Os réus, incluindo a Meta, empresa dona do Instagram, receberam 48 horas para retirar os conteúdos ofensivos sob pena de multa diária de R$ 5 mil, podendo chegar a R$ 300 mil. Caso descumpram, também estarão sujeitos a outras sanções penais.
Apesar das falas terem sido originalmente veiculadas no YouTube, a ação incluiu a Meta devido ao potencial de disseminação do conteúdo em suas plataformas. No entanto, ainda é possível encontrar o vídeo no X. Veja:
O caso ganhou destaque quando Teônia Mikaelly, durante discussão que comparava Michelle à atual primeira-dama Janja Lula da Silva, fez declarações consideradas difamatórias: “Ela vive uma postura de uma mulher que é dama, dona da família. Ela incorporou o personagem que ela não vive”, iniciou. “Todo mundo sabe que ela é ex-garota de programa e que a família inteira tem passagem pela polícia”.
A primeira decisão judicial, do juiz Leonardo Maciel Foster da 1ª Vara Cível de Brasília, havia negado a remoção imediata dos vídeos com base no argumento da liberdade de expressão, princípio frequentemente defendido por setores da extrema-direita.
No recurso, a defesa de Michelle argumentou que os vídeos já haviam alcançado quase 2 milhões de visualizações e continuavam sendo impulsionados por algoritmos, causando danos contínuos à imagem da ex-primeira dama.
Ao analisar o recurso, o desembargador Ciarlini considerou que as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, caracterizando-se como misóginas e sexistas. “Aparentemente têm o objetivo de agredir e atingir a esfera jurídica incólume da demandante”, afirmou na decisão que acolheu o pedido de Michelle.
Passado de Michelle
Enquanto as atividades de Michelle antes do casamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem discretas, é possível constatar que Teônia não estava completamente errada ao falar dos familiares da ex-primeira-dama.
Em 2019, a Veja revelou que Dona Aparecida, avó da ex-primeira-dama, foi presa em 1997 por tráfico de drogas, quando era conhecida como “Tia”. Na ocasião, foi flagrada com 169 porções de merla (subproduto da cocaína) a apenas 3 km do Palácio do Planalto.
O histórico familiar inclui ainda a mãe de Michelle, Maria das Graças, que em 1988 (quando Michelle tinha 6 anos) foi investigada por possuir dois registros civis. Já o tio preferido da ex-primeira-dama, João Batista Firmo Ferreira, foi preso em maio de 2018 acusado de integrar milícia na Sol Nascente.
Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação
A crise interna na direita brasileira ganhou novo capítulo nesta terça-feira (15), quando o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma crítica direta ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em seu perfil no X (antigo Twitter).
Na publicação, Eduardo escreveu: “Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”.
A declaração ocorreu após o deputado se dizer “desrespeitado” com a atuação de Tarcísio de não apoiar o tarifaço de Donald Trump ao Brasil.
Tarcísio, por sua vez, reagiu com tom diplomático. À CNN, afirmou: “Sem problemas. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para nossos empreendedores e trabalhadores”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem mantido uma postura de neutralidade pública diante do embate entre seu filho e o governador de São Paulo, sobre as tarifas comerciais impostas por Trump. Porém nos bastidores ele tem demonstrado apoio à atuação de Eduardo nos Estados Unidos, destacando a relevância de sua iniciativa para aumentar a pressão sobre o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal.
Na primeira semana de funcionamento do Hospital Torao Tokuda, em área da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA), foram realizadas um total de 110 cirurgias eletivas (não emergenciais). O resultado foi obtido no período de 7 a 14 de julho - em seis dias úteis - em diversas especialidades, atendendo pacientes idosos e também crianças.
A informação foi dada pelo gerente administrativo do Instituto Santa Clara – que assumiu a gestão do hospital -, Diego Domingues, ao diretor da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, Lucas Leugi. “No primeiro dia, com a presença do secretário de estado da saúde, Beto Preto, foram concluídas 26 cirurgias pelo Programa Opera Paraná e, nos cinco dias seguintes, mais 84 cirurgias”, informa Leugi.
