sábado, 8 de novembro de 2025

Contarato: CPI do Crime Organizado vai investigar políticos, empresários e “andar superior”


  Fabiano Contarato, senador pelo PT. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado e presidente da CPI do Crime Organizado, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que a comissão deve investigar também o “andar superior” — políticos, empresários e agentes públicos que, segundo ele, estimulam e financiam o avanço do crime organizado no Brasil. Confira trechos:

O que esperar da CPI?
“O crime organizado tem várias frentes que podem ser exploradas: espaço territorial, milícia, facção, tráfico de entorpecentes e aspecto econômico. Se você olhar para os aspectos da corrupção, também há a possibilidade até mesmo do envolvimento de políticos. A CPI tem que prestar um serviço à população. Tanto eu quanto o senador Alessandro Vieira, que é relator, temos perfil técnico. Espero que ela aponte soluções.”

Como evitar que a CPI vire palanque político às vésperas das eleições de 2026?
“O perfil do Senado é mais respeitoso. Dá para impedir e parar e falar: ‘isso não é o objeto da CPI’. Tudo depende da forma como se conduz. Vai ter senador querendo fazer recorte para rede, mas eu estarei ali para tentar contribuir e evitar. Sou progressista, mas não confundo ser progressista com ser permissivo com quem comete crime, principalmente com organização criminosa e lavagem de dinheiro.”

Homens apontados como membros do Comando Vermelho presos em operação da polícia no Rio de Janeiro. Foto: Mauro Pimentel/AFP

A oposição apresentou requerimento para ouvir membros de facções. O senhor pretende colocar isso em votação?
“Pautar é prerrogativa da presidência. Eu vou ter cautela e seguir o plano de trabalho. Isso não está sendo debatido no desenrolar da CPI. Tenho que pegar a mão estendida dessas organizações criminosas, não só quem está na ponta ou já foi preso. Não sei se isso vai acontecer no futuro, mas nem sequer está no radar da comissão.” (…)

Qual o legado o senhor espera que a CPI deixe?
“O que a gente pode dar é uma resposta eficiente de mudança naquilo que seja de competência do Legislativo. Buscar uma união entre União, estados e municípios para trabalhar de forma cooperada. A CPI deve fazer um diagnóstico, ser propositiva e apresentar projetos de lei. Espero que a gente alcance o andar superior também de quem tenha concorrido para estimular o crime organizado, seja em facções, milícias, lavagem de dinheiro ou corrupção.”

Fonte: DCM

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