domingo, 24 de agosto de 2025

Governo e STF temem mais sanções dos EUA com o julgamento de Bolsonaro; entenda


Donald Trump e Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Integrantes do governo Lula (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), previsto para setembro, pode levar a novas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. A percepção é de que Donald Trump tem interesse em explorar o processo para ampliar tensões políticas, reforçando a narrativa de que o ex-presidente é perseguido pelo Judiciário em benefício do governo atual.

Ministros do STF admitem o risco de Trump adotar medidas adicionais, como estender sanções a outros integrantes da Corte. Mesmo assim, afirmam que esse tipo de pressão não mudará o rumo do julgamento. Nos bastidores, porém, há preocupação com os efeitos da Lei Magnitsky e com o impacto que medidas financeiras mais duras possam ter sobre bancos e investidores ligados ao mercado americano.

A decisão recente do ministro Flávio Dino também trouxe novos elementos ao cenário. Ele afirmou que ordens judiciais ou executivas estrangeiras só têm validade no Brasil se forem confirmadas pelo STF. A declaração foi interpretada como um recado às instituições financeiras que aplicaram sanções contra Alexandre de Moraes por determinação do governo Trump.

O posicionamento de Dino coincidiu com a queda nas ações de bancos e a alta do dólar, aumentando a apreensão no Planalto.

Flávio Dino durante sessão do STF – Foto: Reprodução
Integrantes do governo destacam que reservas financeiras em dólar podem ser afetadas por restrições do Tesouro americano, além do risco de fuga de investidores. Lula acompanha de perto a situação, mas interlocutores admitem que não há como o Executivo intervir em decisões do STF.

A ministra Gleisi Hoffmann reforçou a linha de defesa ao dizer que “Dino agiu em legítima defesa do Brasil” e culpou Bolsonaro pelas retaliações de Trump.

Para ela, “a especulação com o valor das ações dos bancos é mais uma parcela do Custo Bolsonaro, que recai sobre o país desde que ele se aliou a Trump para fugir do julgamento por seus crimes”. Gleisi também afirmou que Trump agiu contra o sistema financeiro brasileiro incentivado pelo ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro.

Moraes segue como alvo direto da lei americana, após ter um cartão de bandeira internacional bloqueado no Brasil. O temor agora é que novas medidas se estendam a outros ministros e familiares, ampliando os efeitos políticos e econômicos das sanções.

Fonte: DCM

PT articula atos no 7 de Setembro e eleva discurso pela soberania nacional

Mobilização pretende responder a agenda da direita e protestar contra tarifaço dos EUA; PT busca frente com partidos do campo democrático

     (Foto: Alessandro Dantas)

O PT prepara uma mobilização nacional para o 7 de Setembro com foco na defesa da soberania e em resposta a atos convocados por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A iniciativa inclui protestos contra o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump, atual presidente do país, e questiona a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Washington.

De acordo com a reportagem da CNN Brasil, a direção petista costura uma frente com outras legendas do chamado “campo democrático” para organizar manifestações em todos os estados. Falta definir se os atos se concentrarão nas capitais ou também alcançarão cidades do interior. A ideia é transformar o Dia da Independência em um “momento de expressão, de compreensão e de conscientização”.

No sábado (23), após reuniões internas em Brasília, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, defendeu ampliar o diálogo com a sociedade para explicitar o que está em disputa. Segundo ele, o país não pode ser punido por integrar o Brics, por ter criado o Pix nem por defender a regulamentação de plataformas de redes sociais. Ao tratar de políticas industriais e minerais estratégicos, Edinho afirmou que a negociação de terras raras deve ocorrer de “forma soberana”. Para o dirigente, é preciso “entender o que está em disputa” e organizar o 7 de Setembro como um marco de mobilização.

