sexta-feira, 26 de abril de 2024

Sóstenes Cavalcante classifica decisão de Zanin como “um atentado à soberania do Congresso Nacional”

 Ministro Zanin atendeu a um pedido do Governo Federal e suspendeu validade de projeto aprovado na Câmara que desonera a folha de pagamento de 17 setores

O Deputado Federal Sóstenes Cavalcante (PL) afirmou, nesta sexta-feira (26), em rede social, que o Ministro do STF Cristiano Zanin comete “um atentado à soberania do Congresso Nacional.” Ainda nesta quinta-feira, o Ministro atendeu um pedido do Governo Federal e suspendeu a validade de projeto aprovado pela Câmara dos Deputados que desonerava a folha de pagamento de 17 setores. Zanin entendeu que não está indicado o impacto da medida nas contas do governo.


“Esta decisão é um atentado à soberania do Congresso Nacional, evidenciando uma perigosa submissão do Supremo Tribunal Federal aos caprichos do Executivo”, publicou o Deputado Sóstenes, que disse mais: “É urgente que levantemos nossa voz contra essa inaceitável instrumentalização do judiciário, que ameaça a integridade de nosso sistema democrático e mancha a reputação de nossa justiça”, finaliza.


A decisão liminar do Ministro Zanin já seguiu para o Plenário virtual do STF e, até a publicação da matéria, já tinha o apoio de outros dois ministros, Flávio Dino e Gilmar Mendes. Os outros integrantes da Corte tem até o próximo dia 6 de maio para apresentarem seu voto.



Fonte: Agenda do Poder 

Pousada em Porto Alegre onde incêndio matou dez pessoas não tinha alvará, dizem bombeiros; mas prefeitura renovou contrato (veja vídeo)

 Das 30 pessoas presentes no local durante o incêndio, 16 tinham sua estadia subsidiada pelos cofres públicos

A Pousada Garoa, atingida por um incêndio que resultou na morte de 10 pessoas e deixou outras oito feridas em Porto Alegre nesta sexta-feira (26), operava sem alvará para funcionar como pousada, segundo informações do Corpo de Bombeiros. A estrutura estava registrada como escritório. No entanto, a pousada teve seu contrato renovado com a prefeitura em dezembro de 2023, por mais 12 meses, ao custo de R$ 2,7 milhões.


Apesar de ser uma propriedade privada, a Pousada Garoa acolhia indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Das 30 pessoas presentes no local durante o incêndio, 16 tinham sua estadia subsidiada pelos cofres públicos.


Os proprietários da pousada possuem outros estabelecimentos em Porto Alegre com o mesmo nome, localizados nos bairros São João, Floresta (afetado pelo incêndio) e Centro Histórico.


O contrato original foi estabelecido em novembro de 2020, visando à disponibilização de vagas de hospedagem para a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), destinadas à população em situação de vulnerabilidade.


O contrato original, com custo de R$ 197 mil para 360 vagas ao longo de seis meses, foi renovado várias vezes. Na última renovação, em dezembro passado, o valor foi elevado para R$ 2,7 milhões, mantendo a mesma quantidade de vagas. O contrato estipulava um pagamento diário de R$ 18,53 por hospedagem.


Tanto a prefeitura quanto o proprietário das pousadas, Andre Luis Kologeski da Silva, asseguram que a pousada estava regularizada.


“Em primeiro lugar, eles (os donos da pousada) entregaram toda a documentação exigida pela Lei de Licitação. Isso inclui o registro do PPCI (Plano de Prevenção Contra Incêndios). Eles fizeram o registro em agosto. Ainda está em análise pelos bombeiros, mas toda a documentação necessária foi entregue em agosto. Eles estão em total conformidade com a lei”, declarou o secretário de Assistência Social, Léo Voigt.