O diretor da RS reafirma que, a partir de agora, com a ampliação da capacidade do Opera Paraná na região, o atendimento será mais célere, reduzindo gradativamente as filas de espera dos pacientes. “Um expressivo número de pessoas que já passaram consultas e exames pré-operatórios devem ser atendidas, levando em conta que o hospital da Acea terá uma capacidade inicial para realizar cerca de 450 cirurgias ao mês", avalia Lucas Leugi.
O secretário de estado da saúde, Beto Preto, que esteve presente no início das primeiras cirurgias no “Torao Tokuda”, lembra que até agora o investimento foi de aproximadamente R$ 20 milhões em reformas, adequações, equipamentos e mobiliário, pelo Instituto Santa Clara. “O hospital, que foi contratado pelo Governo do Estado, por meio da Sesa, irá atender pacientes da macrorregião de Apucarana”, enfatiza Beto Preto, acrescentando que já está formatada uma boa parceria com todos os municípios na área da 16ª Regional de Saúde.
Manifestantes protestam contra o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto seguram uma bandeira do Brasil. Foto: Divulgação
Cada vez entendo melhor a máxima de Napoleão, de que nunca se deve interromper o inimigo quando ele estiver cometendo um erro.
Na política, como na guerra, as vitórias são conquistadas não apenas por nossos acertos, mas também pelos erros dos adversários.
O apoio servil da família Bolsonaro e seus vassalos na extrema direita, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, às agressões arbitrárias, injustificadas, prepotentes, de Donald Trump ao Brasil, repercutiu muito mal na opinião pública.
Todos aqueles que apoiaram, de maneira explícita ou tácita (se calando, por exemplo), essa tentativa grotesca de humilhar o Brasil, de subjugar nossas instituições e nossa democracia, cometeram um suicídio político.
O ataque desprezível de Donald Trump à nossa soberania provocou um verdadeiro terremoto na política brasileira, com reflexos imediatos na aprovação do governo e nas perspectivas eleitorais de 2026. As placas tectônicas se movimentaram, e não foi em favor da direita entreguista, corrupta e subserviente.
Segundo pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada hoje, o percentual de brasileiros que passou a apoiar a política externa do governo Lula saltou de 50% em novembro de 2023 (última vez em que a Atlas fez essa pergunta, e já era um ótimo número) para um patamar recorde de 60%!
Gráfico de aprovação do Governo Lula. Foto: Divulgação
☆ O despertar do sentimento nacional
Um nervo foi tocado no Brasil.
Os ataques de Trump à soberania nacional despertaram um sentimento patriótico que há muito não se via. A pesquisa Atlas/Bloomberg confirma o que já era fácil observar nas redes sociais: uma onda gigante de indignação contra Donald Trump e contra os políticos que não reagiram imediatamente com uma postura firme em defesa da soberania nacional.
A reação negativa foi especialmente forte contra Tarcísio de Freitas, que tentou justificar a violência de Trump contra o Brasil, e culpar o presidente Lula pelos caprichos autoritários de um chefe de Estado metido a dono do mundo.
Segundo a Atlas/Bloomberg, a aprovação de Lula subiu de 47,3% para 50%, enquanto sua desaprovação caiu de 51,8% para 50,3%. Uma melhora total de 4 pontos em favor de Lula.
Analistas experientes costumam dizer que uma aprovação superior a 50% gera possibilidade de vitória no primeiro turno em eleições presidenciais.
Importante destacar, no entanto, que a aprovação do presidente já vinha crescendo antes mesmo desses ataques de Trump, provavelmente em função do arrefecimento da inflação de alimentos, um fator que, aparentemente, tem uma correlação direta com a aprovação de Lula entre as famílias de baixa renda.
Aprovação do Presidente Lula. Foto: Divulgação
☆ A força da política externa
A pesquisa mostra que 61,1% dos brasileiros consideram que Lula representa o Brasil melhor do que Bolsonaro no plano internacional, contra apenas 38,8% que pensam o contrário.
