quinta-feira, 9 de outubro de 2025

“Nossos adversários devem estar mais preocupados que eu”, ironiza Lula sobre 2026

Presidente afirma que decisão sobre candidatura depende do partido e da saúde, mas indica disposição para disputar novo mandato

       Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Durante entrevista à Rádio Piatã FM nesta quinta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que ainda não decidiu se será candidato à reeleição em 2026, mas deixou claro que se depender de sua disposição atual, entrará na disputa. O petista disse que a definição passará por uma avaliação coletiva dentro do partido e pela sua condição pessoal, mas garantiu que se estiver com o mesmo vigor de hoje, não hesitará em concorrer.

Lula destacou que o fator determinante será sua motivação política. “Não depende só de mim. Depende do partido, de outras pessoas que estão comigo. Eu sou um homem de 80 anos de idade. Um homem ou uma mulher que tem uma causa não consegue impedir que os anos passem, mas se tiver uma causa para lutar, não ficam velhos”, afirmou.

O presidente ressaltou que, caso mantenha a mesma energia e vontade, disputará o pleito “para ganhar as eleições”. “Se eu, no momento de decidir, estiver com a motivação que estou hoje, com o vigor que tenho hoje, com a vontade que tenho hoje, não tenho dúvida de que serei candidato a presidente da República para o quarto mandato. Mas vai depender… Não vou mentir para mim e para o povo brasileiro. Agora, se estiver do jeito que estou, sinceramente serei candidato para ganhar as eleições”, disse.

Lula ainda provocou seus possíveis adversários. “Tenho certeza que nossos possíveis adversários devem estar muito mais preocupados do que eu, porque eles sabem que vai ser difícil derrotar a gente na eleição”, declarou o presidente, em tom confiante.

O petista também abordou o futuro político de integrantes do governo e defendeu a renovação de lideranças. “Eu tenho vários ministros importantes que eu não gostaria que deixassem o governo. Mas eu também não tenho direito de exigir sacrifício de um ministro que tem possibilidade de se eleger. Então quem quiser ser candidato será liberado. Não vou impedir o surgimento e o crescimento de novas lideranças do Brasil, porque o Brasil está precisando muito”, afirmou.

Ao comparar o cenário atual com seu segundo mandato (2006–2010), Lula destacou os avanços obtidos desde o seu retorno ao Planalto e afirmou que o país voltou a crescer sob sua gestão. “Se você me comparar hoje com o segundo governo meu, de 2006 a 2010, não tem comparação. Naquele tempo a economia cresceu 7,5%. Nós geramos a maior quantidade de empregos que já tinha sido gerada nesse país. Quando voltamos, pegamos um país semi-destruído. Mas veja que coisa interessante: desde que deixei a Presidência em 2010, o Brasil não tinha crescido acima de 3%. Só foi crescer quando voltei. Cresceu 3,2%, 3,4%, e esse ano vai continuar”, avaliou.

Lula também reiterou o compromisso do governo com políticas de inclusão social e desenvolvimento sustentável. “Estamos fazendo mais do que fizemos nos outros governos. Mais políticas de inclusão social, de participação da sociedade, de cuidado com o clima, cuidado da saúde, da educação”, afirmou.

A entrevista ocorreu no mesmo dia em que a pesquisa Genial/Quaest confirmou a liderança de Lula em todos os cenários para a eleição presidencial de 2026. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (9), mostra o presidente à frente de todos os possíveis concorrentes, com estabilidade nas intenções de voto pelo segundo mês consecutivo.

Realizada entre os dias 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistas presenciais em todas as regiões do país, a sondagem tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Lula aparece com vantagem de nove pontos sobre Ciro Gomes (PDT), 10 pontos sobre Jair Bolsonaro (PL) — atualmente inelegível —, e 12 pontos à frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Michelle Bolsonaro (PL).

O presidente também supera Ratinho Júnior (PSD) por 13 pontos; Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Eduardo Bolsonaro (PL) por 15 pontos; e Eduardo Leite (PSD) por 23 pontos. Em comparação ao levantamento anterior, feito em setembro, Lula ampliou levemente sua margem sobre Tarcísio, consolidando a liderança nas projeções para 2026.

A pesquisa também apontou Eduardo Bolsonaro como o nome com maior índice de rejeição entre todos os pré-candidatos testados, reforçando o cenário de vantagem para o atual presidente na corrida sucessória.

Fonte: Brasil 247

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