesa, e concluiu que as provas “demonstraram a incompatibilidade da permanência do oficial nas fileiras do Exército”.

A decisão final foi tomada por unanimidade pelo plenário do STM, confirmando a perda definitiva de posto e patente de Omar Santos. A reportagem do Metrópoles informou que tentou contato com a defesa do ex-militar, mas não obteve retorno.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Haddad vai rodar o Brasil divulgando vitória de Lula com isenção do IR

Movimento já mira 2026: proposta do governo aprovada pelo Congresso é principal aposta para alavancar a popularidade de Lula

    Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), prepara uma série de viagens pelo país para destacar a aprovação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A proposta, uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é considerada uma aposta estratégica do governo para impulsionar sua imagem antes das eleições de 2026.

O projeto foi aprovado pelo Senado na quarta-feira (5) e agora aguarda sanção presidencial. Além da isenção, o texto estabelece descontos progressivos para contribuintes com renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350. O Palácio do Planalto pretende usar a medida como símbolo da agenda de “justiça tributária”, bandeira central da política econômica de Haddad, segundo a Folha de S.Paulo.

● Estratégia de comunicação e fortalecimento político

A equipe do ministro avalia que as viagens servirão não apenas para divulgar o novo modelo do IR, mas também para dar visibilidade a outras iniciativas do governo que buscam reduzir desigualdades. Um aliado próximo de Haddad afirmou que a aprovação do projeto “recoloca a agenda de justiça fiscal no centro do debate público” e ajuda o governo a reconquistar espaço político em meio a críticas sobre segurança pública e economia.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Haddad afirmou que a medida abre caminho para novos avanços. “É uma avenida que vai se abrir”, disse o ministro. “Todo mundo vai ganhar com esse projeto, até aqueles do andar de cima, que vão pagar um pouquinho mais. Nós vamos ganhar uma sociedade melhor, mais justa, que distribui melhor as oportunidades".

● Recuperação de imagem e agenda positiva

Integrantes do governo acreditam que a medida também ajudará a melhorar a imagem de Haddad, que foi alvo de críticas por medidas fiscais consideradas impopulares no início da gestão. A oposição chegou a apelidá-lo de “Taxad”, em referência a propostas de aumento de tributos. Agora, a equipe econômica busca inverter essa percepção, apresentando o ministro como o responsável por uma das principais conquistas sociais do governo.

O Palácio do Planalto planeja uma cerimônia de sanção da proposta com a presença de autoridades e representantes da sociedade civil, prevista para depois do retorno de Lula da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Belém. Em vídeo publicado ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Lula confirmou a intenção de sancionar o texto em evento público.

“Estou cumprimentando o presidente Alcolumbre pela rapidez que o Senado votou a questão do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Foi uma coisa extraordinária e já está na minha mesa para sancionar. Eu vou sancionar quando voltar, a partir do dia 11, com a presença dele, porque o povo vai ficar orgulhoso de ter sido isento de pagar IR”, afirmou o presidente.

● Campanha de comunicação e apelo social

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) e o PT devem lançar campanhas na televisão e nas redes sociais para destacar a medida, reforçando a narrativa de que o governo cobra mais dos ricos para beneficiar os mais pobres. A estratégia faz parte do esforço de reconstruir o discurso político do governo, ampliando seu alcance para além da base tradicional da esquerda.

Para o núcleo político do Planalto, a pauta tributária representa um instrumento importante de reconexão com a classe média e os trabalhadores. A expectativa é que a isenção do IR alcance milhões de brasileiros e sirva de base para consolidar a popularidade de Lula e fortalecer o papel de Haddad como um de seus principais nomes na corrida sucessória de 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Bolsonaro já está conformado com a Papuda

Jair Bolsonaro vê como inevitável ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda

       Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

Jair Bolsonaro (PL) passou a considerar como inevitável ser levado à Penitenciária da Papuda, em Brasília. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, aliados que o visitaram recentemente afirmam que Bolsonaro demonstrou resignação e descrença em reverter o cenário, ao menos por enquanto.