Outro dado muito emblemático: pela primeira vez mais brasileiros (38%) preferem o Brasil mais próximo dos Brics do que dos Estados Unidos (31%).
A imagem da China também melhorou: se em maio de 2025, apenas 4% responderam que o Brasil deveria se aproximar mais da China, hoje esse número triplicou para 12%.
Esse é um tipo de sentimento muito forte e resiliente, porque vai além da economia, e além desse moralismo de goela tão típico do senso comum antipolítica.
Será complicado para mídia conservadora e liberal, partidos de direita, e influencers da Faria, desconstruírem um sentimento patriótico que vem emergindo das entranhas da consciência popular.
Gráfico sobre Lula ou Bolsonaro representarem o Brasil. Foto: Divulgação
☆ A rejeição às tarifas e a Trump
A imagem pessoal de Donald Trump entre os brasileiros se deteriorou de maneira dramática: 63,2% agora têm uma imagem negativa do ex-presidente americano, contra apenas 31,9% que mantêm uma visão positiva. Esses números mostram que Trump não tem capital político no Brasil para sustentar suas investidas contra o país.
Pelo contrário, suas ações apenas fortalecem a rejeição popular e consolidam o apoio à postura firme do governo Lula.
O impacto econômico das tarifas de Trump também preocupa os brasileiros: 63,5% consideram que as medidas terão alto ou muito alto impacto na economia nacional.
Essa rejeição a Trump não é artificial, pueril, ou estética: metade dos brasileiros entendem que as justificativas usadas pelo presidente americano para impor tarifas ao Brasil podem ser consideradas uma “ameaça à soberania brasileira”.
Gráfico de opiniões sobre as tarifas de Donald Trump. Foto: Divulgação
☆ A capacidade de negociação
Mesmo assim, há um otimismo cauteloso sobre a capacidade de negociação do Brasil. Quando questionados se acreditam que o governo federal será capaz de negociar e chegar a um acordo com os Estados Unidos para reduzir as tarifas, 47,9% dos brasileiros responderam que sim, contra 38,8% que não acreditam nessa possibilidade.
Entre os eleitores de Lula, o otimismo é ainda maior: 78,6% acreditam na capacidade de negociação do governo, enquanto apenas 3,9% são pessimistas.
☆ As consequências eleitorais
As consequências políticas desse episódio pode ir além dos números de aprovação presidencial. Ao fim da ditadura militar, a direita enfrentou muita dificuldade por ter se associado à ditadura e, portanto, à imagem de inimiga da democracia. O que pode acontecer hoje é algo semelhante. Caso permaneça amarrada a esse bolsonarismo desesperado e suicida, a direita brasileira pode pespegar em si a pecha de inimiga de nossa soberania. O que talvez seja um estigma ainda pior.
Trump e seus aliados brasileiros cometeram um erro estratégico monumental ao subestimar o sentimento patriótico do povo brasileiro.
A tentativa de Tarcísio de Freitas, e de outros líderes da direita, de minimizar as agressões de Trump ou de culpar o governo brasileiro pela escalada comercial se mostrou um tiro no pé. A população brasileira, independentemente de suas preferências partidárias, não aceita passivamente ataques à soberania nacional, além de considerar as tarifas de Trump como totalmente injustificadas.
Gráfico de opinião sobre a justiça da taxação de Donald Trump. Foto: Divulgação
Para o governo Lula, esse episódio representa uma oportunidade única de consolidar sua liderança tanto no plano interno quanto no cenário internacional. A alta aprovação à sua política externa oferece uma base sólida para construir um discurso poderoso em defesa da soberania brasileira, que poderá ser uma alavanca simbólica muito eficaz nas eleições do ano que vem, inclusive para o legislativo.
A família Bolsonaro arrastou a sua base para uma posição de apoio a Donald Trump, exatamente no momento em que a maioria do país reage com profunda indignação aos ataques que o presidente americano passou a fazer às nossas instituições democráticas.