Além de planejar os atos, o PT elegeu a nova Comissão Executiva Nacional e aprovou uma resolução política do Diretório Nacional. O texto reafirma a defesa da democracia e da soberania, sustenta a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil — medida hoje em análise no Congresso — e aponta para uma agenda de reforma da renda, entre outros eixos programáticos.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Tarcísio muda tom do discurso e considera disputar a Presidência em 2026, ao mesmo tempo que mantém aberta a chance de reeleição

Governador de São Paulo avalia reeleição ou disputa presidencial e intensifica articulação política com aliados e empresários

Tarcísio de Freitas usa boné com slogan da campanha de Donald Trump (Foto: Reprodução/YouTube)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem adotado uma estratégia para manter abertas duas possibilidades em 2026: buscar a reeleição no Estado ou disputar a Presidência da República.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Tarcísio já iniciou conversas com marqueteiros, promove mudanças em sua comunicação e ajusta o tom de seus discursos para além das fronteiras paulistas.

A preparação antecipada visa evitar que o governador parta do zero em uma eventual corrida presidencial. O plano é chegar ao momento da decisão com discurso, equipe e articulação política prontos para sustentar um projeto nacional. Caso escolha disputar o Planalto, Tarcísio será obrigado a deixar o governo paulista em abril de 2026.

⊛ Entre São Paulo e Brasília

Embora reitere que sua prioridade é a reeleição em São Paulo, onde acredita ter condições tranquilas de vitória, Tarcísio mudou o tom em relação à disputa presidencial. Hoje, admite a possibilidade de concorrer, desde que haja um pedido explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem reafirma lealdade.

Nos bastidores, emissários do governador já procuraram nomes como Chico Mendez e Paulo Vasconcelos para sondagens informais sobre a eleição. A tendência, segundo aliados, é que Tarcísio repita a parceria com Pablo Nobel, responsável por sua campanha vitoriosa em 2022.

Em nota, o Palácio dos Bandeirantes afirmou que não há emissários escolhendo equipe em nome do governador. “Essa decisão é exclusiva de Tarcísio de Freitas, que é quem dialoga e escolhe sua equipe”, informou a assessoria.

⊛ Comunicação e articulação com empresários

O governador tem reforçado a presença em eventos do mercado financeiro e em encontros reservados com empresários. Nessas reuniões, apresenta diagnósticos sobre os desafios do Brasil, defende medidas para estimular o crescimento econômico e critica o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A guinada de Tarcísio também se reflete no tom dos pronunciamentos. Se no início da gestão evitava ataques frontais, agora o governador adota discurso mais beligerante. Em fórum do Banco BTG Pactual, afirmou que “o Brasil não aguenta mais Lula”.

“Estamos há 40 anos discutindo a mesma pessoa. O Brasil não aguenta mais excesso de gasto. O Brasil não aguenta mais, não tolera mais aumento de imposto. O Brasil não aguenta mais corrupção. O Brasil não aguenta mais o PT. O Brasil não aguenta mais o Lula”, declarou Tarcísio.

⊛ Pressão do Centrão e o fator Bolsonaro

A indefinição do governador ocorre em meio ao aumento da pressão para que dispute a Presidência. Lideranças do Centrão avaliam que será difícil resistir. Aliados de Bolsonaro consideram que as mensagens extraídas do celular do ex-presidente — reveladas pela Polícia Federal — fortalecem Tarcísio como sucessor natural e enfraquecem a tese de que Bolsonaro pretende lançar um membro da família.

Um aliado próximo pondera, contudo, que o governador só entrará na corrida caso “os astros estejam alinhados”: apoio dos principais partidos da direita e centro-direita, endosso explícito de Bolsonaro e um ambiente político favorável diante da avaliação da gestão petista. Como lembram pessoas próximas, Lula é um adversário de peso e “sabe ganhar eleição”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro vai à Europa e articula aliança com a extrema-direita para pressionar STF

Eduardo Bolsonaro e Dominik Tarczynski – Foto: Reprodução


Eduardo Bolsonaro (PL-SP) articula ampliar a pressão internacional contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) em parceria com políticos de extrema-direita da Europa, conforme informações do Globo.

