domingo, 26 de outubro de 2025

As apostas de militares sobre a prisão de Heleno por tentativa de golpe de Estado


         Augusto Heleno durante interrogatório na Primeira Turma do STF. Foto: Foto: Ton Molina/STF

Generais próximos ao ex-ministro Augusto Heleno acreditam que ele não cumprirá em regime fechado a pena de 21 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o grupo avalia que o ministro Alexandre de Moraes deverá autorizar a prisão domiciliar, levando em conta a idade avançada de Heleno, de 77 anos, e problemas de saúde que ele enfrenta.

A expectativa entre os militares é de que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro possa cumprir a pena em casa, sob monitoramento.

Apesar das restrições médicas citadas por aliados, Heleno segue mantendo uma rotina discreta em Brasília. Segundo relatos, ele tem sido visto em padarias e supermercados da capital federal, evitando aparições públicas desde a condenação.

O erro de Heleno

Generais da reserva próximos a Heleno consideram que o principal erro do ex-ministro foi permanecer no governo após a entrada do Centrão, ainda em 2020. Para oficiais que conviveram com ele durante o governo Bolsonaro, essa decisão foi o ponto de virada que o aproximou das articulações políticas e, posteriormente, das investigações do STF.

“Se ele tivesse entregue o cargo naquele momento, poderia ter se livrado da condenação”, relatou uma fonte militar ao colunista Igor Gadelha.
O general Augusto Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Condenado pela Primeira Turma do STF, Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão, além de 84 dias-multa, cada um calculado com base no valor de um salário mínimo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general da reserva de integrar o núcleo estratégico da organização criminosa que planejou a tentativa de ruptura democrática.

Segundo a denúncia, ele teria atuado na elaboração de estratégias destinadas a deslegitimar as instituições e sustentar a narrativa golpista.

Entre as evidências citadas pela PGR está uma agenda apreendida na casa de Heleno, que continha anotações consideradas de teor golpista.

O documento foi usado para reforçar a acusação de que o ex-ministro participou de reuniões e articulações que antecederam os atos antidemocráticos investigados pelo Supremo. A condenação representou uma das penas mais severas entre os ex-integrantes do governo Bolsonaro denunciados no inquérito.

Fonte: DCM


IMAGENS FORTES: Acidente grave interrompe corrida de moto e pilotos são hospitalizados


             Registro feito durante Grande Prêmio da Malásia de Moto3 – Reprodução

Um grave acidente interrompeu o Grande Prêmio da Malásia de Moto3 na madrugada deste domingo (26). O espanhol José Antonio Rueda, da equipe Red Bull KTM Ajo, colidiu com o suíço Noah Dettwiler, da Copenhagen Infrastructure Partners (CIP). Ambos caíram com força e precisaram ser levados de helicóptero a Kuala Lumpur, já que o circuito não dispunha de estrutura médica suficiente para o atendimento.

O choque ocorreu no Circuito Internacional de Sepang, quando os dois trafegavam em velocidades distintas. Dettwiler reduzia o ritmo enquanto Rueda se aproximava rapidamente, resultando no impacto em uma das curvas. A corrida foi imediatamente paralisada após a colisão, e as equipes médicas prestaram os primeiros socorros ainda na pista.

Sem ambulâncias reservas no autódromo, localizado a cerca de 85 quilômetros da capital, a organização suspendeu a prova até a chegada de novas unidades de emergência. De acordo com a transmissão oficial, os pilotos foram encaminhados ao hospital em estado de emergência. Até o momento, não há atualização sobre o quadro clínico de Rueda e Dettwiler.

Fonte: DCM

Saiba quando deve sair o veredito sobre a extradição de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL- SP) em coletiva de imprensa em maio de 2025. Foto: Reprodução/Nino Cirenza


O veredito final sobre a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deve sair apenas em 2026, segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo. O atraso se deve à tramitação lenta na Justiça italiana e à possibilidade de recursos sucessivos das partes envolvidas. O caso ainda será avaliado pela Corte de Apelação da Itália, que deve marcar uma audiência até o fim de novembro.

Na semana passada, o Ministério Público da Itália se manifestou de forma favorável à extradição da parlamentar, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O parecer rechaça qualquer alegação de perseguição política e afirma que a Justiça brasileira agiu com base em “diversas e coerentes provas testemunhais e documentais”.

