quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Manifestantes denunciam 'genocídio' nas favelas e pedem ‘Fora Cláudio Castro' no Rio

Participantes da mobilização se concentraram em frente ao Palácio do Governo Estadual

      Protesto no município do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/SEPERJ)

Manifestantes foram às ruas da cidade do Rio de Janeiro denunciar a violência policial contra pobres e negros nas periferias da capital fluminense. Participantes da mobilização se concentraram em frente ao Palácio do Governo Estadual e pediram “Fora Cláudio Castro”, uma referência ao governador, filiado ao PL.

O ato aconteceu nessa quarta-feira (5), dias após a ação policial mais letal da história do estado do Rio deixar 121 mortos no último dia 28 nos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da capital.

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) repercutiu os protestos. “O povo do Rio tomou as ruas no ato 'Fora Cláudio Castro' em frente ao Palácio do Governo do Estado. Contra o governo mais violento da nossa história recente, que transforma dor em política e sangue em estatística. Nós não aceitamos mais o genocídio do nosso povo. O Rio quer viver, não morrer!”.

Entidades internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e instituições na área de direitos humanos repudiaram a chacina que aconteceu no Rio. O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigam as circunstâncias da chacina.

◈ Comando Vermelho

A operação policial realizada no Rio de Janeiro no dia 28, direcionada ao Comando Vermelho, repercutiu em todo o país. Fundada na capital fluminense na década de 1970, a organização é uma das principais facções criminosas do Brasil, ao lado do Primeiro Comando da Capital (PCC), criado em 1993 em São Paulo. O Comando Vermelho mantém atuação em mais de 20 estados brasileiros.

Um levantamento intitulado Rastreamento de Produtos e Enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil indicou que, em 2022, grupos como o CV e o PCC movimentaram cerca de R$ 146,8 bilhões por meio de atividades ilegais envolvendo combustíveis, ouro, cigarros e bebidas. No mesmo ano, o tráfico de cocaína respondeu por aproximadamente R$ 15 bilhões desse total. Os dados foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Assim como o Comando Vermelho, o PCC também atua em mais de 20 unidades da federação.

◈ CPI no Congresso

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado contará com 11 senadores titulares e 7 suplentes. O colegiado aprovou convites para ouvir dois ministros de Estado, 11 governadores, especialistas em segurança pública e dirigentes de órgãos relacionados ao setor.

O senador Fabiano Contarato preside a comissão, e a relatoria será conduzida por Alessandro Vieira (MDB-SE). Também participam o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e três representantes do PL: Márcio Bittar (AC), Flávio Bolsonaro (RJ) e Magno Malta (ES). O PSD da Bahia terá Otto Alencar e Angelo Coronel entre os integrantes. Completam o grupo os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Entre os suplentes estão Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (PT-AP), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Sergio Moro (União-PR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Esperidião Amin (PP-SC).

◈ Ação do governo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação de um escritório emergencial para coordenar medidas de enfrentamento ao crime organizado no Rio de Janeiro. Após reunião no Palácio da Alvorada, Lula determinou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, se deslocassem à capital fluminense para reunir-se no Palácio da Guanabara com o governador Cláudio Castro e outras autoridades locais, oferecendo apoio federal às operações no estado.

Segundo Lewandowski, o novo órgão tem como objetivo fortalecer a cooperação entre os governos federal e estadual, eliminar entraves administrativos e integrar as forças de segurança para garantir respostas mais rápidas à crise de segurança pública.

A estrutura contará com o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), voltado ao rastreamento de recursos, recuperação de bens e apoio a investigações sobre lavagem de dinheiro, visando descapitalizar organizações criminosas. Também integrará o projeto a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), criada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com instituições estaduais e federais de segurança.

Fonte: Brasil 247

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