sábado, 23 de agosto de 2025

Denúncia contra Bolsonaro e Eduardo sobre coação da Justiça é avaliada pela PGR

Paulo Gonet, o procurador-Geral da República. Foto: Antonio Augusto/PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá avaliar, nos próximos dias, o relatório produzido pela Polícia Federal (PF) que envolve Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois foram apontados como suspeitos de coação contra autoridades do Judiciário na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado. Caberá ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se haverá denúncia formal, pedido de novas diligências ou arquivamento.

Entre as possibilidades em análise está a apresentação de uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso isso ocorra, Bolsonaro e o filho se tornarão réus e responderão a uma ação penal na Corte. A denúncia não precisa, necessariamente, seguir à risca as conclusões da PF. A PGR poderá ampliar ou reduzir o rol de crimes atribuídos, incluir outros delitos ou até divergir sobre a participação de cada investigado.

De acordo com o relatório policial, Bolsonaro e Eduardo teriam atuado diretamente na coação de autoridades do Poder Judiciário que conduzem a ação penal do golpe.

Para a PF, ficaram configurados dois crimes. O primeiro é o de coação no curso do processo, que prevê pena de um a quatro anos de prisão para quem usa violência ou ameaça contra autoridades ou pessoas ligadas a processos judiciais. O segundo é o de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previsto quando há tentativa de restringir ou abolir os poderes constitucionais com violência ou grave ameaça. A pena, nesse caso, varia de quatro a oito anos de prisão. Somadas, as penas podem chegar a 12 anos.

A análise da PGR seguirá o trâmite legal. Pela legislação, o órgão tem 15 dias para se manifestar após receber o relatório da PF, mas o prazo pode ser interrompido caso haja solicitação de diligências complementares. Nesse cenário, o material retornaria à PF para novas apurações antes de um posicionamento definitivo do Ministério Público.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho. Foto: Reprodução

O processo criminal no STF obedece a diferentes etapas. Caso a PGR apresente denúncia, abre-se prazo de 15 dias para que os acusados apresentem defesa por escrito.

Na sequência, o relator do caso libera o processo para julgamento colegiado sobre o recebimento da denúncia. Se for aceita, Bolsonaro e Eduardo passarão à condição de réus, e a ação seguirá para a fase de instrução processual. Nessa etapa, serão colhidos depoimentos, provas documentais e realizados interrogatórios.

Somente após a conclusão da instrução é que os ministros do Supremo julgarão o caso, decidindo se haverá condenação ou absolvição, e em caso de condenação, definindo as penas aplicadas. Ainda assim, qualquer decisão poderá ser objeto de recurso.

Existe também a possibilidade de arquivamento. A PGR pode entender que não há provas suficientes de autoria ou materialidade para sustentar os crimes apontados pela PF. Nesse caso, o pedido é enviado ao relator, ministro Alexandre de Moraes, que avaliará se acata ou não o arquivamento. Importante destacar que, mesmo diante de eventual arquivamento, o processo pode ser reaberto caso surjam novas evidências.

Fonte: DCM

As noras de Bolsonaro: o papel nada discreto de Heloísa, Fernanda e Martha no golpe


      Fernada, Martha e Heloísa: elas sabem o que fazem

A trajetória da família Bolsonaro apresenta paralelos inquietantes com o funcionamento das máfias italianas. Mais do que uma família com múltiplos cargos eletivos, trata-se de um clã que, à semelhança das organizações criminosas do sul da Itália, construiu uma estrutura de poder baseada em lealdade, silêncio e intimidação.

Jair Bolsonaro ocupa o papel de capo di tutti capi. Como patriarca, centralizou decisões, distribuiu funções entre os filhos e ergueu uma rede de proteção em torno da família. Em quase 30 anos como deputado e nos quatro anos de presidência, cultivou a lógica do omertà – o código do silêncio –, blindando aliados, atacando instituições e intimidando adversários.

