Em postagem no X, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou neste domingo (23) que não foi avisado sobre a proibição de usar celular durante a visita a Jair Bolsonaro (PL). No entanto, imagens divulgadas pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, mostram o parlamentar utilizando o aparelho na casa do ex-presidente, que havia sido preso no sábado (22). A gravação foi feita poucas horas antes de o sistema registrar, às 00h07, a tentativa de dano à tornozeleira eletrônica usada para monitoramento.
O despacho que estabelecia as regras da prisão domiciliar era público e determinava, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a proibição de aparelhos eletrônicos a qualquer visitante. Mesmo assim, Nikolas alegou desconhecimento da medida e afirmou que “não houve comunicação prévia de qualquer restrição ao uso de celular”. A norma, porém, estava expressamente descrita no documento que vigorava durante todo o período da prisão domiciliar.
Além de negar a infração, Nikolas atacou a Rede Globo, dizendo que a emissora “utilizou um drone para invadir um ambiente privado, filmando sem autorização um ex-Presidente da República e um parlamentar”, classificando o registro como “violação grave de privacidade”. Nas imagens, ele aparece conversando com Bolsonaro enquanto manipula o celular com naturalidade, em claro descumprimento da ordem judicial.
O deputado ainda afirmou que “em momento algum tive qualquer intenção de descumprir decisão judicial”, tentando afastar a possibilidade de infração. A visita antecedeu a detecção de avarias na tornozeleira de Bolsonaro, que apresentou queimaduras e sinais de manipulação. Policiais penais descartaram queda acidental. Ao ser questionado, o ex-presidente afirmou que usou um ferro de solda “por curiosidade”.
A sequência de fatos reforçou a avaliação do STF sobre risco de fuga, levando à decretação da prisão preventiva de Bolsonaro. Nikolas encerrou sua nota atacando novamente a emissora, afirmando que o episódio “revela mais sobre a conduta invasiva da emissora do que sobre quem foi filmado clandestinamente” e concluiu com: “vão precisar de uma narrativa mais forte. Tentem na próxima, patéticos”.
O caso ganha ainda mais relevância porque Nikolas já havia sido citado pelo STF em agosto, quando uma videochamada feita durante um ato político foi interpretada pela Corte como tentativa de Bolsonaro de pressionar o Judiciário, contribuindo para a imposição da prisão domiciliar.
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Fonte: DCM
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