O deputado pretende se reunir com aliados de países como Polônia, Finlândia, Portugal, França, Grécia e Espanha, todos com representação no Parlamento Europeu e com pautas alinhadas ao bolsonarismo, como críticas às regras de redes sociais, oposição às políticas pró-LGBT e defesa de posições anti-imigração.

Nos planos do parlamentar está uma viagem ao continente no dia 12 de setembro, mesma data da sessão final do julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Segundo Paulo Figueiredo, aliado do deputado, a ideia é “intensificar a pressão internacional” a partir de encontros no Parlamento Europeu. A estratégia já avançou com o envio de um pedido de sanções contra Moraes, assinado por 16 deputados estrangeiros.

O documento foi anunciado pelo deputado polonês Dominik Tarczynski, que declarou: “A União Europeia não deve ficar de braços cruzados enquanto Moraes continua a usar o sistema judiciário brasileiro como arma contra seus oponentes políticos”. Eduardo agradeceu a iniciativa afirmando que a ação ajuda a “prevenir que se espalhe esse vírus, um novo modelo de censura introduzido pela Suprema Corte no Brasil”.

Entre os aliados, estão também Jorge Martín Frias, ligado ao Vox, da Espanha, que já falou em “abusos” contra a família Bolsonaro, e o finlandês Sebastian Tynkkynen, crítico das restrições europeias às redes sociais. Tynkkynen declarou em entrevista: “Não há razão para suspeitar de manipulação de algoritmos. Se alguém tem muitos seguidores e ganha visibilidade por meio disso, deveria haver um limite além do qual essa pessoa não possa publicar uma opinião ou apoiar um determinado partido?”.

Jorge Martín Frias, ligado ao Vox, da Espanha – Foto: Reprodução
Outro integrante é o português Antônio Tanger Correa, do Chega, conhecido por posições anti-imigração. Em campanha, ele chegou a dizer que a ida de brasileiros a Portugal é positiva, mas alertou que “quando se abrem as portas de forma escancarada, entram os maus elementos”.

Também compõe a rede a francesa Virginie Joron, ligada ao partido de Marine Le Pen, que defende indenizações a vítimas de vacinas contra a Covid-19.

A deputada grega Afroditi Latinopoulou completa a lista, tendo assinado o pedido de sanções contra Moraes. Ela é conhecida por defender a “neutralidade nas escolas” e por declarações contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que classificou como “antinatural”.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Governo e STF avaliam que julgamento de Bolsonaro pode ser pretexto para Trump impor novas sanções ao Brasil



Condenação do ex-presidente pode intensificar pressões de Donald Trump contra o País

Supremo Tribunal Federal e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação I Ueslei Marcelino / Reuters)

 Integrantes do governo Lula (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão atentos às possíveis consequências do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro , previsto para setembro. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, há preocupação de que Donald Trump intensifique sanções econômicas e restrições a autoridades brasileiras como resposta ao processo que apura a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro.

De acordo com a publicação, membros do STF e do Executivo avaliam que Washington utiliza o discurso de “perseguição judicial” ao ex-presidente como justificativa para ampliar a pressão sobre o Brasil, com o objetivo de gerar instabilidade política e fragilizar tanto o tribunal quanto o governo Lula, em um ambiente já marcado por tensões diplomáticas.

◉ Medidas de Trump e impacto no Brasil

O governo americano já impôs sobretaxa de 50% a produtos brasileiros e aplicou sanções individuais contra ministros do STF, entre eles Alexandre de Moraes, sob o argumento de abuso judicial contra Bolsonaro. Apesar disso, interlocutores de Lula afirmam que a Corte não se deixará intimidar por retaliações externas.

Nos bastidores, autoridades brasileiras avaliam que Donald Trump ainda dispõe de instrumentos adicionais de pressão, como a extensão das sanções a outros magistrados e seus familiares. Embora tais medidas sejam vistas como de baixo impacto prático — já que poucos ministros mantêm patrimônio nos Estados Unidos —, a preocupação recai sobre os efeitos simbólicos e financeiros, especialmente em relação ao sistema bancário e às reservas em dólar.

