quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Lula endurece relação com o Centrão e mira em divisões no PP e União Brasil

 

O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) decidiu endurecer o tom com o Centrão e deixou claro que não pretende “implorar” por apoio político. Com a popularidade em alta e vitórias recentes no Congresso, o petista aposta em divisões internas do PP e do União Brasil para fortalecer alianças regionais com vistas a 2026, mesmo sem o apoio das cúpulas partidárias, conforme informações do Globo.

“Eu não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo. Não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado. Vai ficar comigo quem quiser, quem quiser ir para o outro lado que vá, e que tenha sorte, porque nós temos certeza de uma coisa: a extrema direita não voltará a governar esse país”, afirmou Lula à TV Mirante, do Maranhão.

Mesmo com o ultimato de PP e União Brasil, que pedem a saída dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), Lula não dá sinais de que fará mudanças no primeiro escalão. No Planalto, a avaliação é que o presidente sai fortalecido por conquistas recentes — como a aprovação da nova faixa de isenção do Imposto de Renda e o diálogo direto com Donald Trump, visto como fator de pressão sobre o bolsonarismo.

Sabino e Fufuca, por sua vez, reafirmam o apoio a Lula e tentam se manter no governo de olho em projetos eleitorais locais. Assessores do Planalto dizem que o presidente enxerga vantagem em mantê-los, pois isso acentua o racha dentro das legendas.

“Se as coisas estão dando certo, por que mexer? Por que essa pequenez de atrapalhar um bom ministro que está fazendo um bom trabalho? Foi raiva? Foi inveja?”, questionou Lula.



☉ Palanques regionais e disputa por 2026

Nos bastidores, o governo vê alas simpáticas ao PT dentro do PP e do União em estados como Maranhão, Ceará, Paraíba, Bahia, Pará e Amapá. O Republicanos também mantém relações próximas em Pernambuco e Piauí. Essa estratégia mira palanques estaduais, especialmente diante de uma possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiada por Jair Bolsonaro.

Apesar do momento favorável, Lula reconhece a necessidade de manter o ritmo: “Se a gente brincar em serviço, acaba dando ao adversário a chance de ganhar que ele não tem hoje. É muito difícil alguém ganhar as eleições de nós em 2026. O governo vai terminar muito bem, o Brasil está vivendo um momento excepcional.”

☉ Crise nos partidos e resistência a expulsões

O União Brasil tenta punir Sabino, mas descarta expulsá-lo de imediato. O deputado Fábio Schiochet (União-SC), relator do caso, afirmou: “Sou contra cautelar para expulsão. Acho muito frágil, acaba cerceando o direito de defesa do ministro. Em uns 40 dias deve haver uma conclusão.”

Já no PP, o presidente Ciro Nogueira (PI) havia dado prazo para Fufuca deixar o governo, o que não ocorreu. O ministro, no entanto, reafirmou lealdade ao presidente: “Eu estou com o Lula do Bolsa Família, do Mais Médicos, do Fies, do Prouni. O Lula que tirou o filho do pobre da rua e colocou para fazer medicina. É esse o Lula que estou ao lado.”

Sem consenso interno, o PP avalia retirar de Fufuca o comando do diretório estadual do Maranhão e apoiar outro nome para o Senado em 2026. Assim como no União Brasil, o partido evita romper completamente com o governo — mantendo aberta a disputa interna que Lula pretende explorar politicamente até a eleição.

Ministros do Turismo, Celso Sabino, e do Esporte, André Fufuca. Foto: Ronaldo Caldas

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Quaest: Aprovação ao governo Lula cresce e atinge melhor resultado do ano

      O presidente Lula – Foto: Reprodução


A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a empatar com a desaprovação pela primeira vez desde janeiro, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, mostra que 49% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 48% aprovam. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.


Aprovação do governo Lula – Foto: Quaest



No início do ano, a diferença era pequena — 49% desaprovavam e 47% aprovavam o governo. A última vez em que Lula havia registrado vantagem foi em dezembro de 2024, com 52% de aprovação contra 47% de desaprovação. Desde então, o índice negativo manteve-se à frente, chegando ao pico em maio, quando a desaprovação alcançou 57% e a aprovação caiu a 40%.