Em conversas reservadas, Bolsonaro se disse “injustiçado” e “perseguido”, atribuindo a responsabilidade direta ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Pessoas próximas relatam que o ex-presidente e seu entorno político já especulam até uma data para o possível cumprimento da pena: 14 de novembro.

⊛ Governo do DF pede laudo médico

Nesta semana, o Governo do Distrito Federal enviou ao ministro Alexandre de Moraes um ofício solicitando a realização de um laudo médico sobre as condições clínicas de Bolsonaro. O objetivo é avaliar se ele está apto a ser transferido para uma unidade prisional comum.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A decisão final sobre o local da prisão será tomada por Moraes, após o esgotamento dos recursos no processo, o que deve ocorrer até o fim do ano.

⊛ Papuda ou sala da Polícia Federal

Entre os possíveis destinos do capitão reformado estão a Penitenciária da Papuda, que abriga detentos comuns e políticos, e uma sala especial na sede da Polícia Federal, em Brasília. Segundo fontes próximas, Bolsonaro teme as condições da Papuda, mas vê poucas chances de evitar o cumprimento da pena no presídio.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

STF analisa recurso e Moraes terá a palavra final sobre prisão de Bolsonaro

 

Celso Vilardi e Jair Bolsonaro durante depoimento a Alexandre de Moraes no STF. Foto: Gustavo Moreno/STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga os embargos de declaração apresentados por Jair Bolsonaro e outros condenados na trama golpista de 2022. O julgamento ocorre no plenário virtual, com voto inicial do relator, ministro Alexandre de Moraes, seguido dos demais ministros até o dia 14, etapa que analisa possíveis omissões, contradições ou pontos obscuros do acórdão. Com informações da Folha de S.Paulo.

Há dúvidas internas no STF sobre o momento em que Bolsonaro poderá começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses. O impasse envolve a aplicação do princípio da unirrecorribilidade e a definição sobre quando o processo se encerra após o julgamento dos embargos. Integrantes do tribunal avaliam que a votação deve ser rápida, com tendência de rejeição aos pedidos apresentados pela defesa.

Como relator do caso, Alexandre de Moraes é o responsável por executar a decisão após o julgamento dos recursos. Cabe a ele definir onde a pena será cumprida, escolher a unidade prisional ou militar adequada, estabelecer condições da custódia e analisar eventuais pedidos da defesa, como questões de saúde ou solicitações de cumprimento em regime domiciliar.

Outro ponto de atenção é a situação do ministro Luiz Fux, que divergiu no julgamento original, mas não formalizou pedido para participar da fase atual após migrar para a Segunda Turma. Caso estivesse no colegiado, poderia haver risco de empate, cenário que, conforme precedentes, favoreceria os réus ou levaria à suspensão da análise. Com sua ausência, a votação ocorre com quatro ministros.

Núcleo 1 do golpe: Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos e Paulo Sérgio Nogueira. Foto: reprodução

Os embargos de declaração não modificam o resultado da condenação, embora possam ajustar trechos da decisão ou reduzir parte da pena. As defesas pretendem apresentar embargos infringentes, recurso que só é admitido quando há dois votos favoráveis ao réu no julgamento original. Como Bolsonaro teve apenas um voto favorável, Moraes pode rejeitar o pedido individualmente, mantendo o prazo suspenso até o fim da fase atual.

A defesa sustenta que o acórdão possui oito omissões, incluindo questionamentos sobre provas, procedimentos e pontos relacionados à delação de Mauro Cid. Também apresentou a tese de desistência voluntária, sob o argumento de que Bolsonaro teria interrompido eventuais planos golpistas no fim de 2022. O grupo jurídico afirma que o voto divergente de Fux deveria ter motivado discussão mais detalhada sobre esse tema.