Para tentar conter danos, membros do governo e da Corte vêm buscando interlocução com banqueiros e políticos a fim de compreender os impactos da Lei Magnitsky — legislação americana usada para sancionar indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

◉ Gleisi Hoffmann critica Bolsonaro e Trump

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, foi uma das vozes mais duras contra a ofensiva americana. Em publicação nas redes sociais, ela afirmou:

“A especulação com o valor das ações dos bancos é mais uma parcela do Custo Bolsonaro, que recai sobre o país desde que ele se aliou a Trump para fugir do julgamento por seus crimes.”

Gleisi também responsabilizou Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo pelas retaliações:

“Quem agrediu o sistema financeiro no Brasil foi Donald Trump, provocado por Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo. O ministro Flávio Dino tomou uma decisão em defesa da soberania nacional, das nossas leis e até dos bancos que operam em nosso país.”

◉ Perspectivas

O julgamento de Bolsonaro promete ser um marco não apenas para a política interna, mas também para as relações exteriores brasileiras. Enquanto o governo Lula busca alternativas para mitigar os efeitos de uma possível escalada, a tensão com os Estados Unidos se consolida como um dos maiores desafios diplomáticos deste momento.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

sábado, 23 de agosto de 2025

Eduardo Bolsonaro teme que relatório da PF chegue a Trump e o desmascare


       O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro – Reprodução/Jovem Pan News

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece em destaque no relatório final da Polícia Federal que indiciou ele e o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação no curso de processo judicial. Segundo a PF, Eduardo teria tentado enganar o governo dos Estados Unidos para avançar em objetivos considerados criminosos.

Mensagens obtidas pela investigação mostram o deputado alertando o pai sobre a necessidade de evitar comentários que pudessem prejudicar sua atuação junto a autoridades americanas ou irritar o presidente Donald Trump. “Torce para a inteligência americana não levar isso aqui ao conhecimento do Trump”, escreveu Eduardo em uma das mensagens, acompanhada de uma imagem que não pôde ser recuperada pela perícia.

Em outras conversas, o deputado demonstra preocupação de que Trump pudesse “passar para outra agenda e esquecer o Brasil” e ressalta que “qualquer coisinha afeta”, indicando cuidado extremo para não comprometer sua estratégia. Segundo a PF, embora o ex-presidente não estivesse em risco de prisão naquele momento, Eduardo manifestou receio de que a situação pudesse mudar.


Para os investigadores, pai e filho deixaram provas robustas de que atuaram para convencer autoridades americanas a tomar medidas contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de interromper o julgamento de ações penais e favorecer interesses pessoais. O relatório enfatiza que ambos agiram “com consciência e vontade no intuito de convencer autoridades governamentais estrangeiras, induzindo-as em erro, para aplicar sanções contra o Estado brasileiro e autoridades nacionais constituídas”.

O documento agora segue para análise da Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresenta uma nova denúncia contra Jair e Eduardo Bolsonaro ao STF. Caso o relatório chegue às autoridades americanas, alerta a investigação, ele poderá revelar tentativas de deturpar fatos para atingir objetivos pessoais ilícitos, exatamente o temor expresso por Eduardo em suas mensagens.

Fonte: DCM

Moraes aciona Ministério da Justiça para extraditar ex-assessor Eduardo Tagliaferro


Eduardo Tagliaferro e o ministro Alexandre de Moraes – Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes solicitou a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violar a legitimidade do processo eleitoral e tentar dificultar investigações de atos antidemocráticos. O pedido foi encaminhado ao Ministério da Justiça e, em seguida, ao Itamaraty, que iniciou a formalização junto ao governo da Itália, país onde Tagliaferro reside atualmente.

Segundo informações da denúncia, o ex-assessor, que atuou ao lado do magistrado quando este presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é acusado de violação de sigilo funcional, obstrução de investigação, coação no curso do processo e tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.

A PGR afirma que ele teria vazado informações confidenciais obtidas no cargo para favorecer interesses próprios e de terceiros. O ofício pontua: “Informo a Vossa Excelência que o pedido de extradição do Sr. Eduardo de Oliveira Tagliaferro foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, em 20 de agosto de 2025, para formalização junto ao Governo da Itália”.

