Moraes respondeu provocação de Ramon Mas Gomez Júnior, defensor do agente da PF Wladimir Matos Soares. Foto: reprodução
Durante o julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o chamado “núcleo 3”, da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) acusados de tramar um golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes rebateu insinuações de um dos advogados que tentou provocá-lo.
Entre os réus estão onze militares e um agente da Polícia Federal (PF), que, segundo a acusação, atuaram para pressionar as Forças Armadas a aderir ao plano golpista.
O advogado Ramon Mas Gomez Júnior, defensor do agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, afirmou que Moraes estaria “incomodado” com alegações de que o STF não teria competência para julgar o caso.
“Preliminarmente, eu sei que Vossa Excelência, o ministro Relator Alexandre de Moraes fica incomodado com as defesas que trazem a questão da incompetência desse Juízo… eu não vou aqui dar aula de Direito Constitucional, Direito Penal, até porque os colegas que me antecederam já fizeram”, disse Ramon.
Moraes, mantendo-se calmo, interrompeu o advogado e negou a afirmação. “Doutor, fique à vontade”, rebateu o ministro na sessão desta terça-feira (20).
Quem são os acusados no “núcleo 3”?
A denúncia inclui militares de alta patente e um agente da PF, acusados de atuar para viabilizar o suposto golpe. Entre os nomes estão:
– Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal;
– Bernardo Correa Netto, coronel;
– Cleverson Ney, coronel da reserva;
– Estevam Theophilo, general da reserva;
– Fabrício Moreira de Bastos, coronel;
– Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel;
– Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel;
– Nilton Diniz Rodrigues, general;
– Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel;
– Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel;
– Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel;
– Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel.
A Primeira Turma do STF já havia decidido anteriormente tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros de seu governo no mesmo processo, que investiga supostas tentativas de desestabilização da democracia após as eleições de 2022.
Na segunda-feira (19), antes do início do julgamento, testemunhas de defesa e acusação já haviam prestado depoimentos. A expectativa é que o STF analise as provas apresentadas pela PGR e defesas nos próximos dias, com possibilidade de novos desdobramentos.
Fonte: DCM
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