sexta-feira, 24 de outubro de 2025

"Maduro não é Bin Laden", diz Celso Amorim sobre ameaças dos EUA à Venezuela

Diplomata diz ver a mobilização militar dos EUA na região do Caribe com “muita preocupação”

       Celso Amorim (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Assuntos Internacionais, criticou as recentes ameaças dos Estados Unidos de realizar uma operação militar na Venezuela. Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Amorim afirmou observar o cenário "com muita preocupação", após a movimentação de helicópteros de tropas de elite estadunidenses no Caribe — os mesmos modelos usados na operação que matou Osama Bin Laden em 2011.

◉ "Você pode gostar ou não do Maduro, mas não é o Bin Laden"

Para Amorim, a postura de Washington é desproporcional e perigosa. "Vejo com muita preocupação. Não é a mesma coisa. Você pode gostar ou não do Maduro, mas não é o Bin Laden. (Maduro) Não é um patrocinador de terrorismo", afirmou Amorim, defendendo que o presidente venezuelano não pode ser tratado como um inimigo global.

◉ EUA e Caracas divergem sobre operação militar

Os Estados Unidos alegam que a operação militar no mar do Caribe tem como objetivo combater o tráfico de drogas. O governo da Venezuela, por outro lado, denuncia que a ação faz parte de um plano para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Além da mobilização de navios de guerra, o presidente Donald Trump afirmou ter autorizado também uma ofensiva terrestre na Venezuela, sustentando que a medida mira os cartéis de drogas.

◉ Brasil defende o diálogo e a soberania venezuelana

Celso Amorim, reconhecido por seu histórico diplomático, destacou que ações militares desse tipo agravam tensões regionais e ameaçam a paz internacional. "Essas iniciativas, sob qualquer pretexto, precisam ser vistas com extrema cautela", alertou o ex-ministro das Relações Exteriores.

Embora o presidente Lula participe de uma reunião com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, no próximo domingo (26), Amorim informou que não acompanhará a comitiva brasileira. "Não integrarei a viagem porque estarei em outro compromisso. Vou ao Fórum da Paz em Paris", explicou.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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