quinta-feira, 20 de novembro de 2025

PF apreende cerca de R$ 230 milhões em joias, carros e obras de arte de suspeitos de fraudes no Master e BRB

O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso na segunda-feira (17) ao tentar deixar o país

  Avião apreendido pela PF (Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal apreendeu aproximadamente R$ 230 milhões em bens durante a operação que apura suspeitas de fraude envolvendo executivos do Banco Master e do Banco de Brasília (BRB). As informações foram divulgadas inicialmente pelo g1. As investigações indicam que o esquema, considerado de grande complexidade, teria usado a estrutura do banco para vender títulos falsos e oferecer investimentos com promessas de retornos acima da realidade do mercado financeiro.

O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso na segunda-feira (17) ao tentar deixar o país. Segundo a PF, ele mantinha um padrão de vida marcado por itens de luxo, incluindo uma frota de aeronaves particulares. A Operação Compliance Zero, que levou à sua detenção, também prendeu outros seis executivos ligados à instituição. Todos são investigados por fraudes em papéis repassados ao BRB e pela emissão de CDBs que prometiam rentabilidade até 40% superior à taxa básica — promessa considerada inviável pelos investigadores.

Um vasto acervo de luxo apreendido

O balanço atualizado da PF mostra a extensão do patrimônio confiscado. Entre os bens apreendidos estão:


Veículos: R$ 9,2 milhões
Dinheiro em espécie: R$ 2 milhões
Relógios: R$ 6,15 milhões
Joias: R$ 380 mil
Obras de arte: R$ 12,4 milhões
Aeronave: R$ 200 milhões


O bem mais valioso é um avião avaliado em R$ 200 milhões, pertencente a Vorcaro. As apreensões também incluem joias, relógios de alto padrão e grandes quantias em dinheiro. A PF afirma que o banco vendia títulos falsificados e praticava irregularidades na emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), instrumento de renda fixa cujo retorno, no mercado, segue índices como a taxa do CDI.

A corporação estima que o esquema pode ter movimentado até R$ 12 bilhões, valor que coloca o caso entre os maiores já investigados envolvendo instituições financeiras e fundos públicos de previdência.

Como funcionava o esquema

No mercado financeiro, o CDB é um título no qual o investidor empresta recursos ao banco e recebe juros em troca. A rentabilidade costuma ser pré-fixada ou atrelada a indicadores como o CDI. No caso investigado, os suspeitos prometiam ganhos muito acima da média praticada, o que despertou alertas de órgãos reguladores e motivou auditorias detalhadas.

A PF apura, ainda, aportes bilionários que fundos de previdência de estados e municípios teriam feito no Banco Master. O foco dos investigadores vai além dos executivos: inclui a análise da governança interna do banco e possíveis irregularidades em operações envolvendo o BRB.

Justiça mantém prisão de Vorcaro

Nesta quinta-feira (20), a Justiça Federal decidiu manter Daniel Vorcaro preso. A desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), rejeitou um pedido de liminar apresentado pela defesa, que buscava colocá-lo em liberdade.A prisão ocorreu no mesmo dia em que o grupo Fictor Holding Financeira anunciou a compra do Banco Master — operação que foi interrompida após o Banco Central decretar, na terça-feira, a liquidação extrajudicial da instituição. O BC também determinou a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. Em outubro, o órgão já havia negado a compra do Master pelo BRB.Com a liquidação do banco, a apreensão de bens e o avanço das investigações, o caso ganha contornos de um dos maiores escândalos financeiros recentes no país, com possíveis prejuízos significativos para fundos públicos de aposentadoria e impactos diretos na credibilidade das instituições envolvidas.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas inicialmente pelo G1

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