Eduardo Tagliaferro com expressão de tédio, com o rosto apoiado na mão direita, de perfil
Eduardo Tagliaferro – Reprodução

Em julho, Tagliaferro afirmou em suas redes sociais que revelaria os bastidores do gabinete de Moraes, alegando ter “bastante coisa” contra o ministro. Em abril, a Polícia Federal já havia indiciado o ex-assessor por divulgar diálogos do magistrado com servidores do TSE e do STF.

Ele nega as acusações, afirma ser vítima de perseguição política e conta com apoio de grupos bolsonaristas. Para o procurador-geral Paulo Gonet, a fuga à Itália mostra alinhamento de Tagliaferro a outros investigados, com o objetivo de atacar o trabalho das autoridades brasileiras.

Fonte: DCM

Escândalo de propina na Argentina atinge núcleo do governo Milei


     Presidente argentino, Javier Milei, e sua irmã Karina Milei. Foto: Gustavo Garello/ AP Photo

A Justiça argentina deflagrou uma operação de buscas nesta sexta-feira (22) em meio a uma investigação sobre um suposto esquema de corrupção na Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS), envolvendo compras de medicamentos para o Estado. O caso ganhou repercussão após a divulgação de áudios atribuídos ao ex-dirigente da agência, Diego Spagnuolo, nos quais há menções a Karina Milei, irmã e secretária do presidente Javier Milei, além de Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de gestão institucional do governo.

Nos áudios, Spagnuolo teria dito que a agência estava sendo fraudada e que Karina Milei teria recebido propinas. Em outro trecho, ele afirma possuir conversas de WhatsApp que comprovariam os subornos. Apesar disso, a autenticidade das gravações ainda não foi confirmada pela Justiça, e até o momento não houve prisões ou acusações formais. O presidente argentino não comentou o caso, mas o chefe de gabinete afirmou que Milei nunca foi informado de qualquer irregularidade por Spagnuolo.

Durante a operação, as autoridades apreenderam carros, celulares e até uma máquina de contagem de dinheiro na casa do ex-dirigente. Também foram incluídas no inquérito a farmácia Suizo Argentina e seus proprietários, que tiveram US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão) confiscados. O local é citado como um dos principais fornecedores da ANDIS e apontado como pagador de subornos. Tanto Spagnuolo quanto empresários ligados à farmácia foram proibidos de deixar o país.

Javier Milei, presidente da Argentina, com macacão da YPF. Foto: reprodução

O escândalo surge em um momento politicamente delicado para Javier Milei. Nesta semana, o governo enfrentou derrotas no Congresso, incluindo a tentativa de parlamentares de anular um veto presidencial que barrava aumento de apoio financeiro a pessoas com deficiência. A crise estoura a menos de dois meses das eleições legislativas de meio de mandato, vistas como um teste para a agenda de austeridade e reformas econômicas do governo.

A proximidade de Karina Milei com o presidente agrava o impacto político das denúncias, já que ela é considerada uma das figuras mais influentes da gestão. Até o momento, autoridades próximas ao governo evitam comentar o caso, aguardando uma definição da Justiça sobre a veracidade das gravações e os próximos passos do ex-chefe da ANDIS.

Fonte: DCM

STF: advogados de Bolsonaro afirmam que WhatsApp é rede pessoal, não social


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o uso do WhatsApp não descumpre as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Os advogados afirmam que o aplicativo de mensagens é uma “rede pessoal”, voltada à comunicação privada, e não pode ser equiparado às redes sociais tradicionais, das quais Bolsonaro está proibido de utilizar perfis próprios ou de terceiros.

Na manifestação apresentada nesta sexta-feira (22) a defesa destacou que o ex-mandatário nunca foi impedido de trocar mensagens ou se manifestar no WhatsApp. Os advogados ressaltaram que o aplicativo opera de maneira distinta das redes sociais, já que as conversas são privadas, protegidas por criptografia e não possuem algoritmos de recomendação de conteúdo.