Mesmo após a análise da Corte de Apelação, o caso não será concluído de imediato. Qualquer decisão poderá ser contestada na Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano. Só depois do julgamento de todos os recursos, o Ministério da Justiça da Itália deverá dar a palavra final sobre o retorno de Zambelli ao Brasil. Autoridades envolvidas no caso avaliam que é improvável que o governo italiano contrarie o entendimento judicial.

O parecer favorável à extradição foi assinado em 20 de outubro e aponta que Zambelli agiu “de forma livre, consciente e voluntária” ao ordenar o ataque cibernético, executado em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. O documento destaca que a extradição cumpre todos os critérios previstos no Tratado de Extradição entre Brasil e Itália e na legislação processual italiana.

Carla Zambelli no Tribunal de Apelações de Roma. Foto: Reprodução/ TV Globo
A decisão representa mais uma derrota para a defesa da deputada, que vem sofrendo reveses nas instâncias italianas desde sua prisão em Roma, em agosto. O Ministério Público entende que os argumentos da defesa carecem de fundamento jurídico e que há provas consistentes que justificam a execução da pena no Brasil.

Em outubro, a Corte de Cassação rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pelos advogados da parlamentar. A decisão manteve Zambelli detida no complexo penitenciário de Rebibbia, na região metropolitana de Roma, sob a justificativa de risco de fuga. Ela permanece presa há mais de dois meses, aguardando os próximos passos do processo.

Zambelli já havia sido condenada pelo STF em duas ações penais. Na primeira, recebeu pena de dez anos por invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica, em associação com Delgatti. Após a condenação, fugiu do país, o que levou à emissão de um alerta internacional da Interpol e à sua posterior prisão na Itália.

Em outro processo, foi condenada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, além de multa equivalente a 400 salários mínimos. O STF determinou também a perda do mandato parlamentar, que será efetivada quando não houver mais possibilidade de recurso. O processo de extradição é acompanhado pela Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por garantir o cumprimento das decisões judiciais brasileiras no exterior.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Ameaças irresponsáveis”: Lula oferece ajuda a Trump para mediar conflito com a Venezuela


         Trump e Lula em encontro bilateral na Malásia. Foto: reprodução

No encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Lula (PT) buscou posicionar-se como mediador da crise venezuelana, num momento em que Washington intensifica a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro. O encontro foi realizado na manhã deste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, às margens da cúpula da Asean, que reúne as principais economias do Sudeste Asiático.

A mobilização de embarcações de guerra estadunidenses na costa venezuelana é vista por Brasília como uma provocação na região. O governo Lula mantém a posição contrária a intervenções estrangeiras em países vizinhos e defende o diálogo diplomático como caminho para a estabilidade.

Durante a conversa, Lula afirmou que “tarifas não são mecanismos de coerção” e destacou que “nações não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”.

O comentário foi entendido como uma resposta direta ao aumento das tarifas determinado por Trump, que afetou exportadores brasileiros de aço, alumínio e produtos agrícolas. Segundo interlocutores, o petista pretende negociar a reversão parcial da medida nas próximas semanas, priorizando setores que dependem fortemente do mercado estadunidense.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula se colocou como um possível intermediador do conflito venezuelano, defendendo que o Brasil “pode atuar como protetor da paz na América Latina”, promovendo soluções diplomáticas e evitando confrontos diretos.

Nicolás Maduro e Lula. Foto: Ricardo Stuckert

A tentativa de conciliar a soberania regional com um diálogo pragmático com Washington, porém, é vista por analistas como um dos maiores desafios da política externa brasileira neste momento.

Para o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, a prudência deve guiar o Planalto diante do cenário. “O mais prudente seria esperar para ver se Trump toca no assunto. O Brasil, no melhor dos casos, ouviria e não falaria nada de imediato. Não faz sentido oferecer mediação”, disse.

Já Lucas Martins, especialista em História Americana e Estudos Globais da Temple University, avalia que o governo Trump enxerga a América Latina sob uma ótica da Guerra Fria, forçando países a se alinhar com os Estados Unidos ou com a China.

Segundo ele, em entrevista ao Globo, “os EUA podem condicionar concessões de tarifas ao Brasil a um alinhamento mais claro com os interesses americanos em detrimento de uma agenda chinesa. A postura do Brasil em relação à Venezuela e ao uso do dólar nas transações é crucial para as negociações com o governo dos EUA”.

Fonte: DCM

Lula celebra encontro com Trump e diz que equipes vão discutir tarifaço “imediatamente”

           Os presidentes dos EUA e do Brasil, Donald Trump e Lula – Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (26) ter tido uma “ótima reunião” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro, realizado durante a 47ª Cúpula da Asean, marcou a primeira conversa presencial entre os dois desde a breve interação na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Em mensagem nas redes sociais, o petista destacou que a reunião tratou de forma “franca e construtiva” da agenda comercial e econômica entre os dois países. Segundo ele, foi acertado que as equipes brasileiras e americanas se reunirão imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções impostas a autoridades brasileiras.

A reunião começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 50 minutos, no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC). Participaram do lado brasileiro o chanceler Mauro Vieira, o assessor Márcio Elias Rosa e o diplomata Audo Faleiro. Representando os Estados Unidos, estiveram o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante de Comércio Jamieson Greer.

Segundo Mauro Vieira, Lula afirmou não haver temas proibidos e reiterou o pedido de suspensão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros enquanto durarem as negociações. A medida americana foi adotada após sanções impostas a autoridades brasileiras em decorrência do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Durante os primeiros minutos do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas. Questionado sobre uma possível redução das tarifas, Trump respondeu: “Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos o que cada um quer.” O republicano afirmou ainda ser “uma honra” estar com o presidente do Brasil e disse acreditar que “alguns bons acordos” poderão surgir.

A conversa é vista como tentativa de reaproximação entre Brasília e Washington após meses de tensão comercial. As equipes técnicas dos dois governos devem se reunir nos próximos dias para detalhar os termos de um possível acordo.

Fonte: DCM

Trump e Lula enterram Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo na Malásia


      Trump e Lula em Kuala Lumpur, na Malásia

O teatro bolsonarista em torno das relações entre Brasil e Estados Unidos chegou ao fim. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que apostaram durante semanas na tese de um confronto inevitável entre Lula e Trump, viram sua narrativa ruir com o encontro entre os dois presidentes em Kuala Lumpur, na Malásia.

Enquanto o deputado e o comentarista insistiam que o “plano dos EUA” seria uma reunião dura liderada por Marco Rubio, o próprio Trump ironizou o senador, dizendo que ele “não entende muito da parte econômica”.

Na prática, a diplomacia brasileira venceu. O encontro entre Lula e Trump, que durou 45 minutos, abriu caminho para uma negociação direta sobre tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.

Lula afirmou que “as equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções”, e Trump, ao seu lado, disse estar “honrado em encontrar o presidente do Brasil” e que ambos fariam “bons acordos”. O chanceler Mauro Vieira confirmou que Trump ordenou o início das conversas ainda no domingo.

O desfecho sepulta a tese de que Trump explodiria pontes com o Brasil em nome de salvar Jair Bolsonaro. A versão vendida por Eduardo e Figueiredo nunca resistiu à realidade.

O discurso de que o presidente americano se alinharia incondicionalmente ao bolsonarismo era um sonho. O sonho acabou. Trump, pragmático e imprevisível, agiu conforme seus interesses estratégicos — e não como fiador da extrema direita brasileira.

A verdade é que o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros mexeu com o agro dos dois países e recolocou o Brasil no radar da Casa Branca. A crescente tensão com a China também pesou.

Nesse novo contexto, o governo Lula conseguiu transformar um impasse em oportunidade, reposicionando o país como parceiro necessário. Lula está prestes a marcar um dos gols mais simbólicos de sua carreira: sepultar de vez o bolsonarismo como força relevante, deixando Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo como as figuras centrais de um velório político sem flores nem consolo.

Fonte: DCM

Bastidores: Trump questiona Lula sobre prisão e diz que petista foi “vítima de perseguição”


      Trump e Lula em encontro na Malásia. Foto: reprodução

A reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, teve momentos de descontração e também de interesse pessoal do líder estadunidense pela trajetória política do brasileiro. Segundo Felipe Frazão, do Estadão, integrantes da comitiva do governo afirmaram que Trump perguntou sobre o período em que Lula ficou preso durante a Operação Lava Jato e chegou a classificá-lo como vítima de “perseguição”. O petista respondeu que passou 580 dias na prisão.

O encontro, que ocorreu no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC), durou cerca de 45 minutos e contou com a presença de seis assessores do governo brasileiro.

De acordo com os relatos, a conversa entre os dois presidentes alternou momentos de seriedade e leveza, e deixou em parte da equipe do Planalto a sensação de uma certa “cumplicidade” entre ambos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descreveu o clima como “descontraído” e “até alegre”.

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou Vieira. Segundo outras fontes do governo, o republicano usou explicitamente o termo “perseguido” ao se referir aos processos judiciais enfrentados por Lula.

