quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Efeito Milei: argentinos em dificuldade vendem pertences na rua para sobreviver à crise


        Venda informal de pertences na Argentina. Foto: Luis Robayo/AFP

A feira no bairro de Villa Fiorito, onde Diego Maradona nasceu em Buenos Aires, não para de crescer como reflexo da crise econômica argentina. Moradores vendem pertences pessoais e mercadorias em mantas estendidas no chão para sobreviver, formando uma cena de mais de 20 quarteirões de comércio informal às vésperas das eleições legislativas.

Gladys Gutiérrez, de 46 anos, representa a realidade de muitos argentinos. “Nos fins de semana, como não rendemos muito em casa, viemos aqui para ‘estender um pouco a manta”, conta ela, que vende roupas e perfumes. Seu marido está desempregado e ela precisou fazer empréstimos para diversificar seus produtos. “As pessoas estão cansadas, estão irritadas”, desabafa.

O governo de Javier Milei conseguiu reduzir drasticamente a inflação, mas ao custo de suspender obras públicas e provocar retração no comércio e na indústria, setores que mais geram empregos. A economia informal atinge quase 40% da população economicamente ativa, com muitos acumulando trabalhos precários para sobreviver.

Segundo a consultoria Aresco, três em cada quatro argentinos afirmam estar mais difícil chegar ao fim do mês do que em 2023. O cenário em Villa Fiorito, berço do ídolo do futebol Maradona, ilustra os desafios sociais que persistem apesar dos avanços no controle inflacionário, com famílias usando a criatividade para enfrentar a recessão econômica.

Fonte: DCM

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