Entretanto, os bombeiros afirmam que a documentação para a regularização do espaço foi enviada à corporação, mas não foi avaliada, e não houve vistoria. Portanto, não houve liberação para o funcionamento. Além disso, devido ao alvará para um tipo de negócio diferente daquele para o qual a estrutura estava sendo utilizada, a liberação não poderia ser concedida.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1

X alega que investigados pelo Supremo usaram ferramenta para burlar proibições judiciais

 A plataforma informou que tomou medidas para bloquear o acesso à ferramenta Spaces para usuários brasileiros e assim cumprir as determinações

A defesa do X (antigo Twitter) informou que pessoas investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) buscaram Tcontornar as restrições impostas pela Corte utilizando recursos da plataforma, como a ferramenta de transmissões em áudio ao vivo, conhecida como Spaces.


Em uma manifestação enviada ao STF nesta sexta-feira (26), a plataforma informou que tomou medidas para bloquear o acesso à ferramenta Spaces para usuários brasileiros, visando cumprir as determinações judiciais.


O envio dessas explicações ao Supremo surge após a Polícia Federal afirmar que o X tem mantido bloqueios de contas, mas tem permitido o uso da funcionalidade para realização de transmissões ao vivo, possibilitando a interação dos perfis suspensos com outros usuários.


A PF também indicou uma reorganização da suposta milícia digital investigada pelo STF, que agora busca atuar internacionalmente para evitar a jurisdição brasileira. “As postagens feitas no exterior, incitando seguidores e atacando instituições como o STF, o TSE e o Senado, demonstram que os investigados continuam suas atividades criminosas”, afirmou a PF.


Por sua vez, o X argumenta que o relatório da PF aborda casos isolados e mostra que os investigados estão tentando driblar as ordens judiciais. “São casos absolutamente excepcionais nos quais usuários com contas bloqueadas buscaram usar funcionalidades do X para contornar as restrições impostas”, afirmou a plataforma.


Os advogados da rede social também garantiram que, assim que tomaram conhecimento do uso coordenado da funcionalidade Spaces pelos usuários investigados, agiram rapidamente para bloquear o acesso.


“Além disso, de acordo com informações obtidas junto ao X, foi implementado o bloqueio da funcionalidade Spaces para usuários brasileiros enquanto os usuários bloqueados estiverem falando”, concluiu a defesa da plataforma.


Fonte: Agenda do Poder

Ministério da Justiça de Lewandowski autoriza reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos

 

Decisão abre caminho para grupo emitir pareceres sobre indenizações aos familiares das vítimas e mobilizar esforços para localizar restos mortais de desaparecidos na ditadura

Ricardo Lewandowski
Ricardo Lewandowski (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 O Ministério da Justiça, sob a gestão de Ricardo Lewandowski, concedeu parecer favorável à reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, informa a coluna da Malu Gaspar no jornal O Globo. A decisão abre caminho para que o grupo retome suas atividades, incluindo a emissão de pareceres sobre indenizações aos familiares das vítimas e esforços para localizar os restos mortais daqueles que desapareceram durante a ditadura militar.

Desde março de 2023, uma minuta de decreto para a recriação da comissão estava nas mãos do governo, porém sem uma definição clara sobre sua implementação. O Ministério da Justiça de Flávio Dino já havia dado sinal verde para a reinstalação da comissão em outubro. No entanto, por uma determinação da Casa Civil, o parecer teve que ser reexaminado, alegando a necessidade de uma nova anuência da pasta devido à mudança de titularidade no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O ministério, em seu parecer, reiterou que a retomada da comissão não acarretará impactos negativos, destacando que se trata de uma política implementada desde 1995. Apesar da oposição militar, o Ministério da Defesa emitiu um parecer no qual não vê obstáculos para o retorno da comissão.

O Ministério Público Federal, por sua vez, em março deste ano, recomendou ao governo federal que reinstale a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em um prazo máximo de 60 dias. A recomendação, divulgada recentemente, destaca a importância da continuidade dos trabalhos da comissão, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento de vítimas, busca de restos mortais e registros de óbito.

