Presidente do Senado sinaliza trégua após gerar crise em decorrência da indicação de Jorge Messias para o STF
Brasília (DF) - 28/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), utilizou um evento público no Amapá, nesta sexta-feira (5), para fazer um gesto de aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alcolumbre enviou, por meio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um recado de agradecimento ao chefe do Executivo.
A trégua ocorre após dias de desgaste entre os dois. A relação ficou estremecida desde a escolha de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, contrariando a preferência de Alcolumbre pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Durante a cerimônia, Alcolumbre dirigiu-se ao ministro Padilha com elogios ao governo federal e ao presidente. “Padilha, muito obrigado. Leve meus agradecimentos, pessoal e institucional, ao presidente da República, que tem nos apoiado e apoiado o Amapá a todo instante”, afirmou. Ao longo do discurso, reforçou a importância do olhar do governo para regiões historicamente vulneráveis.
“Os meus agradecimentos ao presidente Lula pela sensibilidade, pelo compromisso e pelo espírito público, muito especialmente com todos os brasileiros, mas de maneira muito carinhosa com o Norte e com o Nordeste do Brasil que vive um abismo gigantesco do ponto de vista social e humano. E esse olhar é fundamental”, disse o presidente do Senado.
A fala ocorreu durante a inauguração do primeiro Centro de Radioterapia do Amapá, que recebeu investimento de R$ 17 milhões do Ministério da Saúde. A presença de Padilha foi destacada por Alcolumbre como símbolo do empenho federal no estado. “A sua presença aqui é a presença do governo federal, do estado brasileiro, que nunca faltou ao povo do Amapá”, declarou.
O gesto público de conciliação surgiu um dia após novo atrito. Na quinta-feira (4), Lula criticou o peso das emendas impositivas durante reunião do Conselhão, classificando o mecanismo como um “sequestro” de 50% do Orçamento. A declaração causou incômodo entre parlamentares e irritou Alcolumbre, que reclamou diretamente com integrantes do governo. “Eu acho que o fato de o Congresso Nacional sequestrar 50% do Orçamento da União é um grave erro histórico”, afirmou Lula no encontro.
A reação no Congresso foi imediata. Deputados e senadores aliados demonstraram contrariedade, e um deles chegou a telefonar para André Ceciliano, secretário especial de Assuntos Parlamentares, passando o aparelho para Alcolumbre. Diante de outros congressistas, o presidente do Senado teria questionado “que sequestro” seria aquele, lembrando que trabalha pela aprovação da LDO nos termos do governo e também pela solução fiscal que envolve os Correios, permitindo ao Executivo evitar cortes para compensar o prejuízo previsto da estatal em 2026.
Fonte: Brasil 247
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