Seus filhos assumiram funções de caporegimes. Flávio é apontado como gestor das finanças. Carlos atua como responsável pelo bunker digital de desinformação. Eduardo é considerado o “caporegime” mais ousado, transitando entre política e negócios como se fossem territórios da máfia. Já Jair Renan ocupa o papel de soldato, jovem e ambicioso, ainda em busca de provar seu valor. Michelle, por sua vez, desempenha o papel de consigliere discreta: não comanda abertamente, mas sua influência molda decisões, suaviza crises e mantém a fachada pública.

Além do núcleo central, outros parentes chamam atenção. Renato Bolsonaro, irmão de Jair, teria aumentado em mais de R$ 2,3 milhões seu patrimônio entre 2004 e 2016, período em que atuou em negociações imobiliárias ligadas ao ex-presidente. No contexto mafioso, seria classificado como um “associato”.

As ex-esposas de Jair Bolsonaro também compõem um capítulo à parte. O divórcio com Rogéria Nantes Braga foi marcado por tensões, a ponto de Jair escalar o filho Carlos, então com 17 anos, para um “matricídio político”: minar as chances da própria mãe nas eleições para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Já Ana Cristina Siqueira Valle deixou o país após um término conturbado e disputas judiciais, refugiando-se na Noruega, onde adquiriu cidadania e se afastou completamente do clã.

Mas, entre esposas, filhos e irmão, um ponto pouco explorado até agora é o papel das noras no entorno da família Bolsonaro.

Heloísa Wolf

HELOÍSA WOLF


Psicóloga e coach, Heloísa casou-se com Eduardo Bolsonaro em 2019. Conhecida pelo perfil midiático, exibia nas redes sociais uma rotina de luxo: bolsas de grife, viagens à Disney, eventos country e vídeos mostrando a casa da família nos Estados Unidos.

Após críticas ao exibicionismo, apagou grande parte das publicações, mantendo poucas imagens com o marido e a filha, mas curiosamente, fez questão de manter fotos do sogro — incluindo fotos de apoio, um retrato pintado, registros com a neta e até uma imagem destacando a cicatriz abdominal de Jair.

A dedicação de Heloísa, no entanto, vai além da esfera pessoal. Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), solicitado pela Polícia Federal, apontou que Eduardo Bolsonaro utilizou a conta da esposa para ocultar recursos transferidos por Jair Bolsonaro.

Segundo o documento, em 13 de maio deste ano, Jair realizou sete transferências ao filho — seis de R$ 111 mil e uma de R$ 2 milhões — em operação considerada suspeita. Menos de um mês depois, Eduardo fez uma operação de câmbio de R$ 1,66 milhão e repassou R$ 200 mil para uma conta em nome da esposa, de forma fracionada.

A estratégia, segundo o Coaf, teria o objetivo de camuflar a origem dos valores. No fim de julho, Eduardo relatou que as contas da esposa foram bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Flávio Bolsonaro e Fernanda Antunes

FERNANDA ANTUNES

Dentista especializada em ortodontia e ortopedia facial, Fernanda é casada com Flávio Bolsonaro desde 2010. Ao longo dos 15 anos no núcleo familiar, acumulou suspeitas de participação em esquemas criminais que vão das rachadinhas à elaboração de um pedido de asilo político de Jair Bolsonaro ao presidente argentino Javier Milei, apreendido pela Polícia Federal e tornado público nos últimos dias.

Relatório da PF apontou Fernanda como autora e última editora do documento encontrado no celular de Jair Bolsonaro, dois dias após ele ter entregue o passaporte à Justiça.


O Ministério Público do Rio de Janeiro também denunciou Fernanda, o marido e outros envolvidos por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema das rachadinhas da Alerj. Segundo o MP, ela omitiu R$ 350 mil em gastos para compra de uma loja da rede Kopenhagen.

