Maduro defende voto como instrumento de paz e soberania nacional
A Venezuela realiza neste domingo (25) mais um processo eleitoral em sua história democrática, no qual mais de 21,4 milhões de eleitores estão convocados a escolher 569 representantes, entre governadores, deputados à Assembleia Nacional e aos Conselhos Legislativos estaduais, informa a Prensa Latina. É o 32º pleito, desde a chegada da Revolução Bolivariana ao poder em 1998.
Em discurso na véspera da votação, durante a inauguração da Universidade Nacional das Comunas, no estado de Carabobo, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que "neste momento, 100% das seções eleitorais e mesas de votação estão instaladas, para que o povo possa escolher seus governadores e representantes". Ele ressaltou o caráter estratégico do pleito: "É hora de escolher e votar bem para continuar avançando na consolidação da paz do país, da estabilidade nacional, da unidade da nação e no avanço dos planos de democracia, autogoverno popular e obras públicas."
Ao todo, 54 organizações políticas participam da disputa, sendo 36 de alcance nacional, 10 regionais, além de seis entidades indígenas. O confronto central ocorre entre o Grande Polo Patriótico Simón Bolívar e a coalizão de oposição Aliança Democrática. Foram registradas mais de seis mil candidaturas em todo o país.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) destacou que esta é a primeira vez em que o país realiza eleições gerais simultâneas para os três níveis de representação — executiva estadual, legislativa nacional e legislativa estadual — reforçando, segundo o órgão, a legitimidade e a abrangência do sistema democrático venezuelano.
Para garantir a segurança do processo, o governo mobilizou mais de 490 mil agentes por meio do Plano República, incluindo 412 mil integrantes das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). O Ministério Público deslocou ainda 1.419 representantes para acompanhar a legalidade das votações.
As eleições, contudo, ocorrem sob clima de tensão. Segundo as autoridades, setores da extrema direita organizam ameaças terroristas para desestabilizar o processo, com planos para atacar instalações públicas, embaixadas, hospitais, delegacias, redes de energia e até o metrô. As denúncias incluem envolvimento de mercenários estrangeiros e financiamento externo.
Mais de 1.400 observadores, entre nacionais e internacionais, estarão presentes nos centros eleitorais, representando instituições multilaterais, parlamentos e movimentos políticos de diversos países.
Em meio ao cerco internacional e aos boicotes da oposição radical, Maduro reafirma a importância da participação popular como resposta: “O voto consciente do povo é a principal garantia da democracia e da soberania venezuelana.” A jornada eleitoral deste domingo representa, portanto, mais do que uma disputa por cargos: é também um exercício de autodeterminação nacional frente às ingerências e às ameaças externas.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário