segunda-feira, 27 de outubro de 2025

“Se depender de mim e do Trump vai ter acordo”, diz Lula

“Agora não tem mais intermediário”, reforçou o presidente

     Lula e Trump (Foto: Ricardo Stuckert)


Durante entrevista coletiva na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou de forma positiva sua recente reunião com o presidente Donald Trump e afirmou que as relações entre Brasil e Estados Unidos caminham para uma nova fase de entendimento direto entre os dois líderes. “Se depender de mim e do Trump vai ter acordo”, declarou Lula, destacando que “agora não tem mais intermediário, é o presidente Lula com o presidente Trump”.

Lula afirmou que, em breve, não haverá mais problemas nas relações bilaterais e ressaltou que as diferenças ideológicas não impedem boas relações entre os países. “O fato de termos posições ideológicas diferentes não nos impede de ter boas relações”, observou o presidente, acrescentando que entregou por escrito tudo o que pensa sobre a relação entre as duas nações.

Segundo Lula, o encontro foi marcado por respeito e franqueza, com uma conversa focada em temas políticos e econômicos de interesse mútuo. “Foi surpreendentemente boa a relação com o presidente Trump”, avaliou.

Defesa das instituições e equilíbrio comercial

O presidente também disse ter sido firme ao afirmar que são impensáveis as punições a ministros da Suprema Corte brasileira, consideradas inaceitáveis sob qualquer perspectiva diplomática. Lula destacou ainda que é infundada a visão de que o Brasil tem superávit comercial com os Estados Unidos, defendendo uma análise equilibrada sobre o fluxo de trocas entre os dois países.

Sobre a disputa comercial em curso, Lula reiterou que o objetivo do Brasil é suspender a taxação imposta e abrir espaço para negociar um entendimento duradouro. Ele reconheceu o direito de cada país defender seus interesses, mas enfatizou a importância do diálogo. “Um presidente tem o direito de taxar outros países quando sofre prejuízos”, ponderou.

Encerrando a coletiva, Lula afirmou que o espírito de negociação deve prevalecer nas relações bilaterais. “Se tem uma coisa que eu aprendi na minha vida é negociar. Vamos ter uma relação exemplar, como nos últimos 200 anos”, concluiu o presidente.
Fonte: Brasil 247

Trump parabeniza Lula pelos 80 anos e diz que reunião foi “muito boa”


        Donald Trump em entrevista no Air Force One. Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

A bordo do avião presidencial Air Force One, a caminho do Japão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez as primeiras declarações após o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrido no domingo (26) na Malásia. O republicano classificou a conversa como “muito boa” e disse que o Brasil demonstrou “vontade de fechar um acordo” sobre as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver, agora eles estão pagando, acho que 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião”, afirmou Trump a jornalistas, mostrando cautela sobre o futuro das negociações.

Durante o voo, ele também aproveitou para felicitar Lula pelos 80 anos. “E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante, mas hoje é o aniversário dele, então feliz aniversário”, disse.

Lula, por sua vez, se mostrou otimista. Em entrevista coletiva concedida na manhã de segunda-feira (27), já em Kuala Lumpur, o presidente afirmou acreditar que o acordo com os Estados Unidos pode ser fechado nos próximos dias: “Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”.

Donald Trump, presidente dos EUA, e Lula, do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

O brasileiro ressaltou que as decisões de Washington foram baseadas em informações incorretas. “O que não pode é acontecer o que aconteceu com o Brasil, com base em informações equivocadas, tomar uma decisão de taxar o Brasil em 50%. Ele sabe disso porque eu tive a oportunidade de dizer, agora não tem mais intermediário. Agora é o presidente Lula com o presidente Trump”.

O petista contou ainda que, durante o encontro, Trump fez comentários elogiosos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que a conversa seguiu em tom institucional.

“Disse pra ele que foi o julgamento [de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal] sério, com provas contundentes. Disse a gravidade do que tentaram fazer, do plano para matar a mim, meu vice e o ministro Alexandre de Moraes. E que tiveram um direito de defesa que não tive. Ele sabe que ‘rei morto, rei posto’. Bolsonaro faz parte do passado”, disse Lula.

Fonte: DCM

Às vésperas da prisão, Bolsonaro está em depressão e com crises de choro

Ex-presidente melhorou fisicamente, mas vive um quadro de fragilidade emocional e chora com frequência diante da iminência da decisão do STF

Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Às vésperas de ter sua pena definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta uma fase de profunda instabilidade emocional. De acordo com reportagem publicada pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo, aliados próximos relatam que Bolsonaro tem chorado com frequência e se mostrado abatido diante da perspectiva de prisão.

Embora tenha se recuperado fisicamente de uma crise aguda de soluço, que o obrigava a interromper conversas e até provocava vômitos, o quadro psicológico do ex-presidente piorou significativamente. Pessoas que o visitaram recentemente afirmam que ele demonstra sinais claros de depressão e fragilidade emocional.

Crise política e isolamento

Além do desgaste pessoal, Bolsonaro enfrenta um cenário político adverso. O projeto de anistia que seus apoiadores tentavam aprovar no Congresso está parado, assim como a proposta de redução de penas. A reportagem destaca ainda que o apoio do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao bolsonarismo “já não parece firme”, e que a direita brasileira está rachada, sem uma liderança clara de unidade.

Esse contexto tem aumentado o sentimento de isolamento e derrota no entorno do ex-presidente, que vive o momento mais difícil desde que deixou o Palácio do Planalto.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Trama golpista: Bolsonaro e 7 réus devem apresentar recursos até hoje

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Termina nesta segunda-feira (27) o prazo para que as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus apresentem recursos contra a condenação por tentativa de golpe de Estado em 2022. Os advogados devem protocolar os chamados embargos de declaração, primeiro passo da fase recursal no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os embargos de declaração são utilizados quando as defesas alegam dúvidas, omissões ou contradições na decisão dos ministros. O prazo começou a correr após a publicação do acórdão do julgamento no Diário da Justiça.

Esse tipo de recurso, embora raramente mude o resultado final, pode, em alguns casos, provocar redução de pena ou extinção da punição, se os argumentos forem aceitos. O STF, no entanto, costuma rejeitar embargos usados apenas para reabrir o debate sobre o caso.

O julgamento dos recursos não tem prazo definido. Cabe ao relator, ministro Alexandre de Moraes, decidir quando liberar o processo para a pauta da Primeira Turma. O ministro Flávio Dino, que preside o colegiado, pode definir se a análise ocorrerá em sessão presencial ou virtual.

◎ Possíveis próximos passos


Após os embargos de declaração, as defesas ainda poderão apresentar embargos infringentes, recurso permitido apenas quando houver dois votos divergentes no julgamento. No caso da tentativa de golpe, essa condição não foi atendida, o que deve limitar as alternativas jurídicas dos condenados.

O envio dos embargos suspende os demais prazos processuais até a análise completa pela Primeira Turma. Caso os recursos sejam rejeitados, as condenações passam a ser definitivas.

Primeira Turma do STF julga denúncia sobre trama golpista. Foto: Gustavo Moreno/STF

◎ Execução das penas

Com o fim dos recursos, o STF dará início à execução das penas impostas. Entre as punições estão:

  • Prisão de 16 a 27 anos;
  • Indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos;
  • Multas individuais;
  • Perda do mandato de deputado de Alexandre Ramagem (PL-RJ);
  • Perda de cargos na Polícia Federal de Ramagem e Anderson Torres;
  • Suspensão dos direitos políticos;
  • Comunicação ao Superior Tribunal Militar para declarar a perda de postos e patentes dos militares envolvidos.
As decisões da Primeira Turma só serão aplicadas após o trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidade de novos recursos.

Fonte: DCM

VÍDEO: “Em três reuniões comigo, Trump vai perceber que Bolsonaro era nada”, diz Lula


      Lula em coletiva na Malásia. Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na madrugada desta segunda-feira (27), que o líder estadunidense Donald Trump “sabe que ‘rei morto, é rei posto'” e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “faz parte do passado da política brasileira”. Lula destacou que, durante a reunião com Trump, ressaltou que o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) na ação sobre o plano de golpe “foi muito sério, com provas muito contundentes”.

Segundo o presidente, ele explicou ao chefe de Estado estadunidense que o processo foi conduzido com rigor e transparência, sem espaço para alegações infundadas da oposição. “Eu ainda disse para ele que, em três reuniões comigo, vai perceber que o Bolsonaro não era nada”, disse o brasileiro.

Na mesma reunião, foi discutido o aspecto comercial entre Brasil e Estados Unidos: “Os Estados Unidos não têm débito com o Brasil. Em todo o G20, só três países possuem relação comercial significativa com eles: Brasil, Reino Unido e Austrália. Isso é a base para retomarmos negociações”, afirmou.

Lula comentou também que deixou claro a gravidade do plano, mencionando ameaças direcionadas a ele próprio, ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. “Eu disse para ele a gravidade do que eles tentaram fazer no Brasil. Disse a ele que eles têm um plano para matar a mim, para matar meu vice-presidente, matar Alexandre de Moraes”, disse Lula.

Ele acrescentou: “O Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira. Converso com tom político, de interesse do meu país, e não pessoal”.

A reunião entre Lula e Trump ocorreu no domingo (26) na Malásia, durante a cúpula da Association of Southeast Asian Nations (ASEAN). Foi o primeiro encontro oficial entre eles para tratar das tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras e de sanções contra autoridades brasileiras.

Em entrevista logo após o encontro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, avaliou o encontro como positivo e reiterou que Lula voltou a solicitar a suspensão das tarifas enquanto se desenvolve o processo de negociação.

O diálogo entre Brasil e Estados Unidos tende a avançar rapidamente após o encontro. As declarações de Lula indicam uma possível virada nas relações comerciais e diplomáticas entre os dois países, com a agenda voltada para negociações e definição de novos marcos de cooperação.

Fonte: DCM

domingo, 26 de outubro de 2025

Casa Branca destaca encontro Lula-Trump e perspectiva de "relações boas"

Governo Trump publica foto dos dois presidentes sorrindo após a reunião na Malásia

PresidenteLula durante reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN, na Malásia (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram uma discussão construtiva sobre a agenda comercial e econômica entre os dois países durante reunião bilateral na Malásia, neste domingo (26).

Autoridades dos dois países vão iniciar, ainda neste domingo, um processo de negociação visando a retirada das tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil, de acordo com a agência Reuters.

Nas redes sociais, o encontro ganhou destaque, com uma postagem no X da Casa Branca, acompanhada de uma declaração de Trump sobre a perspectiva de melhora nas relações.

Por @WhiteHouse, no X - O presidente Trump se encontra com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula da ASEAN. "É uma grande honra estar com o Presidente do Brasil... Acho que conseguiremos fechar bons negócios para ambos os países... Sempre tivemos um bom relacionamento — acho que continuará assim."
Fonte: Brasil 247

Diante de Trump, Lula agiu como o líder da soberania nacional, diz Gleisi

Ministra destacou que os bolsonaristas que festejavam os ataques dos EUA ao Brasil, estão sem argumentos

30-09-2025 - Brasília (DF) - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: SRI via Flickr)


A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, destacou os avanços obtidos nas negociações bilaterais entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada mais cedo neste domingo (26) na Malásia.

Gleisi afirmou que foram obtidos avanços sobre a lei Magnitsky dos Estados Unidos, aplicada pela administração Trump para sancionar juízes da Suprema Corte brasileira, por conta da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de extrema direita do republicano.

Gleisi ressaltou que os bolsonaristas, que festejavam os ataques dos EUA ao Brasil, estão mais uma vez sem argumentos diante do êxito da reunião, na qual o presidente Lula manteve uma postura firme de defesa da soberania nacional.

"O encontro do presidente Lula com Donald Trump destravou as negociações sobre as tarifas comerciais e abriu caminho para o diálogo sobre as sanções da Magnitisky e sobre um outro tema importantíssimo: a preservação da América Latina como zona de paz. Lula mostrou mais uma vez como deve agir um verdadeiro líder, defendendo os interesses do país e da região, sem abrir mão da soberania nacional e com a máxima dignidade pessoal. Momento para lembrar que, há apenas três meses, Bolsonaro, sua família e seus aliados, como Tarcísio Freitas, festejavam os ataques injustos ao nosso país e aos ministros do STF. Parabéns, presidente Lula!", escreveu Gleisi nas redes sociais.
Fonte: Brasil 247

EUA avaliam como "superar" sanções a juízes brasileiros

Declaração do secretário Marco Rubio aconteceu antes de encontro entre o presidente brasileiro e o líder norte-americano, realizado neste domingo (26)

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Jerusalém - 23/10/2025 (Foto: Fadel Senna/Pool via REUTERS)

Antes da reunião realizada neste domingo (26) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que o republicano pretendia discutir questões ligadas à atuação do Judiciário brasileiro.

De acordo com Rubio, o encontro não se limitaria a temas econômicos, mas também incluiria pontos de atrito envolvendo decisões judiciais no Brasil que, segundo ele, afetaram empresas e cidadãos dos Estados Unidos.

“Olha, o Brasil é um país grande e importante. Acreditamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos escolher como parceiro preferencial no comércio, em vez da China — por causa da geografia, da cultura, do alinhamento em muitos aspectos. Obviamente, temos algumas questões com o Brasil, particularmente sobre como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital nos Estados Unidos e os indivíduos localizados nos Estados Unidos por meio de postagens em redes sociais. Teremos que resolver essas questões também. Isso se tornou parte de tudo isso”, afirmou.

O secretário destacou ainda que o governo norte-americano busca uma solução diplomática para reduzir as tensões relacionadas ao tema. “O presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo”, disse.

Fonte: Brasil 247

Lula e Trump discutiram fim de sanções a ministros do STF

Percepção na Corte é de que os esforços de Eduardo Bolsonaro para anistiar o pai ficaram em segundo plano

Luiz Inácio Lula da Silva, Viviane Barci de Moraes e Alexandre de Moraes em Brasília-DF - 7/9/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Trump, durante o encontro bilateral deste domingo (26), na Malásia, a suspensão de sanções por meio da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras, informou a agência Reuters.

Ministros do Supremo avaliam que a atuação da Corte na trama golpista, inclusive a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, se tornou para o presidente dos Estados Unidos um "problema menor", "secundário", diante das questões comerciais envolvendo o Brasil. A informação foi divulgada mais cedo pela jornalista Luísa Martins, do canal CNN Brasil.

A percepção na Corte é de que, após a reunião produtiva deste domingo (26) entre os presidentes, na Malásia, existe uma margem maior para a revogação das sanções e da Lei Magnitskty contra ministros do STF e o ministro Alexandre de Moraes, de acordo com a reportagem.

Nos bastidores do Supremo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, dos EUA, incita sanções contra o Brasil, é visto como isolado e que ele está enfraquecido, segundo a CNN.

Trump aplicou sanções a autoridades brasileiras, entre elas punições financeiras por meio da Lei Magnitsky, ao ministro do STF Moraes, acusado pelo governo Trump, aliado de Bolsonaro, condenado a mais de 27 anos por liderar a trama golpista, de supostamente "violar direitos humanos".

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Sakamoto: Trump faz afago e não bullying em Lula na Malásia para aflição de Bolsonaro


Donald Trump e Lula em reunião na Malásia – Reprodução

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

Preocupava o governo brasileiro na preparação da primeira reunião presencial entre Lula e Trump a coletiva a jornalistas que costuma acontecer junto a encontros de chefes de Estado. Aliados de Jair Bolsonaro torciam para que o norte-americano tentasse constranger o brasileiro, tal como fez com o ucraniano Volodymyr Zelensky e o sul-africano Cyril Ramaphosa. Mas o que se ouviu foram trocas de afagos e cordialidades.

Não apenas porque o terreno é neutro (Kuala Lumpur, na Malásia) e não a Casa Branca, em Washington DC, mas também porque Trump quer um acordo com o Brasil, de olho na inflação dos alimentos dentro dos Estados Unidos, nas necessidades de parceria estratégica diante da disputa com a China (o que envolve terras raras e outras matérias-primas, mas também mercado), na tentativa de obter privilégios às big techs.

Na coletiva aos colegas jornalistas, ao invés do bullying, Trump deu boas declarações sobre Lula e apontou que as perspectivas de acordo são grandes: “Nós nos damos muitos bem”, “temos muito respeito pelo seu presidente”, “temos muito respeito pelo Brasil”, “vamos fazer negócios”, “é uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, “eu acho que o Brasil está indo bem”, “seremos capazes de fazer alguns bons negócios”, “vamos ter um bom relacionamento”, “chegaremos a uma conclusão [sobre as tarifas] rapidamente”.

Questionado pela imprensa sobre Bolsonaro, Trump disse que se “sente mal” por ele, mas não quis dizer aos repórteres se o assunto seria tocado na reunião. Tratou como assunto lateral. Afinal, America First.


O bolsonarismo se agarrou nisso nas redes, como um náufrago que confunde chumbo com isopor. Lula disse a Trump que o julgamento do ex-presidente respeitou o devido processo legal e não há perseguição política ou jurídica. E reclamou da injustiça da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras.

O julgamento de Jair estava citado na carta de Trump como uma das razões que levou às sanções ao Brasil, o que gerou perda de empregos, fechamento de empresas e prejuízos econômicos por aqui. O deputado federal Eduardo Bolsonaro e assessores vêm incitando o governo dos EUA a moverem sanções contra o Brasil para pressionar pela liberdade do pai.

Agora, as equipes de ambos os presidentes vão sentar para tentar costurar acordos. Ao que tudo indica, ao menos por enquanto (porque o governo dos EUA é imprevisível e tudo pode acontecer), Trump e Lula seguem agindo como adultos na sala, enquanto traidores brasileiros ainda tentam tocar fogo no parquinho.

Fonte: DCM

Ex-patrocinadora acusa Athletico-PR de campanha com “pactos malévolos”; entenda


       Imagem de campanha de marketing do Atlhetico que citava ‘pactos malévolos’ – Reprodução

A Ligga Telecom entrou na Justiça contra o Athletico Paranaense após a rescisão do contrato de naming rights da Arena da Baixada. A empresa afirma que teve sua imagem prejudicada por uma campanha de marketing considerada “assustadoramente equivocada”, que teria associado o clube e o estádio ao satanismo, a pactos malévolos e à figura do demônio.

Segundo a Ligga, a ação promocional foi lançada enquanto o Athletico tentava evitar o rebaixamento à Série B e tinha como objetivo atrair público para o estádio. No mesmo período, o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, foi flagrado fazendo gestos obscenos para torcedores durante um jogo, o que aumentou as tensões entre as partes.

O Athletico cobra R$ 32 milhões da Ligga por inadimplência e multas contratuais. A empresa, que contesta o valor, apresentou uma carta fiança e obteve decisão judicial com efeito suspensivo para impedir o bloqueio da quantia. O processo segue em segredo de Justiça.

Fonte: DCM

Mais um navio de guerra dos EUA chega ao Caribe e pressiona a Venezuela

Chegada do destróier USS Gravely à Trinidad e Tobago ocorre durante a escalada entre Washington e Caracas

Foto de archivo del USS Gravely en el puerto de Gdynia en Polonia June 7, 2022. (Foto: KACPER PEMPEL)


Um destróier norte-americano, equipado com lançadores de mísseis, chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, arquipélago localizado próximo à costa venezuelana. A presença militar ocorre em meio à intensificação da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o governo de Nicolás Maduro. Segundo a AFP, o USS Gravely está ancorado diante do porto de Port of Spain, capital trinitina, a cerca de 570 quilômetros de Caracas.

A chegada da embarcação faz parte de uma operação militar mais ampla conduzida pelo Pentágono. O governo de Trinidad e Tobago havia anunciado, na quinta-feira (23), exercícios conjuntos entre as Forças Armadas locais e uma unidade de fuzileiros navais norte-americanos. No dia seguinte, Washington confirmou o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford — o maior e mais poderoso do mundo — acompanhado de outras embarcações militares.

● Demonstração de força e alerta regional

Analistas interpretam a movimentação como uma clara demonstração de força dos Estados Unidos na região. O envio simultâneo de destróieres e de um porta-aviões de última geração reacende preocupações sobre o aumento das tensões diplomáticas e militares na América Latina.

Autoridades venezuelanas ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio, mas membros próximos ao governo de Nicolás Maduro afirmam que Caracas mantém “relações de respeito e soberania” com as nações vizinhas e rejeita qualquer tentativa de intimidação externa.

Nas últimas semanas, os EUA atacaram ao menos dez embarcações na região do Caribe e do Pacífico matando ao menos 43 pessoas sob a alegação de combater o narcotráfico. As operações militares, porém, tem sido vistas como uma forma de pressão contra o governo de Nicolás Maduro. Trump também não descarta a possibilidade ações em terra e instruiu a CIA (Central de Inteligência dos EUA) e o Pentágono a adotarem medidas “mais agressivas” contra o governo de Nicolás Maduro.

● Lula busca mediar o diálogo pela paz

Coincidentemente, no mesmo dia da chegada do USS Gravely, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O encontro, que durou cerca de 50 minutos, tratou de temas econômicos — como as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil — e também da escalada de tensões entre Washington e Caracas. Segundo o chanceler Mauro Vieira, Lula afirmou que “a América do Sul é uma região de paz” e que o Brasil está disposto a atuar “pela promoção do diálogo e do entendimento entre as nações”. O presidente Lula também se colocou à disposição para atuar como intermediário entre os EUA e a Venezuela visando reduzir a tensão na região.

● Risco de crise humanitária

As relações entre Brasil e Venezuela seguem congeladas desde agosto do ano passado, quando Lula deixou de falar com Maduro após denúncias de fraude eleitoral não reconhecidas por observadores como o Carter Center.

No entanto, diplomatas brasileiros alertam que qualquer ofensiva contra Maduro pode desencadear uma crise humanitária sem precedentes, marcada por um êxodo em massa de refugiados. Para Brasília, esse cenário ameaçaria diretamente a estabilidade regional e colocaria à prova a capacidade de resposta dos países vizinhos.

● Cenário geopolítico latino-americano

A movimentação militar americana e o esforço diplomático brasileiro acontecem em um contexto de crescente disputa de influência na região. Enquanto Washington reforça sua presença estratégica no Caribe, o governo de Nicolás Maduro busca apoio político e econômico de aliados, incluindo China, Rússia e Irã.

Fonte: Brasil 247

Hugo Motta diz que “a História agradece” encontro entre Lula e Trump

Diálogo e diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e EUA, afirma presidente da Câmara

     Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O chefe da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), celebrou o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26), na Malásia.

Em publicação na rede social X, Motta classificou a reunião como um marco para a retomada do diálogo entre as duas nações.

“Cumprimento os presidentes Lula e Donald Trump pelo importante encontro de hoje. Fico feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”, escreveu o deputado. “Quando líderes escolhem conversar, a História agradece. Foi assim nas grandes viradas do mundo: sempre pela palavra, nunca pelo silêncio.”

Motta ainda acrescentou que a Câmara dos Deputados segue “à disposição da diplomacia brasileira, votando assuntos importantes sobre o tema e comprometida em servir ao país”.

Durante o encontro, Lula e Trump discutiram as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O presidente brasileiro chegou a pedir a suspensão das taxas enquanto durarem as negociações e também defendeu o fim das sanções aplicadas a autoridades nacionais.

Fonte: Brasil 247

Trump explorará se há como resolver questão relacionada a juízes brasileiros, diz Rubio

Declaração aconteceu antes de encontro entre o presidente brasileiro e o líder norte-americano, realizado neste domingo (26)

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Jerusalém - 23/10/2025 (Foto: Fadel Senna/Pool via REUTERS)

Antes da reunião realizada neste domingo (26) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que o republicano pretendia discutir questões ligadas à atuação do Judiciário brasileiro.

De acordo com Rubio, o encontro não se limitaria a temas econômicos, mas também incluiria pontos de atrito envolvendo decisões judiciais no Brasil que, segundo ele, afetaram empresas e cidadãos dos Estados Unidos.

“Olha, o Brasil é um país grande e importante. Acreditamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos escolher como parceiro preferencial no comércio, em vez da China — por causa da geografia, da cultura, do alinhamento em muitos aspectos. Obviamente, temos algumas questões com o Brasil, particularmente sobre como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital nos Estados Unidos e os indivíduos localizados nos Estados Unidos por meio de postagens em redes sociais. Teremos que resolver essas questões também. Isso se tornou parte de tudo isso”, afirmou.

O secretário destacou ainda que o governo norte-americano busca uma solução diplomática para reduzir as tensões relacionadas ao tema. “O presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo”, disse.