A direita se vê diante, portanto, de um dilema insolúvel.
Por um lado, manter o alinhamento com Trump significa abandonar definitivamente qualquer pretensão patriótica e assumir publicamente o papel de submissa a interesses estrangeiros. Romper com Trump, por outro, significaria acusar a família Bolsonaro de traição ao país, e perder uma boa parte desse eleitorado altamente radicalizado, beirando o fanatismo, que se junta ao redor do ex-presidente.
Jornalista Elisa Veeck durante transmissão ao vivo na CNN Brasil – Foto: Reprodução
Durante programa da CNN Brasil, nesta terça-feira (15), a apresentadora Elisa Veeck chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “Bozo”. O comentário foi feito ao vivo e rapidamente viralizou nas redes sociais. A jornalista ainda não comentou o episódio.
Elisa é a mesma jornalista que, no início do mês, fez um discurso contundente em defesa do Nordeste, ao abordar a xenofobia enfrentada pela região. Na ocasião, ela denunciou o preconceito estrutural contra o povo nordestino, especialmente em grandes centros urbanos do Sudeste.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Reprodução
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais nesta terça-feira (15) para atacar o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pelo relatório final da PGR que pediu a condenação de Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após a derrota nas eleições de 2022.
“Em última análise, o exame dos fatos e das evidências revela que Jair Bolsonaro desempenhou um papel central na orquestração e promoção de atos antidemocráticos”, afirma o texto enviado ao Supremo Tribunal Federal.
Descontrolado, Flávio diz, por meio de um post no X, que “o PGR deve ter tomado altas doses de Diazepam, que causam confusão mental e alucinações”. Na sequência, tenta afastar a imagem de covardia da família ao declarar: “no nosso dicionário não existe a palavra medo, existe a palavra fé”.
O filho “01” de Jair Bolsonaro ainda usa uma frase de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Lula (PT) no lawfare da Lava Jato e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir “Direitos Humanos” ao ex-mandatário.
“O remédio é forte e amargo, mas necessário para acabar com o câncer em metástase que atingiu os órgãos vitais da nossa Nação! ‘Não há remédio eficaz no Brasil para cessar violações a Direitos Humanos’ (07/Ago/2016, Cristiano Zanin, advogado de Lula)”, diz o senador.
Governador de SP defende estratégia diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA e se aproxima de empresas e políticos estadunidenses
Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Durante reunião com empresários nesta terça-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que pretende adotar uma estratégia de “relação paradiplomática” com os Estados Unidos. A iniciativa prevê diálogo direto com governos estaduais norte-americanos e senadores daquele país para minimizar os efeitos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Segundo a Folha de S.Paulo, o governador afirmou que “não há disputa” com o governo federal, mas defendeu que São Paulo deve agir “até onde for possível” para proteger sua economia dos impactos da medida anunciada por Trump. A chamada paradiplomacia envolve negociações internacionais conduzidas por entes subnacionais, como estados, e não pelo governo central.
O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira e contou com a presença de executivos de grandes empresas brasileiras, como Embraer, Cutrale, Minerva, Usiminas e representantes dos setores de café e aço. Rubens Ometto, do Grupo Cosan, também participou. O governo dos Estados Unidos foi representado pelo encarregado de negócios Gabriel Escobar e pelo cônsul-geral interino, Benjamin Wohlauer — atualmente, os EUA estão sem embaixador no Brasil, e Escobar é o principal representante da embaixada.
Além do governador, participaram do encontro o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, e o chefe do escritório do governo paulista em Brasília, José Vicente Santini — ex-secretário-executivo da Casa Civil na gestão de Jair Bolsonaro (PL), demitido após usar um avião da FAB para viajar de Davos à Índia. Ao todo, 18 pessoas acompanharam a reunião.
Durante sua fala, Jorge Lima destacou que o núcleo de decisões de Trump “é muito restrito” e que seria necessário pressionar os interlocutores americanos para mostrar que a medida trará prejuízos não apenas ao Brasil, mas também aos próprios EUA. Ele mencionou que essa abordagem já foi adotada por outros países e tem surtido efeito.
