Deputado deve quase R$ 14 mil à União por ausências não justificadas, caso pode ir à Dívida Ativa
A Câmara dos Deputados decidiu incluir o nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), após o parlamentar deixar de pagar R$ 13,9 mil referentes a faltas não justificadas registradas em março deste ano. As ausências ocorreram no período em que o deputado já estava nos Estados Unidos, onde permanece desde fevereiro. A licença oficial só foi protocolada em 20 de março, deixando dias de ausência sem justificativa formal.
Com sete meses fora do Brasil, Eduardo Bolsonaro já acumula 39 faltas não justificadas. Caso atinja o limite de 45 — equivalente a mais de um terço das sessões do ano legislativo —, o deputado poderá perder o mandato por excesso de ausências. As informações são do jornal O Globo.
☉ Cobrança foi determinada após decisão do TCU
O valor da dívida foi calculado com base em um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou que a Câmara apurasse eventual uso indevido de recursos públicos durante a permanência do parlamentar no exterior.
A Câmara emitiu uma guia de recolhimento com vencimento em 12 de setembro, mas o débito não foi quitado. Em nota, a instituição informou que, “diante da insuficiência de saldo na folha de pagamento, instaurou uma cobrança individualizada”.
Segundo a Casa, o nome do deputado foi inserido no Cadin, que reúne pessoas físicas e jurídicas com pendências junto ao poder público. O caso também será enviado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), responsável por avaliar se o processo será encaminhado à Dívida Ativa da União.
☉ Impacto político e disputa interna no PL
Apesar de ser um procedimento administrativo, o episódio tem repercussões políticas. O PL havia indicado Eduardo Bolsonaro para o cargo de líder da Minoria na Câmara, numa tentativa de fortalecê-lo internamente. No entanto, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), indeferiu a nomeação. “Não é possível exercer a função a partir do exterior”, justificou Motta.
O partido tenta recorrer à Mesa Diretora, apoiando-se em um trecho da Constituição que considera apenas as ausências em sessões ordinárias. Essa interpretação poderia reduzir o número de faltas e adiar uma possível perda de mandato, mas a manobra depende da concordância do presidente da Câmara.
☉ Eduardo Bolsonaro acumula faltas e pode perder mandato
Na semana passada, o Conselho de Ética arquivou um processo que poderia levar à cassação do mandato de Eduardo, apresentado pelo PT, sob acusação de quebra de decoro por articular, fora do país, sanções contra autoridades brasileiras. Mesmo com o arquivamento, o deputado ainda responde a outras representações que podem resultar em novos processos disciplinares.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo


