A trajetória de Fabíola da Costa, mineira de Juiz de Fora, tomou um rumo inesperado em 2024. Aos 32 anos, a manicure, que havia se mudado com o marido e os três filhos para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida, sofreu um mal súbito em casa, em Orlando, e entrou em estado vegetativo. Desde então, a família enfrenta uma rotina marcada por desafios médicos, emocionais e financeiros, longe do apoio dos parentes no Brasil.
“É uma dor na alma vê-la assim. Às vezes, parece que tudo isso é um pesadelo, uma mentira. Estamos longe da família, enfrentando desafios médicos, psicológicos e financeiros imensos”, contou o marido, Ubiratan Rodrigues, de 41 anos, que precisou deixar o trabalho como caminhoneiro para cuidar da esposa e dos filhos, e agora planeja trazê-la de volta ao Brasil em um motorhome adaptado.
Fabíola ficou sete meses internada sem que os médicos chegassem a um diagnóstico sobre o que causou o colapso. Em abril deste ano, ela recebeu alta e passou a ser cuidada em casa, em um quarto adaptado com equipamentos hospitalares.
“Ela já não está totalmente imóvel como no início. Hoje se mexe, sente dor, reage a barulhos e, às vezes, até chora. Recebemos os medicamentos pelo plano de saúde, mas todo o restante — fraldas, luvas, lenços e materiais de curativo — vem de doações. Nossa sobrevivência depende da solidariedade”, relatou Ubiratan em entrevista ao G1.
O plano agora é voltar para Juiz de Fora para que Fabíola continue o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com fisioterapia e fonoaudiologia, e conte com o apoio da família. No entanto, os custos de um transporte aéreo médico, que exigiria uma UTI equipada e equipe especializada, são inviáveis: os orçamentos recebidos variam de US$ 50 mil a US$ 200 mil, o equivalente a mais de R$ 1 milhão.

Sem condições financeiras, Ubiratan decidiu enfrentar uma jornada por terra de cerca de 50 dias, atravessando 11 países em um motorhome adaptado. “A única saída viável hoje é essa. Nossa esperança está em voltar para Juiz de Fora e contar com o apoio da família e do SUS. Estamos esgotados emocional e financeiramente. Não dá mais para esperar”, afirmou.
O veículo, avaliado em cerca de US$ 40 mil (R$ 200 mil), ainda será adquirido e receberá adaptações como cama fixa, suporte para traqueostomia, oxigênio e equipamentos médicos para garantir a segurança de Fabíola.
A viagem partirá de Orlando, na Flórida, no início de novembro. O trajeto incluirá países da América Central e do Sul, passando por México, Panamá, Colômbia, Peru e Equador, até a entrada no Brasil pelo Acre. “Com o carro certo, fixo a cama no piso e prendo os equipamentos. O mais importante é ter estabilidade e espaço para ela viajar deitada, com o tronco inclinado”, explicou o marido.
Enquanto organiza a travessia, Ubiratan segue contando com campanhas de arrecadação e o apoio da comunidade brasileira nos Estados Unidos. “Não temos familiares por perto. Tudo ficou comigo: cuidar dela, dos filhos e manter a casa. É difícil, mas Deus tem nos dado força para continuar”.
Fonte: DCM com informações do G1
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