Entre os segmentos analisados, as mulheres voltaram a demonstrar maior apoio ao presidente: 52% aprovam a gestão e 45% desaprovam. Entre os homens, o cenário permanece de maior desaprovação. Já entre os católicos, Lula recuperou vantagem, com 54% de aprovação e 44% de rejeição.

Aprovação do governo Lula por gênero – Foto: Quaest

A pesquisa indica ainda que a faixa etária de 35 a 59 anos passou a aprovar mais o governo — 51% de aprovação e 46% de desaprovação — invertendo os percentuais de setembro. Entre os idosos, de 60 anos ou mais, os índices estão empatados em 50% e 46%, respectivamente.

Entre os mais ricos, com renda familiar acima de cinco salários mínimos, o empate também se repete: 52% desaprovam e 45% aprovam. O cenário difere do registrado em setembro, quando a desaprovação era de 60%. Já entre os beneficiários do Bolsa Família, a aprovação chega a 67%, com 31% de rejeição.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre temas econômicos e diplomáticos. Para 49%, Lula saiu fortalecido do encontro com Donald Trump na ONU, enquanto 27% acham que o presidente brasileiro saiu mais fraco. Além disso, 79% apoiam a proposta de isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

49% dos entrevistados avaliaram que Lula saiu “mais forte” politicamente após o encontro com Trump – Foto: Quaest
79% dos brasileiros são a favor de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês – Foto: Quaest

Na avaliação geral do governo, 33% classificam a gestão como positiva, 37% como negativa e 27% como regular. Esses números representam uma leve melhora em relação a setembro, quando 31% consideravam a administração positiva e 38% negativa.

37% dos brasileiros avaliam o governo Lula de forma negativa, 33% de forma positiva e 27% consideram regular – Foto: Quaest
A pesquisa Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 2 e 5 de outubro em todo o país. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.

Fonte: DCM

Quaest: 52% dos brasileiros são contra reduzir penas de golpistas

Levantamento indica ainda que 47% são contra anistia a Bolsonaro

      Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, em Brasília - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) revelou que a maioria da população brasileira é contrária à redução das penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

De acordo com o levantamento, publicado pelo g1, 52% dos entrevistados afirmaram que as condenações foram proporcionais e não devem ser alteradas. Por outro lado, 37% disseram acreditar que as punições foram severas demais e deveriam ser diminuídas, enquanto 11% não souberam ou preferiram não responder.

◈ Posição sobre anistia e impacto político

Além do tema da dosimetria das penas, a pesquisa também investigou a opinião pública sobre a possibilidade de anistia a Jair Bolsonaro (PL) e a outros condenados. O resultado mostra que 47% dos brasileiros seguem contrários a essa medida, reforçando a resistência da maioria em flexibilizar as punições impostas.

Outro ponto de destaque é o reflexo direto na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após nove meses de vantagem da aprovação sobre a desaprovação, o cenário voltou a um empate técnico, indicando maior polarização na percepção popular sobre a gestão federal.

◈ Detalhamento da pergunta aplicada

A questão apresentada pela Quaest buscava medir a reação ao projeto alternativo à anistia, que propõe apenas a redução das penas dos condenados:

Contra, porque as penas foram justas: 52%
A favor, porque as penas foram muito duras: 37%
Não souberam ou não responderam: 11%

◈ Contexto nacional

O debate sobre punições aos envolvidos nos atos antidemocráticos segue no centro das discussões políticas em Brasília. A pesquisa reforça que, embora exista uma parcela expressiva da população favorável a uma flexibilização, a maioria ainda entende que as penas aplicadas pela Justiça foram adequadas diante da gravidade dos crimes cometidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Beto Preto indica Paulo Vital para a chefia da 16ª Regional de Saúde


       Foto: Divulgação

O advogado Paulo Sérgio Vital, ex-vice-prefeito de Apucarana, e ex-Procurador Geral do Município foi confirmado nesta terça-feira (7), para ocupar o cargo de diretor da 16ª Regional de Saúde de Apucarana. O anúncio foi feito, em Curitiba, durante audiência no gabinete do secretário de estado da saúde e deputado federal licenciado, Beto Preto.