Os demais condenados devem cumprir pena em presídios comuns, como o Complexo da Papuda, ou em salas especiais de unidades militares. Mauro Cid, por ter firmado acordo de colaboração premiada, recebeu pena de dois anos em regime aberto e não cumprirá prisão em regime fechado pela trama golpista.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

VÍDEO – Prefeito “tiktoker” de Sorocaba se pronuncia após afastamento: “Não vou desistir”

O prefeito afastado de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos). Foto: Reprodução

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), publicou um pronunciamento após ser afastado do cargo. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele alegou que a medida ocorreu por motivações políticas e declarou que não pretende abandonar a cidade.

No pronunciamento, Manga disse que estava em Brasília quando recebeu a notícia e relatou ter sido alertado por parlamentares de que estaria “aparecendo demais”. Segundo ele, esse protagonismo o transformou em alvo.

“Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito. Eu aqui em Brasília, ontem eu fui em frente o Palácio da Justiça, falei que tem que colocar o Exército na rua, rodei o Congresso, os deputados me receberam super bem, falando: ‘Manga, cuidado, está aparecendo muito, estão tentando aí'”, disse Manga no vídeo.

Ele afirmou que recebeu um recado nos bastidores de que “os caras tentam tirar do jogo qualquer um que ameace a candidatura deles” e que ele estaria “ameaçando” políticos no Senado Federa e em outros cargos: “Não deu outra”.

“Mas eu quero dizer para vocês, que eu não vou desistir de Sorocaba, não vou desistir do Brasil. Isso que eles estão tentando fazer vai fazer o nosso nome soprar ainda mais, porque o Deus do impossível não falha”, completou.

A Polícia Federal executou dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Sorocaba. A ação investiga irregularidades em contratos da saúde da Prefeitura, além de possível envolvimento de servidores, empresários e organizações responsáveis pela gestão de unidades de atendimento.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de aproximadamente R$ 6,5 milhões em bens dos investigados e impôs medidas cautelares como suspensão de função pública e restrição de contatos. Os alvos poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e contratação direta ilegal.

A investigação começou em 2022 e já havia atingido Manga em abril, quando a PF cumpriu buscas em sua casa e na sede da Prefeitura. Segundo a corporação, o novo avanço do inquérito deriva da análise de materiais apreendidos na primeira fase, que identificou outras pessoas físicas e jurídicas supostamente ligadas ao esquema.

Fonte: DCM

Rodrigo Manga, prefeito “tiktoker”, é afastado por desvios na Saúde em Sorocaba


        Rodrigo Manga. Foto: Reprodução

O prefeito bolsonarista de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido por vídeos virais nas redes sociais, foi afastado do cargo por 180 dias por decisão judicial nesta quinta-feira (6), após pedido da Polícia Federal (PF). O afastamento ocorreu durante a segunda fase da Operação Copia e Cola, que investiga irregularidades em contratos da área da saúde no município. O vice-prefeito Fernando Neto (PSD) assumiu temporariamente a chefia do Executivo.

A PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

Entre os presos está o empresário Marco Silva Mott, amigo de Manga, suspeito de atuar como lobista e de lavar dinheiro em contratos firmados pela prefeitura. A Justiça também determinou o sequestro e a indisponibilidade de bens de alguns investigados, somando aproximadamente R$ 6,5 milhões.

De acordo com a Polícia Federal, a operação é um desdobramento da primeira fase da Copia e Cola, deflagrada em abril deste ano, com o objetivo de desarticular uma organização suspeita de desviar recursos públicos da área da saúde por meio de uma Organização Social (OS). O material apreendido na fase inicial levou à identificação de novas pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema.

A investigação apura possíveis fraudes em licitações e contratos públicos, além de superfaturamento e pagamento de propinas a servidores.

Segundo a PF, o grupo teria utilizado contratos de gestão hospitalar para movimentar valores de forma irregular. Ainda conforme a corporação, os mandados foram cumpridos em diferentes endereços ligados a servidores municipais e empresários do setor de saúde.