Os defensores também citaram decisões anteriores da Justiça que reconheceriam a diferença entre aplicativos de mensagens e redes sociais. Como exemplo, mencionaram o inquérito 4.921, em que Moraes determinou a oitiva de especialistas sobre “redes sociais e plataformas de mensageria como WhatsApp e Telegram”, tratando-as como categorias distintas.

ministro Alexandre de Moraes sério olhando pra frente sem olhar pra câmera
O ministro Alexandre de Moraes – Reprodução

A argumentação, porém, contrasta com relatório da Polícia Federal (PF), que apontou mais de 300 compartilhamentos de vídeos feitos por Bolsonaro no período em que já estava proibido de usar redes sociais.

Em 3 de agosto, data de manifestações em apoio ao ex-presidente, a PF registrou que mensagens enviadas no WhatsApp chegaram a ser repassadas mais de 360 vezes em Salvador (BA). Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e segue proibido de usar redes sociais, restrição que, segundo a PF, teria sido burlada pelo aplicativo.

Fonte: DCM

Conheça o conteúdo do pen drive apreendido pela PF no banheiro de Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro ao ser conduzido durante a operação da PF. Foto: Reprodução

Em 18 de julho, a Polícia Federal encontrou um pen drive dentro do banheiro do quarto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação de busca que resultou na determinação do uso de tornozeleira eletrônica. O dispositivo havia passado por tentativas de exclusão de arquivos antes da apreensão, mas nada considerado relevante para o inquérito foi recuperado. Com informações do Metrópoles.

O material foi submetido à perícia, que concluiu que apenas poucos documentos puderam ser acessados. Por não apresentarem utilidade para as investigações, o pen drive não foi citado no relatório final que indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Entre os arquivos restantes estavam catálogos em PDF de uma empresa de Santa Rita do Passa Quatro (SP), a Medicalfix, fabricante de equipamentos médicos e odontológicos. Um dos sócios, o dentista Mário Roberto Perussi, é amigo próximo de Jair e Eduardo Bolsonaro.

A investigação identificou que os arquivos foram gravados em 21 de agosto de 2024, um dia antes de um encontro em que Bolsonaro, Eduardo e Perussi participaram. Segundo o próprio empresário, a reunião tratou de estratégias para ampliar a competitividade de indústrias brasileiras frente a importações e discutir ajustes tributários que favorecessem o setor.

A Polícia Federal levantou a hipótese de que Perussi teria entregue o dispositivo ao ex-presidente durante essa reunião. Apesar disso, a corporação não encontrou contratos da Medicalfix com o governo federal ou com o estado de São Paulo. A empresa, no entanto, mantém acordos com o município em que está sediada, firmados entre 2019 e 2025.

Um dos arquivos da empresa Medicalfix encontrados no pendrive. Foto: Reprodução/PF

Como o conteúdo não estava relacionado ao objeto principal do inquérito contra Bolsonaro e Eduardo, a PF optou por não incluir o material em seu relatório final. O pen drive segue sob custódia.

Na mesma operação de julho, agentes localizaram no porta-luvas de um dos veículos de Bolsonaro anotações manuscritas sobre a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Essas anotações, descritas como uma “linha do tempo” da colaboração premiada, não foram anexadas ao inquérito por coação, mas chamaram a atenção dos investigadores.

Os registros traziam menções a autoridades, supostas reuniões, valores recebidos e hipóteses sobre decretos. Havia ainda frases como “Plano de fuga – do GSI caso a Presidência fosse sitiada” e observações sobre ministros do Supremo. Os investigadores apontam que os rabiscos podem ter sido feitos pelo próprio Bolsonaro durante o interrogatório de Cid no STF, em junho.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

BB identifica ação de bolsonaristas para gerar pânico financeiro e deve acionar a PF

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. Foto: Karime Xavier

O Banco do Brasil (BB) identificou uma ação organizada de bolsonaristas nas redes sociais contra a instituição e, diante da gravidade do caso, a presidente Tarciana Medeiros passou a ser pressionada por integrantes do Judiciário e por bancos a acionar a Polícia Federal (PF), conforme informações da Folha de S.Paulo.