Segundo o MPF, a retomada dos trabalhos da comissão é fundamental para cumprir condenações impostas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Brasil, como no caso da Guerrilha do Araguaia e de Vladimir Herzog.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informou que adotou todas as medidas necessárias para o restabelecimento da comissão desde o início de 2023, e agora aguarda a deliberação da Casa Civil para a conclusão do processo.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Malu Gaspar, no jornal O Globo

 

 

Ricardo Salles será relator da 'PEC das Drogas' na CCJ e diz que buscará aprovar texto sem diferenciar usuários de traficantes

 

Deputado bolsonarista disse que é a favor da criminalização total das drogas no Brasil

Ricardo Salles
Ricardo Salles (Foto: Agência Câmara )

 O deputado federal bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP) foi designado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara como relator da chamada 'PEC das Drogas', prometendo um texto ainda mais 'duro' contra consumidores de entorpecentes do que o aprovado pelo Senado, informa a agência Estadão Conteúdo nesta sexta-feira (26). 

"Sou completamente contra a droga e sou favorável à criminalização total. O relatório tem que ir nessa linha", disse o ex-ministro de Jair Bolsonaro. "Na minha opinião, é que nem crime de receptação de carga roubada: quem vende é criminoso e quem compra também".

O Senado aprovou recentemente, em dois turnos, a proposta que inclui no artigo 5º da Constituição Federal a criminalização da posse e do porte de qualquer quantidade de droga ilícita.

A PEC, que agora será avaliada pela Câmara dos Deputados, foi articulada após o Supremo Tribunal Federal (STF) voltar a pautar o julgamento da descriminalização do porte da maconha para uso pessoal, determinando a diferenciação entre usuário e traficante. Um pedido de vista do ministro Dias Toffolli suspendeu o julgamento em março. A matéria está em 5 votos a 3 para a descriminalização somente do porte de maconha para uso pessoal. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil 

 

Brasil retoma produção de insulina capaz de suprir demanda nacional


Há mais de 20 anos o país não tinha produção nacional do hormônio


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira (26), da inauguração da fábrica de insulina da empresa Biomm, em Nova Lima, Minas Gerais. Com a nova unidade, o Brasil retoma a produção do hormônio no país, com capacidade de suprir a demanda nacional de insulina.

Durante discurso, Lula destacou a importância da fábriica para o acesso da população ao insumo e homenageou o trabalho de Walfrido dos Mares Guia, que é um dos sócios-fundadores e membro do conselho de administração da Biomm. Com história na política, Walfrido é amigo de Lula e foi ministro durante os dois primeiros mandatos do presidente, entre 2003 e 2007.

Emocionado, o presidente contou a experiência de sua bisneta Analua, de 7 anos, que vive com diabetes mellitus tipo 1. “Ela vive com aparelho no ombro, [conectado] com celular, cada coisa que ela come, ela tem que controlar. E o que é fantástico é que ela pede para mãe e para o pai aplicar a insulina nela, ela já não tem mais medo, já faz parte da vida dela. [...] Então, eu quero que a minha bisneta Analua saiba que esta figura simpática aqui [Walfrido] vai te dar tranquilidade para você viver mais do que eu e mais do ele está vivendo, porque a vida precisa que os bons vivam muito e que os maus descansem logo”, disse.

O diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, há mais de 20 anos o Brasil não tinha produção nacional de insulina e dependia apenas de produtos importados. “Para ter uma política de ciência e tecnologia em saúde que leve os produtos à população, temos que ter política industrial”, disse.

O investimento da empresa biofarmacêutica na construção da nova estrutura foi de R$ 800 milhões. A fábrica terá capacidade para 20 milhões de unidades de refis de insulina glargina (de ação prolongada) por ano - e, na sequência, de canetas de insulina. Além disso, poderá fabricar 20 milhões de frascos de outros biomedicamentos, como a insulina humana recombinante. A estimativa é de que a unidade gere 300 empregos diretos e 1,2 mil indiretos.