Fonte: Brasil 247

“Não podemos permitir que a ditadura retorne”, diz ministra do STM em ato por Vladimir Herzog


Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, ministra do STM, antes de ato pelos 50 anos da morte de Vladimir Herzog Imagem: 25.out.25 – Pedro Lopes/UOL

A ministra do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, afirmou neste sábado (25) que o Brasil não pode permitir o retorno da ditadura e que o autoritarismo “ainda assombra o país”. A declaração foi feita durante o ato inter-religioso em homenagem aos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, realizado na Catedral da Sé, em São Paulo.

“Estamos aqui, todas as gerações, para honrar a memória de Vladimir Herzog, que lutou pela liberdade no Brasil. Significa que não podemos permitir que a ditadura retorne. Temos que lutar por um Estado Democrático de Direito incessantemente, porque, lamentavelmente, o autoritarismo nos assombra mesmo em tempos em que imaginávamos consolidada a democracia”, disse a ministra.

Maria Elizabeth Rocha é a primeira mulher a presidir o STM, cargo que ocupa desde março deste ano. Única mulher entre os 15 ministros da corte, ela ficou conhecida por ter votado pela manutenção da prisão dos militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, alvejado com 80 tiros no Rio de Janeiro em 2019.

O ato na Sé foi organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Comissão Arns, reunindo autoridades, religiosos e familiares do jornalista. A cerimônia foi conduzida por Dom Odilo Scherer, o rabino Uri Lam e a pastora Anita Wright, filha do reverendo Jaime Wright, que celebrou a missa histórica de 1975 ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns e Henry Sobel, em protesto contra o assassinato de Herzog.

Ato reúne centenas de pessoas nos 50 anos da morte de Vlado — Foto: Reprodução

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também participou do evento e comentou, em entrevista a jornalistas, sobre a expectativa para o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump, previsto para a próxima semana na Malásia. “Presidente Lula disse que não há tema proibido com Trump”, afirmou Alckmin.

O assassinato de Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI em 1975, forjado como suicídio pelo regime militar, tornou-se símbolo da resistência democrática no Brasil. O ato ecumênico deste sábado reafirmou o compromisso das instituições com a memória, a verdade e a defesa da democracia.

Fonte: DCM

As apostas de militares sobre a prisão de Heleno por tentativa de golpe de Estado


         Augusto Heleno durante interrogatório na Primeira Turma do STF. Foto: Foto: Ton Molina/STF

Generais próximos ao ex-ministro Augusto Heleno acreditam que ele não cumprirá em regime fechado a pena de 21 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o grupo avalia que o ministro Alexandre de Moraes deverá autorizar a prisão domiciliar, levando em conta a idade avançada de Heleno, de 77 anos, e problemas de saúde que ele enfrenta.

A expectativa entre os militares é de que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro possa cumprir a pena em casa, sob monitoramento.

Apesar das restrições médicas citadas por aliados, Heleno segue mantendo uma rotina discreta em Brasília. Segundo relatos, ele tem sido visto em padarias e supermercados da capital federal, evitando aparições públicas desde a condenação.

O erro de Heleno

Generais da reserva próximos a Heleno consideram que o principal erro do ex-ministro foi permanecer no governo após a entrada do Centrão, ainda em 2020. Para oficiais que conviveram com ele durante o governo Bolsonaro, essa decisão foi o ponto de virada que o aproximou das articulações políticas e, posteriormente, das investigações do STF.

“Se ele tivesse entregue o cargo naquele momento, poderia ter se livrado da condenação”, relatou uma fonte militar ao colunista Igor Gadelha.
O general Augusto Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Condenado pela Primeira Turma do STF, Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão, além de 84 dias-multa, cada um calculado com base no valor de um salário mínimo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general da reserva de integrar o núcleo estratégico da organização criminosa que planejou a tentativa de ruptura democrática.

Segundo a denúncia, ele teria atuado na elaboração de estratégias destinadas a deslegitimar as instituições e sustentar a narrativa golpista.

Entre as evidências citadas pela PGR está uma agenda apreendida na casa de Heleno, que continha anotações consideradas de teor golpista.

O documento foi usado para reforçar a acusação de que o ex-ministro participou de reuniões e articulações que antecederam os atos antidemocráticos investigados pelo Supremo. A condenação representou uma das penas mais severas entre os ex-integrantes do governo Bolsonaro denunciados no inquérito.

Fonte: DCM