Vital que já havia exercido outras funções na Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), vai suceder o agora vereador Lucas Leugi, no comando da Regional de Saúde, que mantém dezessete municípios da região na sua área de abrangência.

Ao indicar Paulo Vital para o cargo de diretor, o secretário Beto Preto disse que a proposta é reforçar e dar continuidade às ações que já vem sendo desenvolvidas. “As prioridades são a decentralização da saúde pública, ampliar a oferta de serviços aos municípios, buscar mais eficiência nas campanhas de vacinação e acelerar ainda mais as cirurgias não eletivas – não emergenciais – via Programa Opera Paraná que, em Apucarana, vem funcionando muito bem com o funcionamento do Hospital Toral Tokuda”, comentou Beto Preto.

Paulo Vital diz que já conhece bem os serviços e programas mantidos pela Secretaria de Estado da Saúde, nas vinte e duas regionais de saúde. “Também acompanhei de perto o trabalho coordenado pelo ex-diretor da 16ª RS, Lucas Leugi que, acaba de deixar o cargo para assumir uma cadeira na Câmara de Vereadores. Com o apoio de todos chefes de seções da Regional de Saúde, e também dos demais servidores, espero manter e, se possível, até ampliar as ações e resultados dos programas”, pontuou Vital.

Fonte: Assessoria

Diálogo Lula-Trump pode pôr fim a sanções, avaliam ministros do STF

Diálogo entre presidentes pode reverter sanções impostas a autoridades e evidencia o isolamento de Eduardo Bolsonaro

        Donald Trump e Alexandre de Moraes (Foto: Reuters/Kevin Lamarque | Luiz Silveira/STF)

A conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi bem recebida por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo O Globo. O diálogo é considerado estratégico e abre caminho para a possível reversão de sanções americanas contra o Brasil, enquanto evidencia o isolamento político do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

☉ Diplomacia evita confronto e sinaliza aproximação comercial

O encontro, que durou cerca de 30 minutos, foi descrito pelo próprio Trump como “muito boa”, indicando interesse em estreitar relações comerciais com o Brasil. Para integrantes da Corte, a postura de Lula de priorizar a diplomacia em vez do confronto direto representa um acerto estratégico, sobretudo diante de medidas como o aumento de tarifas e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

☉ STF observa enfraquecimento da narrativa bolsonarista

Segundo magistrados, o gesto diplomático enfraquece a narrativa de perseguição judicial promovida por aliados de Jair Bolsonaro (PL) no exterior. “O que vinha sendo dito pelos representantes do bolsonarismo, sobretudo por Eduardo Bolsonaro, não estava de todo correto”, afirmou um integrante do STF. O ex-mandatário foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado após ser derrotado no pleito presidencial de 2022.

☉ Proposta “antiembargo” perde força com retomada do diálogo

A iniciativa diplomática ocorre paralelamente à discussão de uma proposta legislativa “antiembargo”, envolvendo Judiciário, Executivo e Congresso, que buscava proteger autoridades brasileiras de sanções internacionais. No entanto, o projeto perdeu força diante do diálogo direto com Washington.

☉ Fachin reforça soberania brasileira

Em pronunciamento público, o presidente do STF, Edson Fachin, criticou a interferência de potências estrangeiras: “Nenhum país está legitimado a ferir a autodeterminação de outro” e classificou qualquer tentativa de ingerência externa como “atentado à soberania”.

☉ Interlocutores dos EUA não representam obstáculo

Embora a escolha do senador Marco Rubio como interlocutor nas negociações tenha sido celebrada por Eduardo Bolsonaro, os ministros do STF avaliam que isso não representa um impedimento às negociações.