O Brasil é um dos países com maior incidência de diabetes no mundo, com 15,7 milhões de pacientes adultos, segundo dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes, divulgados pelo governo. “O que se faz aqui é garantia de vida para uma doença que nós temos que trabalhar com prevenção, mas sabemos que, em muitos casos, não fugiremos da medicação, da insulina e de outros medicamentos que o SUS já fornece na assistência farmacêutica e Farmácia Popular”, disse a ministra Nísia.

A insulina glargina é indicada para o tratamento de diabetes mellitus tipos 1 e 2. No ano passado, em meio à risco de desabastecimento, o Ministério da Saúde fez uma compra emergencial de 1,3 milhão de unidades de insulina asparte (de ação rápida) indicada para tratar diabetes mellitus tipo 1, que concentra de 5% a 10% das pessoas diagnosticadas com a doença. Na ocasião, a pasta informou que as demais insulinas regulares mais consumidas estavam com estoque adequado para atender a rede do SUS.

Parceria

A Biomm é considerada uma pioneira no setor de biomedicamentos no Brasil e está inserida na Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), lançada pelo governo em setembro de 2023. Até 2026, a previsão é de R$ 42 bilhões em investimentos públicos e privados neste setor industrial para reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros.

No contexto da estratégia, a empresa participa do Programa de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo do Ministério da Saúde, que envolve a articulação do governo com o setor privado. Fundada em 2001, a Biomm é uma empresa brasileira e atua na oferta de fármacos acessíveis para o tratamento de doenças crônicas no país.

Para implantar a nova unidade industrial em Nova Lima, a Biomm obteve R$ 203 milhões de crédito via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), além de R$ 133 milhões aportados via equity (participação acionária) pelo BNDES e BDMG.

Ainda durante o evento, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Biomm assinaram um protocolo de intenções sobre plataformas de produção de medicamentos para o tratamento de doenças metabólicas, que tem como pano de fundo o fortalecimento do CEIS e a maior autonomia do Brasil na produção de medicamentos para o SUS.

Fonte: Agência Brasil

Estudo da Fazenda mostra que desoneração da folha penaliza maioria do povo

 

Secretaria de Política Econômica ressalta a ineficácia e o elevado custo fiscal da medida, prejudicando a execução de outras políticas públicas essenciais

Fernando Haddad
Fernando Haddad (Foto: REUTERS/Carla Carniel)


A prorrogação irrestrita do modelo de desoneração da folha de pagamentos presente na Lei nº 14.784/2023 , aprovada no Congresso Nacional no final do ano passado, contraria o interesse público. É o que aponta a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF) no estudo “Desoneração da Folha de Pagamentos — Análise setorial da política prorrogada e proposta de revisão”, divulgado nesta sexta-feira (26).

A disputa em torno da desoneração da folha de pagamentos chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Cristiano Zanin suspendeu pontos da legislação, na última quinta (25).

O estudo divulgado pela Fazenda, além de indicar que “o desenho atual da política não é justificável em termos de eficácia, efetividade e interesse público”, a SPE destaca que “a racionalização do benefício da folha de pagamentos e a mudança de seu desenho é uma recomendação de política pública que deve ser buscada pelos atores envolvidos no processo de policy-making do país”.

“Dado o elevado custo fiscal da medida, que implica menor disponibilidade de recursos para outras políticas públicas essenciais, pode-se concluir que a prorrogação irrestrita do modelo de desoneração presente na Lei nº 14.784/2023, aprovada no Congresso Nacional, contraria o interesse público”, enfatiza o material da SPE.

A Secretaria destaca os elevados valores de renúncia fiscal gerados pela política de desoneração da folha de pagamentos, desde a implantação do sistema, em 2012. O pico foi apurado em 2015 (R$ 25,2 bilhões), ano em que o número de atividades desoneradas atingiu o máximo. Para 2024, a Receita Federal estima que a política de desoneração da folha de pagamentos, prorrogada pelo Congresso por meio da Lei nº 14.784/20023, terá um custo de R$ 15,8 bilhões.