A Câmara Municipal de Sorocaba também foi notificada sobre o afastamento. A PF informou que, além da suspensão do prefeito, foi imposta a proibição de contato entre os investigados e a adoção de medidas cautelares complementares.

Rodrigo Manga e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Prefeito usa Instagram e alega perseguição política

De Brasília, onde cumpria agenda oficial, Rodrigo Manga comentou o afastamento em vídeo publicado nas redes sociais. O prefeito classificou a medida como injusta e afirmou ser alvo de uma tentativa de retaliação política.

“Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito. Eu aqui em Brasília, ontem fui em frente ao Palácio da Justiça, falei que tem que colocar o Exército na rua. O que a gente ouve de bastidores é que os caras tentam tirar do jogo qualquer um que ameaça a candidatura deles. E você tem sido uma ameaça, tanto na questão do Senado como em outros cargos. Gente, não deu outra”, declarou.

Manga foi eleito prefeito em 2020, após dois mandatos como vereador. Antes de ingressar na política, trabalhou como vendedor de veículos em Sorocaba e ficou conhecido por vídeos nas redes sociais anunciando automóveis. Sua popularidade cresceu após a eleição, quando passou a investir em publicações sobre ações da prefeitura, algumas delas questionadas pelo Ministério Público por suposta disseminação de desinformação.

Em nota, a defesa do empresário Marco Silva Motta afirmou que a prisão preventiva foi decretada com base em “conjecturas e suposições da polícia judiciária” e classificou a medida como “desnecessária”.

“Nosso cliente sempre esteve à disposição das autoridades e já prestou esclarecimentos iniciais. Desse modo, traremos esses pontos ao tribunal, que poderá compreender melhor os fatos”, informou a nota.

A Prefeitura de Sorocaba ainda não se pronunciou oficialmente sobre o afastamento do prefeito e o andamento das investigações.

Fonte: DCM

Brasil 247 e Telesur firmam acordo de cooperação para fortalecer integração midiática latino-americana

Parceria visa ampliar o alcance de informações verificadas e análises críticas sobre a região

        As marcas do Brasil 247 e da Telesur, com São Paulo e Caracas ao fundo (Foto: Divulgação)

A Telesur e o portal Brasil 247 firmaram um acordo de cooperação institucional voltado a fortalecer a integração informativa e o intercâmbio de conteúdos jornalísticos entre os dois meios de comunicação, com foco na promoção de uma narrativa latino-americana independente e na difusão de informações verificadas sobre temas regionais e globais.

O convênio foi assinado por Patricia Villegas Marín, presidenta da Telesur, e por Leonardo Attuch, fundador e presidente do Brasil 247. O documento estabelece bases de colaboração em atividades de cooperação institucional, assistência técnica, intercâmbio de conteúdos, conferências, estudos e investigações conjuntas. O objetivo é ampliar as capacidades de ambos os veículos e consolidar uma aliança estratégica entre meios progressistas da América Latina.

A presidenta da Telesur, Patricia Villegas, destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento da comunicação regional. “Para a Telesur é muito importante este trabalho coordenado e sistemático com o Brasil 247, uma das maiores plataformas de nosso continente. A região requer cada vez mais informação verificada, real, e com elementos de análise e contexto que permitam aos usuários formar uma opinião própria sobre os acontecimentos", afirmou,

Patricia Villegas, presidenta da Telesur
Patricia Villegas, presidenta da Telesur(Photo: Telesur)Telesur
“Com este acordo, multiplicamos nosso impacto e estamos cheios de projetos. Este é apenas o primeiro passo de uma longa associação, fundamental para a consolidação de uma governança regional e até global”, acrescentou Patricia.