A avaliação interna da Corte é de que a iniciativa de Lula reforça a eficácia da diplomacia brasileira, aumenta as chances de reposicionamento dos EUA em relação às tarifas e fortalece a posição do Brasil em relações bilaterais estratégicas.

Fonte: Brasil 247

Moraes autoriza visitas de Valdemar, Ciro Nogueira e outros cinco a Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. A decisão também libera o acesso de outros aliados próximos, incluindo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Além de Ciro, o ministro permitiu que os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Márcio Bittar (PL-AC) façam visitas ao ex-presidente, bem como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o dirigente partidário Bruno Scheid. As autorizações seguem um cronograma estabelecido para o mês, com visitas entre os dias 9 e 20 de outubro.

O calendário prevê que Ciro Nogueira visite Bolsonaro no dia 9, seguido pelo assessor do PL Marcus Antonio Ibiapina no dia 10. Bruno Scheid, vice-presidente do partido em nível estadual, fará a visita no dia 13. Marcos Pontes foi autorizado para o dia 14, Márcio Bittar no dia 16, Sóstenes Cavalcante no dia 17 e Valdemar Costa Neto encerrará a agenda no dia 20.

Os pedidos de visita foram protocolados pela defesa de Bolsonaro em 2 de outubro. Os advogados alegaram que as reuniões com Valdemar Costa Neto são essenciais para o ex-presidente manter contato político e discutir assuntos partidários. Segundo a defesa, as visitas semanais seriam “indispensáveis” para a coordenação interna do PL.

O ex-presidente Jair Bolsonaro na garagem da casa em que cumpre prisão domiciliar, em Brasília. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Bolsonaro também solicitou autorização para receber Gilson Machado Guimarães, vereador do Recife e aliado de longa data, mas esse pedido ainda não foi analisado por Moraes. O ministro manteve o controle sobre o número e a frequência das visitas, restringindo o acesso à residência do ex-presidente a nomes previamente aprovados.

O ex-presidente cumpre prisão domiciliar por ter desobedecido determinação do próprio Moraes em uma investigação que apura coação praticada por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A medida impôs restrições de comunicação e visitas desde o início da pena.

Em setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF por liderar a trama golpista após sua derrota nas eleições de 2022.

Fonte: DCM

VÍDEO – “Muito difícil alguém ganhar as eleições de nós em 2026”, diz Lula


     O presidente Lula em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão. Foto: Reprodução

O presidente Lula afirmou que considera “muito difícil” que a oposição consiga derrotá-lo nas eleições de 2026. A declaração foi feita em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, veiculada nesta terça (7). O petista está em agenda no estado desde segunda (6), para inaugurações e anúncios de programas federais.

“Se a gente brincar em serviço, a gente termina dando para os adversários a chance de ganhar que eles não têm hoje. É muito difícil alguém ganhar as eleições de nós em 2026. O governo vai terminar muito bem. O Brasil está vivendo um momento excepcional”, disse Lula.

Durante a entrevista, Lula também afirmou que não pretende “implorar” pelo apoio de partidos que atualmente integram a base, mas já se distanciaram politicamente, como União Brasil e PP. “Quando chegar a época das eleições, cada um vai para o canto que quiser. Eu não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo”, declarou.

O presidente reforçou que não pretende negociar apoio com legendas que optarem por apoiar a oposição. “Eu não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado, não. Vai ficar comigo quem quiser e quem quiser ir para o outro lado que vá e que tenha sorte, porque acho que nós temos certeza de uma coisa: a extrema direita não voltará a governar esse país”, prosseguiu.


Em outro trecho, o chefe do Executivo comentou a decisão das direções nacionais do PP e do União Brasil de pressionar pela saída de seus ministros do governo. Os partidos têm André Fufuca (PP) no Esporte e Celso Sabino (União Brasil) no Turismo, ambos deputados licenciados.

“Acho que é um equívoco do PP querer expulsar o Fufuca, da mesma forma que acho que é um equívoco do União Brasil querer expulsar o Celso Sabino. Acho um erro, uma bobagem”, avaliou.