Lula sendo preso pela Operação Lava Jato em 2018. Foto: reprodução
Os dois líderes também discutiram a possibilidade de realizar visitas mútuas ao Brasil e aos Estados Unidos, em data ainda a ser definida. Na parte inicial da reunião, aberta à imprensa, Lula pediu para encerrar a presença dos jornalistas após cerca de nove minutos.

O petista achava que o tempo destinado à cobertura estava consumindo o espaço reservado para as negociações. Trump concordou e ironizou o momento, dizendo que as perguntas estavam “entediosas”.

Houve um pequeno tumulto antes do encontro, quando o serviço secreto estadunidense tentou priorizar o acesso de jornalistas da Casa Branca, o que gerou desconforto entre os assessores brasileiros. A Presidência do Brasil havia se posicionado contra a presença da imprensa, mas acabou aceitando a exigência dos EUA, desde que houvesse reciprocidade com os profissionais brasileiros.

Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência da República, contendo documentos sobre a crise comercial e política entre os dois países. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a posição do Brasil nas negociações sobre as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

Apesar de não ter anunciado mudanças imediatas, Trump ordenou que seus secretários se reunissem ainda na noite de domingo, em Kuala Lumpur, para tratar do tema.

Fonte: DCM

VÍDEO – Argentinos vêm ao Brasil comprar comida: “Sai pela metade do preço”


     Vídeo de argentino indo para o Brasil. Foto: Reprodução

Um vídeo gravado na fronteira entre Paso de los Libres e Uruguaiana (RS) viralizou nas redes sociais após mostrar argentinos ironizando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enquanto atravessam para comprar alimentos mais baratos no Brasil. A cena, registrada em 24 de outubro, mostra um motorista dizendo que “no Brasil tudo está desmoronando”, mas admitindo que vai ao país justamente para fazer compras.

O fenômeno, porém, não é novo. Há meses, moradores da cidade argentina cruzam a ponte internacional Agustín Justo – Getúlio Vargas em busca de produtos básicos como arroz, sabão em pó e biscoitos, que custam até 50% menos do que na Argentina. “Compro tudo no Brasil, sai pela metade do preço”, contou à imprensa argentina a contadora Florencia Del Bove, que faz o trajeto semanalmente para se abastecer em hipermercados brasileiros.

Segundo comerciantes de Uruguaiana, o movimento de argentinos aumentou desde setembro, impulsionado pela valorização do peso frente ao real e pelos altos preços internos na Argentina. Mesmo com o custo do transporte, os bate-voltas compensam financeiramente para muitas famílias, que lotam mercados e farmácias da região.


Do lado argentino, a aduana permite a travessia sem grandes restrições, e não há controle migratório no lado brasileiro. O fluxo crescente tem beneficiado o comércio gaúcho, especialmente em supermercados, postos de combustíveis e lojas de atacado, que registram aumento nas vendas de produtos de primeira necessidade.

Fonte: DCM

Trump se reúne com Lula por 50 minutos e promete fazer “bons acordos” com o Brasil


      Donald Trump, presidente dos EUA, e Lula, do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram na madrugada deste domingo (26), na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Em rápido pronunciamento antes do início da reunião, Lula afirmou que “não há motivo para desavença entre o Brasil e os Estados Unidos” e demonstrou otimismo quanto aos resultados do encontro.

“Temos todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos”, disse Lula. “Tenho certeza de que, quando dois presidentes se reúnem e expõem seus pontos de vista, eles chegam a um acordo”. Segundo o presidente brasileiro, a intenção era discutir todos os temas pendentes entre os dois países. “Não sei se o Trump vai ter tempo para discutir todos os assuntos, mas eu trouxe as pautas por escrito”, afirmou.


O encontro teve início às 4h40, pelo horário de Brasília, com acesso breve da imprensa, que acompanhou os primeiros minutos da conversa. A reunião terminou por volta das 5h45 e contou com a presença dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Márcio Elias Rosa (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e do diplomata Audo Faleiro, assessor da Presidência.

Trump também se manifestou brevemente antes do encontro. “Vamos chegar a um acordo”, garantiu o líder estadunidense. Ele não detalhou o conteúdo das negociações, mas indicou que está aberto a discutir as tarifas de 40% impostas a produtos brasileiros, um dos principais temas da reunião bilateral.

O presidente estadunidense reagiu com irritação ao ser questionado por uma repórter sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe. “None of your business” (“não é do seu interesse”), respondeu.