O estudo reforça a relevância do modelo proposto pelo governo ao Congresso no final do ano passado, conforme teor da Medida Provisória nº 1.202/2023 , revisitado no Projeto de Lei nº 493/2024 . No material, a SPE explica que o mecanismo sugerido pelo governo tem o objetivo de promover uma transição gradual e sem rupturas para os setores que atualmente mais usufruem do benefício, propondo uma reconfiguração do desenho dessa política.

“O novo desenho, focalizado no primeiro salário mínimo de cada empregado, pode ser pensado como um laboratório para uma política de desoneração do custo laboral linear entre setores, mas que atenda a critérios de progressividade, estimulando proporcionalmente mais, de forma indireta, os setores que empregam mão de obra formal de salário-base e de jovens entrantes no mercado de trabalho”, esclarece o material.

Análise - Segundo aponta a SPE, o atual sistema brasileiro de desoneração da folha de pagamentos não encontra paralelo com nenhuma outra experiência internacional bem-sucedida em termos de geração de empregos formais. O estudo apurou dois modelos exitosos, mas diferentes do que hoje é aplicado no Brasil.

No cenário global, a primeira linha de desoneração da folha de pagamentos que obteve sucesso, conforme apurou a Secretaria de Política Econômica, envolve políticas que abrangem linearmente todos os setores, durante período limitado. A segunda linha abrange políticas focalizadas em determinados segmentos da população, como o de mão de obra menos qualificada ou o de jovens entrantes no mercado de trabalho, com períodos de maior duração. “A política de desoneração da folha no Brasil não segue nenhuma dessas evidências definidas na literatura especializada como boas práticas”, destaca o estudo.

Não há, portanto, eficácia no atual modelo doméstico de desoneração da folha, identificou a SPE. “As evidências encontradas sobre o desempenho da política no Brasil, em termos de impactos socioeconômicos, principalmente sobre o nível de emprego, salários e competitividade, não sinalizam em consenso para um bom e adequado desempenho da política”, cita o estudo.

Ineficácia - A SPE realizou uma análise da dinâmica das atividades desoneradas em comparação às não desoneradas. O resultado indica que o grupo amplo de atividades desoneradas apresentou retração no número de vínculos e no rendimento agregado entre 2015 e 2021. Essa parcela, inclusive, registrou perda da participação no total de emprego e de remuneração da economia ao longo do período de desoneração.

Por outro lado, a análise verificou que as atividades não desoneradas expandiram o número de vínculos e a massa salarial. Ainda, as atividades desoneradas não mostraram relevante diferença quanto à dinâmica do rendimento médio comparativamente às atividades não desoneradas, uma vez que o rendimento médio caiu para todas, informa a SPE.

“Apenas um grupo de setores desonerados pela política, que se enquadram em 32 classes de atividades CNAE, apresentou dinâmica do emprego e rendimento superior ao grupo de não desonerados. Este grupo abarca 32 classes CNAE que estão desoneradas desde 2012, ao passo que 229 outras classes desoneradas, estratificadas em outros três grupos de acordo com o período de entrada e vigência da política, apresentaram dinâmica pior do que a do grupo de não desoneradas”, cita a SPE.

“O melhor desempenho do grupo de atividades desoneradas desde 2012 até 2021 parece estar mais associado a características da dinâmica dos setores envolvidos e à conjuntura econômica, social e global do que ao impacto específico e positivo da política, já que uma gama de outras atividades desoneradas não apresentaram comportamento semelhante”, explica o estudo.

A conclusão é que a inclusão ampla e irrestrita de produtos e atividades econômicas desonerados ao longo do período de vigência da política de desoneração da folha de pagamentos não parece estar associada a critérios técnicos e boas práticas fundamentadas nas modernas recomendações de política industrial.