Segundo o presidente, o tema ainda será discutido diretamente com os ministros. “De qualquer forma, eu vou conversar com eles, eles são deputados, eles têm mandato, eles sabem também o que decidir, têm maioridade para isso”, concluiu.

Fonte: DCM

Rede social diz a Moraes que não vai desbloquear perfil de Zambelli


         A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) com celular na mão. Foto: Reprodução

O LinkedIn comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não vai desbloquear o perfil da deputada Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália e condenada a 15 anos de prisão. A decisão da plataforma contraria uma determinação do magistrado, que havia autorizado a reativação das contas da parlamentar em 25 de setembro.

Em ofício enviado ao gabinete do ministro, o escritório jurídico do LinkedIn no Brasil afirmou que a conta de Zambelli foi removida por “violações das políticas da plataforma”. A empresa anexou o conteúdo publicado pela deputada e reiterou que o perfil não poderá ser reativado “diante da violação de natureza contratual cometida”.

O LinkedIn explicou que a conta de Zambelli já estava indisponível antes mesmo da decisão judicial que determinou o desbloqueio. “Visando ao pronto atendimento da ordem, o LinkedIn Brasil contatou o provedor de aplicações do LinkedIn, que forneceu o documento contendo o conteúdo preservado da conta”, informou a plataforma.

A parlamentar teve suas redes bloqueadas por determinação de Moraes em 4 de julho, após deixar o Brasil. Segundo a decisão, as postagens da deputada indicavam tentativa de obstrução da Justiça. Em setembro, o ministro reverteu parte das restrições, atendendo a um relatório da Polícia Federal que recomendava a exclusão das postagens ilegais, mas não o bloqueio das contas.

Site do LinkedIn ao mostrar resultados da busca pelo perfil de Carla Zambelli. Foto: Reprodução

Na decisão do dia 25, Moraes autorizou a reativação dos perfis de Zambelli no Facebook, Instagram, Gettr, LinkedIn, TikTok, X (antigo Twitter), Telegram e YouTube, determinando apenas a exclusão de publicações consideradas ilícitas.

O ministro também manteve a multa de R$ 20 mil por dia caso novos conteúdos contra o Estado Democrático fossem postados.

Zambelli cumpre pena em regime inicialmente fechado e a condenação também inclui a perda do mandato, inelegibilidade e multa de R$ 2 milhões por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela ainda responde a um processo de extradição para o Brasil.

Fonte: DCM

Alckmin pede cautela sobre próximos passos nas relações com os EUA

Vice-presidente afirma que é preciso “aguardar um pouquinho” após telefonema entre Lula e Donald Trump

      O vice-preisdente Geraldo Alckmin (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (7) que ainda é cedo para definir os próximos passos nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A declaração foi feita após o telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente estadunidense, Donald Trump.

☉ “Vamos aguardar um pouquinho”, diz Alckmin

“Vamos aguardar um pouquinho. O telefonema do presidente Lula e do presidente Trump foi ontem, foi muito bom, vamos aguardar agora os próximos passos”, disse Alckmin após uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de acordo com o Estadão Conteúdo. O contato entre Lula e Trump foi visto como um passo relevante para destravar pautas econômicas e ambientais que vinham sendo discutidas de forma indireta.

☉ Haddad prevê diálogo técnico antes de encontro presidencial

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as conversas entre Brasil e Estados Unidos devem avançar primeiro em nível ministerial. Segundo ele, o governo estuda a possibilidade de uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante sua viagem a Washington na próxima semana.“Essa aproximação é importante para alinhar visões sobre investimentos e comércio”, disse Haddad em declaração anterior.

Fonte: Brasil 247

Viagens de avião crescem no Brasil e já representam 14,7% do total em 2024

Dados são da PNAD Contínua: Turismo, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo

     Viagens de avião crescem no Brasil e já representam 14,7% do total em 2024 (Foto: REUTERS/Roosevelt Cassio)

O transporte aéreo está conquistando cada vez mais espaço nas viagens realizadas dentro do Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Turismo (PNAD Turismo), divulgada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, a fatia de brasileiros que utilizam o avião como principal meio de transporte passou de 10,5% em 2020 para 14,7% em 2024.

