Procuradoria afirma que acusados espalharam fake news e instigaram os atos golpistas de 8/1
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta terça-feira (14) a condenação de sete réus acusados de integrar o núcleo da desinformação na trama golpista de 2022. acusação se concentra em militares e civis que disseminaram ataques contra as urnas eletrônicas e contra chefes das Forças Armadas que rejeitaram o movimento golpista. As informações são da Folha de S. Paulo.
Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Gonet usou sua sustentação oral para reforçar o pedido de punição ao chamado "núcleo 4" do processo, que investiga escalões intermediários da tentativa de golpe de Estado.
◎ Quem são os réus
Entre os acusados estão: Ailton Barros, major expulso do Exército, Ângelo Denicoli, major da reserva, Giancarlo Gomes Rodrigues, sargento, Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel, Reginaldo Vieira de Abreu, coronel, Marcelo Bormevet, policial federal, e Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal.
◎ O argumento da acusação
Rebatendo críticas das defesas, que alegavam que algumas condutas eram anteriores aos atos golpistas, Gonet foi categórico ao afirmar que “é certo que dentro de uma organização criminosa, seus integrantes respondem pela totalidade dos ilícitos cometidos. Mesmo as condutas distantes cronologicamente são alcançadas pelas condutas dos novos integrantes, porque são dirigidas para a mesma finalidade”, afirmou.
Ainda de acordo com a reportagem, a PGR afirma que o grupo atuou em uma estratégia de “guerra informacional”, com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral. Após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os réus teriam reforçado a narrativa falsa de fraude, alimentando a escalada que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
“No caso dos réus desse núcleo da AP, responsável pelas campanhas de desinformação, ficou claro o impacto do seu comportamento para o desfecho violento do 8 de janeiro”, destacou Gonet, que falou por cerca de 50 minutos.
◎ Defesa contesta provas
A defesa do major da reserva Ângelo Denicoli solicitou a absolvição, argumentando que parte das alegações finais da PGR se baseia em documentos obtidos em buscas contra o ex-assessor Flávio Peregrino, ligado a Braga Netto. Esses materiais foram apreendidos apenas em dezembro de 2023, depois do indiciamento dos réus, e não foram incluídos formalmente no processo.
O procurador-geral, porém, sustentou que esses documentos funcionam como “elementos de convicção” e não como provas isoladas. Para ele, esse argumento não inviabiliza a responsabilização de Denicoli.
◎ Sessão no Supremo
O primeiro dia de julgamento desse núcleo foi dedicado à leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes e às sustentações orais da acusação e das defesas. A Procuradoria teve até duas horas para se manifestar, enquanto cada defesa conta com uma hora para apresentar seus argumentos.
Diferente do julgamento do núcleo central da trama golpista, que resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão, o plenário da Primeira Turma registrou presença menor de jornalistas e um esquema de segurança reduzido. O julgamento prosseguirá com os votos dos ministros nos próximos dias.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Pauloi
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