sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Moraes vota para tornar Eduardo Tagliaferro réu por vazar informações sigilosas

Ministro do STF apontou que ex-assessor do TSE teria colaborado com organização criminosa para atacar a Justiça Eleitoral

    Moraes vota para tornar Eduardo Tagliaferro réu por vazar informações sigilosas (Foto: Reprodução/Facebook)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (7) pela abertura de ação penal contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF e segue aberto para votação até o dia 14 de novembro.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) , Tagliaferro teria agido contra a legitimidade do processo eleitoral e tentado obstruir investigações sobre atos antidemocráticos.

De acordo com a denúncia, ele responde pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Atualmente, o ex-assessor está na Itália, país onde o governo brasileiro já iniciou um processo de extradição.

A PGR sustenta que Tagliaferro teria vazado à imprensa informações sigilosas obtidas durante sua atuação como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. O material revelaria diálogos com servidores do STF e do TSE. Segundo o órgão, esses vazamentos foram feitos “para atender a interesses ilícitos de organização criminosa responsável por disseminar notícias fictícias contra a higidez do sistema eletrônico de votação e a atuação do STF e TSE”.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que as investigações da Polícia Federal indicam que o ex-assessor atuou para favorecer interesses próprios e de um grupo que se opõe à democracia. “Os elementos não deixam dúvida de que o denunciado, alinhado às condutas da organização criminosa responsável pela tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, revelou informações confidenciais que obteve em razão do cargo ocupado, com o fim de obstruir investigações e favorecer interesse próprio e alheio”, afirmou Gonet.

A Procuradoria também destacou que Tagliaferro deixou o Brasil em alinhamento com outros investigados, com o objetivo de “potencializar reações ofensivas contra o legítimo trabalho das autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações e ações penais que seguem em curso regular”.

No entendimento do Ministério Público, o comportamento do ex-assessor demonstra adesão ao propósito de “incitar novos atos antidemocráticos e disseminar notícias falsas contra a Suprema Corte”. Em 30 de julho de 2025, ele teria anunciado publicamente, no exterior, a intenção de divulgar novas informações sigilosas e iniciado uma campanha de arrecadação de recursos para custear o que o MPF classificou como “intento criminoso”.

Fonte: Brasil 247

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