Depósitos em sua conta feitos por Fabrício Queiroz, considerado operador do esquema, também levantaram suspeitas. Além disso, Fernanda foi associada a transações imobiliárias suspeitas, incluindo compras em Copacabana e uma mansão de R$ 6 milhões com prestações incompatíveis com a renda declarada.

Em 2019, o MP-RJ apontou ainda que um policial militar teria quitado boletos em nome da dentista. A Vigilância Sanitária também autuou seu consultório por uso de materiais vencidos.

Jair Bolsonaro e Matha Seillier

MARTHA SEILLIER

A relação entre Carlos Bolsonaro e a economista Martha Seillier sempre foi envolta em sigilo, a ponto de não se saber se o casal ainda está junto. Os dois têm uma filha chamada Julia, nascida nos EUA em 2023.

Mesmo discreta, Martha tem histórico de alinhamento ao bolsonarismo. Participou dos atos de 7 de setembro de 2021 em Brasília e chegou a postar vídeos com a hashtag “Supremo é o Povo”, usada por apoiadores que pediam o fechamento do STF.

No início de 2020, esteve no centro de uma polêmica ao viajar em jato da Força Aérea Brasileira de Davos, na Suíça, para Nova Délhi, na Índia, episódio que custou o cargo ao então secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Em 2022, foi indicada por Paulo Guedes para diretoria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, deixando o cargo em 2023, já no governo Lula.

Ainda naquele ano, o governador Tarcísio de Freitas a indicou para chefiar o escritório da InvestSP nos EUA, em nomeação que teria contado com apoio de Jair Bolsonaro. A remuneração desse cargo gira em torno de US$ 9.000 (aproximadamente R$ 43 mil) mensais

Atualmente, Martha atua como especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental no Senado, cedida pelo governo federal para a liderança da minoria.

Fonte: DCM

Filhos de Bolsonaro movimentam R$ 8 mi e levantam suspeita de lavagem

Relatório da Polícia Federal aponta operações financeiras de Eduardo e Carlos Bolsonaro que chamaram atenção do Coaf por indícios de lavagem de dinheiro

Flávio, Carlos, Jair, Eduardo e Jair Renan Bolsonaro (Foto: Reprodução/X/@BolsonaroSP)

Um relatório da Polícia Federal (PF), elaborado a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelou movimentações financeiras milionárias realizadas pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). A apuração foi divulgada pelo portal Metrópoles, que teve acesso ao documento oficial.

De acordo com os dados, Eduardo Bolsonaro recebeu cerca de R$ 4,1 milhões em créditos entre setembro de 2023 e junho de 2025, enquanto Carlos Bolsonaro movimentou aproximadamente R$ 4,8 milhões em apenas um ano. As transações foram classificadas pelo Coaf como “suspeitas de configurarem indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais” e, por isso, encaminhadas à Polícia Federal.

◈ Detalhes das movimentações de Eduardo Bolsonaro

O relatório aponta que Eduardo Bolsonaro teve três períodos distintos de movimentações vultosas:

  •  De 15/03/2023 a 21/02/2024: R$ 1.081.731,51 em créditos e R$ 1.501.047,57 em débitos
  •  De 01/09/2023 a 22/08/2024: R$ 1.361.402,62 em créditos e R$ 1.381.314,26 em débitos
  •  De 23/08/2024 a 05/06/2025: R$ 2.799.694,77 em créditos e R$ 2.761.023,77 em débitos

Somados, os valores de créditos recebidos por Eduardo chegaram a cerca de R$ 4,1 milhões em menos de dois anos. Parte relevante desses recursos teve origem em sua própria empresa, a Eduardo B Cursos LTDA, da qual ele é sócio junto com a esposa, Heloisa Wolf Bolsonaro. O relatório também registra transferências vindas de seu pai, Jair Bolsonaro, além de pessoas físicas não identificadas.