Ainda de acordo com a reportagem, a reunião buscou sinalizar moderação e capacidade de articulação por parte de Tarcísio, evitando confrontos com o governo Lula. Uma das maiores preocupações é o impacto da tarifa sobre o setor de aviação, que liderou as exportações de São Paulo para os EUA em 2024, com R$ 2,2 bilhões em vendas. O segundo maior segmento foi o de petróleo, seguido por suco de laranja, carne bovina, tratores e pás carregadeiras. Somente o setor agropecuário paulista exportou US$ 1,9 bilhão para os EUA no primeiro semestre deste ano — o equivalente a 30% do total enviado ao mercado americano.
Enquanto o governo paulista articula sua própria reação, o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também iniciou esforços para enfrentar a crise. No domingo (13), Lula determinou a criação de um comitê interministerial para ouvir os setores mais impactados pela sobretaxa de Trump. O colegiado será presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e contará com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda).
De acordo com Alckmin, o grupo iniciou nesta terça reuniões com representantes das indústrias mais expostas ao mercado americano, como as de alumínio, celulose, calçados e autopeças. À tarde, foi a vez dos setores do agronegócio, como suco de laranja, carnes, frutas, pescados e mel. “Vamos conversar também com empresas americanas e com entidades de comércio bilateral, como a Amcham [Câmara Americana de Comércio para o Brasil]”, anunciou o vice-presidente.
A movimentação de Tarcísio desagradou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em declaração à Folha de S.Paulo, Eduardo criticou a iniciativa de Tarcísio: “É um desrespeito comigo”. Segundo ele, a aproximação com a embaixada dos EUA deveria ter passado por sua interlocução.
“Nós já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty. O filho do presidente, exilado nos Estados Unidos. Queria buscar uma alternativa lateral. É um desrespeito comigo. Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o Moraes”, declarou, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Eduardo afirmou ainda que não se arrepende de ter defendido sanções dos EUA contra o Brasil, mesmo que isso possa beneficiar Lula. Ele condicionou seu retorno ao país à punição do ministro do STF pelo governo estadunidense.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Apesar do recuo, sobretaxa prometida pelos EUA sobre exportações brasileiras traz incerteza cambial e ameaça novo repique
Supermercado (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
Após uma sequência de nove meses consecutivos de alta, os preços dos alimentos consumidos no domicílio registraram queda de 0,43% em junho, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE. Analistas apontam que essa redução foi impulsionada por dois fatores principais: a melhora nas condições climáticas que favoreceram a produção agrícola e a desvalorização do dólar nos últimos meses. As informações são daFolha de S. Paulo.
Contudo, o cenário projetado para o segundo semestre ganhou um novo elemento de incerteza. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país, o que pode afetar diretamente a inflação e o câmbio no Brasil.
Entre os principais itens da pauta de exportação brasileira para os EUA estão o café, a carne bovina e o suco de laranja. Em um primeiro momento, caso os embarques para o mercado norte-americano diminuam, a oferta interna desses produtos poderia aumentar e contribuir para novas quedas de preços, conforme explicou Leandro Gilio, economista e pesquisador do Insper Agro Global.
No entanto, Gilio ressalta que “o dólar tende a se valorizar em períodos de incertezas elevadas”. Essa possível oscilação no câmbio elevaria os custos de insumos importados e, consequentemente, os preços finais dos produtos, inclusive os alimentos. “A gente não sabe ainda se tudo vai ser aplicado e como o Brasil vai responder”, pondera. “Tem um ambiente de incertezas de ambas as partes”, afirma.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, considera prematuro prever alterações expressivas no cenário inflacionário. “Tudo ainda está incipiente. Não sabemos se Trump vai ficar com os 50%, se isso vai ser negociado, se o Brasil vai retaliar”, avaliou.
