Ações por notícias falsas aumentam 357% no país e marcam nova postura de empresas diante da desinformação online
Os bancos de dados judiciais do Brasil revelam uma mudança significativa no comportamento de pessoas físicas e jurídicas vítimas de fake news. Se antes predominava a cautela — o receio de que um processo ampliasse a circulação das mentiras — agora o movimento é de enfrentamento direto nas cortes.
De acordo com levantamento divulgado pelo site Consultor Jurídico (Conjur), o banco de dados Jusbrasil registrou um aumento expressivo de 357% no número de ações judiciais que mencionam o crime de disseminação de notícias falsas. O volume de processos saltou de 1.173 casos em 2021 para 5.365 apenas nos dez primeiros meses de 2025, revelando uma tendência crescente de judicialização desse tipo de prática.
Entre os casos mais recentes, um episódio ocorrido na madrugada de domingo, na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo, exemplifica o fenômeno. Disparos aleatórios feitos por um motorista deram origem a uma narrativa fictícia, publicada em sites que se autodenominam “bússolas” do mercado financeiro — e que lucram com o sobe e desce das ações na bolsa. Essas páginas divulgaram falsamente que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria tentado atacar um executivo do Bradesco em um dos prédios da região.
A história, no entanto, não resistiu à checagem básica dos fatos: o incidente ocorreu na madrugada de domingo, quando nenhum edifício estava em funcionamento. Alguns dos sites responsáveis pela publicação, sem endereço ou identificador visível, já foram localizados e deverão responder judicialmente.
Em nota oficial, o Bradesco repudiou a informação falsa e reforçou a atuação das autoridades competentes na apuração do caso. “O Bradesco informa que é fake news que tenha havido ataque a uma das sedes da organização hoje pela manhã, por conta de variados motivos, todos falsos. O que existe é uma investigação das autoridades de segurança sobre um ato de vandalismo em alguns prédios na região da Faria Lima na madrugada, durante o final de semana. Não havia ninguém trabalhando naquele momento. A rotina transcorre normalmente no dia de hoje”, declarou o banco.
Fonte: Brasil 247 com informações do Conjur
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