◈ Operações de Carlos Bolsonaro sob investigação

No caso de Carlos Bolsonaro, o documento indica que ele movimentou R$ 4.859.014,37 em créditos e R$ 4.868.533,15 em débitos entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Do total, cerca de R$ 1,7 milhão corresponde a operações entre contas de mesma titularidade, distribuídas em 24 transações. Outro dado relevante é a entrada de R$ 700 mil provenientes de um empresário do setor automotivo.

Apesar de constar no inquérito, Carlos não foi formalmente indiciado. O relatório, no entanto, reforça que suas movimentações seguem sob escrutínio das autoridades financeiras.

◈ Contexto político e investigações

As informações integram o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro no processo que investiga abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo da Ação Penal nº 2668, relativa à suposta tentativa de golpe em 2022.

O avanço da investigação coloca novamente a família Bolsonaro no centro de suspeitas de irregularidades financeiras e conexões com práticas ilícitas. A PF deverá aprofundar a análise dos relatórios bancários, em especial das transferências realizadas entre membros da família e terceiros, para identificar eventuais crimes de lavagem de dinheiro.

Fonte: Brasil 247

Moraes diz que “impunidade, omissão e covardia” são caminhos falsos e não resolvem problemas

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante evento do Lide no Rio de Janeiro. Foto: reprodução
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (22) que “impunidade, omissão e covardia” são caminhos falsos que corroem os valores democráticos e não resolvem crises institucionais. A fala ocorreu durante um fórum do grupo Lide, no Rio de Janeiro.

Moraes destacou que a democracia brasileira resistiu a ataques recentes e segue sustentada por pilares fundamentais: imprensa livre, eleições periódicas e Judiciário independente.

“O Brasil, infelizmente, tem histórico de golpismo e há 37 anos um Estado Democrático de Direito e estabilidade institucional. Não tranquilidade, mas instrumentos importantes para garantir essa normalidade”, disse o magistrado.

Sem citar diretamente a tentativa de golpe de Estado ou as sanções impostas pelos Estados Unidos, Moraes reforçou que não há solução em atentar contra as instituições.

“A história do Brasil e do mundo nos ensina que impunidade, omissão e covardia podem, num primeiro momento, parecer o caminho mais rápido para acabar com os problemas. É um caminho falso. Impunidade nunca deu certo na história para nenhum país do mundo”, afirmou.

O ministro ressaltou ainda que a Constituição de 1988, apesar de ser a que mais sofreu alterações no mundo, garantiu estabilidade ao país: “Nenhuma grande democracia passou por dois impeachments em 37 anos, com presidentes de espectros opostos, sem ruptura institucional”.

Para Moraes, democracia significa liberdade com responsabilidade: “Democracia é o governo da liberdade com responsabilidade igual para todos. Não se pode atentar contra a democracia e, se der certo, instaurar uma ditadura, e se não der, voltar para casa como se nada tivesse acontecido”.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

VÍDEO – Moraes rebate Mendonça e repudia “judiciário vassalo, covarde”


O ministro do STF Alexandre de Moraes, em discurso hoje. Foto: Reprodução/Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um discurso incisivo nesta sexta-feira (22) em resposta às indiretas de seu colega de Corte, André Mendonça.

No encontro promovido pelo Grupo Lide, Moraes, sem citar nomes, repudiou a ideia de um “judiciário vassalo, covarde” e afirmou que apenas uma magistratura independente é digna de respeito.

Mais cedo, no mesmo evento, o ministro indicado por Bolsonaro havia dito que “um bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo” e que decisões judiciais devem contribuir para “gerar a paz social, e não caos, incerteza e insegurança”.

“Eu posso garantir aos senhores e às senhoras que no Brasil o Judiciário é independente e é corajoso”, disse Moraes. “Os ataques podem continuar a ser realizados de dentro ou de fora. Pouco importa”.