Ainda segundo Vale, se o cenário mais extremo se concretizar — com manutenção das sobretaxas e retaliação do governo Lula em igual proporção —, a tendência é de uma forte pressão sobre o câmbio. “Um câmbio que sobe, em contraposição a uma queda de preços que pode acontecer em um ou outro produto, teria um efeito mais negativo para a inflação”, argumenta.
Atualmente, a expectativa de Vale é que os preços dos alimentos consumidos no domicílio encerrem o ano com alta de 5,5%, após um avanço de 8,23% em 2024. Esse movimento de desaceleração ocorre em um contexto de recomposição das safras, com o Brasil caminhando para uma colheita recorde de grãos em 2025.
Ainda de acordo com a reprotagem, mesmo com a queda pontual registrada em junho, os alimentos consumidos no domicílio acumulam alta de 6,23% em 12 meses, acima do índice geral do IPCA, que ficou em 5,35% no mesmo período. O encarecimento dos alimentos no início do ano foi uma das principais razões apontadas para a perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo analistas políticos.
Entre os produtos que tiveram redução de preços em junho estão o ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Em contrapartida, o tomate liderou as altas, com elevação de 3,25%.
Para Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, os efeitos diretos da medida prometida por Trump seriam restritos a uma gama “bem limitada” de produtos agropecuários. O risco maior, afirma, está no impacto cambial. “A maior ameaça para a inflação dos alimentos viria de uma pressão significativa sobre a taxa de câmbio, o que não se configurou até o momento”, analisa.
Serigati observa que ainda há espaço para negociação, já que os EUA teriam dificuldade em encontrar fornecedores à altura do Brasil para determinados produtos. No caso do suco de laranja, ele exemplifica, a imposição da tarifa geraria uma situação “perde-perde”: os EUA perderiam abastecimento e o Brasil, mercado. “Como é uma estratégia perde-perde, não sei se [a sobretaxa de 50%] vai efetivamente acontecer”, conclui o pesquisador.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
O ex-presidente teme condenação por tentativa de golpe e articula sanções dos EUA, “à custa da economia e dos empregos em nosso país”, diz a ministra
Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), acusou nesta terça-feira (14) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de liderar uma nova conspiração contra o Brasil. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que Bolsonaro está articulando, nos bastidores, pressões junto ao governo dos Estados Unidos para impor sanções ao país, com o objetivo de intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir no processo judicial que pode levá-lo à condenação por tentativa de golpe de Estado.
“As alegações finais da Procuradoria-Geral da República não deixam dúvidas sobre a responsabilidade total de Jair Bolsonaro e seus cúmplices na trama golpista que culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023”, escreveu Gleisi. “É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, completou.
PGR aponta cinco crimes contra Bolsonaro - A manifestação da deputada ocorre após a divulgação, pelo portal Metrópoles, do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) entregue ao Supremo Tribunal Federal, no qual o ex-presidente é apontado como líder de uma organização criminosa que tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, descreve Bolsonaro como o articulador central e principal beneficiário da tentativa de golpe, conduzida a partir de sua posição como chefe do Executivo.
Segundo a PGR, Bolsonaro e seus aliados no governo, nas Forças Armadas e em órgãos de inteligência “desenvolveram e implementaram plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas”, com o objetivo de impedir a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e enfraquecer o funcionamento do Judiciário.
As alegações finais também destacam que o material probatório é robusto, composto por “farta documentação produzida pelos próprios golpistas, testemunhos e perícias”, o que desmonta, segundo o órgão, as falácias apresentadas pela defesa do ex-presidente.
A PGR solicita que Bolsonaro seja condenado pelos seguintes crimes:
✓ Comando de organização criminosa armada;
✓ Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
✓ Golpe de Estado;
✓ Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
✓ Deterioração de patrimônio tombado.
Julgamento se aproxima - Com a conclusão da fase de alegações finais, a ação penal caminha para julgamento no STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é que o julgamento ocorra entre agosto e setembro deste ano.
Para Gleisi Hoffmann, o curso do processo é uma demonstração clara de que o Brasil não tolera ataques à sua democracia nem chantagens internacionais. “O Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, declarou.