Em ofício enviado à Advocacia-Geral da União (AGU), o BB pediu medidas jurídicas cabíveis e alertou que a campanha de desinformação busca atacar o Estado de Direito e a segurança jurídica.

“Ameaças direcionadas a minar recursos institucionalizados no Banco do Brasil, por intermédio da disseminação de fake news quanto à existência de sanções estrangeiras ou bloqueio de ativos de magistrados da Suprema Corte, comprometem a estabilidade da ordem econômica, financeira e social; comprometem o desenvolvimento econômico equilibrado do país”, diz o documento.

Os boatos estimulam clientes a sacarem valores do banco, prática que, segundo técnicos do Banco Central, pode ser enquadrada como crime contra o sistema financeiro. A Lei 7.492, que rege esse tipo de infração, prevê de dois a seis anos de prisão, além de multa, para quem divulgar informações falsas ou distorcidas sobre instituições financeiras.

Em nota, o BB afirmou que “acompanha o surgimento de publicações inverídicas e maliciosas que disseminam desinformação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico, e que vai tomar as providências legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”.

Ação bolsonarista

Entre os que incitaram a retirada de recursos está o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL). Em canal bolsonarista no YouTube, ele recomendou: “Quer um conselho? Quem tem conta no Banco do Brasil, cancele, tire dinheiro imediatamente”.

Segundo ele, o banco seria punido pelos Estados Unidos por supostamente descumprir a Lei Magnitsky e atender decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Banco do Brasil é 51% estatal, o Banco do Brasil vai cumprir a decisão do Flávio Dino e o Banco do Brasil vai ser sancionado pela Lei Magnitsky e vai ser desligado do sistema Swift global. Tirem imediatamente seu dinheiro do Banco do Brasil porque ele será sancionado, isso é uma certeza”, disse.

O sistema Swift, com sede na Bélgica, é a principal rede de mensagens bancárias internacionais do mundo, utilizada para pagamentos e transferências entre instituições financeiras.

O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) também estimulou saques: “Tirem seu dinheiro dos bancos. Moraes vai quebrar o Brasil”, escreveu no X.

Fonte: DCM

VÍDEO – Eduardo Bolsonaro se vitimiza e reclama de reportagem da CNN: “Me chama de burro”


O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos Estados Unidos com mais de R$ 2 milhões transferidos via Pix pelo pai, Jair Bolsonaro (PL), divulgou nesta sexta-feira (22) um vídeo para reclamar de uma reportagem da CNN Brasil. A matéria citava o uso da conta de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, como forma de tentar ocultar parte dos valores recebidos.

“Oh, pessoal da CNN, pelo amor de Deus: Eduardo Bolsonaro usou a conta da esposa para esconder dinheiro. Não faça isso. É me chamar de burro. Quem que vai esconder dinheiro fazendo Pix, transferindo para a conta da esposa, meu Deus do céu?”, disparou o “Bananinha”.

Na sequência, se vitimizou: “Não caia nessa daí não, tá bom? Totalmente regular, totalmente certo e transparente. O que Alexandre de Moraes quer, quando ele bloqueia a minha conta e a conta da minha esposa, é causar sofrimento na minha família.”

A reportagem foi baseada em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), encaminhado à Polícia Federal (PF), que apontou movimentações de cerca de R$ 44 milhões feitas pelo ex-presidente desde que deixou o Palácio do Planalto.

De acordo com a PF, Bolsonaro repassou R$ 2,1 milhões ao filho “de forma reiterada e fracionada, como forma de evitar o acionamento de mecanismos de controle legal”.

Segundo o relatório, Eduardo também utilizou o mesmo método de transferências fracionadas ao repassar R$ 200 mil à conta da esposa — em depósitos de R$ 50 mil e R$ 150 mil — “como forma de escamotear os valores encaminhados por seu genitor, utilizando como conta de passagem, com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta”.

Assista abaixo:

Fonte: DCM