Segundo a Agência Gov, a tendência de crescimento reflete uma mudança no comportamento dos viajantes após a pandemia de Covid-19, período em que os deslocamentos por carro, próprio ou de empresa, eram predominantes. Apenas nos oito primeiros meses de 2025, o setor aéreo já transportou 65,7 milhões de passageiros. O mês de agosto marcou um recorde: 8,7 milhões de viajantes circularam pelos aeroportos nacionais, o melhor desempenho da série histórica e o 12º mês consecutivo de crescimento no transporte doméstico.

☉ Impacto no turismo e na economia

O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou a importância desse movimento para o setor: “O brasileiro tem viajado mais e aproveitado melhor as oportunidades de conhecer o país. Esse movimento fortalece o turismo, gera empregos e aquece a economia em todas as regiões”, afirmou.

Apesar do avanço do transporte aéreo, o carro continua sendo o meio mais utilizado nas viagens, com participação de 50,7% em 2024, seguido pelo avião (14,7%) e pelo ônibus de linha (11,9%). A pesquisa aponta que a utilização de veículos não coletivos recuou em comparação a 2020, quando os automóveis respondiam por 57,6% das viagens.

☉ Viagens profissionais e pessoais

O levantamento também mostrou que o aumento no uso do avião foi mais expressivo nas viagens de caráter profissional. Em 2020, apenas 19,9% das viagens de trabalho eram feitas de avião; o percentual subiu para 27,1% em 2023 e atingiu 28,8% em 2024.

No total, a maior parte das viagens feitas no país continua sendo pessoal, com 85,5% do total em 2024, contra 14,5% profissionais — proporção praticamente estável em relação ao ano anterior. Entre as viagens de negócios, 82,7% ocorreram para fins de trabalho e 11,8% para participação em eventos ou cursos de capacitação. Já nas viagens pessoais, o lazer foi o principal motivo (39,8%), seguido pelas visitas a familiares e amigos (32,2%), que vêm diminuindo desde 2020, quando representavam 38,6%.

☉ Políticas públicas e incentivo

O crescimento do setor aéreo reforça a relevância de políticas de incentivo ao turismo interno. Uma das iniciativas em andamento é o programa “Conheça o Brasil: Voando”, coordenado pelo Ministério do Turismo em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). A proposta busca ampliar a conectividade entre destinos nacionais, principalmente regionais, estimular a circulação de visitantes e fomentar novos negócios no setor.

Fonte: Brasil 247

Ferrovia Transnordestina atinge 76% das obras e inicia testes este mês

Durante os testes, serão transportadas cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário entre os municípios de Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE)

Obra da Ferrovia Transnordestina (Foto: Divulgação (Transnordestina Logística S/A))

A Ferrovia Transnordestina entra em uma nova fase neste mês de outubro com o início da operação experimental, etapa que marca o avanço de um dos maiores projetos de infraestrutura do país. Durante o período de testes, serão transportadas cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário entre os municípios de Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), dando início à operação que deverá, em 2027, conectar 1.061 quilômetros de ferrovia entre Ceará, Pernambuco e Piauí.

◈ Avanço das obras e investimento bilionário

A primeira etapa da Transnordestina já alcançou 76% de avanço físico. Seis lotes estão em execução e outros dois ainda serão contratados. O projeto é financiado pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), órgão ligado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

O investimento total é de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são recursos diretos do Governo Federal. Outros R$ 3,6 bilhões vêm do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), conforme termo aditivo assinado em 2024 que prevê desembolsos até 2027.

◈ Integração com portos e outras ferrovias

A conexão da ferrovia com os portos e outros modais logísticos será um dos principais ganhos do projeto. Segundo o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, “a partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, e, inclusive, mais oportunidades para viabilizarmos outras expansões — como é o caso do Porto de Suape, em Pernambuco, e uma interligação com a Ferrovia Norte-Sul”.

