O banqueiro André Esteves, Ivan Duque e o ministro Gilmar Mendes, em evento do IDP em Buenos Aires. Reprodução
Um foragido dos atos golpistas de 8 de janeiro interrompeu, nesta quinta-feira (6), um evento com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em Buenos Aires. Symon Castro, réu no processo que apura os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, afirmou durante a intervenção que “existem pessoas de bem” entre os condenados e que muitos “não têm provas de que entraram nos prédios”. Com informações do Estadão.
O episódio ocorreu durante o Fórum de Buenos Aires, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), instituição ligada ao patrimônio de Gilmar Mendes. Castro, que diz viver atualmente na Argentina, usava um crachá oficial do evento e registrou a própria fala com o celular.
Enquanto era contido por seguranças, o foragido declarou estar há três anos sem ver os filhos, desde que deixou o Brasil. “O senhor tem feito um bom papel. Mas Alexandre de Moraes acusa outros que estão aqui no nosso meio de 14 a 17 anos de prisão sem nem ter prova de que entraram dentro dos prédios”, disse ele ao ministro do STF.
Castro também afirmou que sua fala era um pedido por justiça. “Existem pessoas de bem no meio do dia 8, sim, e que não cometeram crime”, acrescentou o réu, que gravou toda a ação.
O julgamento virtual de Symon Castro está marcado para ocorrer entre os dias 14 e 25 de novembro. Ele é acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, uso de substância inflamável contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Durante a interrupção, Gilmar Mendes manteve silêncio e não reagiu às falas do réu. O evento foi retomado após a retirada de Castro por seguranças.
A mesa do debate também contava com o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, e o ex-presidente da Colômbia, Iván Duque. Após o incidente, Esteves deu sequência à discussão sobre economia e democracia na América Latina.
Symon Castro é um dos réus que permanecem foragidos após a série de condenações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal desde 2023. Ele responde a processos relacionados à tentativa de golpe e à destruição de patrimônio público durante os ataques em Brasília.
Fonte: DCM com informações do Estadão
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