Além do tarifaço, outros assuntos delicados estavam na pauta, como as sanções aplicadas a cidadãos brasileiros e a ofensiva estadunidense sobre a Venezuela. O governo brasileiro considera que parte dessas medidas tem caráter político e busca uma reaproximação comercial e diplomática com Washington.

Nos bastidores, diplomatas brasileiros avaliam que o encontro pode servir como um teste para o futuro das relações entre os dois países. Para o Palácio do Planalto, a reunião representa uma oportunidade de amenizar tensões e tentar abrir caminho para a revisão das barreiras econômicas impostas pelo governo estadunidense.

Outro tema sensível é o protagonismo do dólar nas transações internacionais. Lula defende a criação de mecanismos que reduzam a dependência da moeda estadunidense no comércio entre os países do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Trump, por sua vez, tem criticado abertamente a proposta e já ameaçou impor novas tarifas sobre produtos dos países que integrarem esse sistema.

Fonte: DCM

sábado, 25 de outubro de 2025

Em novo recurso, defesa tenta reduzir pena de Bolsonaro no STF

Recurso pede que crimes de golpe e abolição do Estado sejam considerados um só

      Jair Bolsonaro e o STF (Foto: Reuters I Antonio Augusto/STF)

No recurso que será apresentado na segunda-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro (PL) tentará novamente reduzir a pena imposta pela Primeira Turma da Corte. Segundo a CNN Brasil, os advogados reconhecem que uma reversão total da condenação é improvável e concentram esforços em uma estratégia de “redução de danos”.

A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No novo recurso, a defesa sustentará que esses crimes devem ser “absorvidos” entre si, o que reduziria o tempo total da pena.

● Defesa aposta na tese da absorção de crimes

A argumentação dos advogados, segundo a reportagem, é de que as duas acusações derivam de um mesmo conjunto de ações, sem autonomia entre elas. Por isso, afirmam que as penas não deveriam ser somadas. Essa tese, porém, enfrenta forte resistência dentro do Supremo.

A maioria dos ministros, entre eles Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, entende que os delitos são autônomos e devem ser julgados separadamente. Apenas o ministro Luiz Fux já manifestou, em situações semelhantes, apoio à tese de unificação de crimes.

● Expectativa de julgamento e tendência de rejeição

O julgamento do recurso deve ocorrer já na próxima semana, em sessão virtual do plenário do STF. A expectativa é que os embargos de declaração apresentados pela defesa sejam rejeitados, mantendo a decisão anterior da Primeira Turma.

De acordo com a jurisprudência do Supremo, mesmo com essa possível rejeição, a defesa ainda terá direito a um último recurso antes do trânsito em julgado — fase que permite a expedição do mandado de prisão definitiva contra o ex-presidente.

● Debate no Congresso sobre dosimetria das penas

O tema também está em discussão no Congresso Nacional, por meio do chamado “PL da Dosimetria”, relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O projeto busca revisar os critérios de soma e cálculo das penas, mas perdeu força política nas últimas semanas.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil 

30% + 30% + 30%: como era o esquema de venda de emendas ligado à assessora de Valéria Bolsonaro

 

Valéria Bolsonaro é deputada estadual licenciada e secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas Imagem: arquivo pessoal

Áudios de WhatsApp obtidos pelo Metrópoles revelam como funcionava o esquema de devolução de parte de emendas parlamentares negociado por Amanda Servidoni, filiada ao PL em Rio Claro (SP). Nas gravações, ela aparece pedindo R$ 100 mil de volta de uma emenda de R$ 300 mil, quantia que teria sido destinada a uma prefeitura do interior. “Ele vai gastar 100k com a pista. E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100. Não quero 10%, filho”, diz Amanda em um dos trechos.

Amanda se apresenta como “assessora” da deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro (PL), hoje secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas, embora não ocupe cargo na pasta. Ex-chefe de gabinete do vice-prefeito de Rio Claro e presidente do projeto social “Mulheres pela Fé” — apadrinhado por Valéria —, ela é apontada por interlocutores como intermediária de emendas entre prefeituras e parlamentares. A secretária inaugurou recentemente um escritório político no mesmo endereço da entidade presidida por Amanda.

Nas conversas, a filiada ao PL fala em receber valores maiores do que o tradicional “10%” e menciona que o repasse de R$ 100 mil seria “para abrir portas” em outras cidades. “Ele já vai ganhar 100 que vai executar e 100 que vai vir de lambuja. Mas nada certo ele fazer isso para abrir as portas”, afirma em outro trecho. A interlocução cita prefeitos, deputados e articulações para liberação de verbas, embora sem nomes explícitos. Questionada, Amanda reconheceu ser autora dos áudios, mas alegou que tratava de “projetos”, não de emendas parlamentares.