◈ Terminais logísticos impulsionarão o transporte de cargas

A Transnordestina contará com seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km de extensão total. Dois já estão em construção — o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu, no Ceará — enquanto os demais ainda terão localização definida.

Esses terminais devem facilitar o escoamento da produção agrícola e mineral, reduzindo custos e ampliando a competitividade do Nordeste no mercado nacional e internacional.

◈ Transformação econômica e social no semiárido

De acordo com Tavares, os impactos da ferrovia vão além da logística. “A Transnordestina passa também por essa região, no coração do semiárido, onde esperamos um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões. Será muita transformação”, destacou.

A expectativa é que o empreendimento gere crescimento econômico, novos empregos e maior integração regional, atuando em sinergia com outras iniciativas do MIDR, como a Transposição do Rio São Francisco e projetos de segurança hídrica e irrigação.

Fonte: Brasil 247

Ministros alertam no STF para riscos da pejotização: 'Em jogo, o futuro do trabalho'

Jorge Messias (AGU) e Luiz Marinho (MTE) sustentaram que o regime de contratação precariza o trabalhador contratado e prejudica todo o sistema de seguridade social
Agência Brasil
Ministros Jorge Messias e Luiz Marinho forma a audiência no STF que discutiu a contratação de trabalhadores do PJ

Em audiência pública realizada nesta segunda-feira, 6 de outubro, no Supremo Tribunal Federal (STF), o Governo do Brasil alertou para os riscos que a ‘pejotização’ causa aos alicerces do pacto do trabalho digno e da seguridade social, ambos previstos na Constituição Federal de 1988. Participaram da discussão os ministros Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Messias definiu o fenômeno como uma “cupinização” dos direitos trabalhistas, que “corrói por dentro, silenciosamente, as estruturas que sustentam a proteção social”. Para ele, o país deve construir um modelo que “respeite a liberdade econômica, mas que também preserve o trabalho digno, a proteção previdenciária e a solidariedade entre as gerações”.

    "Não há liberdade real quando a única alternativa é abrir um CNPJ                 (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para manter o sustento da família.      Não há autonomia quando o mercado impõe a ‘pejotização’ como condição       para o emprego”, afirmou Jorge Messias.

Na sequência, o ministro Luiz Marinho ressaltou que o regime do Microempreendedor Individual (MEI), criado para facilitar a formalização do microempreendedor brasileiro, tem sido desvirtuado para “mascarar contratos de trabalho” com características típicas de vínculo empregatício, como subordinação e jornada fixa. “Nossa responsabilidade é decidir se queremos avançar para a modernidade ou oficializar a fraude como normalidade”, afirmou.

    "Todas as conquistas de desenvolvimento que temos até aqui estão sendo        colocadas em forte risco com o desmonte e enfraquecimento que ocorre       caso a gente ‘libere geral’ a ‘pejotização’, como foi feito o processo de             terceirização”, disse Marinho.

A chamada ‘pejotização’ diz respeito à contratação de trabalhadores como pessoa jurídica para evitar o vínculo empregatício. A audiência pública foi convocada pelo ministro do STF Gilmar Mendes, no âmbito do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1532603, com repercussão geral sobre o tema.

O debate na Suprema Corte envolve três pontos: a competência da Justiça do Trabalho para julgar casos que envolvam alegação de fraude em contratos civis; a licitude da contratação de trabalhadores autônomos ou de pessoas jurídicas, à luz da liberdade de organização produtiva; e a distribuição do ônus da prova nas hipóteses em que se questiona a validade desses contratos.

JUSTIÇA DO TRABALHO — Para Messias, a competência da Justiça do Trabalho nos processos de ‘pejotização’ é uma exigência da Constituição. “É nela que se revela, sob o manto das aparências contratuais, a verdade material das relações laborais. É nesta jurisdição que o princípio da primazia da realidade cumpre seu papel constitucional: o de impedir que o direito seja manipulado como instrumento de exclusão”, argumentou.

