Ministro respondeu com bom humor a exemplo usado pela defesa de réu ao discutir desinformação durante julgamento do Núcleo 4 da trama golpista no STF
O julgamento do Núcleo 4 da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), realizado nesta terça-feira (14), teve um momento de descontração durante a sustentação oral de um dos advogados de defesa.
Enquanto defendia Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal e um dos sete réus do grupo acusado de promover ataques virtuais e disseminar desinformação durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o advogado Melillo Dinis do Nascimento usou um exemplo futebolístico para ilustrar seus argumentos, conforme relatado pela CNN Brasil.
“Repito, é um momento histórico onde qualquer desinformação pode ser atribuída a qualquer pessoa, quer ver? Se eu disser que o ministro Alexandre de Moraes é torcedor do Palmeiras, isso não só é injusto, como acaba por trazer consequências quando ele for lá no Itaquerão”, afirmou o advogado, referindo-se ao estádio do Corinthians, time de coração do ministro.
Com bom humor, Moraes respondeu prontamente:
“E para o senhor também. Consequências sérias.”
“Claro, seríssimas”, devolveu o advogado.
O diálogo ocorreu durante a segunda parte da sessão, que analisa as defesas dos réus do Núcleo 4, acusado de organizar uma rede de desinformação e ataques a instituições em 2022.
Logo após o episódio, o advogado retomou o argumento central de sua defesa, afirmando que o país vive em “um ecossistema fundamentalista, polarizado, cristalizado em um mecanismo que não tem controle” e que “essa falta de controle não depende da produção ou não da informação”.
Contexto do julgamento
O caso julgado nesta segunda-feira integra a quarta etapa da série de ações penais da trama golpista investigada pelo Supremo. Os sete réus do Núcleo 4 — todos militares da reserva ou ligados a estruturas de comunicação bolsonaristas — respondem pelos crimes de:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça
- Deterioração de patrimônio tombado
Entre os réus estão Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha.
Pela manhã, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os acusados, afirmando que o grupo atuou “de forma coordenada para minar a confiança nas instituições e incitar a ruptura democrática”.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil
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