Segundo Leonardo Attuch, o convênio representa um avanço na construção de um espaço comunicacional latino-americano integrado, comprometido com a verdade factual e com a defesa da democracia. “A Telesur, que produz conteúdos de alta qualidade em texto e vídeo, desempenha um papel histórico na integração da América Latina e o Brasil 247 compartilha dessa missão”, afirmou.
Leonardo Attuch, presidente e fundador do Brasil 247
Leonardo Attuch, presidente e fundador do Brasil 247(Photo: Brasil 247)
“Este acordo chega num momento de crucial importância, em que a América Latina se vê diante de ameaças militares geradas a partir da desinformação", destacou Attuch

Cooperação para uma comunicação soberana

De acordo com o texto do convênio, a parceria busca “potenciar as capacidades das partes, contribuir para a construção de conhecimento em questões de cooperação internacional e fortalecer os vínculos institucionais e relações internacionais”. O acordo tem validade inicial de dois anos e prevê a realização de projetos conjuntos, estudos e publicações que contribuam para uma visão crítica e contextualizada dos acontecimentos mundiais.

O acordo também reforça o compromisso dos dois veículos com a soberania informativa da América Latina, promovendo uma visão alternativa às grandes corporações midiáticas internacionais. Entre as ações previstas, estão a transferência de tecnologias, consultorias técnicas, assessorias e programas de formação profissional que favoreçam o intercâmbio de experiências entre jornalistas e comunicadores das duas instituições.

O convênio firmado entre Telesur e Brasil 247 marca uma nova etapa na cooperação entre mídias progressistas da América Latina, reafirmando o papel estratégico da comunicação como instrumento de soberania e integração regional.

Fonte: Brasil 247

MST lidera a Cúpula dos Povos e pede soluções 'mais ambiciosas' aos desafios climáticos globais

A Cúpula dos Povos tem como principal objetivo pressionar e convencer o governo brasileiro a liderar a proposição de metas mais ambiciosas

     MST (Foto: ABr)

Em evento autônomo e independente que ocorre em paralelo à programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se reunirá com uma delegação de milhares de pessoas, em conjunto aos movimentos populares e organizações sociais do Brasil e de todo o mundo, exigindo soluções que partam do povo para os grandes desafios climáticos globais.

O MST e os demais movimentos se encontrarão para a Cúpula dos Povos, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, no Pará, entre os dias 12 a 16 de novembro.

A Cúpula dos Povos tem como principal objetivo pressionar e convencer o governo brasileiro a liderar a proposição de metas mais ambiciosas para a redução da temperatura global.

Segundo os organizadores do evento, as cúpulas de chefes de Estado na COP30, que antecedem a Cúpula dos Povos, proporão soluções consideradas "falhas e insuficientes", de acordo com um comunicado do MST.

A expectativa da Cúpula dos Povos é reunir cerca de 15 mil pessoas durante os cinco dias de evento, incluindo líderes de coletivos de mulheres, indígenas, camponeses, quilombolas, negros, juventude, LGBTQIAPN+, ambientalistas, sindicalistas e movimentos de defesa dos direitos humanos.

Fonte: Brasil 247

Ex-ministro de Bolsonaro admite que recebeu dinheiro de investigado na CPMI do INSS


     Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

O ex-ministro do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, reconheceu nesta quinta-feira (6) que recebeu R$ 60 mil de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Clube de Benefícios e alvo da CPMI do INSS. O depoimento ocorreu durante sessão da comissão que investiga fraudes em descontos indevidos a aposentados e pensionistas.

Segundo o bolsonarista, o valor foi uma doação para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022, registrada oficialmente no Tribunal Regional Eleitoral.

Ao ser questionado pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL) se o montante poderia ser considerado uma vantagem indevida durante o exercício do cargo de ministro da Previdência, Lorenzoni respondeu afirmativamente, mas sustentou que as contas eleitorais foram aprovadas pela Justiça.

O ex-ministro foi convocado após a comissão identificar que seu filho, Pietro Lorenzoni, atuou na União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap), uma das entidades investigadas por fraudes.