Falácia - O material da SPE traz à luz e esclarece que é inverídica a afirmação de que a atual política de desoneração da folha de pagamentos beneficiaria “17 setores que mais intensamente empregam mão de obra no País”. Essa colocação é enganosa e distorce a realidade, alerta a Secretaria de Política Econômica.

Dados comprovam que tal afirmação é inconsistente. A versão mais recente da Lei, vigente desde o final de 2018, beneficia 43 classes econômicas em classificação CNAE [ Classificação Nacional das Atividades Econômicas ] e aproximadamente 2.638 produtos/mercadorias em classificação NCM [ Nomenclatura Comum do Mercosul ].

“A partir de uma compatibilização setorial, este estudo encontrou 143 classes econômicas (CNAE) atualmente beneficiadas. A agregação em 17 setores comumente veiculada não encontra fundamento em nenhuma classificação setorial oficial”, adverte a SPE.

O acompanhamento das informações de emprego e rendimento mostra que, em conjunto, as atividades desoneradas representavam 17% do número de vínculos e 7% da massa salarial em 2021, tendo essas participações diminuído ao longo da vigência da política, no agregado. Embora não sejam números desprezíveis, a SPE alerta que não há respaldo para o rótulo de “17 setores que mais intensamente empregam mão de obra”.

Histórico - A implantação do modelo de desoneração da folha remete ao ano de 2012, inicialmente abarcando 32 classes CNAE. Ao longo do tempo, houve entradas e saídas de atividades beneficiadas por essa política, que atingiu seu ápice em termos de renúncia em 2015.

O modelo atual reflete situação fixada ao final de 2018, quando ocorreu a última alteração legislativa relativa às atividades atendidas ( Lei nº 13.670/2018 ). Sob esse guarda-chuva, 43 classes em classificação CNAE e aproximadamente 2.638 produtos/mercadorias em classificação NCM são beneficiadas pela desoneração da folha desde o final de 2018.

Originalmente, a Lei nº 13.670/2018 estabeleceu que a desoneração da folha de salários deveria acabar em 31 de dezembro de 2020. Posteriormente, esse prazo foi estendido até o final de 2021 ( Lei nº 14.020/2020 ) e, depois, foi novamente prorrogado ( Lei nº 14.288/2021), com o encerramento dessa política previsto para o final de 2023.

O Congresso, no entanto, optou por prorrogar mais uma vez (até 2027) o modelo de desoneração da folha que vigora desde o final de 2018. Isso ocorreu a partir da aprovação, em 25 de outubro de 2023, do Projeto de Lei nº 334/2023 pelo Senado Federal, resultando na Lei nº 14.784/2023, o que ensejou veto do Executivo por inconstitucionalidade.

Foi nesse contexto que o governo encaminhou ao Congresso a proposição de uma nova política de desoneração setorial , integrante de um conjunto de medidas focadas na sustentabilidade fiscal. Os conceitos do novo modelo constam da Medida Provisória nº 1.202/2023 , revisitada no Projeto de Lei nº 493/2024 , atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados.

Solução - “O Projeto de Lei (PL) nº 493/24 buscou apresentar uma proposta alternativa à judicialização da prorrogação da política de desoneração aprovada pelo Congresso Nacional, buscando endereçar sua inconstitucionalidade e incompatibilidade orçamentária, além de tentar mitigar os problemas de mérito econômico e social associados à política”, cita o estudo.

A SPE explica que a inconstitucionalidade da Lei nº 14.784/2023 está associada à proibição, a partir da Reforma da Previdência, do custeamento da Previdência Social por meio da instituição de contribuição substitutiva sobre a folha de salários. Essa falha ocorre ainda que pela prorrogação do prazo de vigência de contribuição instituída anteriormente à Emenda, diante da necessidade de assegurar o equilíbrio no custeio da seguridade social.