Em sua fala, o relator dos processos da trama golpista também comparou tentativas de enfraquecer o sistema de Justiça no Brasil ao que ocorreu em regimes autoritários, como na Hungria, onde milhares de juízes e promotores foram afastados sob pretexto de conter supostos abusos. Ele ressaltou que tais métodos são típicos de “autocratas” e “ditadores”, e garantiu que, no Brasil, não terão êxito.

“Todos aqui se recordam de Goebbels”, prosseguiu o ministro. “Uma mentira dita mil vezes vira uma verdade. E ele nem tinha à época os algoritmos direcionados ideologicamente das big techs. Imagina se tivesse. Essa confusão sempre foi feita para atacar os pilares da democracia”.

Goebbels era o principal especialista em comunicação da Alemanha nazista, tendo sido ministro da Propaganda de Hitler.

O magistrado também destacou o sistema eleitoral brasileiro como motivo de orgulho nacional. Segundo ele, o país é o único no mundo que consegue apurar rapidamente o resultado de eleições com mais de 158 milhões de eleitores. Para Moraes, eleições periódicas, imprensa livre e um Judiciário independente são pilares que asseguram a democracia.

Moraes concluiu afirmando que ataques internos ou externos não enfraquecerão a Justiça no Brasil. “Eu posso garantir aos senhores e senhoras que no Brasil, o Judiciário é independente e é corajoso”, disse, reforçando que qualquer tentativa de enfraquecer a magistratura será responsabilizada.

Abaixo, o vídeo:
Fonte: DCM

VÍDEO – Mendonça ataca Moraes com indireta em evento de Doria


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça durante discurso em evento do grupo Lide, no Rio de Janeiro, nesta sexta (22). Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça atacou Alexandre de Moraes, seu colega na Corte, durante discurso no 24º Fórum Empresarial do Lide (grupo fundado pelo ex-governador João Doria), no Rio de Janeiro, nesta sexta (22). Sem citar nomes, ele afirmou que “um bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo”.

Mendonça declarou que decisões judiciais devem contribuir para “gerar a paz social, e não caos, incerteza e insegurança”. Ao abordar o tema Estado democrático de Direito, o magistrado afirmou: “Não são os interesses individuais, mas a governança está na lei e a racionalidade deve estar presente”.

Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, ele ainda sugeriu que Moraes tem causado desequilíbrio entre os Poderes. “O Estado de direito foi concebido a partir da ideia de um sistema institucional de freios e contrapesos. Na nossa Constituição, se fala em independência e harmonia entre os poderes”, prosseguiu.

O ministro também defendeu a contenção do Judiciário e criticou o que chama de “ativismo judicial”. “O Estado de Direito impõe a autocontenção, o que se contrapõe ao ativismo judicial. O ativismo judicial implica no reconhecimento implícito de que o Judiciário tem a prevalência sobre os demais poderes”, acrescentou.

A fala de Mendonça ainda cita a narrativa da extrema-direita de “perseguição” e ataques à liberdade de expressão. Ele afirmou que o Estado de Direito depende de que os cidadãos possam “expor suas ideias sem serem perseguidos por suas falas públicas ou de terem suas falas privadas expostas de maneira ilegítima”.

Veja o discurso na íntegra:



Durante o discurso, Mendonça também defendeu reformas estruturais e mudanças no próprio Judiciário. “Se algo não está dando certo, é preciso haver uma reflexão séria de reforma das instituições. Não apenas uma reforma administrativa, mas uma reforma do Estado, que perpasse Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas, agências reguladoras, a fim de haver estabilidade”, concluiu.

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a Corte, Mendonça têm divergido dos colegas em alguns julgamentos na Corte, como na análise de processos contra alguns réus do 8 de janeiro, no Marco Civil da Internet e na condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma de fogo.

Além do ministro, também participaram do evento desta sexta os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto; do PP, Ciro Nogueira; e do União Brasil, Antônio Rueda.