Fonte: DCM

Manifestantes denunciam 'genocídio' nas favelas e pedem ‘Fora Cláudio Castro' no Rio

Participantes da mobilização se concentraram em frente ao Palácio do Governo Estadual

      Protesto no município do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/SEPERJ)

Manifestantes foram às ruas da cidade do Rio de Janeiro denunciar a violência policial contra pobres e negros nas periferias da capital fluminense. Participantes da mobilização se concentraram em frente ao Palácio do Governo Estadual e pediram “Fora Cláudio Castro”, uma referência ao governador, filiado ao PL.

O ato aconteceu nessa quarta-feira (5), dias após a ação policial mais letal da história do estado do Rio deixar 121 mortos no último dia 28 nos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da capital.

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) repercutiu os protestos. “O povo do Rio tomou as ruas no ato 'Fora Cláudio Castro' em frente ao Palácio do Governo do Estado. Contra o governo mais violento da nossa história recente, que transforma dor em política e sangue em estatística. Nós não aceitamos mais o genocídio do nosso povo. O Rio quer viver, não morrer!”.

Entidades internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e instituições na área de direitos humanos repudiaram a chacina que aconteceu no Rio. O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigam as circunstâncias da chacina.

◈ Comando Vermelho

A operação policial realizada no Rio de Janeiro no dia 28, direcionada ao Comando Vermelho, repercutiu em todo o país. Fundada na capital fluminense na década de 1970, a organização é uma das principais facções criminosas do Brasil, ao lado do Primeiro Comando da Capital (PCC), criado em 1993 em São Paulo. O Comando Vermelho mantém atuação em mais de 20 estados brasileiros.

Um levantamento intitulado Rastreamento de Produtos e Enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil indicou que, em 2022, grupos como o CV e o PCC movimentaram cerca de R$ 146,8 bilhões por meio de atividades ilegais envolvendo combustíveis, ouro, cigarros e bebidas. No mesmo ano, o tráfico de cocaína respondeu por aproximadamente R$ 15 bilhões desse total. Os dados foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Assim como o Comando Vermelho, o PCC também atua em mais de 20 unidades da federação.

◈ CPI no Congresso

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado contará com 11 senadores titulares e 7 suplentes. O colegiado aprovou convites para ouvir dois ministros de Estado, 11 governadores, especialistas em segurança pública e dirigentes de órgãos relacionados ao setor.

O senador Fabiano Contarato preside a comissão, e a relatoria será conduzida por Alessandro Vieira (MDB-SE). Também participam o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e três representantes do PL: Márcio Bittar (AC), Flávio Bolsonaro (RJ) e Magno Malta (ES). O PSD da Bahia terá Otto Alencar e Angelo Coronel entre os integrantes. Completam o grupo os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Entre os suplentes estão Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (PT-AP), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Sergio Moro (União-PR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Esperidião Amin (PP-SC).

◈ Ação do governo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação de um escritório emergencial para coordenar medidas de enfrentamento ao crime organizado no Rio de Janeiro. Após reunião no Palácio da Alvorada, Lula determinou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, se deslocassem à capital fluminense para reunir-se no Palácio da Guanabara com o governador Cláudio Castro e outras autoridades locais, oferecendo apoio federal às operações no estado.

Segundo Lewandowski, o novo órgão tem como objetivo fortalecer a cooperação entre os governos federal e estadual, eliminar entraves administrativos e integrar as forças de segurança para garantir respostas mais rápidas à crise de segurança pública.

A estrutura contará com o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), voltado ao rastreamento de recursos, recuperação de bens e apoio a investigações sobre lavagem de dinheiro, visando descapitalizar organizações criminosas. Também integrará o projeto a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), criada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com instituições estaduais e federais de segurança.

