sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Messias prepara ofensiva no Senado, mira Alcolumbre e tenta contornar “efeito Gonet”; entenda


       O advogado-geral da União, Jorge Messias. Foto: Reprodução

Com a indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) formalizada, Jorge Messias prepara um corpo a corpo no Senado para garantir os 41 votos necessários à aprovação e tenta neutralizar o “efeito Gonet”, após a recondução apertada do procurador-geral da República acender o alerta no governo, conforme informações do Globo.

O advogado-geral da União deve acionar aliados estratégicos, procurar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ativar sua aproximação com a bancada evangélica para ampliar apoios.

Messias avisou a aliados que buscará encontros com Alcolumbre — que demonstrou incômodo com a escolha — e com Pacheco, preterido por Lula. O Planalto teme que a margem estreita de votos dada a Paulo Gonet se repita e aposta em uma articulação rápida.

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, conduzirá as negociações e já organiza visitas a gabinetes e reuniões com bancadas para reduzir resistências.

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Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. Foto: Reprodução

Estratégia para superar resistências


Evangélico e integrante da Igreja Batista, Messias usará o aceno religioso como ponte para a oposição. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), também evangélica, atuará como articuladora junto à bancada feminina e ao grupo cristão, apresentando o indicado como um perfil moderado, jurídico e de fé.

“Ele é um jurista de trajetória limpa, tecnicamente preparado e com profundo compromisso com a justiça e o interesse público. É também um grande gesto do presidente para o segmento evangélico. O Messias é um cristão evangélico genuíno e tem sido, como AGU, um parceiro de primeira hora das causas do evangelho junto ao presidente Lula. A democracia brasileira e a igreja ganham com ele”, disse Eliziane.

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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Foto: Reprodução
Interlocutores afirmam que Messias deve repetir o modelo de indicações anteriores ao Supremo, com visitas individuais a senadores e conversas reservadas. A articulação busca evitar surpresas na votação secreta e desfazer desgastes após a escolha contrariar parte do Senado.

O governo pretende reforçar a imagem do indicado como figura técnica, conciliadora e capaz de manter independência em relação ao Executivo.

Além de passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, Messias precisa de 41 votos em plenário. Com o Senado dividido e a base fragmentada, o Planalto trata a operação com cautela e tenta evitar que a nova indicação repita a tensão vista na votação de Gonet.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

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