Tal incompatibilidade orçamentária se refere ao impacto – não orçado – de R$ 15,8 bilhões para 2024. Conforme esclarece a SPE, esse fator torna a política de desoneração da folha incompatível com a Lei Orçamentária de 2024 ( Lei nº 14.822/ 2024 , que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2024), aprovada pelo Congresso Nacional. Esses fatores ensejaram o governo a ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para apreciação no Supremo Tribunal Federal.

Segundo aponta o estudo, o novo sistema proposto pelo Executivo busca minimizar as distorções em relação ao que já estabelece a política anterior, mantendo determinado nível de desoneração para setores em que há atualmente maior relevância do uso do benefício. Além disso, apresenta mecanismo gradual de redução do benefício para que as empresas tenham tempo para se ajustar ao novo sistema.

Fonte: Brasil 247

STF tem placar de 3 a 0 para manter derrubada da desoneração da folha


Ainda nesta sexta, o Senado recorrerá da decisão de Zanin, diz Pacheco


O Supremo Tribunal Federal (STF) tem placar de 3 votos a 0 para manter a decisão individual do ministro Cristiano Zanin que derrubou a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027.

A decisão foi proferida nessa quinta-feira (25) e motivada por uma ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Até o momento, além de Zanin, os ministros Flávio Dino e Gilmar Mendes também votaram no plenário virtual da Corte pela suspensão da desoneração. A sessão eletrônica vai até 6 de maio.

Na ação protocolada no STF, a AGU sustentou que a desoneração foi prorrogada até 2027 pelo Congresso sem estabelecer o impacto financeiro da renúncia fiscal. A petição foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias.

A ação também contestou a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que invalidou o trecho da Medida Provisória (MP) 1.202/2023. A MP derrubou a desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras.

Ao aceitar os argumentos da AGU, o ministro Cristiano Zanin entendeu que a aprovação de desoneração pelo Congresso não indicou o impacto financeiro nas contas públicas.

"O quadro fático apresentado, inclusive com a edição de subsequentes medidas provisórias com o objetivo de reduzir o desequilíbrio das contas públicas indicam, neste juízo preliminar, que há urgência em se evitar verdadeiro desajuste fiscal de proporções bilionárias e de difícil saneamento caso o controle venha a ser feito apenas ao final do julgamento de mérito", justificou Zanin.

A desoneração da folha de pagamento para 17 setores e municípios com até 156 mil habitantes foi aprovada pelo Congresso, no entanto, o projeto de lei foi vetado pelo presidente Lula. Em seguida, o Congresso derrubou o veto.

Na manhã de hoje, o presidente do Senado anunciou que a Casa vai recorrer ainda nesta sexta-feira da decisão de Zanin.

Fonte: Agência Brasil

Prévia da inflação, IPCA-15 volta a desacelerar e fica abaixo do esperado em abril, diz IBGE

 

Em 12 meses, a variação do IPCA-15 em abril foi de 3,77%, abaixo dos 4,14% nos 12 meses imediatamente anteriores

Dinheiro

Por Roberto de Lira, Infomoney - O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, voltou a desacelerar em abril, para 0,21%, após a variação de 0,36% observada em março, informou nesta sexta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 12 meses, a variação do IPCA-15 em abril foi de 3,77%, abaixo dos 4,14% nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em abril de 2023, o IPCA-15 tinha sido de 0,57%.

Os dados de abril vieram abaixo do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que era de inflação mensal de 0,29% na comparação mensal e de 3,86% em 12 meses.

O resultado do mês foi influenciado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,61% e impacto de 0,13 ponto percentual no índice geral.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes (-0,49%) registrou queda em abril. Depois de Alimentação e bebidas, o maior impacto no indicador veio de Saúde e cuidados pessoais (0,78% e 0,10 p.p.). As demais variações ficaram entre o 0,03% de Artigos de residência e o 0,41% de Vestuário.

Alimentação - Dentro do grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 0,74% em abril, com contribuições mais fortes das altas do tomate (17,87%), do alho (11,60%), da cebola (11,31%), das frutas (2,59%) e do leite longa vida (1,96%).

Entre as quedas, destacaram-se a batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%).