Fonte: DCM

STF torna réu homem que chamou Moraes de “sacrificador de crianças” e “satanista”


              Alexandre de Moraes, ministro do STF – Reprodução

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Glaudiston da Silva Cabral. Ele é acusado de proferir ofensas a ministros da Corte, chamando Alexandre de Moraes de “sacrificador de crianças” e “satanista”. O julgamento ocorre no plenário virtual e tem o magistrado como relator. Com informações da CNN Brasil.

Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam o relator para tornar Glaudiston réu, enquanto o voto de Luiz Fux ainda é aguardado. A denúncia envolve crimes de associação criminosa e incitação ao crime, com base em declarações feitas em vídeos publicados pelo acusado.

De acordo com Moraes, Glaudiston incentivou a atuação das Forças Armadas contra os Poderes Constituídos e defendeu a prática de um golpe de Estado. Em suas falas, ele acusou o ministro de participar de “rituais de magia negra com sacrifício de crianças” e ainda atacou o STF chamando os ministros de “11 vagabundos”.

Fonte: DCM com informações da CNN Brasil

Por 9 a 2, STF condena Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão e perda do mandato

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) – Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato. A decisão foi tomada por 9 votos a 2, com base no voto do ministro Gilmar Mendes, relator do processo. A parlamentar foi considerada culpada pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.

O julgamento ocorreu no plenário virtual e teve como último voto o do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. As divergências vieram dos ministros Nunes Marques, que propôs a desclassificação do crime de constrangimento, e André Mendonça, que afastou a condenação por porte ilegal e sugeriu apenas oito meses de detenção pelo constrangimento.

O caso envolve a perseguição armada contra o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro de 2022, durante o segundo turno das eleições.

Essa é a segunda condenação da bolsonarista no Supremo. Em 2023, a Primeira Turma do tribunal já havia condenado a deputada a 10 anos e oito meses de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos na plataforma.

Atualmente, Carla Zambelli está presa na Itália, após fugir do Brasil. Ela é alvo de um processo de extradição em território italiano, relacionado à condenação pelo caso do CNJ.

Fonte: DCM

Nova investigação da PF pode atingir Michelle, Malafaia e noras de Bolsonaro


Silas Malafaia, Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro em atos bolsonaristas. Foto: Reprodução

Uma possível nova investigação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro (PL) e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode alcançar nomes próximos ao ex-presidente, incluindo o pastor Silas Malafaia e familiares diretos. Com informações de Folha de S.Paulo.

O relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de agosto cita indícios de envolvimento de Michelle Bolsonaro, Heloísa Bolsonaro e Fernanda Bolsonaro em movimentações financeiras, além de aliados como o influencer Paulo Figueiredo, neto do último ditador militar, João Figueiredo.

De acordo com a PF, Malafaia trocou mensagens com Bolsonaro sobre estratégias de pressão política em favor de uma anistia e teve o celular e o passaporte apreendidos por ordem do STF. Já Michelle e Heloísa são apontadas como responsáveis por repassar valores entre pai e filho, em operações que podem ter servido para mascarar a origem de recursos ilícitos.

Paulo Figueiredo, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em frente à sede do Departamento de Estado (EUA). Foto: Reprodução

O documento também menciona a atuação de Fernanda Bolsonaro na elaboração de um rascunho de pedido de asilo político endereçado ao presidente argentino Javier Milei.

O relatório, com 170 páginas, foi concluído no dia 15 de agosto e indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo, obstrução de Justiça, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e atentado à soberania nacional.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o material e poderá arquivar, pedir novas diligências ou apresentar denúncia formal contra os investigados.

O caso se soma ao inquérito da tentativa de golpe de 2022 e 2023, no qual Bolsonaro e aliados foram acusados de articular, dentro e fora do país, estratégias para deslegitimar o resultado eleitoral e pressionar por uma ruptura institucional.