Fonte: Brasil 247

Conab pode comprar até 130 mil toneladas de arroz da safra 2024/25 para formar estoque

Operação com recursos de R$ 200 milhões busca proteger produtores diante da queda no valor do cereal e reforçar estoques públicos

       Brasil vai importar arroz para segurar preço (Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil )

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) abriu a compra de até 130 mil toneladas de arroz da safra 2024/2025, em ação voltada a garantir o preço mínimo aos produtores rurais. A iniciativa integra o programa de Aquisição do Governo Federal (AGF) e foi autorizada pelos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Fazenda (MF).

A operação conta com recursos de cerca de R$ 200 milhões e tem como prioridade amparar agricultores que enfrentam a desvalorização do grão no mercado interno, resultado da alta oferta global e da suspensão de barreiras de exportação pela Índia.

☆ Apoio ao produtor e segurança alimentar

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou que a medida reforça o compromisso do governo com o setor agrícola e a segurança alimentar do país. “Essa é mais uma iniciativa em apoio ao setor produtivo, que atualmente enfrenta um cenário de desvalorização do arroz no mercado. Estender a mão amiga ao produtor é parte do compromisso da Conab e do Governo Federal com o fortalecimento da agricultura, do abastecimento e da segurança alimentar”, afirmou.

Segundo Pretto, a operação representa o cumprimento das metas anunciadas pelo governo em parceria com entidades representativas do setor. A medida beneficiará produtores de regiões onde o preço do arroz está abaixo do mínimo estabelecido pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).

☆ Limite de venda e critérios de qualidade

Para alcançar o maior número de beneficiários, a Conab limitou a venda em 189 toneladas por produtor, o equivalente a 3.150 sacas de 60 quilos ou 3.780 sacas de 50 quilos. A expectativa é atender pelo menos 700 agricultores em todo o país.

A compra só será concretizada se o produto cumprir os padrões exigidos pela estatal, que armazenará o arroz em suas próprias unidades ou em armazéns credenciados. O depósito só poderá ser feito após convocação oficial da Conab.

Os interessados devem estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e procurar a regional da Conab em seu estado para preencher os formulários e apresentar a documentação necessária.

☆ Outras ações de apoio ao setor

Diante do cenário de queda nos preços, o governo federal já havia lançado, no fim de 2024, leilões de Contratos de Opção de Venda (COV) de arroz. A operação resultou em 3.396 contratos, movimentando cerca de 91,7 mil toneladas, principalmente no Rio Grande do Sul.

Em agosto de 2025, novos leilões firmaram 4.044 contratos com agricultores gaúchos e catarinenses, totalizando 110 mil toneladas de arroz adquiridas pela Conab. Além disso, a estatal comprou 956 toneladas em uma primeira rodada de AGF no mesmo período.

☆ Incentivos ao escoamento

O governo também prepara novas ações para facilitar o escoamento da produção. Estão previstos, ainda neste mês, leilões públicos para ofertar o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), mecanismos voltados a compensar os custos logísticos e garantir maior competitividade aos produtores.

☆ O que é a AGF

A Aquisição do Governo Federal (AGF) é um dos instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Por meio dela, o governo compra produtos agrícolas sempre que o valor de mercado fica abaixo do preço mínimo definido para a safra vigente, assegurando renda aos agricultores e estabilidade ao setor. A execução depende do repasse de recursos do Tesouro Nacional à Conab para a operacionalização das aquisições.

Fonte: Brasil 247

'Falta de pertinência': Moraes nega avaliação médica de Bolsonaro antes da Papuda

GDF solicitou avaliação médica antes de eventual transferência do ex-mandatário para presídio

      Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | ABR)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), vinculada ao Governo do Distrito Federal (GDF), que solicitava uma avaliação médica especializada para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido tinha como objetivo avaliar se o estado de saúde do ex-presidente seria compatível com as condições médicas e nutricionais oferecidas no Complexo Penitenciário da Papuda, onde ele poderia cumprir pena.

Segundo a coluna Grande Angular, do Metrópoles, Moraes, no entanto, considerou a solicitação “sem pertinência” e determinou que a mesma fosse retirada dos autos da Ação Penal nº 2668, que julga Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.