Já a alimentação fora do domicílio (0,25%) desacelerou em relação ao mês de março (0,59%), em virtude da alta menos intensa da refeição (de 0,76% em março para 0,07% em abril). O lanche (0,47%) teve variação superior à registrada no mês anterior (0,19%).

Outros grupos - Em Saúde e cuidados pessoais, por sua vez a maior contribuição (0,05 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (1,36%), após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Além disso, o item plano de saúde (0,77%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024.

No grupo Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,05%) foi influenciada pelo reajuste de 1,95% em Goiânia (0,90%), a partir de 1º de abril. Em energia elétrica residencial (-0,07%), houve reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (2,34%).

No grupo Transportes, houve queda na passagem aérea (-12,20% e -0,09 p.p.). Em relação aos combustíveis (-0,03%), somente o etanol (0,87%) teve alta, enquanto o gás veicular (-0,97%), o óleo diesel (-0,43%) e a gasolina (-0,11%) registraram queda nos preços.

Fonte: Brasil 247

APUCARANA: Ahanda disputa a 2ª etapa do Campeonato Paranaense de Handebol


A equipe da Associação de Handebol de Apucarana (Ahanda), sexta colocada na competição com 2 pontos, participará neste final de semana (27 e 28/04) no Ginásio de Esportes Aldanir Angelo Rossoni em Toledo (Oeste do Estado), da segunda etapa do Campeonato Paranaense Adulto Masculino da Série Bronze.

Neste sábado, às 19h30, o time apucaranense jogará contra a Sociedade Thalia, de Curitiba, que ocupa a terceira posição com 4 pontos. Já neste domingo, a partir das 13h30, o duelo será contra a agremiação de Umuarama, sétima colocada com 2 pontos ganhos.

“Estamos confiantes na disputa dessa etapa, em busca de dois resultados positivos e com o objetivo de subirmos na tabela de classificação. Serão dois jogos difíceis, principalmente contra a Sociedade Thalia que vem de duas vitórias na primeira etapa realizada no mês de março”, disse Alessandro Ferreira, técnico da Ahanda.

“A equipe da Ahanda vai para mais uma etapa do Paranaense com a expectativa de conseguir quatro pontos e podendo até ficar entre os melhores colocados da competição, com o time tendo o incentivo do prefeito Junior da Femac”, destaca Tom Barros, secretário municipal de Esportes de Apucarana.

Apoiada pela Secretaria Municipal de Esportes, a equipe nessa segunda etapa contará com os jogadores Rodrigo Costa, Rodrigo Morakami, Hugo, Miguel, Thafarel, Leonardo, Hélio, Luis, Rafael Hidalgo, Felipe, Lucas, Thiago, Bruno, Ricardo, Alécio, Pedro e Leonardo Sobreiro.

A etapa inicial do Campeonato Paranaense também aconteceu em Toledo no mês passado. Na estreia da competição os apucaranenses perderam por 24 a 21 para Capanema, enquanto na segunda partida a Ahanda venceu Iretama pelo marcador de 26 a 20.

As datas das outras etapas do Estadual são as seguintes: 3ª etapa, 1º e 2 de junho; 4ª etapa, 20 e 21 de julho; 5ª etapa, 24 e 25 de agosto; e 6ª etapa, 14 e 15 de setembro. A terceira, quarta e quinta etapas também serão realizadas em Toledo, com a sexta em Capanema.

A classificação da Série Bronze é a seguinte: 1º) Quedas do Iguaçu, Capanema e Sociedade Thalia, com 4 pontos; 4º) Toledo, Matelândia, Ahanda e Umuarama 2; e 8º) Iretama, Castro e Telêmaco Borba 0. A equipe do Quedas do Iguaçu tem o ataque mais positivo com 70 gols. Os times da Ahanda e do Toledo sofreram 44 gols cada e têm as defesas menos vazadas do Campeonato Paranaense.

Fonte: Prefeitura de Apucarana