Segundo a PF, as provas reunidas indicam que Eduardo Bolsonaro teria atuado nos Estados Unidos para influenciar autoridades estrangeiras e reforçar ações de apoio ao pai no Brasil.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

“A defesa de Bolsonaro é uma piada”, diz líder do PT sobre risco de fuga do inelegível


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Lindbergh Farias – Reprodução

Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara nos Deputados, rebateu a resposta da defesa de Jair Bolsonaro (PL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o risco de fuga apresentado pelo pedido de asilo político na Argentina.

Nas redes sociais, o parlamentar classificou os argumentos dos advogados do ex-presidente como “piada” e disse que existem atos concretos que comprovam a possiblidade de fugir:

“A defesa de Bolsonaro é uma piada. Quer dizer que não há risco de fuga? Ele já se refugiou na embaixada da Hungria e foi flagrado com minuta de pedido de asilo político. Isso não é “teoria da conspiração”, mas atos concretos de quem tenta escapar da lei. Não seria novidade: Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli já fugiram.

O risco atual é concreto: a embaixada dos EUA fica a minutos de sua casa. Há indícios de articulações diplomáticas paralelas, contatos com advogados estrangeiros e histórico de tentativas de obter proteção fora do Brasil. Quem age assim não demonstra submissão ao processo penal, mas planejamento para frustrá-lo.

Não existe lawfare. O que há é aplicação da lei penal para quem descumpriu medidas cautelares, manteve contato clandestino com investigados e tentou usar terceiros para violar restrições impostas pelo STF. O caso é de prisão preventiva, para proteger a ordem pública, assegurar a aplicação da lei e resguardar a democracia.”.

Fonte: DCM

Defesa de Bolsonaro diz que pedido de asilo na Argentina não foi tentativa de fuga



A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou esclarecimentos nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que investiga a coação de autoridades durante a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Os advogados do inelegível contestaram o indiciamento feito pela Polícia Federal (PF), argumentando que não há elementos probatórios suficientes contra o ex-presidente. Eles também solicitaram a reconsideração da prisão domiciliar do réu, destacando que ele cumpriu todas as medidas cautelares nos últimos 18 meses.

O pedido de esclarecimento foi determinado pelo STF pelas suspeitas de descumprimento de medidas cautelares, planejamento de fuga e reiteração de condutas ilícitas evidenciadas pelo mais recente relatório da Polícia Federal. A defesa negou que a existência de um rascunho de pedido de asilo na Argentina, encontrado no celular de Bolsonaro, configurasse tentativa de evasão.

A casa onde o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre pena e com a tornozeleira eletrônica. Foto: BNews SP – Divulgação Reprodução/ Instagram

Segundo os advogados, o documento seria apenas um rascunho datado de fevereiro de 2024, anterior à instauração das medidas cautelares. Desde então, Bolsonaro compareceu a todos os atos exigidos, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando que ambos teriam atuado de forma coordenada para pressionar ministros do STF e parlamentares. A investigação aponta que a articulação visava interferir no julgamento da ação penal e favorecer interesses próprios, como evitar condenações criminais.

Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, se manifestou nas redes sociais, criticando o indiciamento e afirmando que as conversas privadas entre ele, o pai e aliados não configuram crime. O relatório da PF aponta áudios e mensagens que evidenciam tentativas de intimidar autoridades, incluindo articulações com o pastor Silas Malafaia.

O julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe está marcado para começar em 2 de setembro no STF. Jair Bolsonaro e outros aliados respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Encontrado pela PF, O rascunho de pedido de asilo político tinha 33 páginas e indicava urgência na apreciação pelo presidente argentino Javier Milei. O documento apontava temor por perseguição política e prisão iminente. Metadados revelaram que o arquivo foi criado por um usuário identificado como “Fernanda Bolsonaro”, possivelmente a nora do ex-presidente.

