Preso preventivamente neste sábado (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado diretamente para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá em uma sala de Estado, um espaço reservado a autoridades como chefes de Poder, ex-presidentes e figuras públicas de alta relevância institucional. A PF confirmou, em nota oficial, que cumpriu o mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal, após a avaliação de risco concreto à ordem pública.
Segundo apurou a TV Globo, o local onde Bolsonaro está detido é uma sala equipada com mesa, cadeira e cama, além de um banheiro privativo. Como não se trata de uma cela convencional, o espaço tem características administrativas e é projetado justamente para abrigar autoridades que possuem prerrogativas especiais.
A Polícia Federal segue protocolos específicos nesses casos, garantindo segurança reforçada e isolamento do preso em relação ao restante da carceragem.
A sala é semelhante à utilizada anteriormente por outros políticos detidos em operações federais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante sua prisão em Curitiba, e o ex-presidente Michel Temer (MDB), quando ficou detido em São Paulo, também foram acomodados em salas de Estado. Em Brasília, a estrutura segue o mesmo padrão: ambiente individual, mobiliário básico e condições para permanência prolongada sem interação com outros detentos.
A PF afirmou que Bolsonaro poderá, nos próximos dias, receber objetos pessoais. A defesa deverá solicitar autorização para levar itens como eletroeletrônicos, livros e pertences essenciais. A possibilidade de entrada desses materiais depende da avaliação conjunta da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal, que definem o que pode ou não ser utilizado dentro da sala de Estado.
A prisão deste sábado ocorreu após equipes da PF chegarem ao condomínio de Bolsonaro por volta das 6h. O ex-presidente foi levado sem algemas, conforme determinação expressa do ministro Alexandre de Moraes no mandado: a medida deveria ocorrer “com todo o respeito à dignidade do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática”. O comboio saiu do local cerca de 30 minutos após a chegada e seguiu diretamente para a superintendência.
A decisão preventiva não está ligada ao cumprimento da condenação de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, imposta em setembro pela Primeira Turma do STF.
Moraes citou que Bolsonaro foi condenado por “liderar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado”.
No entanto, a prisão deste sábado decorre de risco à ordem pública após a convocação de uma vigília no condomínio feita pelo senador Flávio Bolsonaro.
Fonte: DCM com informações da TV Globo
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