A Secretaria de Políticas para a Mulher afirmou que o caso não tem relação com a pasta e que emendas são de responsabilidade da Assembleia Legislativa e das prefeituras. O assessor jurídico de Valéria, Eduardo dos Santos, classificou Amanda como “assessora regional”, reconhecendo a relação formal entre Amanda e Valéria, mas ressaltando que a relação entre ambas é apenas de apoio político e amizade. Valéria Bolsonaro, até o momento, não se manifestou.

Valéria e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

As Emendas

A venda de emendas parlamentares é uma prática ilegal que ocorre quando políticos ou intermediários negociam a liberação de verbas públicas em troca de vantagens pessoais. Essas emendas são recursos do Orçamento da União ou dos estados, destinados a projetos municipais como obras e equipamentos. No esquema, parte do valor é desviada por meio de superfaturamento, empresas de fachada ou pedidos diretos de “devolução” em dinheiro. Em alguns casos, assessores e operadores políticos atuam como ponte entre prefeitos e parlamentares. O modelo se intensificou com as chamadas “emendas Pix”, que transferem recursos diretamente aos cofres das prefeituras, sem detalhamento de gasto. Isso dificulta o controle e aumenta o risco de corrupção. Investigações recentes da Polícia Federal e do Ministério Público identificaram redes organizadas em vários estados. A falta de transparência e de fiscalização efetiva facilita a continuidade do esquema. A prática compromete políticas públicas e desvia milhões de reais dos serviços essenciais.

Fonte: DCM

Ex-embaixador dos EUA no Brasil vê Bolsonaro como “página virada” para Trump


      Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil. Foto: Reprodução

O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, disse em entrevista à BBC News Brasil que Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado, é página virada para o presidente Donald Trump, mas as sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), baseadas na Lei Magnitsky, devem ser mantidas.

Confira alguns trechos:

(…) O senhor acha que os pedidos de Trump pela anulação do julgamento de Bolsonaro foram retirados da mesa?

Sim, foram — mas pelas ações das instituições brasileiras. Acho que Trump entendeu que sua tentativa de intervir em processos criminais no Brasil e de interferir em um processo eleitoral no Brasil não iria prosperar.


Mas Trump insistiu nesse tema por várias semanas. Como essa questão perdeu relevância tão rápido?

Acho que perdeu relevância principalmente porque o Brasil deixou muito claro que não iria ceder. E a instituição brasileira em questão — o Supremo Tribunal Federal — deixou muito claro que iria continuar com a acusação e manter a proibição de Bolsonaro concorrer nas próximas eleições. Uma vez que isso ficou evidente, o que os Estados Unidos poderiam fazer?

Ao mesmo tempo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continua sendo recebido por autoridades do governo americano e afirmando que as coisas estão indo bem para o lado dele. Como analisar essas duas realidades?

Há algumas maneiras de ver isso. Primeiro, Trump não vai abandonar Bolsonaro. Ele o considera um amigo com visões políticas semelhantes. Mas é interessante notar que, em todas as comunicações com Lula, Bolsonaro não é mencionado. E não é mencionado porque Trump sabe que sua tentativa de proteger Bolsonaro da prisão e garantir que ele pudesse disputar eleições fracassou. (…)

Mas a tentativa de Trump de influenciar o julgamento de Bolsonaro é página virada?

Sim. Por que ele vai fracassar de novo quando já fracassou uma vez? Trump é astuto nesse ponto. Ele sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra.

Congresso de extrema-direita terá encontro entre Trump e Bolsonaro – CartaCapital
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

O senhor acha que Trump está buscando formas de recuar nas tarifas?

Estou quase certo disso. Acho que é nessa área que teremos novidades. Mas ficaria muito surpreso se houvesse algum avanço sobre as sanções do tipo Magnitsky ou as revogações de vistos.

As sanções aos ministros do STF serão mantidas?

Vamos ver, pode ser que encontrem uma saída, espero que sim. Mas acho que a principal preocupação no momento é o impacto econômico das tarifas.

Quando o senhor acha que as tarifas podem ser retiradas?

Depende do ritmo das negociações. E, se não forem retiradas, vão ser reduzidas drasticamente ou vários produtos ficarão isentos. (…)

Fonte: DCM