☆ Pedido do GDF foi considerado inadequado

A Seape pretendia garantir que Bolsonaro passasse por uma análise clínica antes de eventual transferência ao sistema prisional do Distrito Federal. O ministro entendeu que o pedido extrapolava a competência administrativa e interferia indevidamente em processo sob jurisdição do STF.

Com isso, Moraes manteve a tramitação normal da ação penal. O processo já resultou na condenação do ex-mandatário a 27 anos e 3 meses de prisão, embora a Primeira Turma ainda não tenha analisado os embargos de declaração apresentados pela defesa após a publicação do acórdão, em 11 de setembro.

☆ Situação jurídica

A decisão do ministro mantém o curso processual sem alterações, enquanto a defesa de Bolsonaro continua apresentando recursos. O caso segue sem definição sobre o início do cumprimento da pena, e não há decisão definitiva sobre a análise dos embargos. A Seape não se pronunciou oficialmente sobre a decisão de Moraes. Aliados do ex-mandatário afirmam que continuarão buscando medidas judiciais para garantir que ele permaneça em liberdade até o julgamento final dos recursos.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Presos vulneráveis e mais policiais: como Moraes avalia a ala da Papuda para Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou sua chefe de gabinete ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para avaliar o local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá cumprir pena pela trama golpista de 2022, conforme informações da Folha de S.Paulo.

A visita, acompanhada pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, ocorreu na última semana e incluiu inspeções em áreas consideradas mais seguras do presídio.

A auxiliar de Moraes, Cristina Kusahara, vistoriou três pontos da Papuda, com destaque para o bloco Fox do PDF 1, destinado a presos em regime fechado e de maior vigilância.

A ala abriga detentos considerados vulneráveis e oferece celas menos lotadas, o que facilita a adaptação para prisões especiais — condição aplicável ao ex-presidente. No mesmo local já estiveram Luiz Estevão, Geddel Vieira Lima e Márcio Junqueira.

Segundo servidores penitenciários, o bloco Fox está passando por melhorias estruturais, incluindo a substituição de vasos sanitários, obra que deve ser antecipada diante da possibilidade de novos presos de alta notoriedade. Cada bloco do PDF 1 dispõe de áreas para banho de sol, sala de aula e visitas íntimas, conforme prevê a Lei de Execuções Penais.

Pátio para banho de sol do presídio federal no Complexo da Papuda, no Distrito Federal. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Outras opções avaliadas

Cristina também visitou o 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, conhecido como Papudinha, onde o ex-ministro Anderson Torres ficou detido preventivamente em 2023.

A Polícia Federal (PF), por sua vez, mantém uma cela adaptada em sua superintendência em Brasília, com televisão, cama, geladeira e banheiro — semelhante ao espaço usado por Lula em Curitiba.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado. Como militar reformado, ele tem direito a cumprir pena em unidade militar, mas ministros do STF e generais consideram inviável uma prisão no Comando Militar do Planalto, por risco de aglomeração de apoiadores.

A defesa do ex-presidente tenta garantir que ele permaneça em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde, como câncer de pele e crises de soluço.

Decisão final próxima

Moraes é o responsável por definir o destino de Bolsonaro e dos demais condenados. O STF começa a julgar nesta sexta-feira (7), em plenário virtual, os recursos dos primeiros sete condenados do núcleo central da trama.

A expectativa é que as decisões sejam concluídas até dezembro, abrindo caminho para o início do cumprimento das penas ainda neste ano.

Além de Bolsonaro, também foram condenados pela tentativa de golpe de Estado Almir Garnier Santos (ex-chefe da Marinha), Mauro Cid (tenente-coronel do Exército), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Paulo Sérgio (ex-ministro da Defesa), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e deputado federal), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Anderson Torres (ex-ministro da Justiça).

Ele de novo! Por que Moraes está na megaoperação do CV
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo