Vinculado à direita brasileira, o Movimento Brasil Livre apoiou o golpe de 2016 e estimulou uma agenda de ataques a minorias
Fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL) sinalizaram uma distância da família Bolsonaro enquanto aguardam uma posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nascido em 2014, o MBL é vinculado à ultradireita brasileira e apoiou o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff, estimulando a massificação do ódio contra as mulheres e os mais pobres.
O grupo também apoia a implementação de políticas neoliberais que, na prática, retiraram investimentos públicos e direitos sociais.
Um dos fundadores do MBL, o atual deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que, em 2026, não apoiará um candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão no inquérito da trama golpista bolsonarista.
"A família Bolsonaro é um projeto hegemônico de poder e que só está preocupada com si próprio. Não está preocupada com o país", disse o parlamentar em entrevista à BBC News.
O nome da legenda que pode ser criada por fundadores do MBL é "Missão". Em setembro, o empresário Renan Santos (Partido Missão), afirmou que, se for eleito presidente da República, uma das principais propostas da sigla é "acabar com o crime organizado", inspirando-se em ditadores como Nayib Bukele, de El Salvador.
“No primeiro dia de mandato, eu sequer vou receber a faixa. Vamos pegar um avião, encontrar as forças de segurança e iniciar a tomada da primeira favela”, disse, conforme relato da Band News.
Flerte com o fascismo
O MBL apoiou o golpe contra Dilma, inocentada de qualquer suposto crime fiscal que teria sido cometido contra o seu mandato popular. A ruptura institucional favoreceu a ida de Michel Temer (MDB) para a presidência (2016-2018) e de Bolsonaro (2019-2022).
No período dos dois governos neoliberais foi implementado um Teto de Gastos, para congelar investimentos públicos e direitos sociais, em prol de um suposto ajuste fiscal para atrair financistas privados.
Além da paralisia no investimento público, ataques a negros, a mulheres, a pessoas da comunidade LGBT, a indígenas e à população mais pobre foram s principais marcas das duas gestões no Brasil no campo social.
Líderes progressistas denunciaram constantemente práticas fascistas do governo Bolsonaro, principalmente, pois o político da extrema direita já defendeu a Ditadura Militar (1964-1985). Em 2024, o presidente Lula recriou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).
O decreto restabeleceu a comissão nos mesmos moldes previstos de quando foi criada, em 1995, e era uma demanda de familiares de vítimas da ditadura desde o início do terceiro mandato do atual presidente.
O chamado "Partido Missão" seria reconhecido oficialmente no sistema partidário brasileiro como a 30ª legenda oficial. A imensa maioria é de direita ou de extrema direita. O MBL iniciou a coleta de assinaturas em 2023, e pretende concorrer nas eleições do próximo ano.
Fonte: Brasil 247 com informações da BBC News
Nenhum comentário:
Postar um comentário