“Negá-la seria enfraquecer o sistema de proteção social que garante o equilíbrio entre capital e trabalho e, em última instância, negar a essência do próprio Estado democrático de Direito”, alertou Messias.

ESCOLHA ESCLARECIDA — Outra questão abordada pelo advogado-geral da União foi a chamada “escolha esclarecida do trabalhador”, que seria suficiente para validar um contrato ‘pejotizado’. “Não há liberdade real quando a única alternativa é abrir um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para manter o sustento da família. Não há autonomia quando o mercado impõe a ‘pejotização’ como condição para o emprego”, sublinhou Messias.

FORÇA DE NEGOCIAÇÃO — Nesse sentido, o ministro do Trabalho e Emprego acrescentou que o debate sobre hipersuficiência “não se caracteriza como verdade absoluta, porque o indivíduo, por mais formado que ele seja perante uma corporação, não tem a mesma força de diálogo e de negociação”, ponderou Luiz Marinho.

“Precisamos considerar quais são os conceitos do que tem relação de trabalho efetiva e que deve ser ancorada pela CLT — ou não. Portanto, se tem subordinação e a caracterização de relação de trabalho, portanto, deve ser CLT”, justificou o ministro do Trabalho e Emprego.

BASE DA PIRÂMIDE — O advogado-geral da União destacou que o fenômeno da ‘pejotização’, antes concentrado em profissões especializadas, tem se expandido para faixas de menor renda. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 56% dos trabalhadores demitidos que se ‘pejotizaram’ entre 2022 e 2024 recebem até R$ 2 mil mensais; outros 37%, até R$ 6 mil.

“Trata-se de categorias tradicionalmente celetistas, como garçons, vendedores, operadores de centros de distribuição, secretariado, construção civil e teleatendimento. Isso evidencia que já não estamos falando de uma opção de elites profissionais, mas de uma imposição silenciosa sobre a base da pirâmide social”, alertou Messias.

SEGURIDADE SOCIAL — Como salientou o advogado-geral da União, a ‘pejotização’ não impacta apenas o trabalhador contratado, mas todo o sistema de seguridade social. Messias informou que, entre 2022 e 2024, o fenômeno provocou um déficit estimado de R$ 60 bilhões na Previdência Social, além de perdas de R$ 24 bilhões ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O ministro do Trabalho e Emprego acrescentou que o debate sobre a ‘pejotização’ envolve impactos arrecadatórios e retrocessos em direitos e no progresso econômico do país. “Todas as conquistas de desenvolvimento que temos até aqui estão sendo colocadas em forte risco com o desmonte e enfraquecimento que ocorre caso a gente ‘libere geral’ a ‘pejotização’, como foi feito o processo de terceirização”, apontou.

“Está em construção um processo de enfraquecimento da estrutura de proteção ao trabalho”, ressaltou Luiz Marinho.

CERTEZA NEGATIVA — O advogado-geral da União argumentou ainda que é “preciso distinguir, com precisão conceitual e sensibilidade social, o que representa evolução legítima das formas de organização econômica daquilo que dissimula vínculos empregatícios e desprotege o trabalhador”.

Nesse sentido, com base no princípio da certeza negativa, Messias elencou situações que não se enquadram na ‘pejotização’: relação de franquia, com autonomia empresarial real; sociedades de propósito específico (SPE); consultoria independente, sem subordinação jurídica; e prestação de serviços B2B. “Ou seja, a ‘pejotização’ não é empreendedorismo autêntico, nascido da autonomia e da livre iniciativa”, explicou o ministro.

VALORIZAÇÃO DO TRABALHO — Nesse sentido, foi defendido pelo Governo do Brasil que seja construído um modelo que concilie inovação, eficiência produtiva e justiça social. “O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento que valorize o trabalho e garanta a segurança jurídica – mas, sob a égide do princípio da dignidade da pessoa humana, não a partir de uma lógica que, em nome da competitividade, transforme o trabalhador em prestador sem direitos e o cidadão em contribuinte de segunda linha, sem qualquer proteção”, resumiu Jorge Messias.

Fonte: Agência Gov