A ex-presidente argentina afirmou que o país vive “humilhação nacional” e pediu aos eleitores que freiem o atual governo nas eleições legislativas
A três dias das eleições legislativas na Argentina, que renovarão metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner voltou à cena política com duras críticas ao governo de Javier Milei. Em vídeo publicado nas redes sociais, a líder peronista pediu aos eleitores que votem “para pôr fim à má governança e à austeridade permanente” que, segundo ela, atingem os setores mais vulneráveis do país.
A informação foi publicada pela agência Prensa Latina, que destacou a ampla repercussão do discurso da ex-presidente, também ex-vice de Alberto Fernández. Cristina afirmou que o pleito de 26 de outubro é uma “grande oportunidade democrática” para mudar o rumo da Argentina. “O voto de cada um de vocês pode pôr fim à má governança de Milei e acabar com a austeridade permanente dos setores mais vulneráveis da nossa sociedade, a entrega da soberania nacional e a punição de pessoas que vivem do seu trabalho ou daquelas que trabalharam a vida inteira”, declarou Cristina.
Ela criticou duramente o impacto econômico das políticas do atual presidente, afirmando que “as pessoas não conseguem sobreviver; elas precisam se endividar para pagar eletricidade, comida e remédios”. A ex-presidente também mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apontado por ela como um dos principais apoiadores de Milei. “Se alguém ainda tem dúvidas sobre o fracasso, basta ouvir as palavras do principal apoiador de Milei e, na prática, seu gerente de campanha, o presidente dos EUA, Donald Trump. Há alguns dias ele disse isso muito claramente: ‘Os argentinos não têm dinheiro. Eles estão lutando para sobreviver’”, afirmou.
Cristina ironizou a insistência de Milei em se autoproclamar líder de um governo exemplar. “Milei se cansou de repetir que era o melhor governo da história, com o plano econômico mais bem-sucedido, mas acabou implorando por um resgate financeiro nos Estados Unidos. Um resgate que não é nada uma solução e tudo uma humilhação”, disse.Segundo ela, “a Argentina é um país grande e digno demais para depender do humor de um presidente estrangeiro. A soberania argentina não é negociável; pertence ao seu povo”.
A ex-presidente convocou os eleitores a reagirem nas urnas: “Neste 26 de outubro, precisamos pôr fim a esse padrão de rendição, destruição e, acima de tudo, profunda humilhação nacional”.
Cristina, atual presidente do Partido Justicialista, afirmou que apenas o peronismo é capaz de promover uma virada política no país. “Peço que votem neste domingo, porque não há maneira mais democrática de mudar as coisas do que votando”, conclamou. Ela também alertou sobre possíveis riscos à transparência do pleito, citando mudanças recentes na Cédula Única de Papel, que, segundo ela, foram implementadas sem o devido preparo técnico.“Cada presidente de seção eleitoral, cada fiscal e cada eleitor tem a responsabilidade de salvaguardar o voto popular”, ressaltou Cristina.
Encerrando sua mensagem, ela resumiu o desafio eleitoral: “Os freios em Milei começam neste domingo, mas o trabalho continua no dia seguinte para tirar a Argentina do desastre que este governo deixará para trás. Este 26 de outubro é ou Milei e o ajuste permanente ou a Argentina, nossa casa comum”.
Com esse apelo, a ex-presidente colocou-se novamente no centro do debate político argentino, apostando em uma mobilização popular para conter o avanço do projeto ultraliberal do atual governo.
Fonte: Brasil 247 com informações da agência de notícias Prensa Latina
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