Fonte: DCM

Polícia argentina cumpre mandados em escândalo de propina ligado à irmã de Javier Milei


Mandados em Buenos Aires envolvem a Agência Nacional de Deficiência e farmácia investigada; áudios citam Karina Milei em esquema de corrupção

      Javier e Karina Milei (Foto: Reuters/Agustin Marcarian)

A Polícia da Cidade de Buenos Aires realizou, nesta sexta-feira (22), 14 mandados de busca em meio às investigações sobre um esquema de propina que atinge pessoas próximas ao presidente da Argentina, Javier Milei. As informações foram divulgadas pelo jornal Clarín e pelo portal Metrópoles. Entre os alvos, está a secretária-geral da Presidência e irmã do chefe de Estado, Karina Milei.

As operações foram autorizadas pelo juiz federal Sebastián Casanello, a pedido do procurador Franco Picardi. Os agentes estiveram na sede da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), na farmácia Suizo Argentina e em residências de investigados. O caso ganhou força após o vazamento de áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da ANDIS, afastado na quinta-feira (21), nos quais ele detalha a existência de pagamentos ilegais envolvendo aliados de Milei.

◉ Operação e apreensões

Segundo fontes ligadas à investigação, os policiais recolheram quase US$ 200 mil em dinheiro vivo, além de computadores, documentos de compras e contratos. Parte do montante foi encontrada em envelopes dentro de um veículo ligado ao empresário Emmanuel Kovalivker, dono da farmácia Suizo Argentina.

Apesar da gravidade das suspeitas, até o momento não foram expedidos mandados de prisão. A prioridade, segundo o Ministério Público, é reunir provas como registros de licitação, contratos e dispositivos eletrônicos que possam confirmar a existência de um esquema estruturado de cobrança de propina no governo.

◉ Denúncias e acusados

A denúncia foi formalizada pelo advogado Gregorio Dalbón, representante da ex-presidente Cristina Kirchner. Além de Karina Milei, também são citados no processo o próprio presidente Javier Milei, o funcionário da Secretaria-Geral Eduardo “Lule” Menem, Spagnuolo e Kovalivker.

As acusações envolvem crimes como corrupção passiva, administração fraudulenta, associação ilícita e violação à Lei de Ética Pública. Até agora, a Casa Rosada não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

IBGE comprova queixa antiga das mulheres: faltam homens no Brasil; entenda

      Pessoas idosas. Foto: ilustração


Dados da PNAD Contínua 2024 do IBGE revelam que o Brasil possui apenas 92 homens para cada 100 mulheres, confirmando a queixa recorrente de mulheres acima de 40 anos sobre a escassez de parceiros. A diferença torna-se mais acentuada em faixas etárias avançadas: no Rio de Janeiro, entre pessoas com mais de 60 anos, há apenas 70 homens para cada 100 mulheres, enquanto em São Paulo a proporção é de 77 para 100.

O analista do IBGE William Kratochwill explicou o fenômeno: “Nascem mais homens do que mulheres, mas, ao longo da vida, os homens tendem a morrer mais cedo, sobretudo por mortes violentas e acidentes”. Já as mulheres têm maior longevidade “porque tendem a se cuidar mais”. O último Censo (2022) já mostrava 6 milhões de mulheres a mais na população brasileira.

As exceções são Tocantins (105,5 homens/100 mulheres) e Santa Catarina (100,9/100), onde atividades como agronegócio e mineração atraem mão de obra masculina. Globalmente, a tendência se repete: nascem 3% a 5% mais homens, mas a maior exposição masculina a riscos e menor cuidado com a saúde invertem a proporção na idade adulta.

O professor Paul Dolan, da London School of Economics, oferece uma perspectiva inusitada: “Mulheres solteiras e sem filhos tendem a ser mais felizes e saudáveis do que as casadas”. Segundo ele, homens beneficiam-se mais do casamento ao ganharem apoio emocional e cuidados, enquanto mulheres frequentemente acumulam sobrecarga de tarefas domésticas e profissionais.

Fonte: DCM